A lenda do Rei
Arthur
Há
duas versões da lenda para a transformação de Arthur em Rei, são elas:
A Versão da Excalibur:
Conta
essa versão que Uther Pendragon estava sendo perseguido por inimigos que lhe
armaram uma emboscada e antes de morrer fincou a sua espada mágica numa pedra e
disse que o próximo rei seria quem a retirasse desta pedra. Para satisfazer
suas vontades de se transformarem em rei, todos os grandes guerreiros tentaram,
e passaram a organizar torneios anuais onde o vencedor receberia a chance de
tentar retirar a espada mágica da rocha. Arthur, nessa época, era criado por
Ectório e era o seu filho mais novo (de criação) e ele, como acontecia na era
medieval, era o Pajem de seu irmão mais velho Cai. Numa dessas batalhas Arthur
perdeu a espada de Cai e quando viu a espada encravada na rocha retirou-a e
levou-a a seu pai. Neste momento alguns se ajoelharam e um outro senhor,
Ban da Bretanha, jurou Guerra ao bastardo. Começada a guerra, Arthur imobilizou
Ban e pediu para Ban jurar fidelidade a ele. Ban disse que não juraria
fidelidade a um rei que não tivesse ainda se tornado um cavalheiro de verdade.
E Arthur, sem pestanejar disse: "Estás certo meu senhor, faça-me então
cavalheiro e jure fidelidade ao seu rei." Diante disso, Ban não
acreditando na coragem do jovem, tomou a Excalibur em suas mãos e fê-lo
cavalheiro jurando-lhe fidelidade diante de todos os seus soldados. Assim,
Arthur foi feito rei de toda a grande Bretanha.
A Versão das Brumas:
Arthur,
o rei, é a personagem principal desta lenda. Ele foi coroado aos 15 anos, após
a cerimônia do Gamo Rei, onde ganhou a Excalibur (sua espada mágica). Existem
duas versões para esta história, que serão contadas mais adiante.Ele
teve uma irmã (Morgana) e um irmão de criação (Cai), sua mãe (Igraine) era
filha da Senhora de Avalon e irmã de Viviane (Sacerdotisa atual de Avalon na
saga). O Mago Merlim é pai da mãe de Arthur, seu avô de direito.Arthur não
teve filhos de seu conhecimento, mas ele foi pai em conjunto com Morgana no
ritual do Gamo Rei. Morgana nunca contou ao seu irmão sobre o acontecido, visto
que nesse ritual os corpos eram doados aos deuses para a unificação do ritual
que será explicado na história do "Gamo Rei".Arthur criou a Távola
Redonda, onde todos os seus cavaleiros se sentavam à uma mesa redonda de acordo
que não houvesse ponta nem cabeceiras, reafirmando que todos eram iguais
perante ao rei e perante ao Cristo.Arthur traiu o povo das fadas (seus
familiares por parte de mãe) ao negar a bandeira do Pendragon e instituir em
Camelot a bandeira com a cruz do Cristo e a Virgem Maria. Essa bandeira foi
confeccionada por Guinevere, sua esposa e rainha de Camelot. Arthur, após a
mudança do reino de Tintagel para Camelot, começou a dar ouvidos a sua esposa
e fazer tudo o que ela queria, com isso negou aos seus ancestrais, traiu o povo
de Avalon e instituiu uma religião una em toda a Bretanha, o Cristianismo.
O Mago Merlim
A Versão das Brumas:
Igraine
foi forçada por Viviane a se deitar com Uther para que ele lhe fizesse um
filho. Depois disso, Arthur foi dado a Ectório para ser criado como um
bastardo, visto que ele fora feito enquanto Igraine ainda era mulher de Gorlois
da Cornualha, e isso não seria aceito por seus súditos. Quando Uther morreu,
Arthur foi levado para Avalon para ser coroado de acordo com as celebrações do
Gamo-Rei, e depois do ritual ele teve que se deitar com a Deusa incorporando o
gamo, para com isso finalizar a sua coroação. Após a coroação, Arthur
recebeu a espada mágica excalibur que tinha uma bainha confeccionada pelas mãos
das sacerdotisas de Avalon, e seus símbolos significavam as mágicas que ela
continha. Para a confecção dessa bainha, a sacerdotisa dava também seu sangue
para a magia, e dentre outras mágicas, a bainha continha a proteção contra
ferimentos e desmaios. Com essa espada e a bandeira do pendragon mantida como a
bandeira do reino, Arthur conseguia que os povos antigos fossem seus aliados
para o resto da sua vida. E não feria as tradições da Igreja Católica, uma
outra forte aliada. Nesta cerimônia, Arthur jurou fidelidade aos preceitos da
Antiga Religião.
Os
Personagens da Lenda:
Rei
Arthur
A
Rainha Guinevere
Guinevere
(ou Gwen) ainda era uma moça quando se casou. Ela foi aceita pelo rei que nem
mesmo a conhecia; mais por causa do seu dote do que por qualquer outra coisa.
Gwen trazia consigo 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados para montá-los.
Arthur ao vê-la encantou-se, mas o coração de Gwen já era de Lancelot do
Lago, o chefe da cavalaria de Arthur. Gwen teve dias felizes em Camelot e em
Tintagel, mas o seu amor proibido fazia com que uma angústia enorme
acompanhasse a Rainha da Bretanha. Gwen não era tão boazinha quanto parece:
ela tornou-se uma mulher fria, calculista e vingativa; deu forças para que
Morgana se casasse com um velho rei e fez com que Lancelot tomasse ódio de
Morgana. Guinevere tinha muitos ciúmes de Morgana; a rainha era também muito
católica e fez com que Arthur trocasse a bandeira do Pendragon pela cruz do
Cristianismo e com isso criou o início da decadência do reinado do seu marido.
Guinevere também mantinha encontros furtivos com seu verdadeiro amor, Lancelot.
A figura da rainha é retratada como a mulher que se impõe num regime onde ela
não tem vez. Guinevere e Morgana formam a espinha dorsal da trama e
desencadeiam todas as histórias que acontecem dentro do reino. Guinevere é
exilada mais tarde por Arthur devido a sua vida "indigna" com
Lancelot.
O Mago Merlim
Merlim
era um título dado ao sacerdote mais graduado na religião antiga. O Merlim era
como se fosse o representante masculino da Deusa. Ele, juntamente com a
Sacerdotisa de Avalon, formavam o elo entre a magia e os humanos. O Merlim, no
início da lenda, é o Taliesin (aquele velho de barba branca, como ficou
imortalizado na mente das pessoas) que teve duas filhas importantes no enredo da
lenda: Igraine (a mãe de Arthur) e Niniane (a Sacerdotisa de Avalon que
substituiu Viviane). Taliesin foi também o articulador e conselheiro do reino
de Ambrósio e Uther Pendragon. Já no reino de Arthur ele participou do início
mas pela sua idade foi substituído por Kevin, o Bardo. Kevin era um homem com
problemas físicos, foi surrado por um cavaleiro na sua infância e com isso tem
problemas para se locomover, ficando corcunda e manco, e mesmo os problemas nas
mãos não o impediram de fazer valer o seu maior dom: a Harpa. A
bela voz também o acompanhava, Kevin era o melhor harpista de todo o reino de
Camelot e empunhava a sua amada (a sua harpa) de uma forma peculiar, pois não
tinha forças para erguê-la e por isso abaixava-se junto ao instrumento como
que reverenciando-o por todos os belos sons que ele emitia. Kevin era calmo e
muito lúcido, e por vezes se mostrou até pouco radical quanto à sua religião
para não ferir os propósitos maiores que era manter a religião pagã viva e não
torná-la a mais importante da Bretanha. Nesse período, os antigos já tinham a
certeza de que a sua religião não era mais a dominante na região, mas que
apenas continuaria viva e deveria se respeitada assim como a católica. O papel
do Merlim na trama a partir daí não era o de fazer magia e feitiços, mas sim
de mostrar ao seu povo que ele continuava junto ao rei e com isso assegurar a
paz entre o reino e os povos antigos, tornando-os aliados incontestáveis. O
Merlim era um título e não um homem, é bom que isso fique muito bem claro.
Lancelot
Lancelot
era filho de Viviane, o melhor guerreiro da Távola Redonda e o Mestre de Armas
de Arthur. Lancelot mantinha vínculos com Avalon e sempre que podia visitava
sua mãe, porém ele não seguia nenhuma das duas religiões da época (Católica
e Wicca), Lancelot não era um homem ligado aos cultos religiosos, embora
pertencesse à linhagem real e tivesse a visão. Ele era apaixonado por
Guinevere, antes mesmo desta se tornar rainha. A sua vida sempre foi regada por
vitórias em batalhas e campeonatos, Lancelot era o mais valioso guerreiro do
rei e o mais hábil domador de cavalos selvagens. Casou-se tarde, com a filha do
rei Pelinore e, com isso, se afastou um pouco do reino de Camelot e da rainha
Guinevere, com quem mantinha encontros furtivos e a quem realmente pertencia o
seu coração. O seu romance com Guinevere foi descoberto pelos cavaleiros da Távola
Redonda, e depois disso ele foi expulso do reino de Arthur e nunca mais voltou.
Lancelot morreu velho no reino de seu sogro, o Rei Pelinore.
Morgana
das Fadas
Morgana
era a irmã mais velha de Arthur. Filha de Igraine e Gorlois da Cornualha. Ela
foi criada em Avalon como uma sacerdotisa, segundo as ambições de Viviane, sua
tia, Morgana seria a próxima Senhora de Avalon, pois tinha a linhagem real e
era muito aplicada à Deusa e aos seus ensinamentos. Mas, depois da Cerimônia
do Gamo-Rei, onde Morgana foi dada ao seu irmão Arthur em nome da deusa, ela se
aborreceu com Viviane e com o que foi obrigada a fazer e abandonou Avalon. Foi
morar com Morgause (sua tia) e depois foi para a corte de seu irmão. Morgana
também era apaixonada por Lancelot, mas este nunca a quis por ela ser sua prima
e por ver em Morgana sua mãe Viviane. Morgana armou o casamento de Lancelot, e,
com isso, afastou-o de Guinevere se vingando de tudo que sofrera até então.
Morgana teve um filho (Gwydion ou Mordred) com o rei Arthur, que depois de muito
tempo voltou para Camelot e se tornou o conselheiro de Arthur até virar o
grande herdeiro do trono depois da morte do filho de Lancelot. Morgana foi
expulsa de Camelot depois de roubar a bainha mágica de Excalibur e jogá-la no
lago sagrado. Morgana não concordava com a transformação de Camelot num reino
cristão e lutou com todas as suas forças para derrubar Arthur do poder. Ela
fracassou em todas as tentativas dessa sua luta pessoal e perdeu com isso a
amizade dos poucos que gostavam dela. Acolon, um consorte dela, morreu tentando
derrubar o rei para Morgana, isso a deixou muito abalada e fez com que ela se
exilasse em Avalon para a eternidade. Morgana morreu velha em Avalon que se
perdeu para sempre nas brumas.
Viviane - A Senhora de Avalon
Viviane
é uma das grandes personagens da trama. Ela é irmã mais velha de Igraine e
Morgause. Viviane teve dois filhos, Lancelot e Balam. Lancelot se tornou o
mestre de guerra de Arthur e Balam era um dos cavaleiros do Rei. É a tia de
Morgana e Arthur. Viviane é a fiel representante da Deusa, a Sacerdotisa de
Avalon. Ela ganhou muitas inimizades devido à sua devoção incondicional às
suas crenças. A primeira a se revoltar quanto ao seu modo de agir foi Igraine,
que teve de casar com Gorlois de acordo com a vontade da Deusa, e depois teve
que se dar a Uther antes mesmo de se tornar viúva, para conceber Arthur.
Viviane morreu pelas mãos do meio irmão(Balim) de seu filho. Ela esteve na
comemoração de Pentecostes para requerer que Arthur continuasse fiel às suas
promessas de respeito à religião dos povos antigos. Balim, Cavaleiro do Rei,
aproveitou-se disso para matá-la em frente a toda corte e sofreu as punições
devidas a uma desonra como essa. Balim foi morto por Lancelot em vingança a sua
mãe, com o consentimento do Rei Arthur. Viviane foi enterrada em frente a um
convento no memorial da Corte, a contra-gosto de Morgana que queria levar o
corpo a Avalon para que ela recebesse as últimas saudações
Uther
Pendragon
Uther
Pendragon foi o rei que substituiu Ambrósio. Uther era o capitão da guarda de
Ambrósio, não sendo herdeiro por direito, visto que não era filho do rei. Com
a morte de Ambrósio, Uther era o seu preferido, e por isso foi o escolhido.O
novo rei foi leal ao seu povo e muito voltado para os combates, já que era um
ótimo guerreiro.Ele se apaixonou por Igraine que até então era a esposa de
Gorlois, Duque da Cornualha. Igraine também se apaixonou por ele e Merlim os
ajudou a ter uma noite de amor enquanto Igraine ainda era casada. Uther usou as
roupas de Gorlois e com um encanto todos acharam que este realmente era o Duque
e entrou no quarto de Igraine para passar a noite com ela. Desta noite surgiu
Arthur o Grande Rei.Depois disso Gorlois foi morto pelos homens do Rei e Uther
pde se casar com Igraine.PENDRAGON - era um título dado ao mestre das armas. O
Pendragon era o melhor guerreiro, o mais respeitado e o chefe de guerra.
Igraine
Igraine
era filha da Grande Sacerdotisa, irmã de Viviane (a Senhora do Lago) e de
Morgause.Ela foi treinada para ser sacerdotisa em Avalon assim como sua irmã
mais velha, mas Viviane a entregou para Gorlois e este a fez sua esposa.Ela teve
uma filha de Gorlois (Morgana), e depois teve um filho de Uther (Arthur).
Igraine, enquanto esposa de Gorlois ficou muito longe de sua fé e renunciou a
visão (mais por raiva de ter sido casada contra a sua vontade do que por causa
do afastamento de Avalon), e foi muito infeliz com este casamento. Depois, com
Uther, o homem que amava, foi feliz e deu um herdeiro a ele. Teve ótimos dias
em Tintagel mas, sempre teve muita tristeza por não ter conseguido dar um filho
que fosse legitimado o príncipe herdeiro, visto que Arthur nasceu antes de
Uther e Igraine constituírem matrimônio, e não poderia ser proclamado
herdeiro com o consentimento do povo e de seus aliados.Com a morte de Uther,
Igraine foi viver num convento (ela já tinha, nessa época se entregado ao
cristianismo), só saindo de lá na ocasião do casamento de seu filho Arthur.
Igraine morreu no convento, tendo ao lado somente Guinevere (a rainha) e
clamando por Morgana.
O
Amor Proibido entre Lancelot e Guenevere
Guinevere
(Gwenwyfar ou Gwen) e Lancelot são duas personagens muito importantes em toda
essa lenda de Camelot. De um lado, a grande rainha e mulher de Arthur, o mais
justo dos reis, e, do outro lado, o grande herói, o melhor cavaleiro, o chefe
da cavalaria real: Sir Lancelot. Esse amor nasceu de uma visita de Lancelot ao
reino do pai de Guinevere para cogitar se a herdeira daquele reino era digna de
se sentar ao lado do grande rei da Bretanha, Arthur. Os dois se olharam e
trocaram sorrisos, e a partir daí nasceu o amor tão comentado e polêmico que
decreta a ruína de Camelot. Depois de muitos anos, Lancelot se casa e some de
vez do reino de Arthur, mas, com o retorno do grande cavaleiro à Camelot, Gwen
e Lancelot voltam a se encontrar e, guiados por Mordred , os Cavaleiros da Távola
Redonda armam uma emboscada a fim de desmascarar toda essa traição ao seu
grande Rei. Lancelot é descoberto, e numa luta contra os cavaleiros acaba
fugindo, mas antes mata Gareth, o filho de Morgause e o seu maior fã. Arthur
descobre, manda Gwen para um convento e decreta a expulsão de Lancelot de seu
reino. Existe uma outra versão que diz que Arthur condenou Gwen à fogueira e
Lancelot veio em seu auxílio e a livrou da morte lutando com muitos soldados do
Rei e decretando guerra a Arthur, mas isso é por mim visto como muito romântico
e fantasioso, cabe ao leitor acatar a versão da lenda que lhe é mais
apropriada, lembrem-se que o meu objetivo é narrar os fatos e não impor qual
é o certo e o errado. Por fim, Gwen acaba voltando para Camelot depois de um
pedido de perdão de Lancelot e a sua promessa de nunca mais voltar ao reino de
Arthur enquanto os dois viverem.
O
Filho de Morgana
Mordred
(ou Gwidion) era o filho de Morgana e Arthur, nascido da Cerimônia do Gamo Rei.
Mordred foi criado em segredo longe dos olhos de Arthur por Morgause e aprendeu
as artes da guerra em território saxão (os saxões eram inimigos do povo de
Arthur, os bretões). Mordred voltou e se apresentou ao rei como filho de
Morgana e foi feito cavaleiro da Távola Redonda por Lancelot, depois de desafiá-lo
publicamente em uma festa de Pentecostes. Mordred também foi treinado para ser
um Merlim da Bretanha em Avalon, e era como sacerdote que ele negara toda a
religião cristã e se tornara o conselheiro de Arthur (que sabia que Mordred
era seu filho). Mordred se tornou herdeiro do reino depois da morte de Galahad
(filho de Lancelot) na busca do Santo Graal. Contudo Mordred nunca assumiu esse
trono. Ele morreu antes disso numa batalha, depois de comandar a derrocada do
reino de Arthur revelando a todos o romance de Gwen e Lancelot. Mordred tinha
raiva de seus pais por o terem abandonado e queria muito se vingar do rei por
questões pessoais e pela traição à Avalon. Existe uma versão que diz que
Arthur e Mordred morreram lutando um contra o outro, e fala-se também que
Lancelot matou Mordred e depois morreu guerreando contra Arthur. Todas essas
versões enriquecem essa história maravilhosa!
A
Távola Redonda
A
Távola Redonda nada mais era do que uma mesa redonda que Arthur ganhou do pai
de Guinevere em seu casamento (Aliás, Arthur se casou com Guinevere por causa
de um dote de 100 cavalos de guerra pesados e 100 soldados cavaleiros). Após
isso, com a criação de Camelot, Arthur mandou construir um salão enorme para
colocar essa mesa, de modo que todos os cavaleiros pudessem se reunir, não
havendo lugares mais importantes entre eles, visto que, na mesa não haviam
quebras e por isso simbolicamente todos os presentes eram iguais. Os
"Cavaleiros da Távola Redonda" eram todos os homens que eram feitos
cavaleiros por Arthur ou os que eram formados fora do reino e que tenham sido
absorvidos por Arthur como sendo de confiança (Lancelot, Gawaine e outros). A
história fala de 12 cavaleiros, mas isso não deve ser uma regra.
A
Criação de Camelot
Camelot
era o reino do Rei Arthur e dos Cavaleiros da Távola Redonda. Ele foi criado
depois que Arthur conseguiu expulsar os saxões de sua terra, ganhando com isso
a aliança dos inimigos. Antes, Arthur morava no Castelo de Tintagel, onde era a
base de seu reino. Em Camelot, Arthur construiu a sala da Távola Redonda e foi
aí que começou a ser criada a ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda (que
eram todos os homens feitos cavaleiros por Arthur). O local era em cima de uma
montanha, rodeado por um lago e muito fortificado visto que a altura facilitava
a visão da guarda. Foi ali que Arthur conseguiu a felicidade e a calmaria.
Camelot
seria o reino onde Arthur estabelecera sua corte, mas onde ficava Camelot e de
onde teria surgido este nome?
Supõe-se que o nome Camelot, referindo-se à suposta capital de Arthur, tenha sido dado pela primeira vez, no século XII, pelo romancista francês Chrétien de Troyes. Não há nenhuma garantia histórica sobre a existência de tal capital e essa idéia só entra na história depois que o general Arthur se transformou mitologicamente na figura do rei. Acredita-se que Camelot seja uma corruptela francesa para Camalodunum, nome romano de Colchester. Em 1542, um antiquário chamado John Leland visitou a colina de Cadbury (ao lado), em Somerset, que os habitantes chamavam de Palácio de Arthur, e ficou realmente convencido de que lá ficava a Camelot de Arthur, o que levou a chamá-la de Camelot e interpretar erroneamente o nome da vila vizinha de Queen's Camel, dizendo que originalmente poderia ter-se chamado Queen's Camellat. Essa associação infeliz ocultou as prentenções de Cadbury ser a verdadeira fortaleza de Arthur.
Cadbury, próxima a Glastonbury, é um monte de 75 metros de altura cujo topo se estende por 8 hectares. O monte é cercado por quatro elevações, uma acima da outra, remanescentes de antigas obras de defesa. Em 1960, provou-se que o local foi habitado entre 500 e 400 a.C.; que os romanos a encontraram ocupada, massacraram alguns de seus habitantes e removeram o restante para o nível do solo; e que mais tarde desmantelaram o forte e aplainaram o topo da colina. Outro estágio das escavações arqueológicas revelou que a colina havia sido refortificada em 470 d.C., fato provado pela presença, nos muros e pilares, de fragmentos de cerâmica do estilo Tintagel do século V.
Os locais foram sugeridos para a capital de Arthur, como Caerlon-on-Usk, no País de Gales, mostrado nos textos de Godofredo de Monmouth. O patrono de Willian Caxton, que editou a versão de Malory da lenda de Arthur, afirmava que existia uma cidade de Camelot, no País de Gales, que parecem ser os remanescentes romanos de Caerleon. Já Malory identificava Camelot como sendo a atual Winchester. No entanto, parece que as maiores evidências são para a Colina de Cadbury como a fortaleza de Arthur, já que esta servia perfeitamente como quartel-general para alguém que estivesse lutando no sudoeste da Inglaterra, em uma batalha travada no perímetro da planície de Salisbury.
Supõe-se que o nome Camelot, referindo-se à suposta capital de Arthur, tenha sido dado pela primeira vez, no século XII, pelo romancista francês Chrétien de Troyes. Não há nenhuma garantia histórica sobre a existência de tal capital e essa idéia só entra na história depois que o general Arthur se transformou mitologicamente na figura do rei. Acredita-se que Camelot seja uma corruptela francesa para Camalodunum, nome romano de Colchester. Em 1542, um antiquário chamado John Leland visitou a colina de Cadbury (ao lado), em Somerset, que os habitantes chamavam de Palácio de Arthur, e ficou realmente convencido de que lá ficava a Camelot de Arthur, o que levou a chamá-la de Camelot e interpretar erroneamente o nome da vila vizinha de Queen's Camel, dizendo que originalmente poderia ter-se chamado Queen's Camellat. Essa associação infeliz ocultou as prentenções de Cadbury ser a verdadeira fortaleza de Arthur.
Cadbury, próxima a Glastonbury, é um monte de 75 metros de altura cujo topo se estende por 8 hectares. O monte é cercado por quatro elevações, uma acima da outra, remanescentes de antigas obras de defesa. Em 1960, provou-se que o local foi habitado entre 500 e 400 a.C.; que os romanos a encontraram ocupada, massacraram alguns de seus habitantes e removeram o restante para o nível do solo; e que mais tarde desmantelaram o forte e aplainaram o topo da colina. Outro estágio das escavações arqueológicas revelou que a colina havia sido refortificada em 470 d.C., fato provado pela presença, nos muros e pilares, de fragmentos de cerâmica do estilo Tintagel do século V.
Os locais foram sugeridos para a capital de Arthur, como Caerlon-on-Usk, no País de Gales, mostrado nos textos de Godofredo de Monmouth. O patrono de Willian Caxton, que editou a versão de Malory da lenda de Arthur, afirmava que existia uma cidade de Camelot, no País de Gales, que parecem ser os remanescentes romanos de Caerleon. Já Malory identificava Camelot como sendo a atual Winchester. No entanto, parece que as maiores evidências são para a Colina de Cadbury como a fortaleza de Arthur, já que esta servia perfeitamente como quartel-general para alguém que estivesse lutando no sudoeste da Inglaterra, em uma batalha travada no perímetro da planície de Salisbury.
Avalon
- O Túmulo de Arthur
Avalon,
chamada de Avilion por Malory, surgiu pela primeira vez na história de Arthur
através de Godofredo de Monmouth. Godofredo juntou uma miscelânea de tradições
com relação à sobrevivência de Arthur e ao lugar de refúgio: tanto para
britânicos, bretões ou galeses, o lugar é sempre um paraíso cercado de água,
localizado na região costeira, que se chamava Avalon. E disse: "O renomado
rei Arthur, gravemente ferido, foi levado para a ilha de Avalon, para a cura de
suas feridas, onde entregou a coroa da Bretanha a seu parente Constantino, filho
de Cador, duque da Cornualha, no ano de 542 do Nosso Senhor". Mais tarde,
no livro Life of Merlin, Godofredo descreve o lugar como uma ilha fantástica,
habitado por nove damas, uma das quais a sua irmã, a fada Morgana.
Grande é a associação de Glastonbury com Avalon. A grande abadia de Glastonbury foi fundada no século V. A seu lado havia uma pequena igreja, muito antiga, de paredes de taipa, que se dizia ser o primeiro santuário construído na Bretanha, e, assim, associado a José de Arimatéia, que teria trazido o Santo Graal para a Bretanha. Em 1184, um incêndio destruiu a pequena igreja, bem como a maioria dos prédios da abadia. Um programa de reconstrução foi então iniciado por Henrique II, mas, como demandava somas intensas, era necessário alguma coisa para atrair peregrinos com suas bolsas. Giraldus Cambrensis, um galês de ascendência parcialmente normanda, produziu então, entre 1193 e 1199, um obra intitulada De Principis Instructione, na qual registra que Arthur teria sido um benfeitor da abadia e que teria sido na verdade enterrado nela, já que seu corpo fora encontrado em 1190. Jazia entre duas pirâmides de pedra que marcavam os locais de outros túmulos, a 5 metros de profundidade, envolvido em um tronco de árvore oco. Do lado de baixo do tronco que servia de caixão, havia uma pedra e abaixo dela uma cruz de chumbo na qual estavam gravadas as seguintes palavras em latim: "Aqui jaz enterrado o renomado rei Arthur com Guinevere, sua segunda esposa, na ilha de Avalon". Dois terços do caixão eram ocupados por um homem de tamanho incomum e o restante por ossos de uma mulher, juntamente com uma trança de cabelos loiros que virou pó ao ser tocada por um monge. A tal descoberta teve o sucesso que interessava e Glastonbury tornou-se uma atração turística.
Godofredo de Monmouth dissera que Arthur fora levado embora, mortalmente ferido, para a ilha de Avalon. A partir do momento que os ossos de Arthur teria sido encontrados em Glastonbury, junto com a cruz funerária que dizia que ele teria sido enterrado em Avalon, Glastonbury tornou-se sempre Avalon. Guilherme de Malmesbury, em sua Gesta Regum Anglorum (Gesta do Rei dos Anglos), de 1125, apenas menciona o fato de os britânicos chamarem Glastonbury de Inis Witrin, a Ilha de Vidro. Caradoc de Lancafarn, em sua Life of Gildas, de 1136, repetiu que os britânicos a chamavam de Ynis Gutrin, Ilha de Vidro. Giraldus Cambrensis e Ralph, abade de Coggeshall, em sua Chronicon Anglicanum (Crônica Anglicana), foram os dois primeiros escritores a dizer que Glastonbury era Avalon.
Grande é a associação de Glastonbury com Avalon. A grande abadia de Glastonbury foi fundada no século V. A seu lado havia uma pequena igreja, muito antiga, de paredes de taipa, que se dizia ser o primeiro santuário construído na Bretanha, e, assim, associado a José de Arimatéia, que teria trazido o Santo Graal para a Bretanha. Em 1184, um incêndio destruiu a pequena igreja, bem como a maioria dos prédios da abadia. Um programa de reconstrução foi então iniciado por Henrique II, mas, como demandava somas intensas, era necessário alguma coisa para atrair peregrinos com suas bolsas. Giraldus Cambrensis, um galês de ascendência parcialmente normanda, produziu então, entre 1193 e 1199, um obra intitulada De Principis Instructione, na qual registra que Arthur teria sido um benfeitor da abadia e que teria sido na verdade enterrado nela, já que seu corpo fora encontrado em 1190. Jazia entre duas pirâmides de pedra que marcavam os locais de outros túmulos, a 5 metros de profundidade, envolvido em um tronco de árvore oco. Do lado de baixo do tronco que servia de caixão, havia uma pedra e abaixo dela uma cruz de chumbo na qual estavam gravadas as seguintes palavras em latim: "Aqui jaz enterrado o renomado rei Arthur com Guinevere, sua segunda esposa, na ilha de Avalon". Dois terços do caixão eram ocupados por um homem de tamanho incomum e o restante por ossos de uma mulher, juntamente com uma trança de cabelos loiros que virou pó ao ser tocada por um monge. A tal descoberta teve o sucesso que interessava e Glastonbury tornou-se uma atração turística.
Godofredo de Monmouth dissera que Arthur fora levado embora, mortalmente ferido, para a ilha de Avalon. A partir do momento que os ossos de Arthur teria sido encontrados em Glastonbury, junto com a cruz funerária que dizia que ele teria sido enterrado em Avalon, Glastonbury tornou-se sempre Avalon. Guilherme de Malmesbury, em sua Gesta Regum Anglorum (Gesta do Rei dos Anglos), de 1125, apenas menciona o fato de os britânicos chamarem Glastonbury de Inis Witrin, a Ilha de Vidro. Caradoc de Lancafarn, em sua Life of Gildas, de 1136, repetiu que os britânicos a chamavam de Ynis Gutrin, Ilha de Vidro. Giraldus Cambrensis e Ralph, abade de Coggeshall, em sua Chronicon Anglicanum (Crônica Anglicana), foram os dois primeiros escritores a dizer que Glastonbury era Avalon.
Os
Anais da Páscoa
A
história do Rei Arthur e seus cavaleiros é realmente apaixonante, tanto que no
século XII ainda havia derramamento de sangue de bretões e ingleses, sendo que
os primeiros lutavam em nome de Arthur. Mas quem foi Arthur? Ele realmente
existiu? Se existiu, por que toda sua história está envolta em lendas e sem
conteúdo histórico?
O mais empolgante é descobrir que Arthur realmente existiu. Como a Páscoa é uma festa móvel, era necessário fazer cálculos para saber quando cairiam as próximas festas, nos anos seguintes. Essas tabelas de cálculos, existentes em várias abadias, eram chamadas de Tabelas da Páscoa. Eram organizadas em colunas, sendo que a coluna da mão direita era deixada em branco. Nela eram anotados os eventos de importância relevante. Os itens desta coluna eram chamados de Anais de Páscoa.
É comumente aceito que a data do manuscrito que continha os anais é consideravelmente mais velha que os eventos anotados nela; mas os especialistas concordam que, quando novas tabelas de cálculo eram feitas, os principais eventos das tabelas anteriores eram transcritos para as mais novas. No Museu Britânico há um maço de documentos conhecidos como Historical Miscellany (Coletânea histórica) que contém um conjunto de tabelas de Páscoa. Em suas colunas de anais ocorrem dois registros: O primeiro tem sua data discutida, já que o copista teria datado os registros a partir do ano em que se iniciaram os anais, que pode ser 499 ou 518 d.C. Está escrito: "Batalha de Badon, na qual Arthur carregou nos ombros a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por três dias e três noites, e os bretões foram vitoriosos". No segundo registro de 539, lê-se: "Batalha de Camlann, na qual Arthur e Modred morreram. E houve pragas na Bretanha e Irlanda". O argumento que mais demonstra se tratar de uma evidência histórica é que também Gildas mencionou a Batalha do Monte Badon, cuja ocorrência registrou a mesma data do seu nascimento, descrevendo-a como "a última matança do inimigo, depois do que, durante toda a sua vida, teria sido refreado o avanço saxônico no sudeste e no sudoeste". Além disso, em uma conhecida história marcada por ausência de nomes próprios, Gildas, apesar de não falar no nome de Arthur, cita o nome da batalha, atribuindo-lhe importância singular.
Os anais dizem que Arthur lutou por três dias e três noites, o que é verossímil, pois Gildas chamou essa batalha de cerco obsessio Badonici. O fato de Arthur ter carregado a cruz nos ombros explica-se pela possível troca de palavras shield (escudo) por shoulder (ombros). A localização da colina chamada Badon é controvertida, mas supõe-se que deva estar localizada além de Kent e Essex, na rota do avanço saxônico.
É a partir desta batalha que a penetração anglo-saxônica proveniente do sudeste se interrompe, quando já tinha atingido as fronteiras da planície de Salisbury, em Berkshire e Hampshire, reiniciando somente meio século mais tarde. Não é sabido se Arthur e seus guerreiros atingiram o topo ou se foram os sitiantes; de qualquer modo o resultado foi o massacre dos saxões. Essa referência e aquela em que tanto Arthur como Modred morrem na Batalha de Camlann foram os profundos alicerces com os quais se ergueu a elevada e bem estruturada fama de Arthur.
O mais empolgante é descobrir que Arthur realmente existiu. Como a Páscoa é uma festa móvel, era necessário fazer cálculos para saber quando cairiam as próximas festas, nos anos seguintes. Essas tabelas de cálculos, existentes em várias abadias, eram chamadas de Tabelas da Páscoa. Eram organizadas em colunas, sendo que a coluna da mão direita era deixada em branco. Nela eram anotados os eventos de importância relevante. Os itens desta coluna eram chamados de Anais de Páscoa.
É comumente aceito que a data do manuscrito que continha os anais é consideravelmente mais velha que os eventos anotados nela; mas os especialistas concordam que, quando novas tabelas de cálculo eram feitas, os principais eventos das tabelas anteriores eram transcritos para as mais novas. No Museu Britânico há um maço de documentos conhecidos como Historical Miscellany (Coletânea histórica) que contém um conjunto de tabelas de Páscoa. Em suas colunas de anais ocorrem dois registros: O primeiro tem sua data discutida, já que o copista teria datado os registros a partir do ano em que se iniciaram os anais, que pode ser 499 ou 518 d.C. Está escrito: "Batalha de Badon, na qual Arthur carregou nos ombros a cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, por três dias e três noites, e os bretões foram vitoriosos". No segundo registro de 539, lê-se: "Batalha de Camlann, na qual Arthur e Modred morreram. E houve pragas na Bretanha e Irlanda". O argumento que mais demonstra se tratar de uma evidência histórica é que também Gildas mencionou a Batalha do Monte Badon, cuja ocorrência registrou a mesma data do seu nascimento, descrevendo-a como "a última matança do inimigo, depois do que, durante toda a sua vida, teria sido refreado o avanço saxônico no sudeste e no sudoeste". Além disso, em uma conhecida história marcada por ausência de nomes próprios, Gildas, apesar de não falar no nome de Arthur, cita o nome da batalha, atribuindo-lhe importância singular.
Os anais dizem que Arthur lutou por três dias e três noites, o que é verossímil, pois Gildas chamou essa batalha de cerco obsessio Badonici. O fato de Arthur ter carregado a cruz nos ombros explica-se pela possível troca de palavras shield (escudo) por shoulder (ombros). A localização da colina chamada Badon é controvertida, mas supõe-se que deva estar localizada além de Kent e Essex, na rota do avanço saxônico.
É a partir desta batalha que a penetração anglo-saxônica proveniente do sudeste se interrompe, quando já tinha atingido as fronteiras da planície de Salisbury, em Berkshire e Hampshire, reiniciando somente meio século mais tarde. Não é sabido se Arthur e seus guerreiros atingiram o topo ou se foram os sitiantes; de qualquer modo o resultado foi o massacre dos saxões. Essa referência e aquela em que tanto Arthur como Modred morrem na Batalha de Camlann foram os profundos alicerces com os quais se ergueu a elevada e bem estruturada fama de Arthur.
A Historia Brittonum
Em
segundo lugar, em importância como documento histórico, é a coleção do
monge galês Nênio, da metade do século VIII, onde, segundo ele, agrupou tudo
aquilo que havia encontrado nos anais romanos, os escritos dos santos padres e a
tradição dos sábios. Esta coleção faz parte da Historical Miscellanny e é
conhecida como Historia Brittonum (História dos Bretões). Começa com a
recapitulação de outros trabalhos, inclusive o cálculo das seis era do mundo,
iniciando com o Dilúvio; a seguir vem o que é chamado de seção independente,
informações das quais Nênio foi a única fonte. Relata a carreira de
Vortigern e o estímulo dado aos saxões. Nênio conta a história da
descoberta, feita por Vortigern, de um menino clarividente, chamado Ambrosius,
cuja mãe confessa ter sido ele gerado por um íncubo. Esse menino diz que o
castelo que Vortigern se esforça tanto para construir não ficará em pé e
avisa-lhe para drenar o poço que ele encontrará debaixo de suas fundações.
Assim que for esvaziado, nele se descobrirão dois dragões: um vermelho e outro
branco, que lutarão entre si. O branco vence o vermelho e o menino diz que a
luta prediz a vitória saxônica sobre os bretões.
Depois dessa fábula vem uma passagem que, apesar de ter sido escrito muito tempo depois, será tão preciosa quanto os registros dos Anais da Páscoa. Inicia indicando uma data: "Depois da morte de Hengist, seu filho Octha, proveniente do norte da Bretanha, fixa-se em Kent, de onde inicia a dinastia dos reis de Kent". A ascensão de Octha, sob o nome de Aesc, ocorreu em 488, de acordo com a Crônica Anglo-Saxônica. Nênio continua: "Então, naqueles dias, Arthur lutou contra eles junto com os reis bretões, tendo sido o líder das batalhas". Isto mostra que, após a retirada dos romanos, muitos reis, soberanos de pequenos reinos britânicos, uniram-se contra os saxões, sendo Arthur comandante geral das tropas combinadas. Não foi somente Nênio que afirmou que Arthur não foi um rei propriamente dito; em outro capítulo do livro The Marvels of Britain (As maravilhas da Bretanha), ele o chama de um simples soldado, ou miles; Nênio fala ainda de Cabal, o cachorro, e do túmulo de Anwr, filho de Arthur, o soldado.
A próxima passagem é rápida e misteriosa; é uma lista das doze batalhas onde Arthur lutou, das quais apenas duas são passíveis de identificação. Nênio diz que a primeira batalha ocorreu no rio Glen, que pode ser tanto em Northumberland como em Lincolnshire. A segunda, a terceira, a quarta e a quinta batalhas aconteceram no rio Dubglas, in regio Linnus, o que pode significar Lindsey, em Lincolnshire. A sexta foi em Bassas, nome que não foi traduzido. A sétima foi a Batalha de Caledonian Wood, que se acredita ser uma floresta em Strathclyde. A oitava foi na Tor Guinnion, lugar que não foi identificado geograficamente, mas é assinalado pela narração de que ali Arthur teria carregado nos ombros a imagem da Virgem Maria, por cuja virtude e pela de Jesus Cristo, os pagãos teriam sidos expulsos. A nona ocorreu na cidade de Legion, nome romano de Chester. A décima foi na praia de Tribuit; a décima primeira, na montanha de Agned; e a décima segunda no monte Badon, e foi aí que Nênio disse que tinham caído novecentos e sessenta em um violento ataque desfechado por Arthur. Apesar de não ser possível delinear com exatidão onde ocorreram, parece que as batalhas ocorreram em uma área ampla, que ia de Strathclyde, no noroeste oriental, talvez até Northumberland ou, mais para o sul, até Lincolnshire; de Chester no oeste até algum lugar no sudoeste, onde o combate do monte Badon culminaria com uma vitória definitiva, estabelecendo, por fim, cinqüenta anos de paz.
Depois dessa fábula vem uma passagem que, apesar de ter sido escrito muito tempo depois, será tão preciosa quanto os registros dos Anais da Páscoa. Inicia indicando uma data: "Depois da morte de Hengist, seu filho Octha, proveniente do norte da Bretanha, fixa-se em Kent, de onde inicia a dinastia dos reis de Kent". A ascensão de Octha, sob o nome de Aesc, ocorreu em 488, de acordo com a Crônica Anglo-Saxônica. Nênio continua: "Então, naqueles dias, Arthur lutou contra eles junto com os reis bretões, tendo sido o líder das batalhas". Isto mostra que, após a retirada dos romanos, muitos reis, soberanos de pequenos reinos britânicos, uniram-se contra os saxões, sendo Arthur comandante geral das tropas combinadas. Não foi somente Nênio que afirmou que Arthur não foi um rei propriamente dito; em outro capítulo do livro The Marvels of Britain (As maravilhas da Bretanha), ele o chama de um simples soldado, ou miles; Nênio fala ainda de Cabal, o cachorro, e do túmulo de Anwr, filho de Arthur, o soldado.
A próxima passagem é rápida e misteriosa; é uma lista das doze batalhas onde Arthur lutou, das quais apenas duas são passíveis de identificação. Nênio diz que a primeira batalha ocorreu no rio Glen, que pode ser tanto em Northumberland como em Lincolnshire. A segunda, a terceira, a quarta e a quinta batalhas aconteceram no rio Dubglas, in regio Linnus, o que pode significar Lindsey, em Lincolnshire. A sexta foi em Bassas, nome que não foi traduzido. A sétima foi a Batalha de Caledonian Wood, que se acredita ser uma floresta em Strathclyde. A oitava foi na Tor Guinnion, lugar que não foi identificado geograficamente, mas é assinalado pela narração de que ali Arthur teria carregado nos ombros a imagem da Virgem Maria, por cuja virtude e pela de Jesus Cristo, os pagãos teriam sidos expulsos. A nona ocorreu na cidade de Legion, nome romano de Chester. A décima foi na praia de Tribuit; a décima primeira, na montanha de Agned; e a décima segunda no monte Badon, e foi aí que Nênio disse que tinham caído novecentos e sessenta em um violento ataque desfechado por Arthur. Apesar de não ser possível delinear com exatidão onde ocorreram, parece que as batalhas ocorreram em uma área ampla, que ia de Strathclyde, no noroeste oriental, talvez até Northumberland ou, mais para o sul, até Lincolnshire; de Chester no oeste até algum lugar no sudoeste, onde o combate do monte Badon culminaria com uma vitória definitiva, estabelecendo, por fim, cinqüenta anos de paz.