Literatura Medieval
Literatura Medieval, principais escritores da Idade Média, temas da obras literárias na Idade Média, características, resumo, trovadorismo
Introdução
Uma das principais características da literatura na Idade Média é a importância dada aos temas religiosos. Os textos e livros eram escritos principalmente por monges e integrantes do alto clero (bispos, arcebispos, papa). Como a maioria da população não sabia ler na Idade Média, esta literatura ficava restrita aos integrantes do clero e membros da nobreza.
Principais características da Literatura Medieval:
- Abordagem de temas religiosos: vida de santos, alma humana, moral cristã, existência de Deus, passagens da Bíblia Sagrada, interpretações religiosas de aspectos cotidianos, etc.
- Influência da filosofia grega, principalmente dos filósofos Aristóteles e Platão.
- Textos escritos em latim.
- Livros feitos à mão e copiados (reproduzidos) pelos monges copistas.
- Usavam o pergaminho para escrever os textos.
- Os livros eram ilustrados com iluminuras (desenhos feitos nas margens).
- A partir do século XII começam ser escritos textos relatando feitos heroicos, guerras e batalhas, Cruzadas e a vida dos cavaleiros medievais. Neste contexto, destaca-se o Ciclo Literário Arturiano, que se refere ao Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.
Religião foi o principal tema da Literatura na Idade Média
Trovadorismo
O trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII e destacou-se pelas cantigas de amor, de escárnio, de maldizer e de amigo. Os mais importantes trovadores deste período foram: Paio Soares de Taveirós, Dom Dinis e Dom Duarte.
Principais escritores medievais:
- Boecio
- Geoffrey Chaucer
- Giovanni Boccaccio
- Santo Agostinho
- São Tomás de Aquino
- Paio Soares de Taveirós
- Dante Alighieri
Curiosidade:
- Robin Hood, um dos mais conhecidos heróis míticos medievais, surgiu na literatura popular inglesa em 1375.
ANÍCIO MÂNLIO TORQUATO SEVERINO BOÉCIO
Anício Manilio Torquarto Severino Boécio, Também conhecido como Anitius Manliuns Torquatus Severinus Boethiun, nasceu em Roma aproximadamente em 430 a,c e 800 a.C. Era de uma familia nobre, estudou no Oriente grego, não sabendo-se se em Atenas ou em Alexandria, foi estadista e filósofo, tradutor, comentador e autor de livros sobre matemática, música, teologia, e homem de estado romano (cônsul e senador), considerado o principal autor matemático da Roma antiga.
Escreveu livros
de textos, todos em latim, sobre aritmética, geometria, astronomia e
música, muito utilizados nas escolas da idade média. Esses textos
caracterizavam-se por um enfoque filosófico de cada assunto e sua
aplicabilidade.
Foi tradutor de
Platão e de Aristóteles. Exerceu grande influência sobre Tomás de
Aquino, que se fundamenta em sua obra teológica De Trinitate para
distinguir o gênero da espécie e firmar o conceito de "pessoa". Dois
séculos depois, em 725 a.C, o rei Luitprand ordenou que seu corpo fosse
levado para a igreja de São Pedro, em Pádua, onde passou a ser alvo de
verdadeiro culto. Também foi um filósofo de expressão latina, o último
dos patrísticos romanos e o primeiro dos escolásticos, com notável
influência na formação do pensamento teológico e filosófico do Ocidente.
A literatura latina floresceu com ele e Cassiodoro, que serviram de
ponte entre a cultura clássica e os primórdios da Idade Média.
Geoffrey Chaucer
Pouco se conhece da vida e da personalidade de Chaucer, embora, haja
mais dados a seu respeito do que a respeito de Shakespeare, por exemplo,
que viveu duzentos anos mais tarde. A parte mais nebulosa de sua
biografia é a inicial. Sabe-se que nasceu em Londres, por volta de 1340,
e que era filho de John Chaucer, comerciante de vinhos. Seu pai deve
ter sido pessoa de certa influência, pois conseguiu colocá-lo como pajem
junto ao Príncipe Lionel, terceiro filho do rei Eduardo III, dando-lhe
assim a oportunidade de familiarizar-se com o manejo das armas e a
etiqueta da corte, de ampliar os seus conhecimentos de latim e francês, e
de completar a sua formação com a leitura de autores antigos e
contemporâneos. Segundo alguns, Chaucer também teria freqüentado uma das
duas escolas de Direito então existentes em Londres.
Em 1359, esteve lutando na França. Feito prisioneiro, foi resgatado por Eduardo III, que, mais
tarde, faria dele um de seus valetes. Por seis anos, de 1360 a 1366,
Chaucer desaparece de cena. A primeira informação que temos após esse
período é a de seu casamento com certa Philippa de Roet, uma dama a
serviço da rainha. Tem-se igualmente notícia de que pelo menos dois
filhos nasceram desse matrimônio: Thomas, que ainda viria a ocupar
importantes cargos públicos, e Lewis, a quem o escritor dedicaria o seu
Tratado do Astrolábio. É provável também a existência de uma filha. Essa
união certamente estreitou as ligações do poeta com a corte, visto que a
irmã de Philippa, Katherine, convidada para preceptora dos filhos de
John of Gaunt, – quarto filho de Eduardo III e pai do futuro rei
Henrique IV, – acabou se tornando amante e, depois, esposa do
patrão. Essa longa associação com a realeza, além de estimular a
atividade literária de Chaucer, – tanto assim que todas as suas obras
foram obras de ocasião, destinadas à leitura perante a corte, – dava-lhe
a oportunidade de aprofundar os seus contatos com os grandes centros
culturais e artísticos do continente europeu. E isso porque o rei
freqüentemente o incumbia de missões diplomáticas no exterior,
enviando-o ora para Navarra, ora para a Flandres e a França, ora para
a Itália. Particularmente profícuas foram as suas duas visitas (1372 e
1378) à península italiana, onde não só se encontrou com figuras
políticas de relevo, como Bernabò Visconti, o temível tirano de Milão,
mas também descobriu uma literatura rica e inovadora nas obras de
Dante, Boccaccio e Petrarca, o último dos quais talvez tenha conhecido
pessoalmente.
De 1374 a 1386 Chaucer exerceu as funções de Inspetor Alfandegário junto
aos mercadores de lã. Foi essa a fase financeiramente mais próspera de
sua vida, uma vez que, além de contar com renda anual apreciável e com
várias outras vantagens, foi autorizado a residir nos aposentos
superiores de Aldgate, uma das portas de Londres, com vista para a
cidade e para os campos.
Por coincidência ou não, os tempos difíceis começaram para ele quando o
Duque de Gloucester e seus sequazes delimitaram os poderes de Ricardo
II, de quem Chaucer era partidário, condenando vários seguidores do rei à
morte. Nessa época, o escritor já havia deixado a casa em Aldgate e se
mudara para o Kent, onde fora nomeado Juiz de Paz e eleito, mais
tarde, Cavaleiro Representante do Condado no Parlamento. Mas, perdido o
posto de Inspetor Alfandegário, sua situação econômica se complicou. E,
como se isso não bastasse, em 1387 faleceu-lhe a mulher. Apesar de
tantos contratempos, foi nesse período que, aproveitando a tranquilidade
de seu confinamento em Greenwich, onde se instalara, começou ele a
compor sua obra mais ambiciosa, Os Contos de Cantuária.
O livro, contudo, teve que ser levado avante sem o esperado sossego,
pois novos afazeres reclamaram sua atenção, e novas atribuições o
aguardavam. Tão logo Ricardo II retomou as rédeas do governo em 1389,
designou o poeta Fiscal de Obras do Rei, cargo que conservou até o ano
seguinte e que lhe custou muito trabalho e esforço, dado que, entre os
seus deveres, constavam até a compra de materiais de construção e a
contratação de artesãos e operários. Além disso, era também sua
responsabilidade a guarda do dinheiro para as obras, o que lhe
trouxe algumas dores de cabeça. De fato, ao transportar tais valores em
setembro de 1390, Chaucer foi assaltado duas vezes num mesmo dia, e pelo
mesmo bando, tendo que esperar cinco angustiantes meses para ser
oficialmente dispensado da obrigação de ressarcir os prejuízos. Depois
disso, provavelmente não exerceu outras funções públicas, visto que a
sua suposta indicação para o cargo de Couteiro Auxiliar da Floresta de
Petherton, no condado de Somerset, não pode ser comprovada. Envelhecido,
e com poucos recursos, o poeta chegou a sofrer vários processos
por dívidas. Até mesmo o estipêndio anual que recebia da Coroa ele
perdeu, quando Ricardo II foi destronado em 1399. Foi nesse momento
crítico que, sem perder o bom humor, enviou ao novo soberano a famosa
balada “O Lamento de Chaucer para a sua Bolsa Vazia”; e Henrique IV,
filho de seu amigo John of Gaunt, o atendeu prontamente, renovando-lhe a
pensão. As coisas pareciam melhorar. Chaucer alugou então uma casa
junto à Abadia de Westminster, e para lá se mudou. Mas a morte
inesperadamente o colheu poucos meses mais tarde, no dia 25 de
outubro de 1400. Seu corpo foi sepultado na célebre Abadia, não longe
dos monumentos tumulares dos reis de seu país, o primeiro literato a
merecer tal honra.
Foram esses, em resumo, os principais acontecimentos que marcaram a vida
do homem Chaucer. Quanto a Chaucer, o poeta, – a respeito do qual, até
agora, pouco se falou, – sua carreira costuma ser dividida em três
grandes períodos. O primeiro deles foi o Período Francês, durante o
qual, além de traduzir o Roman de la Rose, que tanto o influenciou,
produziu: O Livro da Duquesa (1369-70), uma “visão” sobre a morte de
Blanche, a primeira mulher de John of Gaunt; O Parlamento das Aves
(1379-82?), em que o autor retrata um debate das aves sobre o tema
do amor-cortês; e A Casa da Fama (c. 1379), em quê o poeta narra como
foi transportado nas garras de uma águia tagarela para as Casas da Fama e
do Boato. Esta última obra, inacabada, denuncia a transição para a fase
seguinte, o Período Italiano. Com efeito, a importância atribuída a
Virgílio e a viagem guiada de nosso poeta a estranhos reinos sugerem a
influência de Dante, que iria acentuar-se nas próximas obras, ajudando-o
a moldar seus ritmos e a enriquecer sua temática. Muito significativas
nessa etapa foram também as contribuições de Petrarca e de
Boccaccio. Neste, por exemplo, Chaucer encontrou os modelos para O Conto
do Cavaleiro e para o grande poema Tróilo e Criseida (c. 1385),
baseados respectivamente na Teseida e no Filóstrato. Mas, ao contrário
do que muitos supõem, Boccaccio não exerceu qualquer influência direta
na elaboração de Os Contos de Cantuária. Ao que tudo indica, o autor
inglês não chegou a conhecer o Decameron, e o único conto deste livro a
figurar em sua coletânea, – a história de Griselda, narrada
pelo Estudante de Oxford, – foi adaptado de uma versão latina feita por
Petrarca. De qualquer forma, a fase propriamente italiana se encerra com
A Legenda das Mulheres Exemplares (c. 1386), uma seqüência de relatos
sobre as fiéis mártires do amor (“as santas de Cupido”), que o
poeta escreveu, a pedido da rainha Anne, como uma espécie de penitência
por haver retratado a falsidade feminina em Tróilo e Criseida. Não
chegou, porém, a concluir essa obra, porque outro projeto, muito mais
interessante e absorvente, veio ocupar suas atenções: Os Contos de
Cantuária, a cuja composição se dedicou de 1386 a 1400, o ano de sua
morte. E foi esse o seu terceiro e último período, o assim-chamado
Período Inglês, de plena maturidade.
Durante essa trajetória, não era hábito de Chaucer abandonar as
conquistas de uma fase ao entrar em outra; ele simplesmente somava novos
ingredientes aos elementos antigos, tratados, porém, com maior senso
crítico. Por isso mesmo, até o fim da vida, as formas básicas de
sua poesia sempre foram as que recebera do período francês; mas ele as
ampliou com o passar do tempo e, em algumas ocasiões, as inovou,
desenvolvendo a estrofe de sete versos (“rhyme royal”), o pentâmetro
jâmbico, de tão brilhante futuro, e o poema herói-cômico. Também
o emprego dos métodos retóricos, típicos da literatura medieval,
permaneceu constante, tanto assim que praticamente todas as suas
histórias foram reelaborações de textos existentes, com os cortes, os
acréscimos e os embelezamentos de praxe, – como a hipérbole, a
invocação, a prosopopéia, a “occupatio” (ou recusa a narrar), o
“exemplum” (ou história ilustrativa), a
preterição (dizer algo enquanto afirma que não vai dizê-lo) etc; mas, na
última fase, esses recursos foram perdendo o seu caráter artificial
para se inserirem cada vez mais no contexto dramático da narração. É o
que notamos, por exemplo, em Os Contos de Cantuária: se ali, por um
lado, as invocações retóricas de Dórigen, no final do “Conto do
Proprietário de Terras”, quase chegam a arruinar uma bela história, por
outro lado, a incontinência oratória da bruxa velha no “Conto da Mulher
de Bath”, ou as amargas diatribes que retardam o “Conto do Mercador”,
encontram justificativa nos temperamentos e nos estados de alma dos
respectivos narradores, reforçando o efeito dramático do todo.
Quanto aos aspectos novos que Chaucer adquiriu em sua maturidade,
poderíamos lembrar, entre outros (já que se tornaram características
suas inconfundíveis), a flexibilidade métrica, a freqüente precisão e
adequação das imagens, o uso de trocadilhos, a sutil ironia verbal, a
eficiente ironia dramática, e, principalmente, a atitude objetiva (que
permite vida própria às suas personagens, boas ou ruins), a profundidade
da observação psicológica (que lhe consente retratar um indivíduo com
apenas alguns traços essenciais), a variedade e o enfoque realista. Se
ele deveu as primeiras qualidades ao trato com outros autores, sobretudo
os italianos, deveu as últimas exclusivamente à sua genialidade, que o
levou a tirar o máximo proveito de tudo o que aprendeu em seu convívio
com homens de todas as classes sociais, reis, fidalgos, mercadores e
artesãos. Mas falar dessas coisas já é falar de Os Contos de Cantuária
"O amor é de uma natureza tal que quanto mais se ama mais se deseja amar."
Giovanni Roccaccio é considerado um dos três grandes mestres da literatura italiana, justamente com Dante Alighieri ( 1265 - 1321) e Francesco Petrarca (1304-1374),
Giovanni
Boccaccio talvez tenha nascido entre Junho e Julho de 1313,
provavelmente em Florença, na Itália. Filho de um mercador, Boccaccio
não dedicou-se ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo
cultivar o talento literário que manifestou-se desde muito cedo.
Conta-se que ao ler "A Comédia", de Dante Alighieri, ficou tão fascinado
pela grande obra que a renomeou de A Divina Comédia, título
com que a obra seria imortalizada. Considerado pelos seus contemporâneos
florentinos uma autoridade sobre Dante, o governo da cidade o convidou
em 1373, a fazer uma leitura pública d'A Divina Comédia.
Entre muitas obras um tanto menores de Boccaccio, a obra Decamerão,
uma coletânea de 100 contos, destaca-se por sua grande originalidade.
Tendo como pano de fundo a peste que fustigava Florença em 1348, sete
crianças e três jovens buscam refúgio em uma casa fora da cidade. Ao
longo de 10 dias, distraem-se contando 10 histórias curtas por dia. A
obra inicia-se com um prefácio dirigido às "mulheres não identificadas"
que pessoalmente experimentaram o amor, indicando o valor simbólico
desse sentimento capaz de criar a vida diante dos horrores da peste. Em
cada conto, o leitor testemunha um confronto entre vícios e as virtudes
da humanidade por meio de uma galeria de personagens e situações que
exemplificam o heroísmo, o sacrifício, a tolice, a inteligência e a
modéstia.
Giovanni Boccaccio é considerado um
dos três grandes mestres da literatura italiana, juntamente com Dante
Alighieri (1265-1321) e Francesco Petrarca (1304-1374).
Boccaccio faleceu em 21 de Dezembro de 1375, em Certaldo, cidade próxima a Arezzo, na Itália.
Giovanni
Boccaccio talvez tenha nascido entre Junho e Julho de 1313,
provavelmente em Florença, na Itália. Filho de um mercador, Boccaccio
não dedicou-se ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo
cultivar o talento literário que manifestou-se desde muito cedo.
Conta-se que ao ler "A Comédia", de Dante Alighieri, ficou tão fascinado
pela grande obra que a renomeou de A Divina Comédia, título
com que a obra seria imortalizada. Considerado pelos seus contemporâneos
florentinos uma autoridade sobre Dante, o governo da cidade o convidou
em 1373, a fazer uma leitura pública d'A Divina Comédia.
Na poesia, Boccaccio escreveu a obra Filostrato, publicada, aproximadamente, entre 1335 e 1340. Publicou também duas biografias: Sobre o Destino de Homens Famosos, publicada, aproximadamente, entre 1355 e 1374, e Sobre Mulheres Famosas, obra publicada em cerca de 1362.
Santo Agostinho
Aurélio Agostinho nasceu no dia
treze de novembro no ano de trezentos e cinquenta e quatro. Filho de um
pai pagão, que somente recebeu o batismo pouco antes de morrer e uma
mãe que era cristã fervorosa, que influenciava fortemente o seu filho.
Sua cidade natal era Tagasta, uma cidade da Numídia. Quando jovem foi
para Cartago para aperfeiçoar seus estudos.
Mas ao longo do tempo,
caiu em profunda sensualidade que é considerada por ele uma das maiores
consequências do pecado original, e com o tempo dominou-o moral e
intelectualmente. Após a finalização dos seus estudos decidiu abrir uma
escola em Cartago, que em seguida foi para Roma e em seguida para Milão.
Acabou se afastando do ensino por razões de espírito e ainda de saúde.
Ao longo de sua trajetória foi adepto do maniqueísmo – o mundo
vistos separados por dois ângulos, a divisão do bem e do mal – após uma
análise profunda desta teoria, se identifica com outra teoria, a
neoplatônica que mostra a negatividade do mal e a espiritualidade de
Deus. Ele demora um pouco para se adaptar a nova teoria que segue, isso
por razões de luxúria, mas no ano de trezentos e oitenta e seis sua
conversão total veio a tona, renunciando inteiramente ao casamento, a
carreira assim recolhendo-se para a solidão e recolhimento com sua mãe,
filho e alguns padres, isso aos arredores de Milão.
A Volta de Agostinho para a Cidade
Após o falecimento da mãe,
Agostinho volta para a cidade de Tagasta. Vendeu todas suas
propriedades e bens e distribuiu para pobres. Dedicou-se inteiramente ao
estudo da sagrada escritura, e escreveu suas obras baseando as em sua
teoria filosófica. Funda um mosteiro e em trezentos e noventa e um é
consagrado padre, em trezentos e noventa e cinco toma o posto de bispo e
no ano de quatrocentos e trinta falece.
As principais obras filosóficas de Santo Agostinho são os diálogos
baseados na teoria em que acredita como Da vida beata, Sobre a
imortalidade da alma, Os solilóquios, Sobre a quantidade da alma, Sobre a
música, dentre outras obras mais. O pensamento agostiniano consiste que
a filosofia e a religião andam juntas.
Os Pensamentos de Agostinho
Ele acredita que a filosofia pode solucionar superficialmente o
problema e somente a religião pode concretizar essa solução. Portanto os
problemas formulados envolvem a temas como a alma e Deus.
A princípio ele conquista uma única certeza, que é a existência
espiritual e a partir disso chega a uma verdade superior e imutável, que
é a origem de toda verdade particular. Sua teoria valoriza totalmente
os sentidos e deixa de lado a racionalidade, afirmando que a fonte de
conhecimento são os sentidos. Acredita que o conhecimento racional é
provindo de Deus, sendo a verdade e o verbo de Deus.
No verbo existem duas verdades, sendo estas eternas, as ideias e as
espécies, a origem formal de cada coisa, ou seja, são os modelos dos
indivíduos, seres criados. A característica fundamental do pensamento
agostiniano é que a racionalidade provem da divindade, de Deus, sendo
essa a iluminação para o nosso espírito.
São Tomás de Aquino
Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos
Nascido em uma família de nobres, Tomás de Aquino fez os primeiros
estudos no castelo de Monte Cassino. Em Nápoles, para onde foi em 1239,
estudou artes liberais, ingressando, em seguida, na Ordem dos
Dominicanos, em 1244. De Nápoles, a caminho de Paris, em companhia do
Geral da ordem, foi seqüestrado por seus irmãos, inconformados com seu
ingresso no convento.
No ano seguinte, fiel à sua vocação religiosa, viajou a Paris, onde se tornou discípulo de Alberto Magno,
acompanhando-o a Colônia. Em 1252, voltou a Paris, onde se formou em
teologia e lecionou durante três anos. Depois de voltar à Itália, foi
nomeado professor na cúria pontifical de Roma.
Ensina, durante
anos, em várias cidades italianas. Uma década depois, retorna a Paris,
onde leciona até 1273. A seguir, parte para Nápoles, onde reestrutura o
ensino superior. Em 1274, convocado pelo papa Gregório 10º, viaja para
participar do Concílio de Lyon. Adoece, contudo, durante a viagem, vindo
a falecer no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de idade.
Chamado de Doutor Angélico e de Príncipe da Escolástica, Tomás de
Aquino foi canonizado em 1323 e proclamado doutor da Igreja Católica em
1567.
Provas da existência de Deus
A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica,
sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e
a teologia. Fundada na revelação, a teologia é a ciência suprema, da
qual a filosofia é serva ou auxiliar. À filosofia, procedendo de acordo
com a razão, cabe demonstrar a existência e a natureza de Deus.
Profundamente influenciado por Aristóteles,
Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha
estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus,
imediatamente, uma idéia clara e distinta.
Assim, para provar a existência de Deus, o filósofo procede a posteriori, partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por ele produzidos, formulando cinco argumentos, cinco vias:
1) o movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora,
tudo o que se move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez,
é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o
que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem
ser movido, que é Deus;
2) há uma série de causas eficientes,
causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar
indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não
causada, que é Deus;
3) todos os seres que conhecemos são
finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua
existência - são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em
determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é
absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus;
4) os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas
nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito,
causa de todas as perfeições, que é Deus;
5) a ordem do mundo
implica em que os seres tendam todos para um fim, não em virtude de um
acaso, mas da inteligência que os dirige; logo, há um ser inteligente
que os dirige; logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e a
encaminha para seu fim; esse ser inteligente é Deus.
Homem, alma e conhecimento
Para Tomás de Aquino, o homem é corpo e alma inteligente, incorpórea
(ou imaterial), e se encontra, no universo, entre os anjos e os animais.
Princípio vital, a alma é o ato do corpo organizado que tem a vida em
potência.
Contestando o platonismo e a tese das idéias inatas,
Tomás de Aquino observa que se a alma tivesse de todas as coisas um
conhecimento inato, não poderia esquecê-lo, e, sendo natural que esteja
unida a um corpo, não se explica porque seja o corpo a causa desse
esquecimento.
Conhecer, para Tomás de Aquino, não é lembrar-se, como pretendia Platão,
mas extrair, por meio do intelecto agente, a forma universal que se
acha contida nos objetos sensíveis e particulares. Do conhecimento
depende o apetite, ou o desejo, inclinação da alma pelo bem.
O
homem, segundo Tomás de Aquino, só pode desejar o que conhece, razão
pela qual há duas espécies de apetites ou desejos: os sensíveis e os
intelectuais. Os primeiros, relativos aos objetos sensíveis, produzem as
paixões, cuja raiz é o amor. Quanto aos segundos, produzem a vontade,
apetite da alma em relação a um bem que lhe é apresentado pela
inteligência como tal.
Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino diz
que, para o homem, o bem supremo é a felicidade, que não consiste na
riqueza, nem nas honrarias, nem no poder, em nenhum bem criado, mas na
contemplação do absoluto, ou visão da essência divina, realizável
somente na outra vida, e com a graça de Deus, pois excede as forças
humanas.
Catedral de ideias
Expressão e apogeu do
mundo medieval, o tomismo é uma catedral de ideias, em que a teologia do
século 13 encontrou sua formulação mais coerente e mais sólida. No
entanto, nem sempre foi aceito pelos escolásticos medievais: os
seguidores de Duns Scotus, por exemplo, combateram o seu intelectualismo.
Somente na segunda metade do século 16 o tomismo foi reconhecido como arma de defesa e ataque da Contra-Reforma,
época em que surgiram os grandes comentaristas do sistema, entre os
quais o dominicano português Johannes de Sancto Thoma (1589-1644).
Depois de uma época de esquecimento, entre os séculos 18 e 19, o
tomismo renasceu sob a denominação de neotomismo, escola filosófica
representada, por exemplo, pelos filósofos Étienne Gilson e Jacques Maritain.
Paio Soares de Taveirós
Certamente originário de uma
linhagem sediada em Taveirós, no atual concelho de Estrada, em Pontevedra, Paio
Soares é um trovador galego, ativo nas primeiras décadas do século XIII, mas
cujo percurso é relativamente obscuro. Não dispomos, na verdade, de nenhum dado
documental seguro sobre o trovador, embora possa ser ele o Pelagio Suerii,
marido de Urraca Rodrigues que, em 1220 e 1228, faz algumas transações em
localidades próximas de Estrada (Ron Fernández, 2005, p. 1391). De resto, grande parte dos
dados que nos permitem traçar a sua biografia mínima provêm das suas
composições, nomeadamente da rubrica explicativa da tenção de mantém com Pero Velho, seu irmão, como nos informa
essa mesma rubrica. A explicitação do local onde os dois se encontrariam, ou
seja, em cas Dona Maior, mulher de Dom Rodrigo Gomes de Trastâmara, tem
permitido ligar os dois irmãos Taveirós a esse magnate galego, cuja importância
na fase inicial da poesia galego-portuguesa esta menção confirma. Já de uma outra sua composição poderemos depreender que terá estado,
em algum momento, fora da Península. Até ao momento, no entanto, nada mais ter sido possível apurar sobre a sua biografia.
Acrescente-se, de resto, que, num artigo relativamente recente, José Carlos Miranda2,
partindo da discrepância entre os manuscritos no que toca à transmissão
da obra de Paio Soares de Taveirós, propõe que o conjunto de
composições preservadas unicamente pelo Cancioneiro da Ajuda, com a
numeração atual A36-A39, deverá ser atribuído, não a Paio Soares, mas a
Afonso X. Sendo que neste conjunto se inclui a célebre "cantiga da
garvaia", uma das mais discutidas composições galego-portuguesas, esta
interessante mas polémica proposta de José Carlos Miranda2 necessitará certamente de fazer ainda o seu caminho entre a comunidade de especialistas.
Referências
1 Ron Fernández, Xavier (2005), “Carolina Michaelis e os trobadores representados no Cancioneiro da Ajuda”, in Carolina Michaelis e o Cancioneira da Ajuda hoxe, Santiago de Compostela, Xunta de Galicia.
2 Miranda, José Carlos, "Será Afonso, o sábio, o "autor anónimo" de A36-A39?", in Guarecer on-line.
II
As Cantigas:
1.A ren do mundo, que melhor
quería
2.Canção da Ribeirinha
3.Como morreu quen nunca ben
4. Eu sõo tan muit'amador
5. No mundo non me sei parelha
6. O meu amigo que mi dizía
7. Quantos aquí d'Espanha son
8.Vi eu donas en celado
III Análise de uma cantiga:
“No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!
E, mia senhor, des aquelha,
me foi a mi mui mal di' ai!
E vós, filha de Dom Pai
Moniz, en bem vos semelha
d' haver eu por vós garvaia?
Pois eu, mia senhor, d' alfaia
nunca de vós houve nem hei
valia d'ua correia!”
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!
E, mia senhor, des aquelha,
me foi a mi mui mal di' ai!
E vós, filha de Dom Pai
Moniz, en bem vos semelha
d' haver eu por vós garvaia?
Pois eu, mia senhor, d' alfaia
nunca de vós houve nem hei
valia d'ua correia!”
— Cantiga da garvaia, Paio Soares Taveiroos
Esta
cantiga (maestria – sem refrão) divide muito a opinião dos estudiosos, alguns
relatam que se trava de uma cantiga de amor e outros relatam que é uma cantiga
satírica.
Percebemos
que esta cantiga é dirigida á uma filha de D. Paio Moniz, muitos acha que era
dirigida á D. Maria Pais Ribeiro.
O
trovador relata sobre o encanto que quando viu filha de D. Paio Moniz, se
encantou perdidamente por ela, e sofre de amor (coita), mas contém um tom de
ironia e sátira, como por exemplo: ‘‘queredes que vos retraia’’/ “quando vos vi
em saia?”.
Essa
cantiga é considera o grande marco do Trovadorismo, é de supra importância
entender essa cantiga para descrever o Trovadorismo.
IV Tradução da cantiga:
“No mundo não conheço outro como eu,
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!
E, minha senhora, desde então,
passei muitos maus dias, ai!
E vós, filha de D. Paio
Moniz, parece-vos bem
ter eu de vós uma garvaia? (manto)
Pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós tive nem tenho
nem a mais pequenina coisa.”
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!
E, minha senhora, desde então,
passei muitos maus dias, ai!
E vós, filha de D. Paio
Moniz, parece-vos bem
ter eu de vós uma garvaia? (manto)
Pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós tive nem tenho
nem a mais pequenina coisa.”
— Tradução livre, de algumas possíveis, da
Cantiga da garvaia de Paio Soares Taveiros
Cantiga da garvaia de Paio Soares Taveiros
VI Referências:
Manuscrito: http://cantigas.fcsh.unl.pt
Dante Alighieri
Biografia de Dante Alighieri, obras de Dante Alighieri, poesia italiana, Divina Comédia, literatura italiana medieval, textos literários, escritor medieval
Quem foi
Dante Alighieri foi um dos grandes
poetas mundialmente conhecidos. Ele nasceu em Florença Itália), no ano
de 1265, e faleceu em Ravena (Itália), no ano de 1321.
Este grande artista estudou em sua cidade natal, e, neste mesmo local, iniciou-se na literatura de Virgílio, Estácio e Ovídio.
Seu famoso poema “A Divina Comédia”, é divido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Nesta importante obra da Idade Média, Dante descreve o caminho de sua alma por estes três estágios.
Embora esta sua grande obra trate dos valores medievais, ela foi capaz de ser valorizada e compreendida mesmo séculos depois.
Obras de Dante Alighieri
- Divina Comédia (obra mais importante e mais conhecida)
- De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar")
- Vita Nova ("Vida Nova")
- Le Rime - ("As rimas")
- Il Convivio - ("O Convívio")
- Monarchia - ("Monarquia")
- "As Epístolas"
- "Éclogas"
- "Quaestio" de aqua et terra"
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