quinta-feira, 27 de outubro de 2016

       JUDEUS

 

Um judeu (em hebraico: יְהוּדִי, transl. Yehudi, no singular; יְהוּדִים, Yehudim, no plural; ladino: ג׳ודיו, Djudio, sing.; ג׳ודיוס, Djudios, pl.; iídiche: ייִד, Yid, sing.; ייִדן, Yidn, pl.) é um membro do grupo étnico e religioso originado nas Tribos de Israel ou hebreus do Antigo Oriente. O grupo étnico e a religião judaica, a fé tradicional da nação judia, são fortemente inter-relacionados, e pessoas convertidas para o judaísmo foram incluídas no povo judeu e judeus convertidos para outras religiões foram excluídos do povo judeu durante milênios.

 

 Os judeus foram palco de uma longa história de perseguições em várias terras, resultando numa população que teve frequentemente seus números e suas distribuições alteradas ao longo dos séculos. A maioria das autoridades coloca o número de judeus entre 12 e 14 milhões, representando 0,2% da atual estimada população mundial. De acordo com a Agência Judia para Israel, no ano de 2007 havia 13,2 milhões de judeus mundialmente; 5,4 milhões (40,9%) em Israel, 5,3 milhões (40,2%) nos EUA, e o resto distribuído em comunidades de vários tamanhos no mundo inteiro. Esses números incluem todos aqueles que se consideram judeus se ou não se afiliaram, e, com a exceção da população judia de Israel, não inclui aqueles que não se consideram judeus ou que não são judeus por halachá. A população total mundial judia, entretanto, é difícil para medir. Além das considerações haláhicas, há fatores seculares, políticos e identificações ancestrais em definindo quem é judeu que aumentam o quadro consideravelmente.

História

 

 Os hebreus eram um povo de origem semita (os semitas compreendem dois importantes povos: os hebreus e os árabes), que se distinguiram de outros povos da antigüidade por sua crença religiosa. O termo hebreu significa "gente do outro lado do rio”, isto é, do rio Eufrates.

 

 Os patriarcas

 

 Os hebreus eram inicialmente, um pequeno grupo de pastores nômades, organizados em clãs ou tribos, chefiadas por um patriarca. Conduzidos por Abraão, deixaram a cidade de Ur, na Mesopotâmia, e se fixaram na Palestina (Canaã a Terra Prometida), por volta de 2000 a.C.
A Palestina era uma pequena faixa de terra, que se estendia pelo vale do rio Jordão. Limitava-se ao norte, com a Fenícia, ao sul com as terras de Judá, a leste com o deserto da Arábia e, a oeste com o mar Mediterrâneo.
Governados por patriarcas, os hebreus viveram na palestina durante três séculos. Os principais patriarcas hebreus, foram Abraão (o primeiro patriarca), Isaac, Jacó (também chamado Israel, daí o nome israelita), Moisés e Josué.
Por volta de 1750 a.C. uma terrível seca atingiu a Palestina. Os hebreus foram obrigados a deixar a região e buscar melhores condições de sobrevivência no Egito. Permaneceram no Egito, cerca de 400 anos, até serem perseguidos e escravizados pelos faraós. Liderados então, pelo patriarca Moisés, os hebreus abandonaram o Egito em 1250 a.C., retornando à Palestina. Essa saída em massa dos hebreus do Egito é conhecida como Êxodo.

                                                                  Os juízes

De volta à Palestina, sob a liderança de Josué, os hebreus tiveram de lutar contra o povo cananeu e , posteriormente, contra os filisteus. Josué (sucessor de Moisés), distribuiu as terras conquistadas entre as doze tribos de Israel. Nesse período os hebreus, passaram a se dedicar à agricultura, a criação de animais e ao comércio, tornavam-se portanto sedentários.


No período de lutas pela conquista da Palestina, que durou quase dois séculos, os hebreus foram governados pelos juízes. Os juízes eram chefes políticos, militares e religiosos. Embora comandassem os hebreus de forma enérgica, não tinham uma estrutura administrativa permanente. Entre os mais famosos juízes destaca-se Sansão, que ficou conhecido por sua grande força, conforme relata a Bíblia. Outros juízes importantes foram Gedeão e Samuel.

 

                                                              Os reis 

 

A seqüência de lutas e problemas sociais criou a necessidade de um comando militar único. Os hebreus adotaram então, a monarquia. O objetivo era centralizar o poder nas mãos de um rei e, assim, ter mais força para enfrentar os povos inimigos, como os filisteus.


O primeiro rei dos hebreus foi Saul (1010 a.C.). Depois veio o rei Davi (1006-966 a.C.), conhecido por ter vencido os filisteus (segundo a Bíblia, ele derrotou o gigante filisteu Golias). Com a conquista de toda a Palestina, a cidade de Jerusalém tornou-se a capital política e religiosa dos hebreus.


O sucessor de Davi foi seu filho Salomão, que terminou a organização da monarquia hebraica e seu reinado marcou o apogeu do reino hebraico. Durante o reinado de Salomão (966-926 a.C.), houve um grande desenvolvimento comercial, foram construídos palácios, fortificações, a construção do Templo de Jerusalém, criou um poderoso exército, organizou a administração e o sistema de impostos. Montou uma luxuosa corte, com muitos funcionários e grandes despesas.
Para poder sustentar uma corte tão luxuosa, Salomão obrigava o povo hebreu a pagar pesados impostos. O preço dessa exploração foi o surgimento de revoltas sociais.


Com a morte de Salomão, essas revoltas provocaram a divisão religiosa e política das tribos e o fim da monarquia unificada.
Formaram-se dois reinos: ao norte, dez tribos formaram o reino de Israel, com capital em Samaria e, ao sul, as duas tribos restantes formaram o reino de Judá, com capital em Jerusalém.


Em 722 a.C., os reinos de Israel foram conquistados pelos assírios, comandados por Sargão II. Grande parte dos hebreus foi escravizada e espalhada pelo Império Assírio.


Em 587 a.C., o reino de Judá foi conquistado pelos babilônios, comandados por Nabucodonosor. Os babilônios destruíram Jerusalém e aprisionaram os hebreus, levando-os para a Babilônia. Esse episódio ficou conhecido como o Cativeiro da Babilônia.


Os hebreus permaneceram presos até 538 a.C., quando o rei persa Ciro II conquistou a Babilônia, e puderam então à Palestina, que se tornara província do Império Persa e reconstruíram então o templo de Jerusalém.
A partir dessa época, os hebreus não mais conseguiram conquistar a autonomia política da Palestina, que se tornou sucessivamente província dos impérios persa, macedônio e romano.


Em 332 a.C. os persas foram derrotados por Alexandre, o Grande, e os macedônios e gregos passaram a dominar a Palestina.
Em 323 a c Alexandre morre deixando um grande legado helenístico. Enquanto isso, uma contenda pelo poder deixado por Alexandre irrompeu entre seus generais, resultando no desmembramento de seu império e no estabelecimento dum número de novos reinos.
Os Reinos Helenísticos foram: Reino Selêucida, Reino Ptolomeu, Reino de Pérgamo e o Reino Antigônido.

A Palestina ficou sob o domínio dos ptolomeus de 321 a C a 198 a C sendo anexado ao domínio Selêucida em 198 a C até 167 a C quando se inicia a revolta dos Macabeus. 

 

 DINÁSTIA HASMONEANA  

 

Os Macabeus eram uma família judaica que encabeçou a revolta contra as forças Sírias de AntiocoIV e rededicou o Templo a Jeová, pois este havia sido violado e dedicado a Zeus. Um dos líderes foi Judas, que recebeu a alcunha de Macabeu (martelo) por sua força e determinação. Mais tarde toda a família ficou conhecida por Macabeus.Deu-se em 135 a.C. e foi a chamada revolta Hasmoniana (Hasmonean). Acabaria por ser vitoriosa, terminando na separação dos judeus do reino Selêucida (a potência anterior) e assegurando a independência até 63 a.C., ano da invasão Romana sob o comando do general Pompeu em nome da República Romana.

Por fim Roma por meio de seu general Cneu Pompeu tomou Jerusalém em 63 A.C, após um sítio de três meses.E em 39 A.C, o senado romano nomeou Herodes para ser rei da Judéia, acabando com o domínio macabeu.

Durante o domínio romano na Palestina a partir de 63 a.C.., o nacionalismo dos hebreus fortaleceu-se, levando-os a se revoltar contra Roma.


                                                            

 No ano 70 da nossa era, o imperador romano Tito, sufocou uma rebelião hebraica e destruiu o segundo templo de Jerusalém. Os hebreus, então, dispersaram-se por várias regiões do mundo. Esse episódio ficou conhecido como Diáspora (Dispersão).


No ano de 136, sofreram a Segunda Diáspora, no reinado de Adriano (imperador romano), os judeus foram definitivamente expulsos da Palestina.
Dispersos pelo mundo, o povo israelita, organizou-se em pequenas comunidades. Unidos, preservaram os elementos básicos de sua cultura, como a linguagem, a religião e alguns objetivos comuns, entre eles voltar um dia à Palestina. Assim, os hebreus se mantiveram como nação, embora não constituíssem um Estado.


Somente em 1948, os judeus puderam se reunir num Estado independente, com a determinação da ONU (Organização das Nações Unidas), que criou o Estado de Israel. Decisão que criou sérios problemas na região do Oriente Médio, pois com a saída dos judeus da Palestina, no século I, outros povos, principalmente de origem árabe ocuparam e fixaram-se na região. A oposição dos árabes à existência do Estado de Israel, tem resultado em continuados conflitos na região.

 

Economia e Sociedade

A vida socioeconômica dos hebreus pode ser dividida em duas fases: a nômade e a sedentária.
A princípio, os hebreus eram pastores nômades (não tinham habitação fixa), que se dedicavam à criação de ovelhas e cabras. Os bens pertenciam a todos do clã.
Mais tarde, já fixados na Palestina, foram deixando os antigos costumes das comunidades nômades. Desenvolveram a agricultura e o comércio, tornaram-se sedentários.
Nos primeiros tempos a propriedade da terra era coletiva, depois foi surgindo a propriedade privada da terra e dos demais bens. Surgiram as diferentes classes sociais e a exploração de uma classe pela outra. A conseqüência dessas mudanças foi que grandes proprietários e comerciantes exibiam luxo e riqueza, enquanto os camponeses pobres e os escravos viviam na miséria.

                                                              Cultura

A religião é uma das principais bases da cultura hebraica e representa a principal contribuição cultural dos hebreus ao mundo ocidental.
A religião hebraica possui dois traços característicos: o monoteísmo e a idéia messiânica. A maioria dos povos da antigüidade era politeísta (acreditavam na existência de vários deuses), enquanto os hebreus adotaram o monoteísmo, acreditavam em um único Deus, criador do universo.


A idéia messiânica foi divulgada pelos profetas. Acreditavam na vinda de um messias, um enviado de Deus para conduzir os homens à salvação eterna. Para os cristãos esse messias é Jesus Cristo, o que os judeus não aceitam. Assim, continuam aguardando a vinda do messias.


A doutrina fundamental da religião hebraica (o Judaísmo) encontra-se no Pentateuco, contido no Velho Testamento da Bíblia. O Pentateuco é composto pelo: Gênesis, Êxodo, Deuteronômio, Números e Levítico. Os hebreus chamam esse livro de Torá.


A religião hebraica prescreve uma conduta moral orientada pela justiça, a caridade e o amor ao próximo. Entre as principais festas judaicas, destacam-se: a Páscoa, que comemora a saída dos hebreus do Egito em busca da Terra Prometida; o Pentecostes, que recorda a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés; o Tabernáculo, que relembra a longa permanência dos hebreus no deserto, durante o Êxodo.
Na literatura, o melhor exemplo são os livros bíblicos do Velho Testamento, dentre os quais destacam-se os Salmos, o Cântico dos Cânticos, o Livro de Jó e os Provérbios.
A Bíblia é um conjunto de livros escritos por vários autores ao longo de vários séculos.

                                                                Etimologia

A palavra "judeu" originalmente era usada para designar aos filhos de Judá, filho de Jacó, posteriormente foi designado aos nascidos na Judéia. Depois da libertação do cativeiro da Babilônia, os hebreus começaram a ser chamados de judeus. A palavra portuguesa "judeu" se origina do latim judaeu e do grego ioudaîos. Ambas palavras vêm do hebraico, יהודי, pronuncia-se "iehudí". O primeiro registro do vocábulo em português foi no ano de 1018.

Palavras etimologicamente semelhantes são usadas em outras línguas, tais como jew (inglês), jude (alemão), jøde (dinamarquês), يهودي ou yahudi (árabe). No entanto, variações da palavra "hebreu" também são usadas para designar um judeu, como acontece em ebreo (italiano), еврей ou yevrey (russo), εβραίος ou εvraios (grego moderno) e evreu (romeno). Em turco, a palavra usada é musevi, derivada de Moisés.

                                                     Judeus e judaísmo

A tradição judaica defende que a origem deles dá-se com a libertação dos filhos de Israel da terra do Egito pelas mãos de Moisés. Com a fundamentação e solidificação da doutrina mosaica, um grupo de hebreus passou a ser conhecida como "Filhos de Israel" (Bnei Israel). É deste evento que surge a noção de nação, fundamentada nos preceitos tribais e na crença monoteísta.

No entanto, a história demonstra que os antigos israelitas valorizavam a sua linhagem tribal e a nação, que só viria a ser construída com o início das monarquias de Saul e Davi, que, todavia, oculta mesmo assim um choque entre as tribos que compunham o antigo reino de Israel. Com a morte do filho de Davi, Salomão, ocorre a crise que leva à separação das tribos de Israel em dois reinos distintos: dez tribos formam o reino de Israel, enquanto a tribo de Judá, Benjamim e Levi constituem o reino de Judá que continua a ser governada pelos descendentes de Davi. Aqui, pela primeira vez, os israelitas do sul são chamados de judeus devido à sua conexão com o reino de Judá e posteriormente por todos aqueles que aderissem à doutrina religiosa deste reino, que passou a ser conhecida como judaísmo.

Com a extinção do reino de Israel, o reino de Judá permanece, e mesmo com a sua destruição, o termo "judeu" passa a designar todos aqueles que descendessem dos antigos israelitas, não importando a sua tribo. A ênfase do judaísmo da separação entre judeus e não judeus, deu à comunidade judaica um sentido de povo separado e religioso, embora, segundo pesquisadores judeus anti-sionistas, este sentido de separação tenha sido impulsionado e exarcebado pelo movimento sionista, com objetivos políticos, durante o século XX.

                                                  Quem são os judeus?

A pergunta "quem são os judeus?" gera um debate político, social e religioso entre os diversos grupos judaicos sobre quem pode ser considerado como tal.

                                                                 
                                                                  
O Muro Ocidental em Jerusalém é o que
resta do Segundo Templo de Salomão.
 

O povo judeu não pode atualmente ser reduzido a sendo somente religião, raça ou cultura, porque ultrapassa seus limites conceituais aceites. Reduzi-lo a qualquer um desses pontos seria mero reducionismo, pois ele é na verdade uma miscelânea das três, dando espaço a várias interpretações do que é ser judeu e, especialmente, quem é judeu. Interpretações essas que dependem muitíssimo de qual a sua tradição religiosa (ortodoxa, conservadora, reformista, caraíta) e do espaço geográfico onde se encontram (sefaraditas, asquenazitas, persas, norte-africanos, indianos etc. (ver etnias judaicas).

Na história recente ocidental, e consequentemente na história judaica, uma revolução conceitual levou o judaísmo e o povo judeu a um tempo de grandes mudanças estruturais. A essa revolução, a história deu o nome de iluminismo (Hebraico: השכלה; Haskalá). Nesse período histórico, os antigos grupos religiosos detentores de tradições milenares observaram o nascimento de uma geração que via na criação de grupos com novas formas de pensar a possibilidade de saída de seus guetos milenares, não somente no plano físico, mas também mental e filosófico. Por vezes esses novos grupos distanciaram-se da velha ligação do judeu com a religião judaica-mãe, porém sem nunca perder a sua chama interna de identidade, sentimento esse que é o ponto de aproximação de todos os judeus e a mais importante linha para complexa continuação da nação que é, hoje, esse povo.

Assim, com a inserção de novas filosofias no seio do judaísmo, dispares concepções surgiram sobre as questões básicas da tradição judaica. E obviamente cada grupo desenvolveu suas discussões de como pode-se definir uma resposta sensata à pergunta constante: "Quem é judeu?". Essa definição de resposta se deu, em sua maioria, sob duas linhas gerais: Pessoa que tenha passado por um processo de conversão ao judaísmo ou pessoa que seja descendente de um membro da comunidade judaica.

Contudo, esses dois assuntos são repletos de divergências. Quanto às conversões, existe divergências principalmente sobre a formação dos tribunais judaicos responsáveis pelos atos. Isso faz com que pessoas conversas através de um tribunal judaico reformista ou conservador não sejam aceitas nos círculos ortodoxos e seus rabinos que exigem um tribunal formado somente por rabinos ortodoxos, pois entendem serem outros rabinos incapazes de fazer o converso entender a grandeza da lei que está tomando sobre si. Por outro lado, o judaísmo reformista e conservador, acusa os ortodoxos de fazerem exigências absurdas, não mais se preocupando com a essência do ser judeu e sim, com regras e rigidez desnecessária.

Já quanto a descendência judaica, a divergência aparece na definição de quem viria a linha judaica, se matrilinearmente, patrilinearmente ou ambas as hipóteses. A primeira é a majoritária, sendo apoiada pelo judaísmo rabínico ortodoxo e conservador. Essa tese têm força e raio de ação maiores por ser adotada pelo Estado de Israel, além de grande parte das comunidades ao redor do mundo. Porém, a patrilinealidade é defendida pelo judaísmo caraíta e os judeus Kaifeng da China, grupos separados dos grandes centros judaicos e que desenvolveram sob tradições diferentes com base em costumes que remontam a vários séculos passados. Por último, existe a tese que ambos os pais podem dar ao filho a condição de judeu que é defendida pelo judeus reformistas que em março de 1983 por três votos a um reconheceu a validade da descendência paterna mesmo que a mãe não seja judia desde que a criança seja criada como judeu e se identifique com a fé judaica.

Questões, como se os atos podem abalar a identidade judaica, também entram na discussão, como por exemplo um judeu que faz tatuagens ou até mesmo nega seu próprio judaísmo, pode continuar sendo considerado como tal? Apesar de um judeu necessariamente não ter que seguir o judaísmo, as autoridades religiosas geralmente enfatizam o risco da assimilação do povo judeu ao se abandonar os mandamentos e tradições do judaísmo. Porém defende-se que não importa a geração ou ações futuras de pai ou mãe, o judaísmo e o consequente "ser judeu" é um direito natural da criança.

Atualmente, estima-se que exista, ao redor do mundo, uma população judaica de aproximadamente 13 milhões de pessoas, concentradas principalmente nos Estados Unidos e em Israel.

Fonte: Wikipédia / Historia Mais

OBS:  Antes da tomada da terra por parte dos Hebreus o nome da região era Canaã. Depois disso se tornou o reino de Israel, depois se dividiu e também apareceu o reino de Judá.

O local só pode ser chamado de "Palestina" depois de 135 d.e.c, quando os romanos, sob o comando de Adriano, mudaram o nome do local para punir os hebreus/judeus pela revolta de Bar Kokhbá, renomeando seu país usando o nome de seus inimigos (filisteus). Daí o nome Palestina, que não deve ser usado antes desta data. 

Leia também!

Judéia

Ritos fúnebres, na Judéia

Primeira Rebelião Judaica

As Rebeliões na Diáspora(Segunda Rebelião Judaica)

Terceira Rebelião Judaica

O Mistério dos Khazares(a 13ª Tribo)

  A Arte Trácia





 A Bulgária está situada na parte mais oriental da Península Balcânica. Desde as épocas mais remotas aí se estabeleceram povos de origem e cultura muito diversas. Nestas terras passavam as ondas de grandes tribos que migravam de um continente para o outro. Até que, por volta do segundo milênio a.C. surgiu um povo que se fixou na parte oriental do país – os trácios, uma gente estranha que acreditava na imortalidade da alma e numa vida que se prolongava além da morte. Seus reis e os mais notáveis das tribos eram, por isso, enterrados em túmulos nos quais se colocavam todas as riquezas que haviam acumulado. E assim os trácios puderam deixar uma lembrança – a de sua arte, em muitos momentos inigualável, por sua originalidade e pelo fim que almejava: a eternidade.

Inúmeros historiadores do mundo antigo escreveram sobre os costumes, os hábitos e a agressividade das tribos que povoaram as partes central e norte da Península Balcânica já nos fins da Idade do Bronze. Segundo os seus vizinhos, os gregos, elas deram origem ao deus do vento, Bóreas, e ao deus da guerra, Ares. No entanto, estas criaturas divinas revelam somente uma parte do espírito trácio, livre e indomável, pois nas suas terras tiveram berço também as Musas e nas suas montanhas cantava o doce Orfeu. Mas deve-se considerar que esses dados sobre a cultura trácia poderiam ter chegado até nós apenas como belas lendas se não tivessem o apoio dos ricos achados que revelaram ao mundo uma arte estranha, excepcional, primitiva, porém de força inigualável.

Apesar dessa profusão de ouro, o material mais utilizado na Trácia – como no restante do mundo antigo – era o bronze. Com ele se elaboravam os enfeites, as armas, os utensílios em geral. As formas desses objetos eram simplificadas, e a maioria dos ornamentos composta de figuras geométricas. Encontram-se também com muita freqüência, principalmente nos machados de culto, figuras de animais domésticos: bois, carneiros, galos, etc.


Ainda não foram escavadas todas as sepulturas trácias. Pode-se imaginar o que esconde o restante das colinas espalhadas por toda aquela região. Mesmo assim, é possível afirmar que apenas dois países rivalizavam em riqueza com a Trácia: a Pérsia ocidental e a Cítia. E isto não é uma casualidade. Os povos desses países encontravam-se em níveis de desenvolvimento social, político e econômico bastante semelhantes, assim como também eram semelhantes sua religião e sua ideologia. Além disso, mantinham relações diretas, pois os persas passavam constantemente pelo território dos trácios em suas viagens para a Cítia e para a Grécia, e acabaram mais tarde por estabelecer-se definitivamente no país.

Os soberanos trácios e citas estabeleciam entre si casamentos dinásticos, o que, aliás, não os impedia de freqüentemente se combaterem. Estes laços, que se aprofundaram com o passar do tempo, acabaram por influir positivamente na arte dos três povos. Foi a Trácia o primeiro país europeu a adotar os estilos artísticos orientais, para mais tarde difundi-los pelos mestres dos outros países bárbaros. E desde tempos imemoriais que as terras búlgaras representavam uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, pelo qual passavam inúmeros povos e culturas. Em razão disso, a arte trácia adotou muitos elementos estrangeiros, fixou-os e acabou por torná-los parte de sua tradição. Um exemplo desse fenômeno é o denominado estilo animalesco, tão difundido na arte torêutica (arte de cinzelar, de esculpir em metal, madeira ou marfim) da Trácia. O leão, o grifo, o touro foram aí introduzidos graças aos contatos com a arte persa. E os paralelos entre a torêutica trácia e a cita são ainda mais evidentes, levando alguns pesquisadores a considerarem a arte trácia como uma variante local da arte dos citas.

Mas a Trácia não possuía fronteiras somente com a Pérsia e a Cítia. Ao sul ela tinha como vizinha a Grécia, que por volta do século V a.C. havia assumido a hegemonia cultural do mundo, a ponto de criar entre helenos e bárbaros uma divisão que expressava bem mais uma diferença cultural do que étnica. Mas os altivos gregos gostavam de comerciar com os ricos bárbaros, com os quais trocavam o seu trigo, produtos alimentícios e couro por objetos como enfeites, armas e utensílios. Mas esse intercâmbio não se ateve somente ao comércio. Muitos mestres gregos trabalharam para soberanos trácios, adaptando o estilo clássico grego ao gosto oriental de seus clientes.

Os melhores exemplos encontrados hoje são os dos tesouros de Russe e Panaguiurishte. Sobre os vasos de Russe vemos os mistérios da figura de Dionísio, a quem toda a antiguidade aceitava como um deus trácio. À primeira vista o mestre mantinha-se fiel às formas antigas, mas, diante de um estudo mais detalhado, as figuras se apresentam um pouco mais pesadas, e os seus recursos não são aparentemente muito convincentes no que diz respeito ao ideal clássico de beleza. No entanto, esta beleza encontra-se nos elementos da arte bem mais exigente dos orientais.

De todos esses objetos, o mais belo é a ânfora encontrada em Panaguiurishte. Por sua forma, ela pode ser considerada um dos vasos mais raros existentes em todo o mundo. Apesar de em sua elaboração se sentir claramente a habilidade de um artista helênico, sua forma é tipicamente persa e representa a continuação de uma velha tradição aquemênida. Todos os vasos conhecidos que possuem esse formato e têm duas aberturas no fundo são originários da Ásia Menor.

Tendências artísticas semelhantes às existentes nos tesouros de Russe e de Panaguiurishte encontram-se, também, no tesouro de Letnitza, que sem dúvida alguma é obra do artesanato trácio e data da mesma época que os dois citados anteriormente, isto é, fins do século III a.C. Sua elaboração é, no conjunto, bárbara, embora apresente uma série de particularidades que a aproximam da arte da Ásia Menor. A reprodução de todas as figuras reflete as mesmas características de estilo. Os homens são representados com barba e recordam muito as esfinges da arte aquemênida (dinastia persa fundada por Ciro em 550 a.C.) tardia, da metade do século IV a.C. A figura humana, da mesma forma como era vista pelos artistas da Ásia Menor, apresenta-se sempre vestida, já que, em vez de reproduzir as formas do corpo e a musculatura, o mestre prefere ocupar-se dos detalhes do vestuário e do tecido.

Outra faceta interessante de examinar nos tesouros da Trácia é a que diz respeito aos adornos. Sua confecção é tradicionalmente atribuída a artistas gregos. Todavia, o problema relacionado ao lugar em que foram elaborados ainda não está totalmente resolvido. Isso se deve ao fato de terem encontrado em várias ilhas gregas adornos semelhantes aos achados nos túmulos de Duvanli e Mezek. Antes da segunda metade do século VI a.C. eram raros os adornos de ouro nas colônias gregas das costas do mar Negro. A partir, porém, da segunda metade do século III a.C., começaram a proliferar as oficinas especializadas na confecção de adornos de ouro. Por essa época surgiram, ao lado dos adornos gregos típicos, constituídos de brincos e anéis, adornos trácios com as mesmas características. Em cada uma das épocas posteriores encontra-se um grande número de adornos em ouro cuja origem não é tão clara. Exemplos disso nos são trazidos pelos tesouros de Nicolaevo – da época romana – e de Varna, que provavelmente tiveram sua origem na própria Trácia. Mais recentemente esses adornos típicos surgem com os dois componentes do povo búlgaro – os eslavos e os protobúlgaros. Mais tarde a eles se juntam também inúmeros adornos de caráter mais variado, como medalhões e ícones cristãos, em cuja criação aparece, com mérito indiscutível, a influência da Bizâncio cristã.

Quando falamos das relações e das influências da arte trácia com as de outras civilizações, não devemos de maneira alguma menosprezá-la por ela não possuir um caráter nacional definido. Antes de tudo o termo nacional, no sentido artístico, não existia naquela época. A arte era um meio de expressar as idéias religiosas ou político-ideológicas e não uma forma de dar dimensão a um espírito nacional.

 Se tentarmos descobrir o que, para um nobre trácio, tinha valor numa obra de arte, chegamos a algumas conclusões interessantes. Antes de tudo ela deveria ser feita de um material precioso porque dessa forma demonstrava a riqueza do seu possuidor. O trácio rico tinha uma predileção pelos objetos de ouro, tais como peitilhos, capacetes, pulseiras e anéis. Dessa maneira ele se distinguia dos mais pobres, demonstrava sua origem nobre, sua situação privilegiada. Provavelmente é por essa razão que os trácios nobres eram chamados de dzibitides – brilhantes. Eles brilhavam de tanto ouro que carregavam sobre si. Aqueles que não tinham suficiente riqueza para adquirir objetos de ouro usavam adornos de bronze, mas com um pequeno artifício: mandavam prateá-los, a fim de brilharem tanto quanto os outros.

Os motivos mais frequentemente encontrados nos objetos dos tesouros trácios são os animais. Muitas vezes representados durante uma luta entre si: é o leão que ataca o veado ou o touro; é o grifo devorando o veado; são dois ursos em posição de combate. Geralmente a posição do animal está combinada com a forma do objeto. Muitas vezes surgem figuras fantásticas, como leões com bico de águia ou veados alados.

Comumente se afirma que o estilo animalesco determina a arte trácia. Mas, na realidade, do ponto de vista artístico as obras mais preciosas são aquelas em que os homens se acham representados. É difícil afirmar se esta última foi uma etapa subseqüente ou contemporânea ao estilo animalesco. O exemplo mais antigo e figura humana é o que se encontra em um cinto datado provavelmente do século V a.C., mas o verdadeiro florescimento do estilo antropomorfo data do século IV a.C., que foi, sem dúvida, a época mais brilhante de toda a arte trácia.

Até os dias atuais, já foram descobertas mais de cem sepulturas onde se encontraram objetos em que aparece a figura humana. Do ponto de vista iconográfico, a imagem quase totalmente dominante é a do cavaleiro-guerreiro-caçador. E quem é esse cavaleiro misterioso que passa cavalgando, através dos séculos, como um símbolo eterno do espírito trácio? Durante a época da dominação de Roma foram dedicados a ele mais de dois mil relevos em mármore. Dele aprendemos o nome – Heros. Mas será este um nome ou simplesmente a palavra herói? Por ser um deus universal, os trácios apelavam para ele em todos os casos, fosse para defender as portas da cidade ou simplesmente para curá-los da mordida de um cão raivoso.

Os trácios criaram uma arte com finalidade. Uma arte que conservou a lembrança de um povo, que, segundo Heródoto, era “o mais numeroso depois do hindu” e que ficou conhecido por sua fé na imortalidade. Por acreditarem na permanência da vida, os trácios levavam consigo para a sepultura suas relíquias mais preciosas. E, em verdade, graças a elas, conseguiram a imortalidade tão desejada. Não, talvez, a espiritual; mas com certeza a cultural. Pois hoje, guardadas em museus, estas relíquias tornaram-se os testemunhos de um povo desaparecido. Mensageiras entre mundos, como Hermes o foi entre o dos deuses e o dos homens; e, como Orfeu, mensageiras do entendimento entre os próprios homens.

.:: Amador Outerelo
www.amadorouterelo.multiply.com






terça-feira, 18 de outubro de 2016

História da paraíba

As ordens religiosas, os mosteiros e as igrejas na Capitania da Paraíba

 

1 – Os Jesuítas

Foram os jesuítas os primeiros missionários que chegaram à capitania da Paraíba, acompanhando todas as suas lutas de colonização. Vieram desde as primeiras expedições de conquista.
Chegaram primeiro dois padres, Simão Travassos e Jerônimo Machado; depois vieram outros, entre os quais, Francisco Fernandes, Manuel Correia e Baltasar Lopes. O visitador da Companhia, Cristóvão de Gouvêa, mandou que o padre Jerônimo Machado relatasse todas as lutas da Paraíba, escrevendo-as no “Sumário das Armadas”.
Sabe-se que em 1591 já havia residência dos padres jesuítas nesta Capitania, em são Gonçalo Era o local de moradia deles.
Ao mando de Frutuoso Barbosa, os jesuítas se puseram a construir um colégio na Filipéia. Porém, devido a desavenças com os franciscanos, que não usavam métodos de educação tão rígidos como os jesuítas, a idéia foi interrompida.
Aproveitando esses desentendimentos, o rei que andava descontente com os jesuítas pelo fato de estes não permitirem a escravização dos índios, culpou os jesuítas pela rivalidade com os franciscanos e expulsou-os da capitania. Cento e quinze anos depois, os jesuítas voltaram a Paraíba fundando um colégio onde ensinavam latim, filosofia e letras. Passando algum tempo, fundaram um Seminário junto à igreja de Nossa Senhora da Conceição. Atualmente essa área corresponde ao jardim do Palácio do Governo.
Em 1728, os jesuítas foram novamente expulsos. Em 1773, o Ouvidor-Geral passou a residir no seminário onde moravam os jesuítas, com a permissão do Papa Clemente XIV.

2 – Os Franciscanos

Atendendo a Frutuoso Barbosa, chegaram os padres franciscanos, com o objetivo de catequizar os índios.
O Frei Antônio do Campo Maior chegou com o objetivo de fundar o primeiro convento da capitania. Seu trabalho se concentrou em várias aldeias, o que o tornou importante.
No governo de Feliciano Coelho, começaram alguns desentendimentos, pois os franciscanos, assim como os jesuítas, não escravizavam os índios. Ocorreu que depois de certos desentendimentos entre os franciscanos, Feliciano e o governador geral; Feliciano acabou se acomodando junto aos frades.
A igreja e o convento dos franciscanos foram construídos em um sítio muito grande, onde atualmente se encontra a praça São Francisco.

3 – Os Beneditinos

O superior dos beneditinos tinha interesse em fundar um convento na Capitania da Paraíba.
O governador da capitania recebeu o abade e conversou com o mesmo sobre a tal fundação. Resolveu doar um sítio, que seria a ordem do superior geral dos beneditinos.
A condição imposta pelo governador era que o convento fosse construído em até dois anos. O mosteiro não foi construído em dois anos, mesmo assim, Feliciano manteve a doação do sítio.
A igreja de São Bento se encontra atualmente na Rua Nova, onde ainda há um cata-vento em lâmina, construído em 1753.

4 – Os missionários carmelitas

Os carmelitas vieram à Paraíba a pedido do cardeal D. Henrique. Quando chegaram à Paraíba o Brasil estava sob domínio espanhol. Os carmelitas chegaram fundaram um convento e iniciaram trabalhos missionários.
O convento de Nossa Senhora do Carmo deve ter sido construído na Paraíba em 1591, com a sua igreja. Ele foi todo edificado em pedra. Era um edifício simples de um só andar.
A história dos carmelitas aqui na Paraíba é incompleta, uma vez que vários documentos históricos foram perdidos nas invasões holandesas.
Em 1763, Frei Manuel de santa Teresa restaurou o convento, mas logo este foi demolido para servir de residência ao primeiro bispo da Paraíba, D. Adauto de Miranda Henriques.
5 – O prestígio da Igreja e o Tribunal do Santo Ofício
A Igreja naquela época dispunha de enorme prestígio. Habitualmente a obtenção de sesmarias era acompanhada do levantamento de capelas, pelos sesmeiros, como símbolo da posse da terra. No interior das casas grandes e fazendas não faltava o oratório, para o terço em família, sendo que também se rezava as refeições. Nas vilas e cidades, as missas faziam-se obrigatórias e o sino das igrejas regulava a vida das habitantes. As eleições eram paroquiais e, cedo, as famílias da classe dominante adquiriram o costume de converter um dos filhos em padre.
Ressalte-se que o clero regular, de franciscanos, jesuítas, beneditinos e carmelitas, dispunha de propriedades, engenhos e escravos, na sede da capitania e fora dela, com o que participava da ocupação da terra.
Com o clero secular chegou à Paraíba, em 1595, a terrível Inquisição cujo Tribunal do Santo Ofício perseguia os acusados de práticas diferentes das permitidas pela Igreja católica e, principalmente, os judeus. Instalada pelo visitador Heitor Furtado de Mendonça, a primeira visitação do Santo Ofício fez-se tão rigorosa que alcançou o vigário da freguesia de N. S. das Neves. Acusado de ascendência árabe e práticas judaizantes, o padre João Vaz de Salem, homem rico e influente, teve seus bens confiscados. Vários desses reverteriam à ordem beneditina.

Análise Social; Igrejas

Duarte Coelho Pereira fundou uma nova Lusitânia, composta apenas por nobres. Alguns nobres de Pernambuco se refugiaram para a Paraíba, antes que ocorresse alguma invasão holandesa. Ao chegarem, fizeram seus engenhos, onde viviam com muito luxo, desfrutando de tudo. Ocorre que nem toda a população vivia tão bem como a nobreza, uma vez que haviam mulheres e moças analfabetas, que só faziam os afazeres domésticos Havia também outras classes sociais, compostas por comerciantes e aventureiros, que enriqueciam rapidamente, faziam parte da burguesia, querendo chegar a fazer parte da nobreza. Os integrantes da máquina administrativa constituíam outra classe. Eles eram considerados os homens bons, viviam uniformizados. O fator mais importante para a sociedade foi a Igreja, devido à sua maneira de catequizar o povo.

As principais igrejas da época colonial foram as seguintes:
- A Matriz de Nossa Senhora das Neves;
- A Igreja da Misericórdia;
- A Igreja das Mercês;
- A igreja de N. S. do Rosário dos Pretos;
- A Capela de N. S. da Mãe dos Homens;
- A Igreja do Bom Jesus do Martírio

Povoados, Vilas, Cidades e seus Padroeiros


Quase todas as povoações, vilas e cidades nasceram ao redor de uma capela que o fervor religioso erigia em homenagem a uma das muitas entidades celestiais cujo santo ou santa de sua invocação passava a padroeiro do lugar com a criação da vila. As santas eram as na escolha dos oragos que predominavam o nome de nossa senhora na variedade de sua nomenclatura hagiológica, e inúmeras freguesias consagraram Nossa Senhora da Conceição como padroeira que foram Areia, Campina Grande, Jacoca, Gurinhém, Ingá, Itabaiana, Araruna, Cabeceiras, Taperoá e Misericórdia e apenas cinco freguesias invocaram nomes de santos que foram Santo Antônio para Painço, São Sebastião para Piauí, São José para São José dos Piranhas, São Miguel para Baia da Tradição e São Paulo para Mamanguape, e as festas de padroeiras davam vida ao lugar pois as musicas, foguetórios, novenas e procissão de encerramento.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

As Tribos Indígenas Brasileiras

 Por Eduardo Bueno

As tribos 

Após 500 anos do descobrimento, ainda existe 215 nações e 170 línguas indígenas diferentes. Aqui , estão algumas destas nações sobreviventes


Aimoré: 
grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grande corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram vencidos no início do século 20. Eram apenas 30 mil


Avá-Canoeiro: 

 Povo de língua da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, um grupo foi contatado. Foram pegos "a laço" por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Iha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé . Parte da área indígena Avá-Canoeiro, identificada em 1994 com 38.000 ha, nos municípios de Minaçu e Cavalcante em Goiás, está sendo alagada pela hidrelétrica Serra da Mesa, no rio Maranhão.


Bororos: 

Povo falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais, também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhois fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas moléstias contraídas quanto pelos casamentos com não-índios.

Caeté: os deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a ilha de Itamaracá até as margens do Rio São Francisco. Depois de comerem o bispo, foram considerados "inimigos da civilização". Em 1562, Men de Sá determinou que fossem "escravizados todos, sem exceção". Assim se fez. Seriam 75 mil

Caiapós: 

Explorando a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará - especialmente o mogno e o ouro -, os caiapós viraram os índios mais ricos do Brasil. Movimentam cerca de U$$15 milhões por ano, derrubando, em média, 20 árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha. Quem iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso destitui o lendário Raoni e enfrentou a oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan. Ganhador do Prêmio Global 500 da ONU, espécie de Oscar ecológico, admirado pelo príncipe Charles e por Jimmy Carter, Paiakan foi acusado do estupro de uma jovem estudante branca, em junho de 1992. A absolvição, em novembro de 94, não parece tê-lo livrado do peso da suspeita. Paiakan - mitificado na Europa, criminoso no Brasil - é uma contradição viva e um símbolo da relação entre brancos e índios.

Carijó: 

 seu território ia de Cananéia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa", foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente. Em 1554, participaram do ataque a São Paulo. Eram cerca de 100 mil

Goitacá: 

 Ocupavam a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil, encheram os portugueses de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de tubarão. Eram cerca de 12 mil.

Ianomâmi: 

 Povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família, não classificada em troncos. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká, a família Yanomami abrange as línguas Yanomami, falada na maior extensão territorial, Yanomám ou Yanomá, Sanumá e Ninam ou Yanam, as quatro com vários dialetos. Os Yanomami vivem no oeste de Roraima, no norte do Amazonas e na Venezuela, num total de 20 mil índios.

Juruna: 

Povo indígena cuja língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco Tupi. Autodenominam-se Yudjá; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas pretas”, porque a tatuagem características desses índios era uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Na metade do século XIX tinham uma população estimada em 2.000 índios, que viviam no baixo rio Xingu. Um grupo migrou mais para o alto do rio, hoje em território compreendido pelo Parque do Xingu (MT). Segundo levantamento de médicos da Escola Paulista de Medicina, que prestam serviços de saúde aos índios do parque, em 1990 eram 132 pessoas. Alguns Juruna vivem dispersos na margem direita do médio e baixo rio Xingu, e há um grupo de 22 índios, segundo dados da Funai de 1990, que vive na Volta Grande do rio Xingu, numa pequena área indígena chamada Paquiçaba, no município de Senador José Porfírio, no sudeste do Pará. Suas terras serão atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Kaiapó: 

 Ou Kayapó, ou Caiapó. Povo de língua da família Jê. Distribuem-se por 14 grupos, num vasto território que se estende do SE do Pará ao N do Mato Grosso, na região do rio Xingu. Os grupos são: Gorotire, Xikrin do Cateté, Xikrin do Bacajá, A’Ukre, Kararaô, Kikretum, Metuktire (Txucarramãe), Kokraimoro, Kubenkrankén e Mekragnoti. Há indicações de pelo menos três outros grupos ainda sem contato com a sociedade nacional.

Kaingang: 

 Ou Caingangue. Povo de língua da família Jê. Também conhecidos como Coroados, vivem em 26 pequenas áreas indígenas no interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São aproximadamente 7.000 índios.

Pataxó: 

Povo de língua da família Maxacali, do tronco Macro-Jê. Abandonou sua língua original e expressa-se apenas em português. Vive no sul da Bahia, em Barra Velha, Coroa Vermelha e Monte Pascoal, em zona economicamente valorizada (cacau e turismo), nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália e nas áreas indígenas Mata Medonha e Imbiriba. Em 1990, eram aproximadamente 1.600 índios.

Potiguar: 

 Senhoreavam a costa desde São Luís até as margens do Parnaíba, e das margens do Rio Acaraú, no Ceará, até a cidade de João Pessoa, na Paraíba. Exímios canoeiros, inimigos dos portugueses, seriam uns 90 mil

Tremembé:

  grupo não-tupi, que vivia do sul do Maranhão ao norte do Ceará, entre os dois territórios potiguares. Grande nadadores e mergulhadores, foram, alternadamente, inimigos e aliados dos portugueses. Eram cerca de 20 mil

Tabajara: 

viviam entre a foz do Rio Paraíba e a ilha de Itamaracá. Aliaram-se aos portugueses. Deviam ser uns 40 mil

Temiminó: 

 Ocupavam a ilha do Governador, na baía de Guanabara, e o sul do Espírito Santo. Inimigos dos tamoios, aliaram-se aos portugueses. Sob liderança de Araribóia, foram decisivos na conquista do Rio. Eram 8 mil na ilha e 10 mil no Espírito Santo.

Tamoio: 

 Os verdadeiros senhores da baía de Guanabara, aliados dos franceses e liderados pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, lutaram até o último homem. Eram 70 mil.

Tupinambá: 

 consituíam o povo tupi por excelência. As demais tribos tupis eram, de certa forma, suas descendentes, embora o que de fato as unisse fosse a teia de uma inimizade crônica. Os tupinambás propriamente ditos ocupavam da margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano. Seriam mais de 100 mil.

Tupiniquim: 

foram os índios vistos por Cabral. Viviam no sul da Bahia e em São Paulo, entre Santos e Bertioga. Eram 85 mil.

Xavantes: 

 Povo de língua da família Jê. Autodenominam-se Akwe ou Akwen. Contatados na década de 1940, eram índios guerreiros que resistiram tenazmente à ocupação de seu território (Mato Grosso) pelos colonizadores. Em 1989 o grupo contava cerca de 6.000 pessoas, distribuidos em sete áreas indígenas entre os rios das Mortes e Batovi, a leste de Mato Grosso.

Wai-wai: 

Ou Waiwai, Uaiai. Povo de língua da família Karíb. Vivem na área indígena Nhamundá-Mapuera, na fronteira do Pará com o Amazonas, e Waiwai, em Roraima. A população é constituída por uma mistura de várias tribos atraídas e assimiladas por eles ao longo dos anos, entre as quais as dos Karafawyana, dos Kaxuyana e dos Hixkariana. Em 1990, segundo a Funai, somavam cerca de 1.250 índios.



Leia também:
Brasil Indígena
A População Nativa Brasileira


Fonte:
Eduardo Bueno/Zero Hora
http://cledir.hpg.ig.com.br/historia/02c.htm









l

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Literatura Medieval

Literatura Medieval, principais escritores da Idade Média, temas da obras literárias na Idade Média, características, resumo, trovadorismo

 

 

Introdução

Uma das principais características da literatura na Idade Média é a importância dada aos temas religiosos. Os textos e livros eram escritos principalmente por monges e integrantes do alto clero (bispos, arcebispos, papa). Como a maioria da população não sabia ler na Idade Média, esta literatura ficava restrita aos integrantes do clero e membros da nobreza.

Principais características da Literatura Medieval:

- Abordagem de temas religiosos: vida de santos, alma humana, moral cristã, existência de Deus, passagens da Bíblia Sagrada, interpretações religiosas de aspectos cotidianos, etc.

- Influência da filosofia grega, principalmente dos filósofos Aristóteles e Platão.

- Textos escritos em latim.

- Livros feitos à mão e copiados (reproduzidos) pelos monges copistas.

- Usavam o pergaminho para escrever os textos.

- Os livros eram ilustrados com iluminuras (desenhos feitos nas margens).

- A partir do século XII começam ser escritos textos relatando feitos heroicos, guerras e batalhas, Cruzadas e a vida dos cavaleiros medievais. Neste contexto, destaca-se o Ciclo Literário Arturiano, que se refere ao Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

 Religião foi o principal tema da Literatura na Idade Média

Trovadorismo





O trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII e destacou-se pelas cantigas de amor, de escárnio, de maldizer e de amigo. Os mais importantes trovadores deste período foram: Paio Soares de Taveirós, Dom Dinis e Dom Duarte.

Principais escritores medievais:

- Boecio
- Geoffrey Chaucer
- Giovanni Boccaccio
- Santo Agostinho
- São Tomás de Aquino
- Paio Soares de Taveirós
- Dante Alighieri

Curiosidade:

- Robin Hood, um dos mais conhecidos heróis míticos medievais, surgiu na literatura popular inglesa em 1375.

ANÍCIO MÂNLIO TORQUATO SEVERINO BOÉCIO 

 Anício Manilio Torquarto Severino Boécio, Também conhecido como Anitius Manliuns Torquatus Severinus Boethiun, nasceu em Roma aproximadamente em 430 a,c e 800 a.C. Era de uma familia nobre, estudou no Oriente grego, não sabendo-se se em Atenas ou em Alexandria, foi estadista e filósofo, tradutor, comentador e autor de livros sobre matemática, música, teologia, e homem de estado romano (cônsul e senador), considerado o principal autor matemático da Roma antiga.

Escreveu livros de textos, todos em latim, sobre aritmética, geometria, astronomia e música, muito utilizados nas escolas da idade média. Esses textos caracterizavam-se por um enfoque filosófico de cada assunto e sua aplicabilidade.

Foi tradutor de Platão e de Aristóteles. Exerceu grande influência sobre Tomás de Aquino, que se fundamenta em sua obra teológica De Trinitate para distinguir o gênero da espécie e firmar o conceito de "pessoa". Dois séculos depois, em 725 a.C, o rei Luitprand ordenou que seu corpo fosse levado para a igreja de São Pedro, em Pádua, onde passou a ser alvo de verdadeiro culto. Também foi um filósofo de expressão latina, o último dos patrísticos romanos e o primeiro dos escolásticos, com notável influência na formação do pensamento teológico e filosófico do Ocidente. A literatura latina floresceu com ele e Cassiodoro, que serviram de ponte entre a cultura clássica e os primórdios da Idade Média.

  Geoffrey Chaucer

 

Pouco se conhece da vida e da personalidade de Chaucer, embora, haja mais dados a seu respeito do que a respeito de Shakespeare, por exemplo, que viveu duzentos anos mais tarde. A parte mais nebulosa de sua biografia é a inicial. Sabe-se que nasceu em Londres, por volta de 1340, e que era filho de John Chaucer, comerciante de vinhos. Seu pai deve ter sido pessoa de certa influência, pois conseguiu colocá-lo como pajem junto ao Príncipe Lionel, terceiro filho do rei Eduardo III, dando-lhe assim a oportunidade de familiarizar-se com o manejo das armas e a etiqueta da corte, de ampliar os seus conhecimentos de latim e francês, e de completar a sua formação com a leitura de autores antigos e contemporâneos. Segundo alguns, Chaucer também teria freqüentado uma das duas escolas de Direito então existentes em Londres.
Em 1359, esteve lutando na França. Feito prisioneiro, foi resgatado por Eduardo III, que, mais
tarde, faria dele um de seus valetes. Por seis anos, de 1360 a 1366, Chaucer desaparece de cena. A primeira informação que temos após esse período é a de seu casamento com certa Philippa de Roet, uma dama a serviço da rainha. Tem-se igualmente notícia de que pelo menos dois filhos nasceram desse matrimônio: Thomas, que ainda viria a ocupar importantes cargos públicos, e Lewis, a quem o escritor dedicaria o seu Tratado do Astrolábio. É provável também a existência de uma filha. Essa união certamente estreitou as ligações do poeta com a corte, visto que a irmã de Philippa, Katherine, convidada para preceptora dos filhos de John of Gaunt, – quarto filho de Eduardo III e pai do futuro rei Henrique IV, – acabou se tornando amante e, depois, esposa do patrão. Essa longa associação com a realeza, além de estimular a atividade literária de Chaucer, – tanto assim que todas as suas obras foram obras de ocasião, destinadas à leitura perante a corte, – dava-lhe a oportunidade de aprofundar os seus contatos com os grandes centros culturais e artísticos do continente europeu. E isso porque o rei freqüentemente o incumbia de missões diplomáticas no exterior, enviando-o ora para Navarra, ora para a Flandres e a França, ora para a Itália. Particularmente profícuas foram as suas duas visitas (1372 e 1378) à península italiana, onde não só se encontrou com figuras políticas de relevo, como Bernabò Visconti, o temível tirano de Milão, mas também descobriu uma literatura rica e inovadora nas obras de Dante, Boccaccio e Petrarca, o último dos quais talvez tenha conhecido pessoalmente.
De 1374 a 1386 Chaucer exerceu as funções de Inspetor Alfandegário junto aos mercadores de lã. Foi essa a fase financeiramente mais próspera de sua vida, uma vez que, além de contar com renda anual apreciável e com várias outras vantagens, foi autorizado a residir nos aposentos superiores de Aldgate, uma das portas de Londres, com vista para a cidade e para os campos.
Por coincidência ou não, os tempos difíceis começaram para ele quando o Duque de Gloucester e seus sequazes delimitaram os poderes de Ricardo II, de quem Chaucer era partidário, condenando vários seguidores do rei à morte. Nessa época, o escritor já havia deixado a casa em Aldgate e se mudara para o Kent, onde fora nomeado Juiz de Paz e eleito, mais tarde, Cavaleiro Representante do Condado no Parlamento. Mas, perdido o posto de Inspetor Alfandegário, sua situação econômica se complicou. E, como se isso não bastasse, em 1387 faleceu-lhe a mulher. Apesar de tantos contratempos, foi nesse período que, aproveitando a tranquilidade de seu confinamento em Greenwich, onde se instalara, começou ele a compor sua obra mais ambiciosa, Os Contos de Cantuária.
O livro, contudo, teve que ser levado avante sem o esperado sossego, pois novos afazeres reclamaram sua atenção, e novas atribuições o aguardavam. Tão logo Ricardo II retomou as rédeas do governo em 1389, designou o poeta Fiscal de Obras do Rei, cargo que conservou até o ano seguinte e que lhe custou muito trabalho e esforço, dado que, entre os seus deveres, constavam até a compra de materiais de construção e a contratação de artesãos e operários. Além disso, era também sua responsabilidade a guarda do dinheiro para as obras, o que lhe trouxe algumas dores de cabeça. De fato, ao transportar tais valores em setembro de 1390, Chaucer foi assaltado duas vezes num mesmo dia, e pelo mesmo bando, tendo que esperar cinco angustiantes meses para ser oficialmente dispensado da obrigação de ressarcir os prejuízos. Depois disso, provavelmente não exerceu outras funções públicas, visto que a sua suposta indicação para o cargo de Couteiro Auxiliar da Floresta de Petherton, no condado de Somerset, não pode ser comprovada. Envelhecido, e com poucos recursos, o poeta chegou a sofrer vários processos por dívidas. Até mesmo o estipêndio anual que recebia da Coroa ele perdeu, quando Ricardo II foi destronado em 1399. Foi nesse momento crítico que, sem perder o bom humor, enviou ao novo soberano a famosa balada “O Lamento de Chaucer para a sua Bolsa Vazia”; e Henrique IV, filho de seu amigo John of Gaunt, o atendeu prontamente, renovando-lhe a pensão. As coisas pareciam melhorar. Chaucer alugou então uma casa junto à Abadia de Westminster, e para lá se mudou. Mas a morte inesperadamente o colheu poucos meses mais tarde, no dia 25 de outubro de 1400. Seu corpo foi sepultado na célebre Abadia, não longe dos monumentos tumulares dos reis de seu país, o primeiro literato a merecer tal honra.
Foram esses, em resumo, os principais acontecimentos que marcaram a vida do homem Chaucer. Quanto a Chaucer, o poeta, – a respeito do qual, até agora, pouco se falou, – sua carreira costuma ser dividida em três grandes períodos. O primeiro deles foi o Período Francês, durante o qual, além de traduzir o Roman de la Rose, que tanto o influenciou, produziu: O Livro da Duquesa (1369-70), uma “visão” sobre a morte de Blanche, a primeira mulher de John of Gaunt; O Parlamento das Aves (1379-82?), em que o autor retrata um debate das aves sobre o tema do amor-cortês; e A Casa da Fama (c. 1379), em quê o poeta narra como foi transportado nas garras de uma águia tagarela para as Casas da Fama e do Boato. Esta última obra, inacabada, denuncia a transição para a fase seguinte, o Período Italiano. Com efeito, a importância atribuída a Virgílio e a viagem guiada de nosso poeta a estranhos reinos sugerem a influência de Dante, que iria acentuar-se nas próximas obras, ajudando-o a moldar seus ritmos e a enriquecer sua temática. Muito significativas nessa etapa foram também as contribuições de Petrarca e de Boccaccio. Neste, por exemplo, Chaucer encontrou os modelos para O Conto do Cavaleiro e para o grande poema Tróilo e Criseida (c. 1385), baseados respectivamente na Teseida e no Filóstrato. Mas, ao contrário do que muitos supõem, Boccaccio não exerceu qualquer influência direta na elaboração de Os Contos de Cantuária. Ao que tudo indica, o autor inglês não chegou a conhecer o Decameron, e o único conto deste livro a figurar em sua coletânea, – a história de Griselda, narrada pelo Estudante de Oxford, – foi adaptado de uma versão latina feita por Petrarca. De qualquer forma, a fase propriamente italiana se encerra com A Legenda das Mulheres Exemplares (c. 1386), uma seqüência de relatos sobre as fiéis mártires do amor (“as santas de Cupido”), que o poeta escreveu, a pedido da rainha Anne, como uma espécie de penitência por haver retratado a falsidade feminina em Tróilo e Criseida. Não chegou, porém, a concluir essa obra, porque outro projeto, muito mais interessante e absorvente, veio ocupar suas atenções: Os Contos de Cantuária, a cuja composição se dedicou de 1386 a 1400, o ano de sua morte. E foi esse o seu terceiro e último período, o assim-chamado Período Inglês, de plena maturidade.
Durante essa trajetória, não era hábito de Chaucer abandonar as conquistas de uma fase ao entrar em outra; ele simplesmente somava novos ingredientes aos elementos antigos, tratados, porém, com maior senso crítico. Por isso mesmo, até o fim da vida, as formas básicas de sua poesia sempre foram as que recebera do período francês; mas ele as ampliou com o passar do tempo e, em algumas ocasiões, as inovou, desenvolvendo a estrofe de sete versos (“rhyme royal”), o pentâmetro jâmbico, de tão brilhante futuro, e o poema herói-cômico. Também o emprego dos métodos retóricos, típicos da literatura medieval, permaneceu constante, tanto assim que praticamente todas as suas histórias foram reelaborações de textos existentes, com os cortes, os acréscimos e os embelezamentos de praxe, – como a hipérbole, a invocação, a prosopopéia, a “occupatio” (ou recusa a narrar), o “exemplum” (ou história ilustrativa), a
preterição (dizer algo enquanto afirma que não vai dizê-lo) etc; mas, na última fase, esses recursos foram perdendo o seu caráter artificial para se inserirem cada vez mais no contexto dramático da narração. É o que notamos, por exemplo, em Os Contos de Cantuária: se ali, por um lado, as invocações retóricas de Dórigen, no final do “Conto do Proprietário de Terras”, quase chegam a arruinar uma bela história, por outro lado, a incontinência oratória da bruxa velha no “Conto da Mulher de Bath”, ou as amargas diatribes que retardam o “Conto do Mercador”, encontram justificativa nos temperamentos e nos estados de alma dos respectivos narradores, reforçando o efeito dramático do todo.
Quanto aos aspectos novos que Chaucer adquiriu em sua maturidade, poderíamos lembrar, entre outros (já que se tornaram características suas inconfundíveis), a flexibilidade métrica, a freqüente precisão e adequação das imagens, o uso de trocadilhos, a sutil ironia verbal, a eficiente ironia dramática, e, principalmente, a atitude objetiva (que permite vida própria às suas personagens, boas ou ruins), a profundidade da observação psicológica (que lhe consente retratar um indivíduo com apenas alguns traços essenciais), a variedade e o enfoque realista. Se ele deveu as primeiras qualidades ao trato com outros autores, sobretudo os italianos, deveu as últimas exclusivamente à sua genialidade, que o levou a tirar o máximo proveito de tudo o que aprendeu em seu convívio com homens de todas as classes sociais, reis, fidalgos, mercadores e artesãos. Mas falar dessas coisas já é falar de Os Contos de Cantuária



 

                "O amor é de uma natureza tal que quanto mais se ama mais se deseja 

amar."

Giovanni Roccaccio é considerado um dos três grandes mestres da literatura italiana, justamente com Dante Alighieri ( 1265 - 1321) e Francesco Petrarca (1304-1374), 

Giovanni Boccaccio talvez tenha nascido entre Junho e Julho de 1313, provavelmente em Florença, na Itália. Filho de um mercador, Boccaccio não dedicou-se ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo cultivar o talento literário que manifestou-se desde muito cedo. Conta-se que ao ler "A Comédia", de Dante Alighieri, ficou tão fascinado pela grande obra que a renomeou de A Divina Comédia, título com que a obra seria imortalizada. Considerado pelos seus contemporâneos florentinos uma autoridade sobre Dante, o governo da cidade o convidou em 1373, a fazer uma leitura pública d'A Divina Comédia.

Entre muitas obras um tanto menores de Boccaccio, a obra Decamerão, uma coletânea de 100 contos, destaca-se por sua grande originalidade. Tendo como pano de fundo a peste que fustigava Florença em 1348, sete crianças e três jovens buscam refúgio em uma casa fora da cidade. Ao longo de 10 dias, distraem-se contando 10 histórias curtas por dia. A obra inicia-se com um prefácio dirigido às "mulheres não identificadas" que pessoalmente experimentaram o amor, indicando o valor simbólico desse sentimento capaz de criar a vida diante dos horrores da peste. Em cada conto, o leitor testemunha um confronto entre vícios e as virtudes da humanidade por meio de uma galeria de personagens e situações que exemplificam o heroísmo, o sacrifício, a tolice, a inteligência e a modéstia.
 Giovanni Boccaccio é considerado um dos três grandes mestres da literatura italiana, juntamente com Dante Alighieri (1265-1321) e Francesco Petrarca (1304-1374).

Giovanni Boccaccio talvez tenha nascido entre Junho e Julho de 1313, provavelmente em Florença, na Itália. Filho de um mercador, Boccaccio não dedicou-se ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo cultivar o talento literário que manifestou-se desde muito cedo. Conta-se que ao ler "A Comédia", de Dante Alighieri, ficou tão fascinado pela grande obra que a renomeou de A Divina Comédia, título com que a obra seria imortalizada. Considerado pelos seus contemporâneos florentinos uma autoridade sobre Dante, o governo da cidade o convidou em 1373, a fazer uma leitura pública d'A Divina Comédia.


Na poesia, Boccaccio escreveu a obra Filostrato, publicada, aproximadamente, entre 1335 e 1340. Publicou também duas biografias: Sobre o Destino de Homens Famosos, publicada, aproximadamente, entre 1355 e 1374, e Sobre Mulheres Famosas, obra publicada em cerca de 1362.

Boccaccio faleceu em 21 de Dezembro de 1375, em Certaldo, cidade próxima a Arezzo, na Itália.

 

Santo Agostinho

Aurélio Agostinho nasceu no dia treze de novembro no ano de trezentos e cinquenta e quatro. Filho de um pai pagão, que somente recebeu o batismo pouco antes de morrer e uma mãe que era cristã fervorosa, que influenciava fortemente o seu filho. Sua cidade natal era Tagasta, uma cidade da Numídia. Quando jovem foi para Cartago para aperfeiçoar seus estudos.
Mas ao longo do tempo, caiu em profunda sensualidade que é considerada por ele uma das maiores consequências do pecado original, e com o tempo dominou-o moral e intelectualmente. Após a finalização dos seus estudos decidiu abrir uma escola em Cartago, que em seguida foi para Roma e em seguida para Milão. Acabou se afastando do ensino por razões de espírito e ainda de saúde.
Ao longo de sua trajetória foi adepto do maniqueísmo – o mundo vistos separados por dois ângulos, a divisão do bem e do mal – após uma análise profunda desta teoria, se identifica com outra teoria, a neoplatônica que mostra a negatividade do mal e a espiritualidade de Deus. Ele demora um pouco para se adaptar a nova teoria que segue, isso por razões de luxúria, mas no ano de trezentos e oitenta e seis sua conversão total veio a tona, renunciando inteiramente ao casamento, a carreira assim recolhendo-se para a solidão e recolhimento com sua mãe, filho e alguns padres, isso aos arredores de Milão.

A Volta de Agostinho para a Cidade

Após o falecimento da mãe, Agostinho volta para a cidade de Tagasta. Vendeu todas suas propriedades e bens e distribuiu para pobres. Dedicou-se inteiramente ao estudo da sagrada escritura, e escreveu suas obras baseando as em sua teoria filosófica. Funda um mosteiro e em trezentos e noventa e um é consagrado padre, em trezentos e noventa e cinco toma o posto de bispo e no ano de quatrocentos e trinta falece.
As principais obras filosóficas de Santo Agostinho são os diálogos baseados na teoria em que acredita como Da vida beata, Sobre a imortalidade da alma, Os solilóquios, Sobre a quantidade da alma, Sobre a música, dentre outras obras mais. O pensamento agostiniano consiste que a filosofia e a religião andam juntas.


Os Pensamentos de Agostinho

Ele acredita que a filosofia pode solucionar superficialmente o problema e somente a religião pode concretizar essa solução. Portanto os problemas formulados envolvem a temas como a alma e Deus.
A princípio ele conquista uma única certeza, que é a existência espiritual e a partir disso chega a uma verdade superior e imutável, que é a origem de toda verdade particular. Sua teoria valoriza totalmente os sentidos e deixa de lado a racionalidade, afirmando que a fonte de conhecimento são os sentidos. Acredita que o conhecimento racional é provindo de Deus, sendo a verdade e o verbo de Deus.
No verbo existem duas verdades, sendo estas eternas, as ideias e as espécies, a origem formal de cada coisa, ou seja, são os modelos dos indivíduos, seres criados. A característica fundamental do pensamento agostiniano é que a racionalidade provem da divindade, de Deus, sendo essa a iluminação para o nosso espírito.

 

São Tomás de Aquino

 Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos

Nascido em uma família de nobres, Tomás de Aquino fez os primeiros estudos no castelo de Monte Cassino. Em Nápoles, para onde foi em 1239, estudou artes liberais, ingressando, em seguida, na Ordem dos Dominicanos, em 1244. De Nápoles, a caminho de Paris, em companhia do Geral da ordem, foi seqüestrado por seus irmãos, inconformados com seu ingresso no convento.
No ano seguinte, fiel à sua vocação religiosa, viajou a Paris, onde se tornou discípulo de Alberto Magno, acompanhando-o a Colônia. Em 1252, voltou a Paris, onde se formou em teologia e lecionou durante três anos. Depois de voltar à Itália, foi nomeado professor na cúria pontifical de Roma.
Ensina, durante anos, em várias cidades italianas. Uma década depois, retorna a Paris, onde leciona até 1273. A seguir, parte para Nápoles, onde reestrutura o ensino superior. Em 1274, convocado pelo papa Gregório 10º, viaja para participar do Concílio de Lyon. Adoece, contudo, durante a viagem, vindo a falecer no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de idade.
Chamado de Doutor Angélico e de Príncipe da Escolástica, Tomás de Aquino foi canonizado em 1323 e proclamado doutor da Igreja Católica em 1567.

Provas da existência de Deus

A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica, sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e a teologia. Fundada na revelação, a teologia é a ciência suprema, da qual a filosofia é serva ou auxiliar. À filosofia, procedendo de acordo com a razão, cabe demonstrar a existência e a natureza de Deus.
Profundamente influenciado por Aristóteles, Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta.
Assim, para provar a existência de Deus, o filósofo procede a posteriori, partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por ele produzidos, formulando cinco argumentos, cinco vias:
1) o movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem ser movido, que é Deus;
2) há uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não causada, que é Deus;
3) todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua existência - são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus;
4) os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que é Deus;
5) a ordem do mundo implica em que os seres tendam todos para um fim, não em virtude de um acaso, mas da inteligência que os dirige; logo, há um ser inteligente que os dirige; logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e a encaminha para seu fim; esse ser inteligente é Deus.

Homem, alma e conhecimento

Para Tomás de Aquino, o homem é corpo e alma inteligente, incorpórea (ou imaterial), e se encontra, no universo, entre os anjos e os animais. Princípio vital, a alma é o ato do corpo organizado que tem a vida em potência.
Contestando o platonismo e a tese das idéias inatas, Tomás de Aquino observa que se a alma tivesse de todas as coisas um conhecimento inato, não poderia esquecê-lo, e, sendo natural que esteja unida a um corpo, não se explica porque seja o corpo a causa desse esquecimento.
Conhecer, para Tomás de Aquino, não é lembrar-se, como pretendia Platão, mas extrair, por meio do intelecto agente, a forma universal que se acha contida nos objetos sensíveis e particulares. Do conhecimento depende o apetite, ou o desejo, inclinação da alma pelo bem.
O homem, segundo Tomás de Aquino, só pode desejar o que conhece, razão pela qual há duas espécies de apetites ou desejos: os sensíveis e os intelectuais. Os primeiros, relativos aos objetos sensíveis, produzem as paixões, cuja raiz é o amor. Quanto aos segundos, produzem a vontade, apetite da alma em relação a um bem que lhe é apresentado pela inteligência como tal.
Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino diz que, para o homem, o bem supremo é a felicidade, que não consiste na riqueza, nem nas honrarias, nem no poder, em nenhum bem criado, mas na contemplação do absoluto, ou visão da essência divina, realizável somente na outra vida, e com a graça de Deus, pois excede as forças humanas.

Catedral de ideias

Expressão e apogeu do mundo medieval, o tomismo é uma catedral de ideias, em que a teologia do século 13 encontrou sua formulação mais coerente e mais sólida. No entanto, nem sempre foi aceito pelos escolásticos medievais: os seguidores de Duns Scotus, por exemplo, combateram o seu intelectualismo.
Somente na segunda metade do século 16 o tomismo foi reconhecido como arma de defesa e ataque da Contra-Reforma, época em que surgiram os grandes comentaristas do sistema, entre os quais o dominicano português Johannes de Sancto Thoma (1589-1644).
Depois de uma época de esquecimento, entre os séculos 18 e 19, o tomismo renasceu sob a denominação de neotomismo, escola filosófica representada, por exemplo, pelos filósofos Étienne Gilson e Jacques Maritain

Paio Soares de Taveirós

Certamente originário de uma linhagem sediada em Taveirós, no atual concelho de Estrada, em Pontevedra, Paio Soares é um trovador galego, ativo nas primeiras décadas do século XIII, mas cujo percurso é relativamente obscuro. Não dispomos, na verdade, de nenhum dado documental seguro sobre o trovador, embora possa ser ele o Pelagio Suerii, marido de Urraca Rodrigues que, em 1220 e 1228, faz algumas transações em localidades próximas de Estrada (Ron Fernández, 2005, p. 1391). De resto, grande parte dos dados que nos permitem traçar a sua biografia mínima provêm das suas composições, nomeadamente da rubrica explicativa da tenção de mantém com Pero Velho, seu irmão, como nos informa essa mesma rubrica. A explicitação do local onde os dois se encontrariam, ou seja, em cas Dona Maior, mulher de Dom Rodrigo Gomes de Trastâmara, tem permitido ligar os dois irmãos Taveirós a esse magnate galego, cuja importância na fase inicial da poesia galego-portuguesa esta menção confirma. Já de uma outra sua composição poderemos depreender que terá estado, em algum momento, fora da Península. Até ao momento, no entanto, nada mais ter sido possível apurar sobre a sua biografia.
Acrescente-se, de resto, que, num artigo relativamente recente, José Carlos Miranda2, partindo da discrepância entre os manuscritos no que toca à transmissão da obra de Paio Soares de Taveirós, propõe que o conjunto de composições preservadas unicamente pelo Cancioneiro da Ajuda, com a numeração atual A36-A39, deverá ser atribuído, não a Paio Soares, mas a Afonso X. Sendo que neste conjunto se inclui a célebre "cantiga da garvaia", uma das mais discutidas composições galego-portuguesas, esta interessante mas polémica proposta de José Carlos Miranda2 necessitará certamente de fazer ainda o seu caminho entre a comunidade de especialistas.

Referências
1 Ron Fernández, Xavier (2005), “Carolina Michaelis e os trobadores representados no Cancioneiro da Ajuda”, in Carolina Michaelis e o Cancioneira da Ajuda hoxe, Santiago de Compostela, Xunta de Galicia.

2 Miranda, José Carlos, "Será Afonso, o sábio, o "autor anónimo" de A36-A39?", in Guarecer on-line.


II As Cantigas:
 

1.A ren do mundo, que melhor quería
2.Canção da Ribeirinha
3.Como morreu quen nunca ben
4. Eu sõo tan muit'amador
5. No mundo non me sei parelha
6. O meu amigo que mi dizía
7. Quantos aquí d'Espanha son
8.Vi eu donas en celado

III Análise de uma cantiga:
 
“No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!

E, mia senhor, des aquelha,
me foi a mi mui mal di' ai!
E vós, filha de Dom Pai
Moniz, en bem vos semelha
d' haver eu por vós garvaia?
Pois eu, mia senhor, d' alfaia
nunca de vós houve nem hei
valia d'ua correia!”
Cantiga da garvaia, Paio Soares Taveiroos

Esta cantiga (maestria – sem refrão) divide muito a opinião dos estudiosos, alguns relatam que se trava de uma cantiga de amor e outros relatam que é uma cantiga satírica.
Percebemos que esta cantiga é dirigida á uma filha de D. Paio Moniz, muitos acha que era dirigida á D. Maria Pais Ribeiro.
O trovador relata sobre o encanto que quando viu filha de D. Paio Moniz, se encantou perdidamente por ela, e sofre de amor (coita), mas contém um tom de ironia e sátira, como por exemplo: ‘‘queredes que vos retraia’’/ “quando vos vi em saia?”.
Essa cantiga é considera o grande marco do Trovadorismo, é de supra importância entender essa cantiga para descrever o Trovadorismo.


IV Tradução da cantiga: 


“No mundo não conheço outro como eu,
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!

E, minha senhora, desde então,
passei muitos maus dias, ai!
E vós, filha de D. Paio
Moniz, parece-vos bem
ter eu de vós uma garvaia? (manto)
Pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós tive nem tenho
nem a mais pequenina coisa.”
Tradução livre, de algumas possíveis, da
Cantiga da garvaia de Paio Soares Taveiros



V Manuscrito

Cancioneiro de Ajuda A 38
VI Referências:










Dante Alighieri

Biografia de Dante Alighieri, obras de Dante Alighieri, poesia italiana, Divina Comédia, literatura italiana medieval, textos literários, escritor medieval



Quem foi

Dante Alighieri foi um dos grandes poetas mundialmente conhecidos. Ele nasceu em Florença Itália), no ano de 1265, e faleceu em Ravena (Itália), no ano de 1321.

Este grande artista estudou em sua cidade natal, e, neste mesmo local, iniciou-se na literatura de Virgílio, Estácio e Ovídio.

Seu famoso poema “A Divina Comédia”, é divido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Nesta importante obra da Idade Média, Dante descreve o caminho de sua alma por estes três estágios. 

Embora esta sua grande obra trate dos valores medievais, ela foi capaz de ser valorizada e compreendida mesmo séculos depois.

Obras de Dante Alighieri

- Divina Comédia (obra mais importante e mais conhecida) 

- De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar")

- Vita Nova ("Vida Nova")

- Le Rime - ("As rimas")

- Il Convivio - ("O Convívio")

- Monarchia - ("Monarquia")

- "As Epístolas"

- "Éclogas" 

- "Quaestio" de aqua et terra"