quinta-feira, 20 de setembro de 2012

1870: Paris é cercada pelos alemães

Em 19 de setembro de 1870, o cerco das tropas alemãs a Paris marcou o início do fim da guerra de Bismarck contra Napoleão 3º.  O fato que conduziu diretamente ao irrompimento da Guerra Teuto - Francesa de 1870 foi a candidatura do Príncipe Leopoldo Von Hohenzollern - Sigmaringen, um parente distante do rei Prussiano Guilherme 1º, ao trono espanhol, que havia ficado vago após a revolução de 1868.

                                                       
                              Após a guerra teuto - francesa, Bismarck governou a Prússia de 1871 a 1890

Embora sem o consentimento de Guilherme 1º, o então chefe de governo da Prússia, Otto Von Bismarck, convenceu Leopoldo de que o trono espanhol deveria ser ocupado por alguém da dinastia Hohenzollenr. Já a França, governada por Napoleão 3º, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi contra, por temer um desequilíbrio de poder na Europa em favor dos alemães.

Num gesto extremo, Paris ameaçou a Prússia com guerra, caso não retirasse o apoio ao candidato ao trono espanhol. A pressão de Guilherme 1º cresceu, a ponto de Leopoldo desistir oficialmente. Mas Napoleão 3º, que pretendia ver a Prússia humilhada exigiu do soberano alemão um pedido oficial de desculpas e, acima de tudo, a garantia de que também no futuro a dinastia Hohenzollenrn  não ambicionaria o trono espanhol.

Esta exigência foi manipulada por Bismarck para ser entendida como um ultimato da França. Ele não só acreditava que seu país estivesse preparado para um conflito armado: apostava, também no efeito psicológico que uma declaração de guerra contra a Prússia teria nos países vizinhos. Contando com a solidariedade dos países de idioma alemão, estaria praticamente atingida a meta unificação.


Vizinhos do Sul aliaram-se - à Prússia


A guerra foi declarada pela França a 19 de julho de 1870 e. imediatamente, a Alemanha e seus vizinhos sulinos uniram-se numa frente contra Napoleão 3ª e suas tropas. O império Austro Húngaro, a Rússia, a Itália e a Inglaterra preferiram manter a neutralidade. Enquanto as tropas alemãs, do comandante - chefe conde Helmuth Von Moltke, dispunham de 400 mil soldados, os franceses conseguiram mobilizar apenas 200 mil.

A primeira batalha, a 2 de agosto, em Saarbrúcken, foi vencida pela França. Quantro dias depois, entretanto, o país sofria a primeira derrota. As seguintes seriam em Vionville (15 de agosto), Gravelotte (18) e Beaumont (30/08).


A batalha decisiva foi iniciada na manhã de 1º de setembro em Sedan. Napoleão chegou ao campo de batalha na tarde do mesmo dia e assumiu o comando militar. Ao conscientizar-se da situação desoladora, ordenou que fosse içada a bandeira branca. Na mesma noite foi negociada a capitulação e a prisão de Napoleão e 83 mil soldados franceses.


Quando esta notícia chegou a Paris, houve uma rápida rebelião, a Assembleia Constituinte foi dissolvida e, a 4 de setembro, proclamada a República Francesa. No dia 19 de setembro de 1870, as tropas alemãs cercaram Paris. Nos conflitos que se seguiram, comandados pelo governo da resistência, em Tours, os franceses foram derrotados pelos prussianos. Os sérios problemas de abastecimento e a forma rudimentar com que a população civil tentava evitar a tomada da capital apressaram a capitulação, a 19 de janeiro de 1871.

Um dia antes, Guilherme I havia sido coroado imperador alemão no Palácio de Versalhes, selando o objetivo de Bismarck, de uma grande potência alemã. A capitulação formal de Paris e o armistício aconteceram a 28 de janeiro de 1871. Seguiram-se a composição da Assembleia Nacional francesa e a constituição da Terceira República. O acordo de paz foi selado em Frankfurt, a 10 de maio de 1871. Como reparação de guerra, a França abdicou da Alsácia e foi forçada a pagar uma alta soma em dinheiro.


Política indigenista no Brasil

Estima-se que na época da descoberta do Brasil pelos portugueses, existiam cerca de cinco milhões de índios no território nacional, divididos  em mil povos diferentes. Hoje em dia, são apenas 227 povos e sua população está em torno de 400 mil. As razões do extermínio dos povos nativos são muitas e estão ligadas às doenças trazidas pelos colonizadores, ao uso de armas a fim de conquistar seus territórios, â dominação cultural entre tantas outras formas de dominação.

No século XIX, com os avanços da biologia, em especial da epidemiologia, foi comum o homem branco utilizar-se de doenças como ferramenta de conquista de território. Um caso clássico se deu no Maranhão, na vila de Caxias. De acordo com o antropólogo Mércio Pereira Gomes, em 1816 fazendeiros da região, com o objetivo de apossarem-se de mais terras, resolveram “presentear” os índios locais com roupas de pessoas infectadas com a varíola (geralmente essas peças eram queimadas para se evitar a transmissão da doença). Os indígenas levaram essas roupas para suas aldeias e muitos acabaram morrendo, deixando muitas áreas livres para que os fazendeiros pudessem criar gado. Casos semelhantes ocorreram na região Amazônica e em toda América do Sul.

A fim de se redimir do extermínio causado aos povos nativos, o Brasil nomeou o Dia do Índio, comemorado em 19 de abril. A data foi instituída pelo presidente Getúlio Vargas por meio do Decreto-Lei 5540 de 1943 e celebra a mesma data em que, em 1940, várias lideranças indígenas do continente organizaram o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Muitos representantes das nações indígenas não participaram do Congresso temendo não serem ouvidas pelos homens brancos. Durante esse encontro foi criado o Instituto Indigenista Interamericano. O organismo, também com sede no México, tem como objetivo principal defender os interesses dos povos nativos da América em todo o continente.

O Brasil só aderiu à nova instituição devido à intervenção do Marechal Rondon. O militar foi um ardoroso defensor dos povos indígenas. Ele nasceu na cidade de Mimoso, no interior do estado do Mato Grosso. Seu pai era descendente de portugueses e sua mãe, de índios Bororós. Inicialmente foi professor e, em 1881, matriculou-se na Escola Militar do Rio de Janeiro. Foi indicado componente da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas, explorando os sertões do Mato Grosso, no ano de 1892. Sua tese era: “matar nunca, morrer se necessário”. Foi ele o criador da primeira instituição de cuidados com os índios: o Serviço de Proteção ao Índio. Em 1967, foi então criada a FUNAI - Fundação Nacional do Índio. Esse organismo, vinculado ao Ministério da Justiça, tem como objetivo principal promover políticas de desenvolvimento sustentável das populações indígenas, aliar a sustentabilidade econômica à sócio-ambiental e implementar medidas de vigilância, fiscalização e de prevenção de conflitos em terras indígenas.

Nesse 19 de abril devemos refletir, e muito, sobre o futuro dos povos indígenas no Brasil e no mundo. Afinal, temos muito a aprender com eles e devemos respeitá-los em sua cultura e suas características.