quinta-feira, 21 de junho de 2018

O sumo sacerdote que condenou Jesus


EM NOVEMBRO de 1990, alguns homens estavam trabalhando num parque e numa rodovia a pouco menos de dois quilômetros ao sul da Cidade Velha de Jerusalém quando fizeram uma descoberta fascinante. Um trator fez com que o teto de uma caverna funerária desabasse acidentalmente. Do primeiro século AEC até o primeiro século EC, aquela área tinha sido usada como uma enorme necrópole. O mais curioso, na realidade, era o que os arqueólogos descobriram na câmara mortuária.

A caverna continha 12 ossuários, e dentro deles havia ossos que tinham sido guardados depois de os cadáveres terem ficado em túmulos por cerca de um ano e sua carne ter decomposto. Num dos lados de um ossuário belamente entalhado — um dos melhores que já se encontrou — havia um nome inscrito: Yehosef bar Caiapha (José, filho de Caifás).

Evidências sugerem que esse túmulo talvez tenha sido do sumo sacerdote que presidiu o julgamento mais importante da História: o de Jesus Cristo. O historiador judeu Josefo identifica esse sumo sacerdote como “José, que era chamado de Caifás”. Ele é chamado na Bíblia simplesmente de Caifás. Por que devemos estar interessados nele? O que o motivou a condenar Jesus?

Família e formação

Caifás casou-se com a filha de Anás, outro sumo sacerdote. (João 18:13) Essa união provavelmente já estava preestabelecida anos antes do casamento, visto que ambas as famílias queriam se certificar de que estavam fazendo uma boa aliança. Isso significou examinar cuidadosamente genealogias para garantir a pureza de sua linhagem sacerdotal. Pelo visto, as duas famílias eram ricas e aristocráticas, e provavelmente sua riqueza advinha de grandes propriedades nos arredores de Jerusalém. Anás queria ter certeza de que seu futuro genro seria um aliado político confiável. Parece que tanto Anás quanto Caifás pertenciam à influente seita dos saduceus. — Atos 5:17.

Membro da destacada família sacerdotal, Caifás deve ter recebido uma educação baseada nas Escrituras Hebraicas e na interpretação delas. Seu serviço no templo talvez tenha começado quando ele tinha 20 anos, mas é desconhecida a idade com que ele se tornou sumo sacerdote.

Sumos sacerdotes e principais sacerdotes

No início, o sumo sacerdócio era um cargo hereditário e vitalício, mas os asmoneus o usurparam no segundo século AEC.* Herodes, o Grande, nomeava e destituía os sumos sacerdotes, deixando claro que era ele a verdadeira autoridade. Os governadores romanos da Judéia seguiam uma prática semelhante.

Esses acontecimentos levaram à formação de um grupo que as Escrituras chamam de “principais sacerdotes”. (Mateus 26:3, 4) Além de Caifás, esse grupo incluía ex-sumos sacerdotes, tais como Anás que havia sido deposto, mas continuava com o título. O grupo também incluía familiares imediatos dos sumos sacerdotes, tanto dos em exercício como dos antigos.

Os romanos deixavam a administração diária da Judéia a cargo da aristocracia judaica, incluindo os principais sacerdotes. Isso deu a Roma o controle da província e garantiu a arrecadação de impostos, não sendo necessário enviar muitos soldados para lá. Roma esperava que a hierarquia judaica mantivesse a ordem e defendesse os interesses do império. Os governadores romanos não tinham muita afeição pelos líderes judeus, que, por sua vez, não viam o domínio romano com bons olhos. Mas a cooperação mútua visava os melhores interesses de ambos os grupos, e era para o bem de um governo estável.

Na época de Caifás, o sumo sacerdote era o líder político judeu. Anás foi nomeado para esse cargo por Quirino, governador romano da Síria, em 6 ou 7 EC. Ganância, nepotismo, opressão e violência eram, segundo a tradição rabínica, características das famílias aristocráticas judaicas proeminentes. Certa escritora conclui que, como sumo sacerdote, Anás se certificaria de que seu genro fosse “rapidamente promovido para algum cargo de destaque no templo; afinal, quanto maior o cargo que Caifás ocupasse, mais útil ele seria para Anás”.

Valério Grato, governador da Judéia, destituiu Anás por volta de 15 EC. Outros três, incluindo um dos filhos de Anás, ocuparam o cargo de sumo sacerdote numa rápida sucessão. Caifás se tornou sumo sacerdote por volta de 18 EC. Pôncio Pilatos, que foi nomeado governador da Judéia em 26 EC, manteve o cargo de Caifás durante todo seu mandato de dez anos. Esse período abrangeu a época do ministério de Jesus e o começo da pregação de seus discípulos. Mas Caifás era hostil para com a mensagem cristã.

Medo de Jesus e de Roma

Caifás encarava Jesus como um perigoso agitador. Jesus desafiou a interpretação hierárquica das leis sabáticas e expulsou os mercadores e cambistas do templo, dizendo que haviam feito dele um “covil de salteadores”. (Lucas 19:45, 46) Alguns historiadores acreditam que aquele mercado no templo pertencia à família de Anás, talvez sendo essa outra razão pela qual Caifás tentou silenciar Jesus. Quando os principais sacerdotes enviaram guardas para prendê-lo, eles ficaram tão impressionados com as palavras de Jesus que voltaram de mãos vazias. — João 2:13-17; 5:1-16; 7:14-49.

Analise o que aconteceu quando os líderes judaicos ficaram sabendo que Jesus havia ressuscitado Lázaro. O Evangelho de João conta: “Os principais sacerdotes e os fariseus ajuntaram o Sinédrio e começaram a dizer: ‘Que devemos fazer, visto que este homem realiza muitos sinais? Se o deixarmos assim, todos depositarão fé nele, e virão os romanos e tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação.’” (João 11:47, 48) O Sinédrio encarava Jesus como uma ameaça às autoridades religiosas e à ordem pública, que Pilatos considerava ser de responsabilidade dessas autoridades. Qualquer movimento popular que os romanos talvez encarassem como sedicioso poderia levá-los a intervir na gestão dos judeus — algo que o Sinédrio queria evitar a qualquer custo.

Embora não conseguisse negar que Jesus tinha realizado obras poderosas, Caifás não exerceu fé, tentando manter seu prestígio e autoridade. Como ele poderia admitir a ressurreição de Lázaro? Ele era saduceu e não acreditava na ressurreição! — Atos 23:8.

A maldade de Caifás ficou evidente quando disse a seus co-governantes: “Não deduzis logicamente que é para o vosso proveito que um só homem morra a favor do povo e não que toda a nação seja destruída.” O relato continua: “Isto, porém, não dizia de sua própria iniciativa; mas, porque era sumo sacerdote naquele ano, profetizava que Jesus estava destinado a morrer pela nação, e não só pela nação, mas, a fim de que os filhos de Deus, que se acham espalhados, fossem também por ele ajuntados numa unidade. Portanto, daquele dia em diante deliberaram matá-lo [Jesus].” — João 11:49-53.

Caifás não se deu conta do pleno sentido de suas palavras. Devido ao seu cargo de sumo sacerdote, ele de fato profetizou.* A morte de Jesus seria benéfica, mas não apenas para os judeus. O sacrifício de resgate forneceria os meios para livrar toda a humanidade da servidão ao pecado e à morte.

Conspiração assassina

Os principais sacerdotes e anciãos judeus se reuniram na casa de Caifás para conversar sobre como poderiam apoderar-se de Jesus para matá-lo. O sumo sacerdote provavelmente teve uma participação em estabelecer, junto com Judas Iscariotes, o preço da traição de Jesus. (Mateus 26:3, 4, 14, 15) No entanto, apenas um assassinato não era o suficiente para Caifás alcançar seu maus objetivos. “Os principais sacerdotes deliberaram matar também Lázaro, visto que por causa dele muitos dos judeus . . . depositavam fé em Jesus.” — João 12:10, 11.

Malco, escravo de Caifás, estava na turba enviada para prender Jesus. Como prisioneiro, Jesus foi levado primeiro para Anás, a fim de ser interrogado, e depois para Caifás, que já tinha convocado os anciãos judeus para participar num julgamento noturno ilegítimo. — Mateus 26:57; João 18:10, 13, 19-24.

Caifás não ficou frustrado quando os falsos testemunhos contra Jesus divergiram. O sumo sacerdote sabia o que os conspiradores, incluindo ele próprio, pensavam a respeito de alguém autodenominar-se Messias. Portanto, ele quis saber se Jesus alegava ter esse título. Jesus respondeu que seus acusadores o veriam “sentado à destra de poder e vindo nas nuvens do céu”. Numa demonstração de piedade, “o sumo sacerdote rasgou então a sua roupagem exterior, dizendo: ‘Ele blasfemou! Que necessidade temos ainda de testemunhas?’” O Sinédrio decidiu que Jesus merecia a morte. — Mateus 26:64-66.

As execuções tinham de ser aprovadas pelos romanos. Como intermediário entre eles e os judeus, foi provavelmente Caifás quem levou o caso para Pilatos. Quando Pilatos tentou livrar Jesus, Caifás talvez estivesse entre os principais sacerdotes que gritaram: “Para a estaca com ele! Para a estaca com ele!” (João 19:4-6) Foi também provavelmente ele quem instigou a multidão a clamar pedindo a libertação de um assassino, e não a de Jesus. Talvez ele estivesse entre os principais sacerdotes que clamaram hipocritamente: “Não temos rei senão César.” — João 19:15; Marcos 15:7-11.

Caifás negou as evidências da ressurreição de Jesus e se opôs a Pedro e a João, depois a Estêvão. Caifás também autorizou Saulo a prender qualquer cristão que encontrasse em Damasco. (Mateus 28:11-13; Atos 4:1-17; 6:8-7:60; 9:1, 2) Por volta de 36 EC, no entanto, Caifás foi destituído por Vitélio, o legado romano na Síria.

Escritos judaicos mostram a família de Caifás sob luz desfavorável. Por exemplo, o Talmude Babilônico lamenta: “Ai de mim por causa da casa de Hanin [Anás], ai de mim por causa dos rumores” ou “calúnias”. Acredita-se que essa queixa se refira a “reuniões secretas para planejar medidas opressivas”.

A lição que Caifás deixou

Certo erudito descreveu os sumos sacerdotes como “severos, astutos e experientes — e muito provavelmente arrogantes”. A arrogância fez com que Caifás rejeitasse o Messias. Portanto, não devemos desanimar quando as pessoas rejeitam a mensagem da Bíblia. Alguns não têm suficiente interesse na verdade bíblica para abandonar crenças muito estimadas. Outros talvez achem que pregar humildemente as boas novas os rebaixaria. Os padrões cristãos repelem os desonestos e os gananciosos.

Na qualidade de sumo sacerdote, Caifás poderia ter ajudado seus companheiros judeus a aceitar o Messias, mas sua avidez pelo poder fez com que rejeitasse Jesus. Essa oposição provavelmente continuou até a morte de Caifás. O registro de seu comportamento mostra que não são só os ossos que ficam depois da morte. Por meio das nossas ações, estabelecemos uma reputação duradoura aos olhos de Deus, quer para o bem quer para o mal.

Hitler odiava os judeus?

O Anti-semitismo tem raízes religiosas milenares


Para compreender o anti - semitismo, é fundamental diferenciá - lo do antijudaísmo.
O antijudaísmo é o ódio à religião judaica como ideologia ou visão de mundo.
Anti - semitismo é o ódio aos judeus como nação.

Os que professam o antijudaísmo acabam sendo anti-semitas, uma vez que partem do pressuposto de que a religião judaica contaminou a nação que segue seus preceitos.

o anti-semitismo desemboca no antijudaísmo, ao sustentar-se na premissa de que só uma nação racialmente inferior pôde ter criado uma religião tida como a religião do Mal.


Na Antiguidade, seitas eso-téricas conceberam a religião judaica como a religião do demônio e viam os judeus como os agentes na propagação dessa religião do pecado.

Essa cosmovisão foi resultado de uma crença dualista, isto é, em dois poderes criadores do universo: o Bem e o Mal, identificando os judeus com o Mal, o que os colocou no papel do mal cósmico e os viu como instrumento do demônio.

Segundo a visão paulina antijudaísmo e anti - semitismo para o apóstolo paulo, a revelação da torá é uma revelação temporária e os que contunuam a seguir a torá após a chegada de JESUS CRISTO são traidores, segundo este raciocínio , os judeus, ao rejeitarem CRISTO como messias e ao assassina-lo , transformaram-se em agentes do mal , no povo deicida.(  pessoas que mataram Deus (Jesus Cristo).