quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Amistad

Aguarela contemporânea do Amistad

                                             Aguarela contemporânea do Amistad

Representação contemporânea da revolta

                                                     Representação contemporânea da revolta

Réplica do navio Amistad


La Amistad (A amizade em castelhano) foi um navio mercante espanhol utilizado no tráfico de escravos.

Em 1839, Sengbe Pieh
 e outros cinquenta e dois africanos tomaram o controle do navio enquanto estavam acorrentados, matando toda a tripulação mas poupando os navegadores Ruiz e Montez para que eles pudessem pilotar o navio.

 
Captura e julgamento

Antes da rebelião, o La Amistad iria para Camaguey, em Cuba. Após o levante, os navegadores conseguiram enganar os escravos, que acreditavam que voltariam para Serra Leoa, na África. O navio foi apreendido em 26 de Agosto de 1839, em águas territoriais dos Estados Unidos da América
 pelo navioWashington, enquanto a tripulação buscava mantimentos.

Depois da captura houve um longo julgamento sobre o destino dos africanos, acusados de assassinato (considerado fora da jurisdição americana), e dos navegadores, que utilizaram documentos de nascença forjados (uma prática comum) e violaram leis internacionais entre a Inglaterra e a Espanha, que proibia a captura de novos escravos (apenas filhos de escravos já nasciam sem liberdade, e portanto eram os únicos que poderiam ser comercializados).

A Corte dos E.U.A. concordou que a captura dos africanos fora ilegal, e obrigou a que fossem retornados imediatamente para a África. O presidente Martin Van Buren lançou um recurso de apelação, mas a Corte continuou defendendo a sua decisão. Entretanto, devido à importância do caso decidiu que a Suprema Corte deveria ter a palavra final. A Suprema Corte confirmou a decisão de libertar o grupo.

Fonte: Wikipédia. 
 

 
O Amistad entrou para a história em 1839, quando 53 escravos africanos tomaram de assalto o navio.

A Natureza


A Terra vista do espaço. Fotografia tirada pela tripulação da Apollo 17


Exemplo de paisagem natural

Exemplo de paisagem natural


A expressão Natureza aplica-se a tudo aquilo que tem como característica fundamental o facto de ser natural, ou seja, envolve todo o ambiente existente que não teve intervenção antrópica (modificação efectuada pelo Ser Humano no ambiente natural).

Dessa noção da palavra, surge o seu significado mais amplo: a Natureza corresponde ao mundo material e, em extensão, ao Universo físico: toda a sua matéria e energia, inseridas num processo dinâmico que lhes é próprio e cujo funcionamento segue regras próprias (estudadas pelas ciências naturais).

A palavra vem do latim natura.


Escala
 
A escala abrangida pela palavra Natureza, dentro deste contexto, envolve desde o sub-atómico até o amplamente universal, como os planetas e as estrelas. Tomando como o recorte a escala do homem, inclui basicamente o meio ambiente natural e normalmente exclui o meio ambiente construído, de forma a ser tradicionalmente associada à vida selvagem, aos fenómenos e recursos naturais e aos seus processos e dinâmicas próprios. Há também, porém, definições que incluem o meio-ambiente alterado pelo homem como elemento da Natureza.

A associação mais popular que se faz à palavra Natureza, ligando-a à definição do parágrafo anterior,  confunde-a com a ideia de paisagem natural: a paisagem é o resultado dos processos complexos presentes num determinado ambiente, enquanto aNatureza envolve vários, os próprios processos e o resultado.

 
Realidade
 
O mundo natural costuma estar associado ao mundo real.

 
A metafísica
 
Teoricamente, aquilo que está além da percepção natural deste mundo real (os fenómenos físicos) faz parte do mundo metafísico, um ramo da filosofia que estuda o mundo como ele é. A saber, é o estudo do ser ou da realidade.

 
Estudo da Natureza
O estudo sistematizado dos elementos da Natureza, aos seus processos, actividades e consequências dá-se através das Ciências Naturais.

 
Natureza e o homem Preocupação ambiental
 

O crescimento das populações, o aumento do consumo ligado às inovações tecnológicas, à escala global, uma proliferação de resíduos que contaminam o ambiente, afectando os ecossistemas.

No sentido de permitir um desenvolvimento sustentável, o Homem tem vindo a desenvolver práticas que permitem a protecção e a conservação da Natureza. Dessas práticas podem destacar-se:
  • Tratamento de resíduos sólidos
  • Tratamento das águas
  • Conservação de certas áreas protegidas notáveis

Considera-se a paisagem como sendo o resultado material de todos os processos (naturais e sociais) que ocorrem num determinado sítio. A paisagem é portanto construída a partir da síntese de todos os elementos presentes neste local e a sua apreensão se dá pela imagem resultante dela (uma definição tradicional da paisagem é a de um espaço territorial abrangido pelo olhar). Uma paisagem é o mesmo que um espaço, é tudo o que posso ver ao meu redor, isto é, tudo o que posso ver numa extensão ou espaço
.
Fonte: Wikipédia. 

Marquês de Pombal

Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal
Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal

Vista de Lisboa desde o Parque Eduardo VII. Ao fundo, a Praça e a estátua do Marquês de Pombal
Vista de Lisboa desde o Parque Eduardo VII
Ao fundo, a Praça e a estátua do Marquês de Pombal



Sebastião José de Carvalho e Melo, mais conhecido como Marquês de Pombal ou Conde de Oeiras, (Lisboa, 13 de Maio de 1699 — Leiria, 8 de Maio de 1782) foi um nobre e estadista português.

Foi secretário de Estado do Reino (primeiro-ministro) do Rei D. José I  (1750-1777), sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa.Representante do Despotismo iluminado em Portugal no século XVIII, viveu num período da história marcado pelo iluminismo, tendo desempenhado um papel fulcral na aproximação de Portugal à realidade económica e social dos países do Norte da Europa, mais dinâmica do que a portuguesa. Iniciou com esse intuito várias reformas administrativas, económicas e sociais. Acabou na prática com os autos de fé em Portugal e com a discriminação dos cristãos-novos, apesar de não ter extinguido oficialmente a Inquisição portuguesa, em vigor "de jure" até 1821.

Foi um dos principais responsáveis pela expulsão dos Jesuítas de Portugal e suas colónias. A sua administração ficou marcada por duas contrariedades célebres: a primeiro foi o Terramoto de Lisboa de 1755, um desafio que lhe conferiu o papel histórico de renovador arquitectónico da cidade. Pouco depois, o Processo dos Távora, uma intriga com consequências dramáticas.

 
Origens

 
Foi filho de Manuel de Carvalho e Ataíde, fidalgo da província, com propriedade na região de Leiria e de sua mulher, Teresa Luísa de Mendonça e Melo. Na sua juventude estudou direito na Universidade de Coimbra e serviu no exército um curto período. Quando se mudou para a capital, Lisboa, Sebastião de Melo era um homem turbulento. A sua primeira mulher foi Teresa de Mendonça e Almada (1689-1737), sobrinha do conde de Arcos, com quem casou por arranjo da família, depois de um rapto consentido. Os pais da recém-formada família tornaram a vida do casal insustentável, pelo que se retiraram para as suas propriedades próximas de Pombal.

 
Carreira diplomática

 
Em 1738, Sebastião de Melo foi nomeado no seu primeiro cargo público, como embaixador em Londres. Em 1745 foi transferido para Viena, Áustria. Depois da morte da sua primeira mulher, a rainha de Portugal, arquiduquesa Maria Ana de Áustria, mostrou-se amiga do embaixador ao arranjar-lhe o casamento com a filha do marechal austríaco Daun (Condessa Maria Leonor Ernestina Daun). O Rei D. João V, no entanto, pouco satisfeito com as prestações de Sebastião de Melo, fê-lo regressar a Portugal em 1749. O rei morreu no ano seguinte e, de acordo com uma recomendação da rainha-mãe, o novo Rei D. José I nomeou Sebastião como ministro dos Negócios Estrangeiros. Ao contrário do pai, D. José foi-lhe muito benévolo e confiou-lhe gradualmente o controle do Estado.


 
Secretário de Estado do Reino (Primeiro-Ministro)

 
Em 1755, Sebastião de Melo já era primeiro-ministro do reino. Governou com mão de ferro, impondo a lei a todas as classes, desde os mais pobres até à alta nobreza. Impressionado pelo sucesso económico inglês, tentou, com sucesso, implementar medidas que incutissem um sentido semelhante à economia portuguesa. A região demarcada para a produção do vinho do Porto, a primeira região a assegurar a qualidade dos seus vinhos, data da sua governação. Na sua gestão, Pombal pôs em prática um vasto programa de reformas, cujo objectivo era racionalizar a administração sem enfraquecer o poder real. Para atingir essa meta, o ministro incorporou as novas ideias divulgadas na Europa pelos iluministas, mas ao mesmo tempo conservou aspectos do absolutismo e da política mercantilista. O Marquês de Pombal foi a figura-chave do governo português entre 1750 e 1777. A sua gestão foi um perfeito exemplo de despotismo esclarecido, forma de governo que combinava a monarquia absolutista com o racionalismo iluminista. Uma notável realização de Pombal foi a fundação, em 1774, da Vila Real de Santo António, próxima à foz do Rio Guadiana, no sul de Portugal.

Também aboliu a escravatura nas colónias nas Índias, reorganizou o exército e a marinha, reestruturou a Universidade de Coimbra e acabou com a discriminação dos "cristãos novos" (pelo menos em parte). Mas uma das mais importantes reformas foi nos campos das economia e finanças, com a criação de várias companhias e associações corporativas que regulavam a actividade comercial, bem como a reforma do sistema fiscal. Naturalmente, todas estas reformas granjearam-lhe a inimizade das altas classes sociais, em especial a nobreza, que o desprezaram, chamando-o de "novo rico".


O terramoto de 1755 


O desastre abateu-se sobre Portugal na manhã do primeiro de Novembro (dia de Todos os Santos) de 1755. Nesta data, Lisboa foi abalada por um violento tremor de terra, com uma amplitude que em tempos actuais é estimada em cerca de nove pontos na escala de Richter. A cidade foi devastada pelo tremor de terra, pelo maremoto (um tsunami) e ainda pelos incêndios que se seguiram. Sebastião de Melo sobreviveu por sorte, mas não se impressionou. Imediatamente tratou da reconstrução da cidade, de acordo com a famosa frase: "E agora? Enterram-se os mortos e alimentam-se os vivos". Apesar da calamidade, Lisboa não foi afectada por epidemias e menos de um ano depois já estava reconstruída. A baixa da cidade foi desenhada por um grupo de arquitectos, com a orientação expressa de resistir a terramotos subsequentes. Foram construídos modelos para testes, nos quais os terramotos foram simulados pelo marchar de tropas. Os edifícios e praças da Baixa Pombalina de Lisboa ainda prevalecem, sendo uma das atracções turísticas de Lisboa. Sebastião de Melo fez também uma importante contribuição para a sismologia: elaborou um inquérito enviado a todas as paróquias do país. Exemplos de questões aí incluídas: "os cães e outros animais comportaram-se de forma estranha antes do evento?; O nível da água dos poços subiu ou desceu?; Quantos edifícios foram destruídos?". Estas questões permitiram aos cientistas portugueses a reconstrução do evento e marcaram o nascimento da sismologia enquanto ciência.


O Processo dos Távoras


 
 Na sequência do terramoto, D. José I deu ao seu primeiro-ministro poderes acrescidos, tornando Sebastião de Melo numa espécie de ditador. À medida que o seu poder cresceu, os seus inimigos aumentaram e as disputas com a alta nobreza tornaram-se frequentes. Em 1758 D. José I é ferido numa tentativa de regicídio. A família de Távora e o Duque de Aveiro foram implicados no atentado e executados após um rápido julgamento. Expulsou e confiscou os bens da Companhia de Jesus (jesuítas), porque a sua influência na sociedade portuguesa e as suas ligações internacionais eram um entrave ao fortalecimento do poder régio.

Sebastião de Melo não mostrou misericórdia, tendo perseguido cada um dos envolvidos, incluindo mulheres e crianças. Com este golpe final, o poder da nobreza foi decisivamente contrariado, marcando uma vitória sobre os inimigos. Pela sua acção rápida, D. José I atribuiu ao seu leal ministro o título de Conde de Oeiras em 1759.

No seguimento do caso Távora, o novo Conde de Oeiras não conheceu qualquer nova oposição. Adquirindo o título de Marquês de Pombal em 1770, teve quase exclusivamente o poder de governar Portugal até a morte de D. José I em 1779. A sucessora,Rainha Maria I de Portugal e seu marido Pedro III detestavam o Marquês. Maria nunca perdoou a impiedade mostrada para com a família Távora e retirou-lhe todos os cargos.

A rainha ordenou que o Marquês se resguardasse sempre a uma distância de pelo menos 20 milhas dela. Se passasse em viagem por uma das suas propriedades, o Marquês era obrigado, por decreto, a afastar-se de casa. Maria I teria alegadamente sofrido de ataques de raiva apenas ao ouvir o nome do antigo primeiro-ministro de seu pai.

O Marquês de Pombal morreu pacificamente na sua propriedade em 15 de Maio de 1782. Os seus últimos dias de vida foram vividos em Pombal e na Quinta da Gramela, propriedade que herdara de seu tio, o arcipreste Paulo de Carvalho e Ataíde, em 1713. Hoje, ele é relembrado numa enorme estátua colocada numa das mais importantes praças de Lisboa, que tem o seu nome. Marquês de Pombal é também o nome da estação de metropolitano mais movimentada de Lisboa.

 
Reformas económicas

 
Apesar dos problemas, Sebastião de Melo levou a cabo um ambicioso programa de reformas. Entre outras realizações, o seu governo procurou incrementar a produção nacional em relação à concorrência estrangeira, desenvolver o comércio colonial e incentivar o desenvolvimento das manufacturas. No âmbito dessa política, em 1756 foi criada a Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro, à qual o ministro concedeu isenção de impostos nas exportações e no comércio com a colónia, estabelecendo assim a primeira zona de produção vinícola demarcada no mundo, colocando-se os célebres marcos pombalinos nas delimitações da região. Em 1773, surgia a Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do Algarve, destinada a controlar a pesca no sul de Portugal.

Ao mesmo tempo, o marquês criou estímulos fiscais para a instalação de pequenas manufacturas voltadas para o mercado interno português, do qual também faziam parte as colónias. Essa política proteccionista englobava medidas que favoreciam a importação de matérias-primas e encareciam os produtos importados similares aos de fabricação portuguesa. Como resultado, surgiram no reino centenas de pequenas manufacturas produtoras dos mais diversos bens.

O ministro fundou também o Banco Real em 1751 e estabeleceu uma nova estrutura para administrar a cobrança dos impostos, centralizada pela Real Fazenda de Lisboa, sob seu controle directo.


 
Reformas religiosas

 
A acção reformadora de Pombal estendeu-se ainda ao âmbito da política e do Estado. Nesse campo, o Primeiro-Ministro empenhou-se no fortalecimento do absolutismo do rei e no combate a sectores e instituições que poderiam enfraquecê-lo. Diminuiu o poder da Igreja, subordinando o Tribunal do Santo Ofício (Inquisição) ao Estado e, em 1759, expulsou os jesuítas da metrópole e da colónia, confiscando os seus bens, sob a alegação de que a Companhia de Jesus agia como um poder autónomo dentro do Estado português.

Apesar de a Inquisição não ter sido oficialmente desmantelada, ela sofreu com o governo do Marquês de Pombal um profundo abalo, com medidas que a enfraqueceriam.
  • Em 5 de Outubro de 1768 obrigou por decreto os nobres portugueses anti-semitas (na altura chamados de "puritanos") que tivessem filhos em idade de casar, a organizar casamentos com famílias judaicas.
  • Em 25 de Maio de 1773 fez promulgar uma lei que extinguia as diferenças entre cristãos-velhos (católicos sem suspeitas de antepassados judeus) e cristãos-novos, tornando inválidos todos os anteriores decretos e leis que discriminavam os cristão-novos. Passou a ser proibido usar a palavra "cristão-novo", quer por escrito quer oralmente. As penas eram pesadas: para o povo - chicoteamento em praça pública e exílio em Angola; para os nobres - perda de títulos, cargos, pensões ou condecorações; para o clero - expulsão de Portugal.
  • Em 1 de Outubro de 1774, publicou um decreto que fazia os veredictos do Santo Ofício dependerem de sanção real, o que praticamente anulava a Inquisição portuguesa. Deixariam de se organizar em Portugal os Autos-de-fé.
 Reformas na educação

 
Na esfera da educação, introduziu importantes mudanças no sistema de ensino do reino e da colónia - que até essa época estava sob a responsabilidade da Igreja -, passando-o ao controle do Estado. A Universidade de Évora, por exemplo, pertencente aos jesuítas, foi extinta, e a Universidade de Coimbra sofreu profunda reforma, sendo totalmente modernizada.

A "reforma universitária" do Marquês de Pombal incluía também o fim da proibição de alunos ou professores com ascendência judaica nos quadros do estabelecimento de ensino.

 
O Marquês de Pombal no Brasil

 
Existe uma grande dissonância entre a percepção popular do Marquês entre os portugueses (que o vêem como herói nacional) e entre os brasileiros (que o vêem como tirano e opressor).

Na visão do governo português, a administração da colónia devia ter sempre como meta a geração de riquezas para o reino. Esse princípio não mudou sob a administração do Marquês. O regime de monopólio comercial, por exemplo, não só se manteve, como foi acentuado para se obter maior eficiência na administração colonial.

Em 1755 e 1759, foram criadas, respectivamente, a Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba, empresas monopolistas destinadas a dinamizar as actividades económicas no Norte e Nordeste da colónia. Na região mineira, instituiu aderrama em 1765, com a finalidade de obrigar os mineradores a pagarem os impostos atrasados. A derrama era uma taxa per capita, em quilos de ouro, que a colónia era obrigada a mandar para a metrópole, independente da real produção de ouro.

As maiores alterações, porém, ocorreram na esfera político-administrativa e na educação. Em 1759, o regime de capitanias hereditárias foi definitivamente extinto, com a sua incorporação aos domínios da Coroa portuguesa. Quatro anos depois, em 1763, a sede do governo-geral da colónia foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro, cujo crescimento sinalizava o deslocamento do eixo económico do Nordeste para a região Centro-Sul.

Com a expulsão violenta dos jesuítas do império português, o Marquês determinou que a educação na colónia passasse a ser transmitida por leigos nas chamadas Aulas Régias. Até então, o ensino formal estivera a cargo da Igreja. O ministro regulamentou ainda o funcionamento das missões, afastando os padres de sua administração, e criou, em 1757, o Directório, órgão composto por homens de confiança do governo português, cuja função era gerir os antigos aldeamentos.

Complementando esse "pacote" de medidas, o Marquês procurou dar maior uniformidade cultural à colónia, proibindo a utilização doNheengatu, a língua geral  (uma mistura das línguas nativas com o português, falada pelos bandeirantes) e tornando obrigatório o uso do idioma português. Alguns estudiosos da história afirmam que foi com esta medida que o Brasil deixou o rumo de ser um país bilingue.

Ainda hoje se encontra uma estátua de mármore em tamanho natural do Marquês de Pombal na Santa Casa de Misericórdia da Bahia, localizada no centro histórico de Salvador.
Fonte: Wikipédia.  

Praça Marquês Pombal, Lisboa,  no ano de 1930

Praça Marquês Pombal, Lisboa, no ano de 1930




World Trade Center

Momento do embate da segunda aeronave quando a primeira torre estava já em chamase vista dos ataques

Momento do embate da segunda aeronave quando a primeira torre estava já em chamas e vista dos ataques

World Trade Center foi um complexo de edifícios, construído no início de 1970, localizado em Manhattan, Nova Iorque, EUA, e destruído pelos ataques de 11 de Setembro de 2001, faz hoje 11anos. Dos sete edifícios que compunham o complexo, destacavam-se as duas Torres Gémeas com 110 andares, idealizadas pelo arquitecto japonês Minoru Yamasaki, consideradas um dos ícones da economia norte-americana e onde trabalhavam diariamente cerca de 50 mil pessoas. Foram considerados os maiores prédios do mundo durante os anos de 1972 e 1973.
 
As Torres Gémeas possuíam 198 elevadores. Na Torre Norte existia, no 107º andar, um luxuoso restaurante onde havia grandes almoços de empresários mundiais apelidado de "Windows on the World" (Janela do Mundo, devido ser o restaurante mais alto do mundo). No último ano de funcionamento, 2000, o restaurante teve um lucro de 37,5 milhões de dólares. No topo da Torre Sul existia um observatório apelidado de "Top of the World" (Topo do Mundo) que ficava a 420 metros de altura e onde os visitantes tinham uma visão de 360º de toda a cidade de Nova York. Tinha uma protecção anti-suicida.
 
Na Torre Norte havia uma antena de TV de 90 metros instalada em 1978. A Torre Norte tinha 526 metros de altura, contando com a antena de TV, (417 metros sem a antena), enquanto a Torre Sul possuía 415 metros.
 
Os Ataques de 11 de Setembro de 2001, causaram pânico em todo o Mundo. Quando a Torre Norte foi atingida pelo avião 767 da American Airlines às 8h45 da manhã, as pessoas da Torre Sul receberam os avisos de emergência para descer. Estranhamente foram barrados pela polícia do WTC que afirmava que o prédio estava seguro e que todos podiam voltar para o seu serviço. A maioria voltou para os seus escritórios esperando uma nova chamada. Muitos deles ligaram para os seus familiares afirmando que iriam continuar na Torre Sul e que ela estava segura. No entanto, as 9h03 da manhã o avião 757 da United Airlines chocou com a Torre Sul atingindo do 78º andar ao 83º andar. Às 9h10 o serviço de segurança de Nova Iorque ordenou a evacuação total do prédio. Muitas pessoas na Torre Sul morreram pois acreditavam que seriam resgatados nos seus próprios escritórios sem ter que enfrentar o pânico de 1993. Todas as pessoas que ficaram nos andares acima da zona do impacto da Torre Norte morreram e na Torre Sul sobreviveram apenas dezoito pessoas, pois encontraram uma escada intacta.

Os mortos nos ataques de 11 de Setembro de 2001 foram milhares: 265 nos aviões; pelo menos 2.602 pessoas, incluindo 242 bombeiros, no World Trade Center, e 125 no Pentágono. Pelo menos 2.992 pessoas foram mortas.

O Canal da Mancha

O Canal da Mancha

O Canal da Mancha


Canal da Mancha ou Estreito de Dover é a parte do Oceano Atlântico que separa a ilha da Grã-Bretanha do norte da França e une o Mar do Norte ao Atlântico. Em francês ele é chamado La Manche, em alemão Der Ärmelkanal e em inglês English Channel.
 
Ele tem aproximadamente 563 km (350 milhas) de comprimento e a sua parte mais larga é de 240 km (150 milhas). O seu ponto mais estreito tem apenas 34 km (21 milhas), de Dover até o Cabo Griz-Nez.
 
De pouca profundidade (20 a 30 m), o estreito também é recheado de dunas submarinas que se deslocam e se modificam sob o efeito das correntes e marés, o que torna os acidentes bastante frequentes.
 
A circulação marítima no Canal da Mancha é uma das mais intensas do mundo, com mais de 250 navios por dia. A essa circulação intensa sobrepõe-se a dos ferries que ligam a França à Inglaterra por via marítima. Actualmente, o Eurotúnel constitui uma excelente e rápida alternativa de viagem.
 
As Ilhas do Canal ou Channel Islands localizam-se no interior do Canal da Mancha, próximas ao lado francês. A ilha de Ouessant é o ponto de referência da extremidade ocidental do canal.
 
département (departamento) da Mancha, que incorpora a Península do Cotentin  (parte da Normandia, região histórica do noroeste da França), que avança em direcção ao canal, tem esse nome devido à região marítima circunvizinha.
 
Mancha é um departamento da França localizado na região Baixa-Normandia. A sua capital é a cidade de Saint-Lô. A República Francesa é dividida administrativamente em cem departamentos.

Fonte: Wikipédia.  

O Estreito de Magalhães


Antigo mapa mostrando o Estreito de Magalhães
Antigo mapa mostrando o estreito de Magalhães




Estreito de Magalhães é uma passagem navegável de aproximadamente 600 km imediatamente ao sul da América do Sul. Situa-se entre o continente, a Terra do Fogo e o Cabo Horn ao sul. O estreito é a maior e mais importante passagemnatural entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
 A Terra do Fogo (em castelhano Tierra del Fuego) é um arquipélago na extremidade sul da América do Sul, formado por uma ilha principal (Isla Grande de Tierra del Fuego, muitas vezes chamada igualmente Tierra del Fuego) e um grupo de ilhas menores. Está separado do continente pelo Estreito de Magalhães. A ponta mais a sul do arquipélago é o Cabo Horn. Em 1881 o território foi dividido entre a Argentina (Província da Terra do Fogo) e o Chile (Terra do Fogo).
 Fernão de Magalhães foi o primeiro europeu a navegar pelo estreito em 1520, durante a sua viagem de circum-navegação. Como Magalhães entrou no estreito dia 1 de Novembro, ele foi chamado inicialmente de Estreito de Todos os Santos.
 O Chile tomou posse do estreito em 23 de Março de 1843 e mantém a soberania sobre ele, até hoje.
 Antes da criação do Canal do Panamá, o Estreito de Magalhães era a segunda passagem mais utilizada para atravessar do Atlântico ao Pacífico, depois do Cabo Horn. O estreito é conhecido pela dificuldade de navegação, devida ao clima inospitaleiro e à sua pequena largura.
 Foi atravessado, entre outros, por Francis Drake e Charles Darwin.
Os caçadores de ouro durante a corrida pelo ouro na Califórnia em 1849 também usaram essa rota.

Fonte: Wikipédia. 
 

O Oceano Atlântico



Oceano Atlântico




Oceano Atlântico  é o oceano que separa Europa e África, a Este, da América, a Oeste. Tem uma área de 82.400.000 km² (106.200.000 km², incluindo os mares locais como o Mar Mediterrâneo, o Mar do Norte e o Mar das Caraíbas, o que corresponde a aproximadamente um terço das águas oceânicas mundiais).
Geografia
O Oceano Atlântico, o segundo do mundo em superfície está localizado no hemisfério ocidental e alonga-se no sentido Norte-Sul. Com um formato que lembra um S, comunica com o Oceano Árctico pelo estreito da Islândia; com o Oceano Pacífico e com o Oceano Índico pela ampla passagem que se abre entre a América, a África e a Antártida, nas altas latitudes austrais. No hemisfério Norte, as costas continentais, muito recortadas, delimitam numerosos mares anexos (Mar da Mancha, Mar do Norte, Mar Báltico, Mar Mediterrâneo, Mar das Antilhas). Ao Sul, ao contrário, as costas são bem rectilíneas.
 
Fundo oceânico

O fundo oceânico apresenta uma disposição regular: a plataforma continental, ampla ao largo das costas da Europa, da América do Norte e da porção meridional da América do Sul, estreita-se nas costas da África e do Brasil; uma enorme cadeia de montanhas submarinas, a dorsal meso-atlântica, estende-se ao longo do oceano; entre ela e os continentes abre-se uma série de bacias de 6.000 a 7.000 m de profundidade (bacias americana, brasileira e argentina, a O; bacias escandinava, da Europa Ocidental, da Guiné, de Angola e do Cabo, a E). A crista dorsal é sulcada em toda a sua extensão por uma grande fossa tectónica (rift), que secciona no sentido longitudinal. Área de constante instabilidade geológica, provocada pela contínua emissão de material ígneo,é objecto de estudos geológicos que analisam os processos de formação e evolução das placas tectónicas, ou seja, da crosta terrestre. A crista da dorsal meso-atlântica situa-se geralmente entre -3.000  e  -1.500 m, mas emerge em alguns pontos, formando ilhas: Jan Mayen, Islândia, Açores, Ascensão, Tristão da Cunha. Nas latitudes equatoriais, a dorsal é cortada por falhas transversais que determinam fossas abissais (fossa da Romanche. -7.758 m). Nas outras porções do Atlântico as fossas são raras: situam-se nas Antilhas (Caimans e Porto Rico  -  a mais profunda com  -9.218 m)  e nas ilhas Sandwich do Sul  (-8.264 m).

Origem das águas
 
Na fachada ocidental, grandes bacias hidrográficas despejam considerável quantidade de sedimentos sobre a plataforma continental, definindo cones alunionais, como os dos rios São Lourenço e Mississipi, no Atlântico Norte, e o do Amazonas, na faixa equatorial. As águas do Atlântico são as mais salgadas de todos os oceanos (37,5 por mil de salinidade média) e animadas por correntes que asseguram intensa circulação entre as águas frias das altas latitudes e as águas quentes equatoriais. As correntes frias do Labrador e das Falkland descem respectivamente ao longo das encostas setentrionais e meridionais da América. De Benguela percorre a costa sul-ocidental africana, em direcção ao equador. São compensadas pelas correntes quentes do Brasil e Equatorial Atlântica, nos seus ramos N e S, pela corrente do Golfo, que tem grande influência sobre os climas da Europa norte-ocidental, tornando-os menos rigorosos. Essa circulação das águas favorece sua oxigenação e a proliferação de plâncton, definindo importantes zonas pesqueiras, como as costas do Brasil meridional, a fachada norte-americana em torno da Terra Nova, as costas da Escandinávia e da Islândia, além da África meridional. As plataformas continentais encerram, às vezes, jazidas petrolíferas (Mar do Norte, costas da Venezuela e do Brasil, Golfo da Guiné). Ladeado no hemisfério Norte pelas duas áreas mais industrializadas do globo (NE dos EUA e Europa Ocidental), o Atlântico Norte apresenta o mais intenso tráfego marítimo e aéreo transoceânico do mundo.
 
História
 
Os antigos, que chamavam de Mar Tenebroso ou Mar Oceano, conheciam apenas as costas situadas entre o norte das ilhas britânicas e as Canárias. Dos séculos VIII a XI, os Normandos frequentaram as praias da Noruega, da Islândia, da Gronelândia, de Spitsbergen e da Nova Escócia, no actual Canadá. Até o final da Idade Média, só se faziam navegações costeiras, indo até ao Cabo Bojador (atingido pelo navegador português Gil Eanes em 1434). No século XV os portugueses intensificaram a exploração da costa africana e, ao mesmo tempo, desenvolveram técnicas de navegação que permitiram viagens por alto mar. A navegação por latitudes (determinadas pela observação da altura da estrela Polar ou do Sol ao meio-dia, técnica desenvolvida por volta de 1485) foi facilitada pelo uso de instrumentos como a bússola e o astrolábio. Outro factor decisivo foi o estudo do regime dos ventos no Atlântico: em 1439, as informações existentes já permitiam uma navegação assídua e segura. Essas técnicas, aliadas aos novos navios desenvolvidos pelos portugueses (as caravelas, de maior porte, calado mais alto e comum sistema de velas que permitia o aproveitamento dos ventos, mesmo em sentido contrário) permitiriam o reconhecimento da costa da África e as primeiras incursões em alto mar; há ainda informações de que no séc. XV os portugueses teriam explorado também o Atlântico Norte, juntando conhecimentos que mais tarde facilitaram a viagem de Cristóvão Colombo na primeira travessia documentada do Oceano. Com o desenvolvimento técnico obtido, as viagens portuguesas tornaram-se mais ousadas e frequentes através do Atlântico, de tal forma que até 1488 toda a costa oeste da África estava explorada, reconhecida e, nos primeiros 20 anos do séc. XVI, toda a costa atlântica do continente americano (encontrado em 1492 por Colombo) fora visitada por navegadores portugueses, espanhóis ou italianos a serviço da Espanha.

Os reis de Portugal procuraram, desde o início, garantir as descobertas dos seus navegadores e desde 1443, várias leis reivindicaram o direito de navegação exclusiva nos mares reconhecidos pelas suas naus. Em 1454, o papa Nicolau V ratificou a pretensão dos portugueses, reservando-lhes o direito exclusivo de navegação e comércio. Em 1474, D. Afonso V mandou que aqueles que violassem essas determinações fossem mortos e os seus bens confiscados pela coroa. O Tratado de Paz de Toledo, entre Espanha e Portugal, ratificou esses direitos, que foram reafirmados nas ordenações Manuelinas (1514). Até 1580, houve pouca contestação internacional a essas pretensões, excepto pequenos conflitos diplomáticos causados pela acção de corsários protegidos pelos reis da França e Grã-Bretanha. Após 1580, contudo, a contestação cresceu, envolvendo também os holandeses em guerra com a Espanha pela sua independência. Eles estenderam as acções bélicas contra Portugal, após a união das duas Coroas e passaram à liberdade dos mares; na trégua assinada com Felipe III (III de Espanha e II de Portugal), obtiveram o direito de navegar por esses mares, embora sob licença régia. Esse tratado marcou o início do fim do domínio exclusivo pelos portugueses dos mares que haviam descoberto e, após 1640, o princípio da liberdade dos mares estava solidamente estabelecido.

A partir do século XVII, começou a exploração hidrográfica do Atlântico, efectuada de início pelos holandeses, depois pelos ingleses e franceses no século XVIII. No século XIX, foram organizados numerosos cruzeiros oceanográficos que permitiram a elaboração de uma detalhada carta batimétrica do Atlântico.

Fonte: Wikipédia.  

O Oceano Pacífico

Oceano_Pacifico_e_a_Fossa_Marianas.jpg


Oceano Pacífico é a maior massa marítima do globo, situada entre a América, a Leste, a Ásia e a Austrália, a Oeste, e a Antártida, ao Sul. Com 180 milhões de km², o Pacífico cobre quase um terço da superfície do planeta e corresponde a quase metade da superfície e do volume do oceano [tem 707,5 km de fossas, e 87,8% da sua área apresenta profundidades superiores a 3.000 m; é o oceano com maior profundidade média (-4.282 m) e onde se localizam as maiores fossas submarinas (Fossa das Marianas (1), com -10,912 m)]. A sua forma grosseiramente circular é delimitada por margens continentais activas (que correspondem ao Circulo de Fogo do Pacífico) sob as quais se afunda uma crosta oceânica em rápida expansão. Descoberto pelos europeus em 1513 (Balboa) e transposto pela primeira vez em 1520 (Fernão de Magalhães), o Pacífico tem assistido a um crescimento de sua importância como via de ligação entre algumas das regiões de maior dinamismo económico da actualidade (Extremo Oriente e costa ocidental da América do Norte).

Círculo de Fogo do Pacífico é a área circundante da placa tectónica do Pacífico e que corresponde grosso modo às fronteiras do Oceano Pacífico. A placa do Pacífico é limitada por zonas de subducção (área de convergência de placas tectónicas, onde uma das placas desliza debaixo da outra) em quase toda a sua extensão, sendo as mais importantes ao largo da costa oeste da América do Sul e ao largo do Japão. Dadas as suas características geológicas, que correspondem a zonas de convergência de placas muito activas, cerca de 90 % da sismicidade e vulcanismo da Terra localiza-se no Círculo de Fogo do Pacífico.

 Morfoestrutura do fundo oceânicoFlanqueado por cadeias montanhosas recentes, com intensa actividade vulcânica, o Pacífico é percorrido por um vasto sistema de dorsais. A dorsal Sudeste-Pacífica constitui um prolongamento, através da dorsal Pacífico-Antárctica, das dorsais do oceano Índico (dorsal Antárctico-Australiana). Na sua porção setentrional atinge as latitudes do litoral mexicano, desaparecendo ao penetrar no golfo da Califórnia. Trata-se de uma dorsal em rápida expansão (entre 8,8 e 16,1cm por ano), sem fossa axial. As zonas de fracturas que a segmentam são numerosas, com deslocamento pronunciado. Essa dorsal emerge na latitude da ilha de Páscoa, unindo-se à dorsal do Chile, que se liga à costa meridional da América, e na latitude das ilhas Galápagos, unindo-se à dorsal de Cocos ou das Galápagos. Essas dorsais dividem o Pacífico em três conjuntos. Os fundos oceânicos situados a Leste da dorsal Sudeste-Pacífica pertencem a placa litosférica da Antártida (que corresponde à bacia Pacífico-Antárctica e à planície abissal de Bellingshausen), à placa de Nazca (bacias Peruana e Chilena, separadas pela dorsal de Nazca) e à placa de Cocos (limitada pela dorsal de Cocos). Todo o imenso conjunto de fundos oceânicos situados a Oeste da dorsal Sudeste-Pacífica é sustentado pela placa litosférica Pacífica, que a Oeste América do Norte apresenta grandes zonas de fracturas, com relevos monumentais, alinhados por milhares de quilómetros ao longo de antigas falhas de transformação. Mais a Oeste, o centro do oceano Pacífico é entrecortado por cadeias submarinas e grandes edifícios vulcânicos, ora emergindo em forma de ilhas (Havaí, Marquesas, Marshall, Carolinas), frequentemente coroadas por formações coralíneas (atóis). As bacias oceânicas que as rodeiam (Médio-Pacífica, Melanésia, Nordeste, Noroeste) apresentam uma delgada cobertura sedimentar sobre a crosta basáltica. A presença das fossas oceânicas periféricas, ao longo dos arcos insulares (Aleutas, Kurilas, Japão, Marianas, Filipinas, Salomão, Tonga, Kermadec) e da costa ocidental da América (Chile, Peru, América Central) explica-se por corresponderem a zonas de subducção da crosta oceânica, em que esta mergulha sob as placas litosféricas Americana, a Leste, e Eurasiática e Indo-Australiana, a Oeste. São áreas de intensa actividade sísmica e vulcânica, sujeitas à ocorrência de maremotos.
As Águas

A conformação das bacias do Pacífico explica a relativa simplicidade das correntes marinhas que aí incidem. As correntes norte-equatorial e sul-equatorial movem-se de leste para oeste, determinando a existência de correntes quentes ao longo das fachadas orientais dos continentes, compensadas por correntes frias que descem para o equador ao longo das fachadas ocidentais (locais privilegiados para a pesca em grande escala). Nas latitudes médias, as correntes quentes em pauta encontram-se com as águas frias provenientes das regiões polares. Tal fenómeno é particularmente claro no hemisfério Norte, onde a Kuroshio, quente, se encontra com a Oyashio, fria, ao largo do Japão. De modo geral, a salinidade das águas é pouco elevada, pois os valores máximos jamais ultrapassaram 365 por mil. As temperaturas das águas de superfície dispõem-se em zonas, aumentando dos pólos para os trópicos. O calor das águas da zona intertropical permite a proliferação dos corais, que formam ilhas (atóis) ou barreiras (recifes) nas orlas continentais. Já as águas mais viscosas situam-se nas latitudes temperadas, onde o revolver das correntes garante excelente oxigenação.


(1) - Fossa das Marianas é o local mais profundo dos oceanos, atingindo 11,034 metros de profundidade. Localiza-se no Oceano Pacífico, a Este das Ilhas Marianas, na fronteira convergente entre as placas tectónicas do Pacífico e das Filipinas (ver na imagem). Geologicamente, a Fossa das Marianas, é o efeito geomorfologico de uma zona de subducção.
O fundo da Fossa das Marianas foi atingido em 1960 por umbatiscafo da marinha americana tripulado pelo tenente Don Walsh e o cientista francês Jacques Piccard. O Batiscafo é um aparelho destinado à medição das profundezas dos oceanos.
Fonte: Wikipédia.  



A Idade do Gelo

                                                               
                                                     Glaciar no Alasca


Idade do Gelo ou Era Glacial é a designação dada ao período em que a Terra se encontra com uma atmosfera composta por uma quantidade muito elevada de água (humidade excessivamente elevada do ar), quando tem os seus ajuntamentos de água bastante ampliados (chegando a atingir a própria atmosfera da Terra), mantendo assim uma temperatura muito baixa (por isso também chamada Idade do Gelo), diminuindo o nível dos oceanos e gerando condições de vida bastante inóspitas.

Os indícios da existência dessa Era são bastantes evidentes até mesmo para as nossas épocas. A existência de fósseis de animais extintos, como dinossauros (animais répteis), e certas características em animais sobreviventes nos períodos actuais mostram fortemente os indícios da sua existência.

Segundo levantamentos feitos por estudiosos, o fim do período da Era Glacial é dado pela mudança da humidade atmosférica, fazendo com que se dê uma diminuição da quantidade de água existente no ar (queda da humidade relativa do ar), gerando assim o um acúmulo maior das águas nos oceanos e o aquecimento a nível global.

Durante os últimos milhões de anos houve várias Eras Glaciais, ocorrendo com frequências de 40.000 a 100.000 anos, entre as quais se destacam:
  • Glaciação de Gunz  - há cerca de 700 mil anos
  • Glaciação Mindel     - há cerca de 500 mil anos
  • Glaciação Riss         - há cerca de 300 mil anos
  • Glaciação Wurm      - há cerca de 150 mil anos
Tentando "prevenir-se" desta vez de uma nova Era Glacial (ou tentando retardá-la), o planeta, pela acção do Homem, está aquecendo-se lentamente, ao contrário do que precedeu outras Eras de Gelo. Nestes 100 anos de aquecimento o clima tem-se adaptado sem maiores alterações, acomodando-se às novas variáveis (CO², O³, fuligem, desmatamento, represas, etc.).

O impacto da actual civilização sobre o planeta é bem menor que o impacto de um meteoro, como aquele que supostamente provocou a extinção dos grandes répteis. De facto, estaríamos em vésperas de uma nova Era Glacial, já que em média o planeta experimenta 10.000 anos de Era Quente a cada 90.000 anos de Era de Gelo.

O ancestral humano deste período é denominado homem de Cro-Magnon (o Cro-Magnon são os restos mais antigos conhecidos na Europa de (Homo sapiens sapiens), a subespécie à qual pertencem todos os humanos modernos), que convivia com espécies animais já extintas, como os mamutes, os leões das cavernas e os cervos gigantes, entre outros.

O Ser Humano dispersa uma infinidade de espécies pela superfície do planeta: plantas, animais domésticos, etc. Em jardins zoológicos, parques, jardins domésticos, criações e plantações, espécies que nunca teriam saído por conta própria das suas origens, só o fizeram pela mão do Homem... 

O Mar da Galileia

O Mar da Galileia


O Mar da Galileia, Também dito Mar de Tiberíades ( cidade no norte de Israel, situada às margens do Mar da Galileia ) ou lago de Genesaré, é um extenso lago de água doce, o maior de Israel, com cumprimento máximo de cerca de dezenove quilômetros máxima de cerca de treze. Na moderna língua hebraica é conhecido por Yam Kinneret. Desagua nele o rio Jordão, que vem do Monte Hérmon (nas águas do mar da Galileia pode-se, por vezes, ver o reflexo do cume do Monte Hérmon toucado de neve) e de Cesareia de Filipe, e que depois segue para o Mar Morto.
O Mar da Galileia fica a 213 metros abaixo do nível do Mediterrâneo. Nos tempos do Novo Testamento, ficavam nas suas costas a cidade de Tiberíades - fundada por Herodes Antipas no tempo da infância de Jesus - Cafarnaum, Betsaida e Genesaré.
A nascente do Mar da Galileia, ficam os montes Golã (um planalto na fronteira entre Israel, Líbano, Jordânia e Síria).

História

Era bíblica 

Grande parte do ministério de Jesus Cristo decorreu nas margens do Lago de Genesaré. Naqueles tempos havia uma faixa de povoamentos à volta do lago e muito comércio e transporte por barco. Os evangelhos de Marcos (1:14-20) e Mateus (4:18-22) descrevem como Jesus recrutou quatro dos seus apóstolos nas margens do Lago de Genesaré: o pescador Pedro e o seu irmão André, e os irmãos João e Tiago. Um famoso episódio evangélico, o Sermão da Montanha, teve lugar numa colina com vista para o lago. Muitos dos seus milagres também aconteceram aqui: caminhada pela água, acalmar uma tempestade, alimentar cinco mil pessoas e muitos outros.
 
Em 135, a segunda revolta judaica contra os Romanos, chamada de "revolta de Bar Cosiba " (líder da revolta contra Roma), foi derrotada. Os romanos responderam com o exílio forçado de todos os judeus de Jerusalém. O centro da cultura judaica passou então a ser esta região do Quineret, particularmente a cidade de Tiberíades. Foi provavelmente nesta região que o chamado "Talmud de Jerusalém" foi compilado.
 
Talmud é uma compilação, que data de 499 d.C, de leis e tradições judaicas, consistindo-se em 63 (sessenta e três) tratados de assuntos legais, éticos e históricos. O Judaísmo ortodoxo e o conservador baseiam suas leis geralmente nas decisões encontradas no Talmud. 

Pegadas da Serra de Aire

O Aramossáurio - o cartão de visita do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, perto de Fátima
O Aramossáurio
              o cartão de visita do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, perto de Fátima

O Monumento Natural das pegadas de Dinossáurios da serra de Aires, mais conhecido apenas por pegadas de serra de Aire foi criado em 1996, pelo Decreto Regulamentar 129/96 de 22 de outubro. Como o nome indica, situa-se na Serra de Aire, perto de Fátima nos municípios de de Ourém e Torres Novas e é parte integrante do Parque Natural das Serras de Aire e Cadeeiros, ocupando uma área de cerca de 20 hectares.

História

No local onde hoje se encontram as pegadas dos dinossáurios funcionava uma pedreira, a Pedreira do Galinha; em 4 de Julho de 1994, João Carvalho, daSociedade Torrejana de Espeleologia e Arqueologia, descobriu as pegadas que viriam a transformar a pedreira no monumento actual. O Museu Nacional de História Natural cria um grupo de trabalho que realiza dois relatórios que servem para demonstrar às entidades oficiais e científicas, a importância paleontológica do achado e consequente criação do monumento.

O monumento é aberto ao público em 1 de Março de 1997 e no mesmo ano é aberto o primeiro circuito autoguiado. Em 2002 é criado o Jardim Jurássico que tem o objectivo de reproduzir o meio ambiente da época dos dinossáurios e oAramossáurio. Além do referido, o parque possui ainda uma área de animação, um Centro de Animação Ambiental, um parque de merendas, um grande painel ilustrativo da evolução da vida na Terra ao longo do tempo geológico e diversos painéis informativos ao longo dos cerca de 1000 metros do seu percurso.

Os 20 trilhos existentes são os maiores e os mais antigos trilhos de saurópodes de que há conhecimento (175 milhões de anos) mas também, dos mais nítidos, sendo compostos por mais de 1000 pegadas.

Formação

Há 175 milhões de anos, no Jurássico Médio, onde hoje se encontra a Serra de Aire era uma zona plana e costeira com partes inundadas por lençóis de água. Nessa altura, ainda a Europa se encontrava ligada à América do Norte, formando o supercontinente conhecido por Pangea e entre a Ibéria e o actual Canadá, existia um mar de pouca profundidade e de águas límpidas e mornas que facilitavam a formação de recifes de coral. O clima era quente e húmido e por isso, a vegetação era abundante.

No fundo dessas lagoas, era depositada uma lama de calcário, onde ficavam marcadas com facilidade as pegadas dos animais que por ali andavam; entre eles, encontravam-se os saurópodes, animais herbívoros, e de grande porte, podendo chegar aos 30 metros de comprimento e 70 toneladas de peso, para quem, esta paisagem de floresta abundante, era o lar perfeito, sendo desta espécie, a maioria das pegadas encontradas. Os saurópodes foram os maiores animais que já viveram na Terra dos quais se têm notícias.

As pegadas impressas na lama seca eram então cobertas por sedimentos calcários que mais tarde se viriam a transformar em rocha, cuja extracção permitiu pôr a descoberto os trilhos dos dinossáurios. O estudo dessas pegadas é importantíssimo para o conhecimento dos hábitos e forma de viver dos dinossáurios, como se movimentavam, a que velocidade e se o faziam sozinhos ou em grupos ou manadas.

Pangéia foi o nome dado ao continente que, segundo a teoria da Deriva continental, existiu há 200 milhões de anos, na era Mesozóica, durante os períodos Jurássico e Triássico. A palavra origina-se do facto de todos os continentes estarem juntos (Pan) formando um único bloco de terra (Geia).

 
                Pegada de saurópode
                                                        Pegada de saurópode
Saurópode (ou Sauropoda)
                                                       Saurópode (ou Sauropoda)

Mapa de Pangéa

A Iluminura

Uma letra "p" capitular iluminada na Bíblia de Malmesbury, um livro manuscrito medieval
Uma letra "p" capitular iluminada na Bíblia de Malmesbury,
um livro manuscrito medieval

Uma iluminura era um tipo de desenho decorativo, frequentemente empreendido nas letras capitulares que iniciam capítulos em determinados livros, especialmente os produzidos nos conventos e abadias medievais, aquelas letras maiores que ficam no começo do parágrafo. Foi considerada um ofício bastante importante no contexto da arte medieval, constando de grande parte dos livros produzidos durante a Idade Média.
 
A iluminura apresenta uma variedade de cores e não admite sombra, mas gradações de cor.
 
Um manuscrito iluminado seria estritamente aquele decorado com ouro ou prata, mas estudiosos modernos usam o termo "iluminura" para qualquer decoração em um texto escrito.
 
Recomendo uma visita à 
"Página sobre iluminura, de Jofre de Lima Monteiro Alves

Caminho marítimo para a Índia

Caminho percorrido pela expedição (a preto). Nesta figura também se pode ver, para comparação, o caminho percorrido por Pêro da Covilhã (a laranja) separado de Afonso de Paiva (a azul) depois da longa viagem juntos (a verde).

Caminho percorrido pela expedição (a preto). Nesta figura também se pode ver, para comparação, o caminho percorrido por Pêro da Covilhã (a laranja) separado de Afonso de Paiva (a azul) depois da longa viagem juntos (a verde)


     Descoberta do caminho marítimo para a Índia

O projecto para o caminho marítimo para a Índia foi delineado por D. João II como medida de redução dos custos nas trocas comerciais com a Ásia e tentativa de monopolizar o comércio das especiarias. A juntar à cada vez mais sólida presença marítima portuguesa, D. João almejava o domínio das rotas comerciais e expansão do reino de Portugal que já se transformava em Império. Porém, o empreendimento não seria realizado durante o seu reinado. Seria o seu sucessor, D. Manuel I que iria designar Vasco da Gama para esta expedição, embora mantendo o plano original.

Porém, este empreendimento não era bem visto pelas altas classes. Nas Cortes de Montemor-o-Novo de 1495 era bem patente a opinião contrária quanto à viagem que D. João II tão esforçadamente havia preparado. Contentavam-se com o comércio da Guiné e do Norte de África e temia-se pela manutenção dos eventuais territórios além-mar, pelo custo implicado na expedição e manutenção das rotas marítimas que daí adviessem. Esta posição é personificada na personagem do Velho do Restelo que aparece, n'Os Lusíadas de Luís Vaz de Camões, a opor-se ao embarque da armada.

El-Rei D. Manuel não era dessa opinião. Mantendo o plano de D. João II, mandou aparelhar as naus e escolheu Vasco da Gama, cavaleiro da sua casa, para capitão desta armada. Curiosamente, segundo o plano original, D. João II teria designado seu pai, Estêvão da Gama, para chefiar a armada; mas a esta altura tinham ambos já falecido.

A 8 de Julho de 1497 iniciava-se a expedição semi-planetária que terminaria dois anos depois com a entrada da nau Bérrio,  rio Tejo adentro, trazendo a boa-novaque elevaria Portugal, durante décadas, ao imortal prestígio marítimo.
 Antecedentes
 
As especiarias eram, desde sempre, consideradas o ouro das Índias. A canela, o gengibre e a pimenta eram produtos difíceis de obter, pelos quais se esperavam caravanas e mercadores experientes vindos do Oriente.

Um mercador de Lisboa descreve a rota terrestre da especiaria da seguinte forma:
«Desta terra de Calecut vai a especiaria que se come em Portugal e em todas as províncias do Mundo; vão também desta cidade muitas pedras preciosas de toda a sorte. Aqui carregam as naus de Meca a especiaria e a levam a uma cidade que está em Meca que se chama Judeia. E pagam ao grande sultão o seu direito. E dali a tornam a carregar em outras naus mais pequenas e a levam pelo Mar Ruivo a um lugar que está junto com Santa Catarina do Monte Sinai que se chama Tunis e também aqui pagam outro direito. Aqui carregam os mercadores esta especiaria em camelos alugados a quatro cruzados cada camelo e a levam ao Cairo em dez dias; e aqui pagam outro direito. E neste caminho para o Cairo muitas vezes os salteiam os ladrões que há naquela terra, os quais são alarves e outros.»
«Aqui tornam a carregá-la outra vez numas naus, que andam num rio que se chama o Nilo, que vem da terra do Preste João, da Índia Baixa; e vão por este rio dois dias, até que chegam a um lugar que se chama Roxete; e aqui pagam outro direito. E tornam outra vez a carregá-la em camelos e a levam, em uma jornada, a uma cidade que se chama Alexandria, a qual é porto de mar. A esta cidade de Alexandria vêm as galés de Veneza e de Génova buscar esta especiaria, da qual se acha que há o grande sultão 600 000 cruzados; dos quais dá, em cada ano, a um rei que se chama Cidadim 100 000 para que faça guerra ao Preste João.»
Dos mercados Veneza e Génova só então eram espalhadas para toda a Europa estas especiarias, acrescidas imensamente no seu custo e sem chegada garantida. O proveito dos portugueses em estabelecer uma rota marítima, portanto praticamente isenta de assalto — não obstante, coberta de perigos no mar —, mostrava-se recompensador e esboçava no futuro um grande rendimento à Coroa. Portugal iria ligar directamente as regiões produtoras das especiarias aos seus mercados na Europa.

Cerca do ano de 1481, João Afonso de Aveiro, ao fazer exploração do reino de Benin, colhera informações acerca de um quase lendário príncipe Ogané, cujo reino situava-se muito para o Oriente do de Benin. Seria cristão e gozava de grande veneração e poder. Dizia-se em Benin que o reino de Ogané distava vinte luas de andadura, o que, segundo o relato de João de Barros, corresponderia a duzentas e cinquenta léguas.

Animado com tais notícias, D. João II enviou, em 1487, Frei António de Lisboa, e Pedro de Montarroio para colherem no Oriente novas informações que permitissem localizar o Preste João, ao qual parecia corresponder, afinal, a descrição que lhe chegava desse príncipe Ogané. Mas a missão desses enviados não passou de Jerusalém, porque esses dois portugueses desconheciam a língua árabe e por isso temeram continuar, e regressaram a Portugal.

Com muito cuidado e segredo preparou dois novos homens da sua confiança, Afonso de Paiva, de Castelo Branco, e Pêro da Covilhã. Iniciando caminho por Valência, Barcelona, Nápoles, Rodes, Alexandria, Cairo, Adem. Aqui deveriam separar-se para destinos diferentes: Afonso de Paiva para a Etiópia e Pêro da Covilhã para a Índia. Nenhum dos homens voltou, mas as informações que D. João necessitava retornaram ao reino e serviriam de base de sustentação à eventual épica aventura marítima que se avizinhava.

O plano de viagem teria então que prever a segurança da rota. Para isso seria necessário instalar feitorias ao longo do caminho, e criar fortalezas. A missão caberia ao capitão da armada que ia munido de muitos presentes e equipamento para desbravar os mares e atestado de diplomacia e perseverança para criar elos com os monarcas desconhecidos que eventualmente encontrasse pelo caminho.

Mas já não seria no reinado de D. João que este empreendimento, com forte oposição da corte, seria iniciado, mas sim no de seu sucessor, D. Manuel I que não partilhava da opinião geral e via nas rotas marítimas uma boa — senão a melhor — forma de dominar o comércio com o Oriente.

A armada
 
Entre os mareantes, incluíam-se dois intérpretes, Fernão Martins e Martim Afonso, e dois frades, João Figueira e Pêro da Covilhã. Ao todo, as tripulações perfaziam 170 homens.

Os marinheiros dispunham de cartas de marear onde estava marcada toda a costa africana conhecida até então, de quadrantes, astrolábios de vários tamanhos, de regimentos e de tábuas com cálculos — como as tábuas astronómicas de Abraão Zacuto —, de agulhas e prumos. Um dos navios transportava exclusivamente mantimentos para três anos: biscoitos, feijão, carnes secas, vinho, farinha, azeite, salmouras e medicamentos. Estava previsto o reabastecimento contínuo ao longo da costa de África.

A viagem
 
Iniciava-se, assim, a expedição a 8 de Julho de 1497. A linha de navegação de Lisboa a Cabo Verde foi a habitual e no Oceano Índico é descrita por Álvaro Velho: «rota costeira até Melinde e travessia directa deste porto até Calecut». Durante esta expedição foram determinadas latitudes através da observação solar, como refere João de Barros.

Relatam os Diários de Bordo das naus muitas experiências inéditas. Encontrou esta ansiosa tripulação rica fauna e flora. Fizeram contacto perto de Santa Helena com tribos que comiam lobos-marinhos, baleias, carne de gazelas e raízes de ervas; andavam cobertos com peles e as suas armas eram simples lanças de madeira de zambujo e cornos de animais; viram tribos que tocavam flautas rústicas de forma coordenada, o que era surpreendente perante a visão dos negros pelos europeus. Ao mesmo tempo que o escorbuto se instalava na tripulação, cruzavam-se em Moçambique com palmeiras que davam cocos.

Apesar das adversidades de uma viagem desta escala, a tripulação mantinha a curiosidade e o ânimo em conseguir a proeza e conviver com os povos. Para isso reuniam forças até para assaltar navios em busca de pilotos. Com os prisioneiros, podia o capitão-mor fazer trocas, ou colocá-los a trabalhar na faina; ao rei de Mombaça pediu pilotos cristãos que ele tinha detido e assim trocou prisioneiros. Seria com a ajuda destes pilotos que chegariam a Calecut, terra tão desejada, onde o fascínio se perdia agora pela moda, costumes e riqueza dos nativos.

Sabe-se, por Damião de Góis, que durante a viagem foram colocados cinco padrões: São Rafael, no rio dos Bons Sinais; São Jorge, em Moçambique, Santo Espírito, em Melinde; Santa Maria, nos Ilhéus, e São Gabriel, em Calecut. Estes monumentos destinavam-se a afirmar a soberania portuguesa nos locais para que outros exploradores não tomassem as terras como por si descobertas.

A chegada à Índia
 
A entrada em Calecut sofreu alguma oposição, também devido ao patrocínio dos mercadores árabes que queriam manter os Europeus afastados. A perseverança de Vasco da Gama fez com que se iniciassem, mesmo assim, as negociações entre ele e o samorim, de onde resultava uma carta comprobatória do encontro que dizia:
«Vasco da Gama, fidalgo da vossa casa, veio à minha terra, com o que eu folguei. Em minha terra, há muita canela, e muito cravo e gengibre e pimenta e muitas pedras preciosas. E o que quero da tua é ouro e prata e coral e escarlata».
O retorno
 
A 12 de Julho de 1499, depois de mais de dois anos do início desta expedição, entra a caravela Bérrio no Rio Tejo, comandada por Nicolau Coelho, com a notícia que iria emocionar Lisboa: os portugueses chegaram à Índia pelo mar. Vasco da Gama tinha ficado para trás, na ilha Terceira, preferindo acompanhar o seu irmão, gravemente doente, renunciado assim aos festejos e felicitações pela notícia.

Das naus envolvidas, apenas a São Rafael  não regressou, pois teria sido queimada por incapacidade de a manobrar, consequência do reduzido número a que se via a tripulação no regresso, fruto das doenças responsáveis pela morte de cerca de metade da tripulação, como o escorbuto, que se fez sentir mais afincadamente durante a travessia do Oceano Índico.

Vasco da Gama retornava ao país em 29 de Agosto (faz hoje 507 anos) e seria recebido pelo próprio rei D. Manuel I com contentamento que lhe atribuía o título de Dom e grandes recompensas. Fez Nicolau Coelho fidalgo da sua casa, assim como a todos os outros, conforme os serviços que haviam prestado.

D. Manuel I apressa-se a dar a notícia aos reis de Espanha, numa exibição orgulhosa do feito e para avisar, simultaneamente, que as rotas seriam doravante exploradas pela Coroa Portuguesa.

Há notícia de um mercador italiano que espalhou por Florença a boa-nova: «Descobriram 1800 léguas de novas terras além do Cabo da Boa Esperança, cujo cabo foi descoberto no tempo do rei João. O capitão descobriu uma grande cidade amuralhada , com muito boas casas de pedra, no estilo mourisco, habitada por mouros da cor dos indianos. O capitão desembarcou aqui e o rei deu-lhe um piloto para cruzar o golfo». O mercador referia-se a Melinde.


Fonte: Wikipédia.