terça-feira, 21 de agosto de 2012

Proclamação da República do Brasil

     Introdução
O período que vai de 1889 a 1930 é conhecido como a República Velha. Este período da História do Brasil é marcado pelo domínio político das elites agrárias mineiras, paulistas e cariocas. O Brasil firmou-se como um país exportador de café, e a indústria deu um significativo salto. Na área social, várias revoltas e problemas sociais aconteceram nos quatro cantos do território brasileiro.                                                                        
                                                                             

A República da Espada (1889 a 1894)


Em 15 de novembro de 1889, aconteceu a Proclamação da República, liderada pelo Marechal Deodoro da Fonseca. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto. 
O militar Floriano, em seu governo, intensificou a repressão aos que ainda davam apoio à monarquia.

                             
                                                                   
                                     
 Proclamação da República (Praça da Aclimação, atual Praça da República, Rio de Janeiro, 15/11/1889)





A Constituição de 1891 ( Primeira Constituição Republicana)

Após o início da República havia a necessidade da elaboração de uma nova Constituição, pois a antiga ainda seguia os ideais da monarquia. A constituição de 1891, garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição implantou o voto universal para os cidadãos ( mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora ). A constituição instituiu o presidencialismo e o voto aberto.

República das Oligarquias

O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.
Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista.
Surgiu neste período o tenentismo, que foi um movimento de caráter político-militar, liderado por tenentes, que faziam oposição ao governo oligárquico. Defendiam a moralidade política e mudanças no sistema eleitoral (implantação do voto secreto) e transformações no ensino público do país. A Coluna Prestes e a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana foram dois exemplos do movimento tenentista.

Política do Café-com-Leite

A maioria dos presidentes desta época eram políticos de Minas Gerais e São Paulo. Estes dois estados eram os mais ricos da nação e, por isso, dominavam o cenário político da república. Saídos das elites mineiras e paulistas, os presidentes acabavam favorecendo sempre o setor agrícola, principalmente do café (paulista) e do leite (mineiro). A política do café-com-leite sofreu duras críticas de empresários ligados à indústria, que estava em expansão neste período.

Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Política dos Governadores

Montada no governo do presidente paulista Campos Salles, esta política visava manter no poder as oligarquias. Em suma, era uma troca de favores políticos entre governadores e presidente. O presidente apoiava os candidatos dos partidos governistas nos estados, enquanto estes políticos davam suporte a candidatura presidencial e também durante a época do governo.


A figura do "coronel" era muito comum durante os anos iniciais da República, principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, em que o coronel (fazendeiro) obrigava e usava até mesmo a violência para que os eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e fiscalizados por capangas do coronel, para que votasse nos candidatos indicados. O coronel também utilizava outros "recursos" para conseguir seus objetivos políticos, tais como: compra de votos, votos fantasmas, troca de favores, fraudes eleitorais e violência.

O Convênio de Taubaté

Essa foi uma fórmula encontrada pelo governo republicano para beneficiar os cafeicultores em momentos de crise. Quando o preço do café abaixava muito, o governo federal comprava o excedente de café e estocava. Esperava-se a alta do preço do café e então os estoques eram liberados. Esta política mantinha o preço do café, principal produto de exportação, sempre em alta e garantia os lucros dos fazendeiros de café.

A crise da República Velha e o Golpe de 1930

Em 1930 ocorreriam eleições para presidência e, de acordo com a política do café-com-leite, era a vez de assumir um político mineiro do PRM. Porém, o Partido Republicano Paulista do presidente Washington Luís indicou um político paulista, Julio Prestes, a sucessão, rompendo com o café-com-leite. Descontente, o PRM junta-se com políticos da Paraíba e do Rio Grande do Sul (forma-se a Aliança Liberal ) para lançar a presidência o gaúcho Getúlio Vargas.
Júlio Prestes sai vencedor nas eleições de abril de 1930, deixando descontes os políticos da Aliança Liberal, que alegam fraudes eleitorais. Liderados por Getúlio Vargas, políticos da Aliança Liberal e militares descontentes, provocam a Revolução de 1930. É o fim da República Velha e início da Era Vargas.

Galeria dos Presidentes da República Velha:  Marechal Deodoro da Fonseca (15/11/1889 a 23/11/1891), Marechal Floriano Peixoto (23/11/1891 a 15/11/1894), Prudente Moraes (15/11/1894 a 15/11/1898), Campos Salles (15/11/1898 a  15/11/1902) , Rodrigues Alves (15/11/1902 a 15/11/1906), Affonso Penna (15/11/1906 a 14/06/1909), Nilo Peçanha (14/06/1909 a 15/11/1910), Marechal Hermes da Fonseca (15/11/1910 a 15/11/1914), Wenceslau Bráz (15/11/1914 a 15/11/1918), Delfim Moreira da Costa Ribeiro (15/11/1918 a 27/07/1919), Epitácio Pessoa (28/07/1919 a 15/11/1922),
Artur Bernardes (15/11/1922 a 15/11/1926), Washington Luiz (15/11/1926 a 24/10/1930).

Você sabia?
- O período da História do Brasil conhecido como Nova República teve início em 1985, com o fim da Ditadura Militar e início do processo de redemocratização. Este período da História do Brasil dura até os dias atuais. 
- A palavra República tem origem no latim res publica, cujo significado é "coisa pública".


 
Alegoria da República e Deodoro, o proclamador
                                  
                                                                                    
quadro Proclamação da República do Brasil



Seja um pálio de luz desdobrado,
Sob a larga amplidão destes céus.
Este canto rebel, que o passado
Vem remir dos mais torpes labéus!
Seja um hino de glória que fale
De esperanças de um novo porvir!
com visões de triunfos embale
Quem por ele lutando surgir!

Liberdade! liberdade!
Abre asa asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre pais
Hoje o rubro 
lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiramos hostis.
Somos todos iguais! ao futuro
Sabemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da pátria no altar!

Liberdade! liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Se é mister que de peitos valentes
Haja sangue em nosso pendão,
Sangue vivo de herói Tiradentes
Batizou neste audaz pavilhão!
Mensageiro de paz, paz queremos,
É de amor nossa força e poder,
Mas da guerra, nos transes supremos
Heis de ver-nos lutar e vencer!

Liberdade! liberdade!
Abre as asas sobre nós!
das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

Do Ipiranga é preciso que o brado
Seja um grito soberbo de fé!
O Brasil já surgiu libertado,
Sobre as púrpuras régias de pé.
Eia, pois, brasileiros avante!
Verdes louros colhamos louçãos!
Seja o nosso país triunfante,
Livre terra de livres irmãos!

Liberdade! liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Em meados do ´seculo XVIII aconteceu na Europa um fenômeno que transformaria não só a sociedade européia, mas teria efeitos e consequência em todas as artes do globo.

A Revolução Industrial, como ficou conhecido este processo, aconteceu inicialmente na Inglaterra com o desenvolvimento da indústria manufatureira têxtil que culminou com o aparecimento de máquinas.

Em seguida, porém já no século XIX, outras nações europeias se industrializaram, principalmente a França e a Bélgica ( na primeira metade do século ) e a Alemanha ( na segunda metade do XIX ). Além dos Estados Unidos da América (EUA) que também conheceram sua industrialização em fins do século XIX.



     

Muitas teorias foram desenvolvidas a fim de tentarem explicar as causas que levaram a Europa a se industrializar, sobretudo a Inglaterra Cyro Rezende em seu livro História Econômica Geral aponta que se afirmam pelo menos três causas diferentes; a primeira seria a comercial, isto é, o desenvolvimento mercantilista proporcionou grande aumento de capital, sendo este último o principal propulsor para o progresso  industrial; a segunda causa colocada é a Revolução Agrícola, ou seja, no período em que se deu a Revolução Industrial apesar de haver um comércio desenvolvido, a atividade principal do setor econômico era a agricultura e que tinha passado no século anterior muitas transformações e inovações, aumentando sua  
produtividade e lucros gerando assim condições necessária para um avanço da atividade industrial; e um terceiro em que Cyro Rezende traz a questão financeira, na medida em que o desenvolvimento e aumento de importância dos bancos criaram condições sustentáveis para que se gerasse créditos propiciando o incremento no setor industrial.


Destarte, todas asa teorias apontadas, faz-se necessário perceber que nenhuma delas podem ser colocadas como causa única da Revolução Industrial, é imprescindível compreender que no movimento sincrônico da História, uma confluência de fatores mais gerais, como os anteriormente citados, em consonância ainda com as questões locais e regionais é que promoveram o que denominamos Revolução Industrial.



Todavia, porque denominar Revolução industrial? Esta indagação pode ser esclarecida quando são expostas as consequências destas mudanças ocorridas no setor industrial europeu tendo a Inglaterra como parâmetro. Ao se perceber o que significou a criação das máquinas de tear e fiar pode-se imaginar quais mudanças foram essas. A introdução destas máquinas aumentou em graus surpreendentes a produção, que por sua vez necessitou mais mão- de- obra, que precisava de  mais mercado consumidor e que por sua vez gerava mais demanda de produção.

Isto gerou aperfeiçoamento da técnica, as máquinas que tinham propulsão humana, passaram a propulsão animal e depois o vapor d água. Estima-se, segundo o livro de Cyro Rezende que as máquinas a vapor na Inglaterra no inicio do ´seculo XIX geravam uma força que se fosse pela mão humana necessitaria de 40 milhões de trabalhadores.

O desenvolvimento da maquina e da grande indústria gerou a necessidade de máquinas mais resistentes, deste modo o ferro passou a ser produzido em mais quantidade e aplicado não as máquinas, mas aos meios de transportes, que já utilizavam o vapor como força propulsora, assim navios de ferro e locomotivas de ferro, ambos movidos a vapor, encurtaram distancias, baratearam os preços e proporcionando que os produtos circulassem e chegassem a diversos lugares, tomando a ferrovia, por exemplo, no fim do XIX nos EUA já havia mais de 340 mil Km de ferrovias.


Por conseguinte, com as informações supracitadas podemos perceber como a Revolução Industrial transformou radicalmente a maneira de produzir e também a sociedade. Posto que originou uma grande migração do campo para a cidade, formando as cidades em gigantescos conglomerados para a época de então, contudo vale ressaltar que os aspectos abordados aqui falam mais especificamente da I Revolução Industrial, ocorrida na Inglaterra, sobretudo e dominada pelo vapor como força propulsora e pelo ferro como principal elemento na composição das máquinas.



REFERÊNCIA:
REZENDE, Cyro. História econômica geral São Paulo: contexto. 2003

Revolução Chinesa


                                                                             
                                                 Sun Yat-sen, líder da I Revolução Chinesa




A Revolução Chinesa foi um movimento político, social, econômico e cultural ocorrido na China no ano de 1911. Liderada pelo médico, político e estadista chinês Sun Yat-sen. Este movimento nacionalista derrubou a Dinastia Manchu do poder.

Causas: China antes da revolução

No século XIX, no contexto do imperialismo, a China era dominada e explorada pelas potências européias, principalmente pelo Reino Unido. Esta potência imperialista, além de explorar a China economicamente, interferia nos assuntos políticos e culturais da China. Os imperadores da Dinastia Manchu eram submissos à dominação européia. 

A distribuição das terras produtivas chinesas também era um outro problema para o país, pois quase 90% estavam nas mãos de grandes proprietários rurais (espécies de senhores feudais).

Entre 1898 e 1900 um ato de rebeldia contra a dominação estrangeira ocorreu na China. Os boxers fizeram uma revolta de caráter nacionalista que foi duramente reprimida pelas tropas estrangeiras. Este conflito ficou conhecido como Guerra dos Boxers.

Em 1908, Sun Yat-sen fundou o Partido Nacionalista (Kuomintang) cujo principal objetivo era fazer oposição à monarquia e ao domínio europeu no país. 

A Revolução Nacionalista

Em 1911, com o apoio de grande parte dos militares chineses, Sun Yat-sen foi proclamado primeiro presidente da República Chinesa. Porém, em várias regiões do país comandadas por grandes proprietários rurais ocorreram resistências, mergulhando a China num longo período de guerra civil. 

Em 1925, com a morte de Sun Yat-sen, ocorreu uma disputa pelo controle do Kuomintang, que acabou por se fundir com o Partido Comunista Chinês. 

Em 1927, o general Chiang Kai-shek assumiu o poder do Kuomintang e, no comando das tropas chinesas, começou a combater os opositores da República, entre eles os grandes proprietários rurais e comunistas.

Os conflitos entre nacionalistas e comunistas ficou s uspenso apenas na Segunda Guerra Mundial, quando combateram, juntos, o Japão que tentava conquistar a China. Com o término da conflito mundial e a expulsão dos japoneses do território chinês, as tropas nacionalistas de Chiang Kai-shek voltaram a perseguir e combater os comunistas de Mao Tse-tung, reiniciando o conflito armado.


               
       Mao Tsé Tung ( 1893-1976 )                                                                      
( Mao Tsé Tung anuncia a criação da Republica popular da China).
                                                                
                                                                      
                                                     Morte de Mao Tsé Tung

Curiosidade: A leitura do livro vermelho era obrigatório nos tempos de poder. (No livro vermelho Mao Tsé Tung demostra sua opinião sobre cultura, religião, a qual deveria ser seguida rigorosamente  por todos), Foi o livro mais vendido da história ficando somente atrás da Bíblia Sagrada.


                                                                     


Frase de Mao Tsé Tung:

" Comunismo não é amor, comunismo é um martelo com o qual se golpeia o inimigo"
" O poder politico nasce do cano da espingarda".
"Comunismo; sistema politico que prega que todas as coisas são de todos"



A Revolução Comunista 


Em outubro de 1949, os comunistas tomam o poder e proclamam a República Popular da China, com Mao Tse-tung como chefe supremo. Transformada num país comunista, a China passou por uma série de reformas como, por exemplo, coletivização das terras, controle estatal da economia e nacionalização de empresas estrangeiras.