terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Guerra dos 100 Anos

A Expressão Guerra dos Cem Anos identifica uma série de conflitos armados, registado de forma intermitente durante o século XIV e XV (1337-1453), envolvendo a França e a Inglaterra.






A longa duração desse conflito explica-se pelo grande poderio dos ingleses de um lado e a obstinada resistência francesa do outro. Ela foi a primeira grande guerra europeia que provocou profundas transformações na vida Econômica social e politica da Europa Ocidental. A França foi apoiada pela Escócia, Boêmia, Castela e o Papado de Avignon. A Inglaterra teve por aliados os Flamengos, alemães e  portugueses. A questão dinástica que desencadeou a chamada Guerra dos Cem Anos ultrapassou o carácter feudal das rivalidades politico-militares da Idade Média e marcou o teor dos futuros confrontos entre as grandes monarquias europeias.



Historio graficamente é registrada entre 1334 a 1452. As suas causas remotas prendem-se à época em que o Duque da Normandia Guilherme, o conquistador, se apoderou da Inglaterra em 1066. Desde Guilherme, os monarca ingleses controlavam extenso domínio senhoriais em territórios francês, ameaçando o processo de centralização monárquica da França que se esboçava desde o século XII. Durante os séculos XII e XIII, os soberanos franceses tentaram, com crescente sucesso, restabelecer sua autoridade sobre esses feudos.

No século XIII, o rei Henrique II da Inglaterra se casou com Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da Aquitânia ( Antiga Guiana, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então as relações entre os rei da Inglaterra e França foram marcadas poe conflitos políticos e  militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha pelo tratado de Paris (1259), Henrique III da Inglaterra abandona suas preterições sobre a Normandia Maine. Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os contantes conflitos vinham pelo fato do rei Inglês, que era duque de Gasconha, ressentir0se de ter de pagar pela região aos reis franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na região.

As influências francesa e inglesa em Flandes ( actual Bélgica e Países Baixos) eram também opostas, pois os condes deste território eram vassalos da França e, por outro lado, a burguesia estava ligada economicamente à Inglaterra. Além do intenso comércio estabelecido na região, Flandres era importante centro produtor de tecidos, que consumia grande parte produzida pela Inglaterra. Essa camada urbana vinculada à produção de tecidos e ao comércio posicionava-se a favor dos interseres ingleses e portanto, contra a ingerência politica francesa na região. Resolveram, flamengos e ingleses, estabelecer uma aliança que irritou profundamente o rei da França também interessado na região.
 

 

O início dos conflitos deu-se com o problema sucessório resultante da morte do terceiro e ultimo filho de Filipe IV, o Belo, Carlos IV, em 1328. Entre os possíveis sucessores estavam: o rei inglês Eduardo III, da dinastia Plantageneta, neto do falecido monarca pelo lado materno, detentor dos títulos de duque de Guyenne (parte da Aquitânia, no sudoeste da França) e conde de Ponthieu (na região do canal da Mancha): e o nobre francês Filipe, conde de Valois, sobrinho de Filipe IV , o belo, pertencente a um ramo secundário da família real. As pretenções dos dois foram examinadas por uma assembléia francesa que, apoando-se na Lei Sálica, segundo a qual o trono não poderia ser ocupado por um sucessor vindo de linhagem materna inclinou-se para o candidato nacional aclamando o sobrinho, Filipe de Valois, com o titulo de Filipe VI. O rei inglês não discutiu a decisão, reconhecendo Filipe VI em Amiens em 1329.

O conde de Nevers, regente de Flandres desde 1322, prestou juramento de obediência ao seu suserano Filipe VI, decisão que poderia paralisar a economia flamenga.

Eduardo III, após a intervenção de Filipe VI em Flandres apoiando o conde contra os amotinados flamengos, suspende as exportações de lâs. A burguesia flamenga forma um partido a favor do rei da Inglaterra incitando-o a proclamar-se rei da França. Assim Eduardo III, instigado por Jacques Artervelde - rico mercador que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de Gante- e temendo perder o ducado francês de Guyenne - mantido como feudo de Filipe VI - repudiou o juramento de Amiens e alegou a superioridade de seus títulos à sucessão.

OS franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma politica expansionista, percebida pelos interesses na Guyenne e em Flandres. Já os ingleses insistiam em seus legítimos direitos políticos e territoriais na França. Embora tenham ocorrido crises anteriores, em geral, a data de 24 de maio de 1337 é considerada como o inicio da guerra nesse dia, após uma série de discussões, Filipe VI, cônscio da grave ameaça que representava para seus domínios e existência de um ducado leal à coroa inglesa, apoderou-se de Guyenne. Eduardo respondeu imediatamente não reconheceu mais "filipe, que dizia ser rei da França", e ordenou o desembarque de um exército frandes. Iniciativa-se a Guerra dos Cem Anos. A situação se deteriorou diante do auxilio francês à independência da Escócia nas guerras que Eduardo III e seu pai haviam iniciado contra os reis escoceses para ocupar o trono desse país.

A guerra desenrolou-se por quatro períodos: o primeiro entre 1337 á 1364, o segundo entre 1364 á 1380, o terceiro entre 1380 á 1422, e o quarto entre 1422 á 1453.





1.1 - Primeiro Período (1337 - 1364)

Filipe VI exerceu intenso assédio ao litoral inglês durante meses, até ser derrotado em 1340, as hostilidades começaram seriamente com a batalha naval de Sluys, além do rio Escalda, em 1340, onde a frota inglesa foi vitoriosa. 
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Eduardo III tentou conquistar a França, vencendo grande parte dos combates em Crécyen-Ponthieu (1346), Calais (1347). As duas vitórias inglesas garantiram a Eduardo III importante posições no norte da França, mantendo o canal da Mancha sob seu controle  para tanto o rei da Inglaterra contou com o apoio financeiro de grandes mercadores de Flandres e do duque de Bretanha, que voltou-se contra o monarca francês. O avanço e a conquista inglesa só não foram maiores porque após a batalha de Crécy,  ocorreu a chamada "peste Negra" que dizimou praticamente 1/3 da população europeia. A peste foi responsável por interromper a guerra.



Vários anos depois, quando se retomaram os combates, Eduardo III havia conquistado o apoio do rei de Navarra, carlos II e a intimável ajuda militar de seu filho Eduardo, o príncipe de Gales, conhecido com o príncipe negro ( por conta da cor de sua armadura). esse período foi caracterizado por sucessivas vitórias inglesas, contando como apoio de muitos nobres locais, mais preocupados em preservar seus domínios do que com a lealdade devida ao rei da frança, possibilitando o domínio de cerca de um terço do território francês nas regiões norte e oeste.


O príncipe Negro conseguiu tomar como prisioneiro o sucessor de Filipe, João II o Bom na Batalha de Poitiers (1356), eposteriormente, exigiu resgate por sua libertação. Uma.insurreição popular ( Jacquerie) complicou as coisas: revoltados com a miséria, os camponeses se lançaram contra os senhores feudais, enquanto a burguesia de Paris, indignada pelas calamidades da guerra e lideradas por Etienne Marcel, clamava por mudanças politicas. O filho de João, o Bom o futuro Carlos V, atendeu as questões internas e negociou a paz com Eduardo III. Em 1360, o tratado de Brétigny, ratificados em Calais, deu a Eduardo um considerável número de territórios na França ( Calais e todo o sudoeste francês) em troca do abandono de suas reivindicações ao trono francês.


1.2 -  Segundo Período ( 1364 - 1380)

A morte de João II (1364), que permanecera em mãos dos ingleses, marcou o recrudescimento das hostilidades, pois seu filho Carlos (1364 - 1380), que o sucedeu no trono francês com o nome de Carlos V, negou-se a respeitar os tratados firmados em 1360. Dessa vez os franceses atacaram com êxito o inimigo pois a frança desfrutava de uma melhor posição.


Sob Carlos V, os Franceses, graças a unificação de seus exércitos, recuperaram boa parte do território meridional do Reino da frança. Neste período destacou-se o contestávelfrancês Bertrand Du Guesclin, cavaleiro valente e notável militar que organizou as famosas "campanhas brancas" (sistema de guerrilhas). A luta entendeu-se a Castelar com França apoiando o candidato à coroa,Dom Henrique, contra Dom Pedro aliado da Inglaterra. As vitórias do monarca francês, fruto da reorganização militar, fortaleceram a ideia de centralização politica,possibilitou submeter a maior parte da nobreza, aumentar a arrecadação tributária e organizar o estado com elementos oriundos da burguesia em cargo de confiança.


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Em 1377, com escassos meses de distância entre um e outro, faleciam o príncipe de Gales e Eduardo III. O sucessor do trono inglês era neto do monarca falecido, Ricardo II, de apenas dez anos de idade. A morte do monarca da França Carlos V, em 1380, esfriou o ânimo dos franceses.

1.3 - Terceiro Período (1380 - 1422)

Nas últimas décadas do século XIV e as décadas iniciais do século seguinte foram marcadas pelas disputas internas nos dois países, arrefecendo momentaneamente a guerra externa. No caso da Inglaterra ocorreram rebeliões camponesas lideradas por Wat Tyler, contra a servidão e posteriormente as disputas envolveram parte da nobreza, que lutou contra o rei e culminou coma ascensão de Henrique de Lancaster ao trono em 1399, com o título de Henrique IV.



Na frança as lutas internas foram mais complexas e envolveram os interesses da região da Borgonha antigo feudo poderoso que lutou constantemente por seus interesses particulares. Em 1380, quando os ingleses nada mais ocupavam senão Calais e a Guyenne morreu Carlos V na França abrindo caminho para a ascensão do herdeiro Carlos VI, o insensato, de doze anos. Houve uma série de disputas pelo poder, que culminou com a cisão da nobreza francesa em dois partidos os armagnacs, partidários da família de Orleans e os Borguinhões, partidários dos duques de Borgonha.

Em considerando Carlos VI como incapaz, os Borquinhões pretenderam tomar o poder e, após várias derrotas aliaram-se aos ingleses. Ao lado da família real ficaram o irmão do rei, Luiz de Orléans e Bernardo de Armagnac. Nesta guerra civil, destacaram-se joão sem medo, da Borgonha e o Delfim Carlos.

No reinado do Inglês Ricardo II, investido do poder assim que alcançou a maioridade (1389), asa hostilidades praticamente cessaram Ricardo II, enfrentou graves distúrbios sociais e a oposição de parte da nobreza encabeçada por Henrique de Lancaster, que em 1399 subiu ao trono como Henrique IV.

A retenção inglesa de Calais e Bordeux, no entanto, impediu a paz permanente. Na frança, a evidente incapacidade mental do rei, Carlos VI, desencadeou acirrada disputa pelo trono entre seus irmãos. A eclosão da guerra civil na França (luta entre Armagnacs, partidário dos Orléans, e os Borguinhões, partidários do duque de Borgonha), além da loucura do rei Carlos VI, animou o novo rei inglês, Henrique V, a insistir em suas reivindicações no tocante ao trono Francês (invocando a lei salica). Henrique V, primo de Ricardo II, assumira a coroa em 1413.


A guerra civil e a loucura do rei Carlos VI permitiram novas conquistas dos ingleses. Em 1415, Henrique V desembarcou na Normandia, invadindo e tomando Harfleur. Neste mesmo ano, travou-se a batalha de Agincourt (ou Azincourt), num terreno em que a chuva transformara num atoleiro. A orgulhosa cavalaria francesa foi massacrada e milhares de nobre franceses pereceram. Seguiu-se a ocupação de Paris (1415), da Normandia(1419) e de outras regiões no norte da França, obrigando a assinatura da paz, com a cumplicidade de Isabel da Baviera O tratado de Troyes (1420), que garantia a Inglaterra todo o norte do país (inclusive Paris) e, o mais grave, forçou Carlos VI a deserdar o trono seu filho, o Delfim Carlos VII Henrique V casou-se com a princesa Catarina, filha de Carlos VI, ficando com o direito de herdar o trono.

Depois do assassinato de João sem Medo, duque de Borgonha e um dos contendores na guerra civil da frança Henrique V aliara-se ao filho do duque, Filipe, o Bom. A união teve sucesso e até 1422 o rei inglês e o novo duque de Borgonha controlaram todo o território françês ao norte do loire incluindo Paris e a Aquitânia.


                                                             


Naquele ano, morreram tanto Carlos VI quando Henrique V, o que faz com que as duas coroas ( a da França e da Inglaterra) fossem herdados por Henrique VI, que ainda era uma criança recém nascida. Dois barõesingleses encargaram-se da regência: o Duque de Badford se ocupou da França e o Duque de Gloucester passou a administrar a Inglaterra. Carlos VII, o Delfim, assumiu a realeza em Bourges. Assim, a França encontrava-se dividida em dois reinos nos territórios do norte, governava o rei inglês apoiado pelos borguinhões, nos poucos  territórios do sul, reinava o francês Carlos VII com o apoio dos armagnacs.


1.4 - quarto Período ( 1422 - 1453)

O Delfim, porém, instalara-se no Vale do Loire e dali passou a liderar a resistência francesa aos invasores. É nesse momento que aparece em cena uma camponesa mistica e visionária de Domrêmy. Joana D, Arc. que conseguiu desarmar uma conspiração para matar o soberano. OS regentes do ineficaz Henrique VI foram  perdendo o controle dos territórios conquistados para as forças francesas, sob a liderança de Joana D`Arc.



joana Nasceu na festa da Epifania de 1412, na aldeia de Domrémy (Lorena Francesa) 

Com a França em perigo Joana d`Arc organizara um exército completamente diferente dos exércitos completamente diferente dos exércitos feudais. Guerra era assunto para nobres e homens. Seu exército era liderado por uma mulher camponesa.Os exércitos feudais lutavam por seu senhor e seu feudo. O de Joana d`Arc era um exército nacional, que lutava pela França e por seu rei. Os franceses agora, sentiam-se integrantes de um país. A ideia de nação estava lançada.


Santa Joana d'Arc, entrada em Orleans, Herois Medievais

Joana d`Arc conseguiu do Delfim um exército de aproximadamente cinco mil homens e libertou a praça forte de Orláns (1429). Essa vitória fez Filipe, o Bom abandonar seus aliados ingleses e aceitar a autoridade de Carlos VII. Depois conquistou Reims, no norte do pais, onde Carlos VII foi coroado segundo as antigas tradições. Carlos VII, aproveitando as discórdias da Guerra das Duas Rosas na Inglaterra, empreendeu eficaz reestruturação militar que culminará coma conquista da aquitânia em 1453.

Em 1430, aprisionada pelos Borguinhões, Joana D`Arc foi entregue aos ingleses em Compiêgne. foi julgada herética por  um tribunal eclesiástico e queimada na fogueira , em 1431, em Rouen ( ou ruão).



O impulso, entretanto, estava dado. Os franceses, incentivados pelo martírio de Joana d`Arc, bateram os ingleses em Formigny (1450), tendo conquistado a Normandia e grande parte da Gasconha. O fim da guerra é marcado pela batalha de Castillon, em 1453, quando foi capturada a cidade de Bordeux, o último reduto inglês. Isto significou, efetivamente, o fim da guerra, e desde então os ingleses mantiveram apenas Calais, que conservaram até 1558. Eles foram forçados a voltar sua atenção aos assuntos internos, principalmente as guerras das Rosas e desistiram de todas as reivindicações sobre a França. Nenhum tratado foi assinado de forma a assinalar o fim das hostilidades. A rivalidade anglo - Francesa no entanto ainda perduraria por muito tempo.

1.5 - conclusão

Os conflitos deixaram um saldo de milhares de mortos em ambos os lados, e uma devastação sem precedentes no território e na produção agrícola francesa. No plano politico e social a guerra dos cem anos contribuiu para a Dinastia de Valoís, apoiada pela burguesia, fortalecer o poder real francês, abrindo caminho para o chamado absolutismo, por vários motivo:

- Liquidou com as pretensões inglesas sobre territórios na França;
- Os feudos do rei inglês, na França,passaram para o domínio da coroa francesa.
- O longo período de guerras enfraqueceu bastante a nobreza francesa, porque, à medida que os nobres                 morriam, seus feudos iam passando para o domínio do rei, debilitando o sistema feudal.
- Construção de uma identidade nacional entre os franceses;
- Tomou possível a criação de algumas instituições de governo centralizadas;
- O Reino inglês ficou financeiramente, socialmente e governalmente, devido a impostos, taxas e recrutamento para as varias e infindáveis campanhas militares no continente, o que culminou com a Guerra.
das Rosas ( Guerra civil inglesa); poderá, enfim, dizer-se que a Guerra dos Cem Anos marca o final da idade Média e anuncia a Época da idade moderna.


domingo, 23 de setembro de 2012

Segunda Guerra Mundial



A 2ª Guerra Mundial (1939-1945) resulta do choque entre os interesses das nações que dividiam o mercado internacional desde o fim da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e as pretensões do Estado alemão de conquistar o mundo. Envolve países de todos os continentes, com exceção de alguns europeus e latino-americanos. Consuma o aniquilamento do 3º Reich, de Adolf Hitler (1889-1945), e o declínio das velhas nações da Europa, que passam a ter, pela primeira vez, o seu destino à mercê de países não-europeus - os Estados Unidos e a União Soviética, por excelência, as superpotências emergentes no pós-guerra. Tudo isso a um preço elevadíssimo, o das perdas humanas, estimadas em quase 50 milhões de mortos, na maioria, civis.


Ficheiro:Benito Mussolini and Adolf Hitler.jpg

Benito Mussolini (esquerda) e Adolf Hitler.

Causas 

A 1ª Guerra Mundial prepara a irrupção da 2ª Guerra Mundial. O período de entre guerras deve ser compreendido apenas como uma trégua. As humilhantes condições impostas à Alemanha, em 1918, propiciam o surgimento do nazismo em solo alemão. A ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, é sustentada pela exaltação ao nacionalismo e por propostas militaristas e expansionistas. Hitler deseja construir uma "nova ordem", exigindo a participação alemã na exploração do mundo colonial, rico em matérias-primas, e até então repartido entre os vitoriosos do primeiro conflito mundial. O Fuhrer ambiciona também conquistar os mercados vizinhos da Europa Central para controlar o petróleo da Romênia e do Cáucaso, o carvão e o ferro da Sibéria e o trigo da Ucrânia. As potências ocidentais pressentem o perigo nazista, mas permitem o seu crescimento como forma de bloqueio à União Soviética, um "cordão sanitário" contra o avanço do comunismo sobre a Europa.



Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de armamentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em claro desrespeito ao Tratado de Versalhes (1919). Um ano depois, reocupa a Birmânia e inicia uma política estratégica de alianças. Oferece ajuda econômica à Itália fascista de Benito Mussolini (1883-1945), sob embargo da Liga das Nações por ter invadido a Etiópia. Apóia Francisco Franco (1892-1975) na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), aproveitando o conflito para testar novos engenhos militares. Assina com o Japão o Pacto Anti-Comintern, em 1936, a fim de conter a expansão comunista da União Soviética, com a adesão da Hungria, Itália e Espanha. Justifica a anexação (Anschluss) da Áustria, em 1938, por se tratar de mais um povo germânico. No ano seguinte, alcança, com a conivência inglesa e francesa na Conferência de Munique, a incorporação de parte da Tchecoslovâquia, exatamente a região dos Sudetos, conhecida por abrigar minorias alemãs. Cria os protetorados da Boêmia e da Moldávia, desmembrando o restante do território tcheco, em março de 1939. Por fim, aproveita as desconfianças soviéticas em relação às potências ocidentais para assinar um acordo, por cinco anos, de não-agressão e neutralidade com o seu arquiinimigo, Josef Stalin (1879-1953): o Pacto Germânico-Soviético, de 23 de agosto de 1939. Tem aberto assim o caminho a leste para atacar a Polônia, em nome do que lhe fora arrebatado pelo Tratado de Versalhes: a devolução da zona conhecida por "Corredor Polonês", a do porto de Dantzig (futura Gdansk), que une a Alemanha à Prússia oriental.



Ofensiva alemã:

Diante da negativa da Polônia em ceder Dantzig, as tropas alemãs invadem o país em 1º de setembro de 1939 e travam uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. A conquista faz-se em três semanas. É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a perseguição aos judeus, vítimas preferenciais da ideologia nazista, ao longo de todo o conflito mundial. A Inglaterra, comprometida com a defesa polonesa, e a França, aliada inglesa, declaram guerra à Alemanha. Em seguida, Dinamarca e Noruega são ocupadas pelo Exército nazista, garantindo o abastecimento alemão de aço pelos mares Báltico e do Norte. Holanda e Bélgica tornam-se as próximas conquistas. Em Dunquerque, o Exército belga-anglo-francês sofre a primeira derrota aliada e só escapa do massacre graças à ação da Marinha inglesa, que consegue evacuar a maioria dos combatentes. Hitler avança contra a França a partir de maio de 1940. Um mês mais tarde, a assinatura pela França dos armistícios com a Alemanha e a Itália, que submetem metade do território francês à ocupação das forças nazistas, evidenciam o domínio alemão.

O primeiro-ministro da França, o marechal Henri Phillipe Pétain (1856-1951), anti-republicano e conservador, assume poderes ditatoriais, após acordo com os alemães. Transfere a capital para Vichy, no sul do país, enquanto Paris permanece ocupada pelos nazistas. É chega à Inglaterra o subsecretário de Defesa Nacional Francesa, o general Chales de Gaulle (1890-1070). Ele representa o governo da resistência da França no exílio. Ao mesmo tempo, a Alemanha implanta a sua "nova ordem" nos territórios ocupados, reativando indústrias paralisadas e obrigando as populações a trabalhos forçados. Em setembro de 1940, o Eixo, pacto entre Berlim-Roma-Tóquio, é formalizado, estabelecendo apoio mútuo entre os países membros em caso de ataque por potência ainda não envolvida na guerra - entenda-se, os Estados Unidos. A partir de 15 de setembro, intensificam-se os combates na Inglaterra. Bombardeiros alemães despejam cerca de 20 mil toneladas de bombas sobre Londres. A ação corajosa da Royal Air Force (RAF), a aviação de combate inglesa, evita, no entanto, a destruição do país, abatendo inúmeros aviões inimigos. Mas no norte da África, italianos e alemães ameaçam, sob as ordens do general Erwin Rommel (1891-1944), o domínio inglês no Egito.

Hitler reorienta então a sua máquina de guerra mais uma vez para o Leste, despertando a preocupação russa. Ao governo de Moscou propõe a partilha do mundo em zonas de influência, mas as negociações falham e o território da União Soviética acaba por ser invadido, sem uma declaração formal de guerra, em 22 de junho de 1941. Por essa época, o domínio alemão já se faz sentir em vários países do Leste Europeu, como na Romênia, Bulgária e Hungria, além da Iugoslávia e da Grécia. Mas a heróica resistência soviética na Batalha de Stalingrado modifica o panorama da 2ª Guerra Mundial (só pela fome, contam-se 500 mil civis entre os mortos). Ela põe fim ao mito da invencibilidade alemã e instiga o Exército soviético a avançar, em contra-ataque, sobre os países-satélites da Alemanha, às voltas agora  com duas frentes de guerra.


Soldados da Segunda Guerra

"Dia D"

Os japoneses precipitam a entrada dos EUA na guerra ao bombardearem, em 7 de dezembro de 1941, a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. A ofensiva do Japão generaliza-se, e suas forças conquistam a supremacia no Pacífico e no Sudeste Asiático. Definem-se, assim, as duas facções em conflito. De um lado, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e, de outro, os Aliados (Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China, este em guerra com o Japão desde 1931). Em todos os territórios ocupados pelos nazistas, organizam-se movimentos de resistência.

Entre 1942 e 1943, a Marinha anglo-americana elimina submarinos alemães no Atlântico, ao mesmo tempo em que a aviação aliada intensifica o bombardeio na Alemanha. Os recursos industriais do país começam a sofrer sérios danos. No norte da África, o Afrikakorps, o Exército alemão no continente, é levado à rendição em maio de 1943. Os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália. Mussolini é preso em julho e o novo governo italiano rende-se aos invasores. Com isso, boa parte do país é ocupada por tropas alemãs, que só capitulam em abril de 1945. Na outra frente, o Exército soviético alcança vitórias na Romênia, na Bulgária e na Iugoslávia ao longo de 1944, enquanto Albânia e Grécia expulsam as tropas alemãs.

O dia 6 de junho de 1944, o "Dia D", é o golpe mortal às forças nazistas. Considera-se o desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, a maior operação aeronaval da História. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões, uma operação coroada de êxito ao enganar as forças alemãs concentradas em Pas-de-Calais. Paris é libertada em 25 de agosto. Inicia-se o ano decisivo de 1945. Os russos, pelo leste, e os norte-americanos e britânicos, pelo oeste, disputam a primazia de chegar primeiro a Berlim. A 30 de abril, os soviéticos fincam a sua bandeira no alto do Parlamento alemão, o Reichtag, e Hitler suicida-se junto com a sua mulher, Eva Braun. A capital alemã em ruínas é ocupada em 2 de maio pelo Exército da URSS, com a prisão de 135 mil defensores da cidade. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente.

Guerra no Pacífico

Na luta contra os japoneses, a situação começa a se inverter a favor dos Aliados após as vitórias dos Estados Unidos nas batalhas navais de Midway e do Mar do Coral, em 1942. Os EUA tornam a iniciativa de reconquistar a Ásia e o Pacífico. No início de 1945, tropas norte-americanas, britânicas e chinesas reabrem a rota da Birmânia e recuperam as Filipinas. Aperta-se o cerco aos japoneses, confinados em suas ilhas, alvos de pesados bombardeios. A 19 de fevereiro, ocorre o primeiro desembarque norte-americano em território japonês, na ilha de Iwojima. Mas, ante a resistência feroz dos inimigos, que sugere um prolongamento indesejável da guerra, os EUA optam em atacar as cidades japonesas com um novo tipo de arma, a bomba atômica. A primeira, lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, mata 100 mil pessoas. Três dias depois, uma segunda bomba cai sobre Nagasaki, provocando mai 70 mil vítimas fatais. A partir de 8 de agosto, com a intenção velada de recuperar territórios perdidos há décadas para o Japão, no Extremo Oriente, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da Coréia. Finalmente, a 2 de setembro de 1945, o Japão rende-se aos Exércitos norte-americanos, numa cerimônia a bordo do encouraçado Missouri. É o final da 2º Guerra Mundial.

Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Em 1937, o Presidente Getúlio Vargas dá um golpe de estado e implanta no Brasil um regime inspirado no fascismo italiano. Em 1940, Getúlio acena com a possibilidade de construir uma siderúrgica no Brasil, com o apoio da indústria alemã Krupp. Os Estados Unidos concedem imediatamente um crédito ao Brasil para financiar a siderúrgica sem a participação alemã. Dois anos depois, Getúlio declara guerra aos países do Eixo. No início dos anos 90, vem a público um documento reservado do Exército norte-americano revelando planos de invasão do Brasil pelos Estados Unidos caso Getúlio não aderisse aos aliados.

Nordeste brasileiro, áreas estratégicas

Na Conferência do Rio de Janeiro, em 1942, vinte e uma nações latino-americanas reconhecem no ataque japonês a Pearl H arbour uma agressão ao continente e começam a declarar guerra ao Eixo. A FEB (Força Expedicionária Brasileira) combate na Itália.

FEB em combate na Itália - 1943

A aviação mexicana combate nas Filipinas. A Força Aérea Paraguaia faz patrulhamento aéreo no Atlântico Sul. A Argentina e o Chile também se envolvem no conflito. Os demais países do continente participam do esforço norte-americano de guerra fornecendo matérias-primas. Foi a primeira grande vitória diplomática dos Estados Unidos no continente.

Em 1946, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill diz: "Uma cortina de ferro desceu sobre a Europa. Eu não acredito que a Rússia soviética deseje a guerra. O que ela quer são os frutos da guerra e a expansão indefinida de seu poder e de suas dotrinas." Churchill usava aí, pela primeira vez, a expansão "cortina de ferro" para se referir à nova área de influência soviética. A reorganização geopolítica do mundo já vinha sendo discutida desde 1943, quando Roosevelt, Stalin e Churchill se reuniram em Teerã, no Irã. Com o fim da guerra, Alemanha, França, Itália e Japão estão destruídos; a Grã-Bretanha se encontra à beira da exaustão. Os grandes impérios coloniais desmoronam, os países da África e da Ásia passam por processos de descolonização. Estados Unidos e União Soviética emergem como as grandes potências do planeta. Em pouco tempo, a tensão entre as potências se acirra. A polarização das disputas internacionais entre o bloco ocidental e o bloco soviético vai marcar o compasso nas décadas seguintes. É a Guerra Fria que começa.
"A autoridade do meu governo é discutida. As ordens são mal executadas. É preciso desde agora vencer a resistência de todos os adversários, dizimando seus chefes".

Esta frase foi dita por um herói francês da 1ª Guerra Mundial que acabava de se tornar o chefe do governo nazista da França ocupada pelos alemães: o Marechal Philippe Pétain. Antes de conquistar Paris, as tropas alemãs anexaram a Áustria e ocuparam a Tchecoslováquia, Polônia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Grécia e Iugoslávia; esta última, com o auxílio de tropas italianas, húngaras e búlgaras, integrantes do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Ao atacar também o norte da África, a Alemanha e a Itália estão atacando os impérios coloniais da França e da Grã-Bretanha. E após a ocupação da França, a Grã-Bretanha é o único país da Europa Ocidental ainda não atacado pelos alemães.

Domínios Britânico e Francês no norte da África

Hitler decide iniciar a empreitada com o bombardeio aéreo de Londres. Ainda neste programa, a constituição de resistências nacionais ao avanço alemão e o engajamento nelas dos comunistas, para quem o nazi-fascismo passou a ser o inimigo prioritário.
50 milhões de mortos, dentre os quais 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus. Será assim que se dimensiona o saldo de uma guerra? A propaganda é a arma fundamental dos vitoriosos, enaltecendo batalhas cheias de glória e consagrando seus heróis. Mas será possível falar em heróis e glórias numa guerra que matou 50 milhões de pessoas? As forças nazistas deixaram atrás de si populações massacradas em cidades e países destruídos, sem falar de seus campos de concentração, onde morreram milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, deficientes físicos e homossexuais. Mas também os aliados cometeram crimes de guerra: massacraram a população civil de Dresden e de Berlim e despejaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Os lucros obtidos com a guerra ultrapassam os 2 bilhões de libras esterlinas. Como se "faz" dinheiro na guerra?
Ao integrar o Eixo, o Japão obtém o apoio alemão e italiano para sua intenção de formar uma "Grande Ásia Japonesa". Em 1940, com a ocupação da França pela Alemanha e com a paralisia da Grã-Bretanha, os japoneses passam a crer que as suas ambições no extremo oriente e no sudeste da Ásia são ameaçadas agora por um único rival: os Estados Unidos.

Início da estratégia japonesa para a ocupação da Ásia

Conquistam a Mandchúria, a Tailândia e a parte norte da Indochina Francesa (atuais Vietnã, Laos e Cambodja), cortam a rota da Birmânia e passam a fazer pressão sobre as Índias Holandesas (atuais Indonésia). A Grã-Bretanha e os Estados Unidos se articulam para conter o avanço japonês. Em 1941, o Japão ocupa Hong Kong e a Malásia e bombardeia a base americana de Pearl Harbour, no Hawai. Cinco mil soldados americanos são mortos. Consta que o Presidente Roosevelt sabia de antemão que o ataque aconteceria mas nada fez para impedi-lo: os Estados Unidos precisavam de um bom argumento para entrar na guerra.

Em dezembro de 1940, enquanto soviéticos e alemães ainda viviam sob um pacto de não-agressão, Adolf Hitler dizia a seus generais: "As Forças Armadas Alemãs devem estar preparadas para esmagar a União Soviética numa campanha rápida". Pouco tempo depois, em junho de 1941, a União Soviética foi invadida pelas tropas alemãs e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill declarou: "Surpreendentes foram as falhas de cálculo e a ignorância que Stalin revelou a respeito do que estava para lhe acontecer".
A Alemanha ataca a União Soviética em três frentes e inicia-se aí a mais sangrenta de todas as empreitadas militares da guerra, que durou quatro anos e custou, só aos soviéticos, a perda de 20 milhões de pessoas. Os alemães são finalmente contidos em Stalingrado, onde se iniciam a contra-ofensiva soviética e a grande virada da 2ª Guerra. Os soviéticos dão um ultimato ao comandante alemão, mas Hitler o proíbe de se render. O Exército Vermelho expulsa os alemães e avança rumo a Berlim. Os países do Leste Europeu libertados do jugo nazista são englobados na zona de influência soviética e Stalin é transformado no novo grande inimigo do Ocidente, tomando o lugar que, até pouco tempo antes, era de Hitler.
Ao fim da 1ª Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes impõe severas e humilhantes punições à Alemanha, que, além de perdas territoriais, vê seu exército desarmado e reduzido, fica proibida de fabricar armamentos e é obrigada ao pagamento de pesadas indenizações de guerra à Grã-Bretanha e à França. Isso ajudaria a compreender o nacionalismo radical despertado na Alemanha no curto período que antecedeu a 2ª Guerra.

Perdas territoriais da Alemanha: Alsácia e Lorena

Neste programa, a política internacional depois da 1ª Guerra, a grande crise econômica nos Estados Unidos, em 1929, e suas consequências no mundo todo. Entram em cena o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. Frentes populares são criadas na França e na Espanha para lutar contra a emergência nazi-fascista. No Brasil, o Presidente Vargas dá um golpe de estado e implanta um regime de inspiração fascista.
"Exigimos terras para alimentar o nosso povo e nelas instalar nossa população excedente". Este brado do programa do Partido Nacional Socialista (NAZI), começa a ser posto em prática com a anexação da Áustria e a ocupação da Tchecoslováquia por tropas alemãs, sem qualquer reação por parte do resto da Europa. Na Conferência de Munique, Grã-Bretanha e França chegam a dar legitimidade à ação alemã na Tchecoslováquia. Mas quando Hitler ocupa a Polônia, aliada dos britânicos, Londres sente-se ameaçada e declara guerra à Alemanha. A França faz o mesmo. Nesse programa, ainda, a ascensão do fascismo em Portugal e na Espanha, o expansionismo italiano na África e o expansionismo japonês na Ásia; e o acordo mútuo de não agressão entre a União Soviética de Stalin e a Alemanha de Hitler.
Em seu livro Mein Kampf, publicado no início dos anos 20, Adolf Hitler diz: "Chegou o dia que não mais passei de olhos vendados: reconheci os inimigos da minha raça - eram judeus ... Acabei por reconhecer os judeus pelo cheiro e, sob sua porcaria repugnante, descobri as taras morais do 'povo eleito'".
A partir de 1935, quando Hitler já se encontrava no poder, as Leis de Nuremberg, criadas para discriminar os judeus, tornam o anti-semitismo político oficial da Alemanha. Apoiados na violência de grupos paramilitares e numa eficiente máquina de propaganda, os nazistas deram voz e exacerbaram sentimentos latentes de nacionalismo, racismo, anti-semitismo, arianismo, antimarxismo e anticapitalismo.
Nos anos 80 e 90, grupos neonazistas trazem de volta à Alemanha os mesmos métodos violentos. As vítimas de hoje são imigrantes estrangeiros, especialmente os turcos.

Forças aliadas retomam países conquistados pela Alemanha; Inglaterra completa o cerco

O crescimento da ações aliadas na África e no Mediterrâneo abala o prestígio do regime fascista na Itália. A derrota alemã nas estepes soviéticas e a invasão da Normandia por forças aliadas fazem Hitler perder o poder de iniciativa. A resistência das populações passa a ser decisiva para a derrocada do nazi-fascismo. Aos poucos, as nações ocupadas vão se libertando do jugo nazista. Na Itália, Mussolini é afastado do poder pelos próprios dirigentes fascistas, é socorrido pelos alemães mas acaba preso e executado pela população. "O povo alemão sofreu de maneira indescritível: é tempo de acabar com tantos horrores", é o que escreve o comandante e chefe alemão Von Kluge, pouco antes de cometer o suicídio, numa mensagem deixada a Hitler. Goering ameaça iniciar conversações de paz com os Estados Unidos. Himmler propõe uma paz em separado a americanos e ingleses, mas Churchill não aceita: os alemães têm de se render incondicionalmente à Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética.
Os anos da guerra assistem a uma aliança definitiva entre a ciência e o poder de destruição. Os governos fazem investimentos maciços em tecnologia bélica e atingem o saldo de 50 milhões de mortes. Dos fornos crematórios nos campos de concentração alemães às pesquisas de armas bacteriológicas dos japoneses e à bomba atômica norte-americana, passando pelas bombas voadoras V-2 alemãs e pela enorme tralha tecnológica de espionagem e contra-espionagem de todos os países envolvidos na guerra, há em tudo a presença marcante da indústria bélica, de cientistas e do dinheiro. Ao término da guerra, tudo se justifica em nome do que se chama "neutralidade científica". É em nome dela que o alemão Werner Von Braun e o japonês Shiro Ishii são perdoados e incorporados à ciência norte-americana e que o italiano Bruno Pontecorvo pôde se tornar um dos pais da bomba atômica soviética.

Ilustração





                                                                          



                            




O Brasil Segunda Guerra Mundial

participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Navio de Guerra Brasileiro atacando submarino alemão em 1944

Neutralidade brasileira na primeira fase da guerra

Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial. O presidente do Brasil na época era Getúlio Vargas.

Ataques nazistas e entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial

Porém, esta posição de neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Vargas fez um acordo com Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros). Era importante para os Aliados que o Brasil ficasse ao lado deles, em função da posição geográfica estratégica de nosso país e de seu vasto litoral.

Participação efetiva no conflito

A participação militar brasileira foi importante na Segunda Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Brasil enviou para a Itália (ocupada pelas forças nazistas), em julho de 1944, 25 mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea Brasileira). 
As dificuldades foram muitas, pois o clima era muito frio na região dos Montes Apeninos, além do que os soldados brasileiros não eram acostumados com relevo montanhoso. 

Vitórias

Os militares brasileiros da FEB (também conhecidos como pracinhas) conseguiram, ao lado de soldados aliados, importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim, Montese e outras cidades. 
Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos.

Outras formas de participação

Além de enviar tropas para as áreas de combate na Itália, o Brasil participou de outras formas importantes. Vale lembrar que o Brasil forneceu matérias-primas, principalmente borracha, para os países das forças aliadas. 
O Brasil também cedeu bases militares aéreas e navais para os aliados. A principal foi a base militar da cidade de Natal (Rio Grande do Norte) que serviu de local de abastecimento para os aviões dos Estados Unidos.
Foi importante também a participação da marinha brasileira, que realizou o patrulhamento e a proteção do litoral brasileiro, fazendo também a escolta de navios mercantes brasileiros para garantir a proteção contra ataques de submarinos alemães.

Curiosidade:

- Durante as batalhas, que os militares brasileiros participaram na Segunda Guerra Mundial, cerca de 14 mil soldados alemães se renderam aos brasileiros.


Maurício de Nassau




Os planos para o Recife

Apos expulsar as tropas portuguesas para além do rio São Francisco, Nassau começa a organizar o Brasil holandês que estava com sua economia destrocada devido a guerra.

Nassau manda leiloar os diversos engenhos cujos donos haviam fugido para a Bahia e cria as Câmaras de Escabinos para ajudar na administração das províncias
Ele fixou residência no Recife, na ilha de Antonio Vaz, desde sua chegada e iniciou um processo de urbanização do local. O grande número de pessoas vivendo e trabalhando no Recife aumentava cada vez mais com a destruição de Olinda e a chegada de imigrantes de toda a Europa.

Além de realizações no campo das construções como pontes, palácios, jardins, observatórios, mercados e saneamentos, Nassau pretendia transformar o Recife num dos principais centros urbanos de toda a América com a implantação de uma universidade e um ponto de comércio livre com todas as nações.

Busto de Maurício de Nassau
                                                      Praça da República, Recife
                                                   Placa do Busto de Nassau
                                  Placa do Busto de Nassau

Governador da colônia holandesa no Recife. Maurício de Nassau era um nobre alemão- holandês, nasceu em Dillenbura, Alemanha. Faleceu em 20 de dezembro de 1679, em Kleve, também na Alemanha
                                                                     



Seu nome estrangeiro era Johann Moritz Of Nassau - Siegen, governou Recife de 1637 a 1644. Trouxe para a região trabalhos de cientistas e pintores que exploravam e expressavam as belezas naturais

Desde jovem seguiu na carreira militar servindo o Estado da Holanda, teve uma educação humanística na Universidade de Basileia e na Universidade de Genf. Sua família de origem tinha um ramo alemão e outro holandês.

No Brasil, prestou serviço a Companhia das índias Ocidentais (West - Indische Compagnie). Veio para o Brasil aos 33 anos de idade. Em Recife, era predominante o traço cultural dos colonizadores católicos de Portugal.




Porém, Nassau logo conquistou a simpatia de todos, iniciou um projeto de modernização da cidade e aprofundou as relações com os senhores de engenho. Além de explorar a colônia economicamente, buscou desenvolver bem - estar a população

Em época de baixa no preço do açúcar, Nassau entregou o governo em 1641, depois de não concordar com novas formas de cobranças aos senhores de engenho para compensar a baixa lucratividade. Ao retornar á Europa, voltou a servir o exército holandês alcançando a patente de marechal..



Morando em Haía, viveu no palácio do governo, foi regente do Principado de Brandenburgo em 1647, ligado ao príncipe da Prússia, lutou pelos holandeses contra o rei Luís XIV da França em 1672.

sábado, 22 de setembro de 2012

Bandeiras



domingos jorge velho
Domingos Jorge Velho - um dos maiores bandeirantes paulistas.

Com o intuito de explorar o país ainda desconhecido atrás de pedras preciosas ou outras riquezas, e também de conseguir mais mão de obra escrava, os brasileiros (que possuíam sangue europeu ou misturado com sangue indígena), realizavam expedições para o interior em viagens que poderiam durar anos. Durante o século XVII, os holandeses tinham controle sobre o mercado de escravos africanos. Já que haviam invadido as colonias lusitanas da África para trazer mais negros para o Nordeste ocupado por eles. Os índios então valiam cinco vezes menos que os negros e eram uma boa alternativa para coroa portuguesa.

Existiram dois tipos de expedição: as entradas e as bandeiras. a primeira era apoiada pelo governo de Portugal, com a finalidade de expandir o território e antecedeu as bandeiras que tratavam-se de iniciativas particulares visando a obtenção de lucro próprio.

Há duas versões para o nome Bandeiras. A primeira acredita que foi porque os desbravadores levavam uma bandeira sempre a frente do grupo, e a segunda versão acredita que eles tinham como objetivo enfraquecer os índios para depois escravizá-los sem enfrentarem tanta resistência, isso se chamava "levantar bandeira".

Os portugueses no começo da colonização brasileira tinham interesse apenas em áreas litorâneas. O que dificultava a entrada dos lusitanos no interior do país era o péssimo caminho que tinham que percorrer, com altas matas e serras, além de não terem nenhum conhecimento de astronomia ou geografia que pudessem guiá-los. Os Bandeirantes, conhecidos como homens valentes sabiam os caminhos milenares e também as técnicas de sobrevivência no clima do sertão.

As bandeiras tiveram início no século XVII e são predominantemente expedições Paulistas. Isso se deve a fatores econômicos, sociais e geográficos do estado, pelo fácil acesso ao interior através do rio Tietê e pelo grande aumento da população vinda de São Vicente depois dos canaviais entrarem em decadência. Foram eles os grandes responsáveis pela expansão territorial do país, conquistando terras fora do limite do Tratado de Tordesilhas pelo povoamento de estados como Minhas Gerais e do Rio Grande do Sul, pela descoberta de ouro no Mato Grosso, Goiás e em Minhas Gerais e pela destruição do Quilombo dos Palmares.

Dentro do termo bandeiras, esta ainda pode ser dividida em três subcategorias. A primeira conhecida como “Gentio” tinha como finalidade a captura e a venda de índios como escravos, a segunda “Prospector” ou “Monções” era a bandeira feita para a procura de materiais preciosos e a última a de “Sertanismo” era a de violência, contra os índios e negros.

Foi a partir de 1619 que as bandeiras intensificaram seus ataques contra os índios. Estima-se que até o ano de 1641, mais de 300 mil índios foram presos e os que não aceitavam o trabalho escravo eram mortos. As missões religiosas eram uma boa “caça” para os bandeirantes já que reuniam índios catequizados que não ofereciam tanta resistência. O bandeirante sertanista mais conhecido devido grande número de extermínio e de poder de índios escravizados foi Antônio Raposo Tavares. Em sua última expedição ele percorreu em três anos mais 10.000 quilômetros.

Existiram muitos bandeirantes que fizeram nome neste período, como por exemplo Nicolau Barreto, Francisco Bueno, Jerônimo Leitão, Brás Cubas, Domingos Jorge Velho, Manuel Preto e entre outros.

Domingos Jorge Velho

Bandeirante brasileiro, Domingos Jorge Velho nasceu em Parnaíba, capitania de São Paulo, em 1641; faleceu em Piancó, capitania da Paraíba, em 1705. Trabalhou como Mestre de Campo no Governo de Estevão Parente. 

Era filho de Francisco Jorge Velho, começou a perseguir índios no nordeste brasileiro na segunda metade do século XVII. Foi proprietário de fazenda no interior do atual estado de Pernambuco, às margens do rio São Francisco. Desbravou as serras de dois irmãos Paulistas, no Canindé ( região do estado do Piauí), chapada do Araripe, rios Salgados e Iço ( atual estado do Ceará), entre outras regiões nos anos de 1671 a 1674.

                                                                          domingos jorge velho      


No Ceará, seguiu sozinho para lutar contra os índios cariris, antes já havia acompanhado Domingos Afonso Sertão em expedição ao Piauí. Foi fundador do arraial do Piancó em 1676.

Logo depois, Piancó foi destruído pelos cariris, se vingou destruindo a tribo e reconstruindo o seu arraial.  Em 1680, fixou-se na região do rio Piranhas, onde formou um fazenda no rio Piancó.

Assinou as condições do plano de atacar o Quilombo dos Palmares com o governador João Cunha Souto Maior, em 3 de março de 1687. As condições foram confirmadas em 1691, pelo governador de Pernambuco, Marquês de Montebelo, sendo o contrato ratificado pela Carta Régia de 7 de abril de 1693. (leia mais sobre a Guerra dos Palmares.

Dois anos depois, com a ajuda de Bernardo Vieira de Melo, destruiu o quilombo, fato que marcou a morte de Zumbi. Em 1699, chefiou expedição para combater a Confederação dos Cariris, acompanhado de missionários e tenentes. Domingos Jorge Velho recebeu patente de mestre de campo.

O amor filosófico e o puro prazer

Segundo Platão, o amor é a busca da beleza, da elevação em todos os níveis, o que não exclui a dimensão do corpo. No entanto, será que essa concepção ainda faz sentido em tempos de exagerado culto à coisificação do prazer?

                                                                         



Parece estranho e contraditório falar do amor filosófico em uma época desapaixonada, como esta em que vivemos. Na verdade, esta nossa época carece tanto de sentimento quanto de razão, pois ela pretende ser apenas a encarnação de um tempo hedonista, extravagante, dominado pelos sentidos.

Conforme Platão (427 a.C. - 347 a.C.), o amor é a busca da beleza. Embora tenha início da realidade física, deve alcançar a sua forma universal, não permanecendo prisioneiro da matéria. É lugar comum confundir o amor platônico com o amor não correspondido ou desprovido de interesse sexual. Na realidade, o filósofo não exclui o amor carnal, porém o vê como um primeiro degrau que pode levar a outros mais elevados.


As várias faces de Eros revelamse nos discursos que ilustram O Banquete, obraprima da literatura ocidental. O livro narra um encontro em casa do poeta  Agáton, do qual tomam parte Sócrates, Fedro, Alcebíades e outras figuras atenienses. O encontro tem como objetivo comemorar a premiação de uma peça teatral do anfitrião, e os presentes escolheram Eros como tema inspirador dos discursos da noite.

No prólogo do livro, utilizandose de um artifício literário, o narrador esclarece que não tomou parte, propriamente, daqueles acontecimentos, mas ouviu detalhes da sua história em colóquio com outro personagem. Após os convivas concordarem que deviam beber com moderação, pois haviam se excedido na noite anterior, dáse então início aos discursos sobre o amor.

 Agáton
Poeta ateniense, Agáton (447 a.C.- 401 a.C.) aparece em obras de Aristóteles (Anteu), Aristófanes (As Convocadas) e Platão (O Banquete).


No prólogo do livro, utilizandose de um artifício literário, o narrador esclarece que não tomou parte, propriamente, daqueles acontecimentos, mas ouviu detalhes da sua história em colóquio com outro personagem. Após os convivas concordarem que deviam beber com moderação, pois haviam se excedido na noite anterior, dáse então início aos discursos sobre o amor.
No relato de Pausânias aparecem duas formas de amor, geradas por Afrodite, deusa grega da fecundidade e da beleza. Afrodite tem dupla face, ou, de acordo com os estudiosos da mitologia, são duas Afrodites: a Celestial, filha de Urano; e a Popular, filha de Zeus e Dione.

 Aristófanes,personagem conhecido entre os atenienses pela sua dramaturgia, defende que o amor é a busca da outra metade que se perdeu por castigo dos deuses. Havia no mundo três tipos de seres humanos: um formado só de duplos elementos masculinos, outro só de duplos femininos e por último um misto de elementos masculino e feminino. Esta era uma figura andrógina. Os seres duplos transgrediram a ordenação dos deuses e foram divididos ao meio. Por isso, o amor é a busca da outra metade que se perdera, o que revela a incompletude humana.

 Aristófanes
Embora tenhamos poucas informações sobre a vida do dramaturgo Aristófanes (448/447 a.C. - 385-380 a.C.), sabe-se que ele foi um grande mestre da comédia antiga, autor de diversas peças com sátiras políticas e sociais, sendo uma de suas mais conhecidas Assembleia de Mulheres.
 Diotima de Mantineia
Escreve Zygmunt Bauman no livro Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos (Zahar, 2004, pg. 21): "No Banquete de Platão, a profetisa Diotima de Mantineia ressaltou para Sócrates, com a sincera aprovação deste, que 'o amor não se dirige ao belo, como você pensa: dirige-se à geração e ao nascimento do belo'. (...) Em outras palavras, não é ansiando por coisas prontas, completas e concluídas que o amor encontra seu significado, mas no estímulo a participar da gênese dessas coisas. O amor é, enfim, à transcendência"



Como acontece em outras narrativas platônicas, Sócrates surge como o personagem que realiza a síntese das ideias e sentimentos do autor. N'O banquete ele inspira-se em  Diotima de Mantineia , sacerdotisa do amor, para ilustrar o seu discurso. Não se sabe ao certo se ela é uma criação de Platão ou personagem da mitologia, mas deste entrelaçamento surgem as mais belas páginas da literatura grega.

Eros é aí descrito como um daimon, intermediário entre os homens e as coisas divinas. "Ao gênio cabe interpretar e transmitir aos deuses o que vem dos homens, e aos homens o que vem dos deuses; de uns, as súplicas e os sacrifícios, e dos outros as ordens e as recompensas pelos sacrifícios; e como está no meio de ambos, ele os completa, de modo que o todo fica ligado todo ele a si mesmo. (...) E esses gênios, é certo, são muitos e diversos, e um deles é justamente o Amor."


RUMO AO AMOR ESSENCIAL

Na escalada rumo ao amor essencial, outros estágios se fazem necessários. Do amor às formas físicas belas à própria beleza, independente da forma. Há ainda o amor ao conhecimento e às boas práticas, o que pode ser interpretado como uma adesão aos princípios éticos. A sacerdotisa Diotima associa o amor à imortalidade e afirma, no diálogo com Sócrates, que o amor é o "desejo de procriação no belo".



Apesar da visão fulgurante contida nessa narrativa, o idealismo platônico deprecia o corpo e o mundo real. Ele concebe os seres humanos como se estes fossem anjos caídos em um mundo degradado.



A dívida da Filosofia para com Sócrates/ Platão é enorme. Para Sócrates, especialmente, o diálogo levava ao conhecimento da verdade. Ele contava com um método próprio para analisar os variados assuntos que lhe eram apresentados: adialética (arte do diálogo), que se juntava a outro artifício intelectual criado por ele, amaiêutica (parto das ideias).



Mito da Caverna:




O Mito da Caverna, ou Alegoria da Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido em “A República”, no livro VII. Na alegoria narra-se o diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. É um dos textos mais lidos no mundo filosófico.

Platão utilizou a linguagem mítica para mostrar o quanto os cidadãos estavam presos a certas crendices e superstições. Para lembrar, apresento uma forma reelaborada do mito. A história narra a vida de alguns homens que nasceram e cresceram dentro de uma caverna e ficavam voltados para o fundo dela. Ali contemplavam uma réstia de luz que refletia sombras no fundo da parede. Esse era o seu mundo. Certo dia, um dos habitantes resolveu voltar-se para o lado de fora da caverna e logo ficou cego devido à claridade da luz. E, aos poucos, vislumbrou outro mundo com natureza, cores, “imagens” diferentes do que estava acostumado a “ver”. Voltou para a caverna para narrar o fato aos seus amigos, mas eles não acreditaram nele e revoltados com a “mentira” o mataram.

Com essa alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o mundo das ideias). O primeiro é o mundo da imperfeição e o segundo encontraria toda a verdade possível para o homem. Assim o ser humano deveria procurar o mundo da verdade para que consiga atingir o bem maior para sua vida. Em nossos dias, muitas são as cavernas em que nos envolvemos e pensamos ser a realidade absoluta.

Quando aplicada em sala de aula, tal alegoria resulta em boas reflexões. A tendência é a elaboração de reflexões aplicadas a diversas situações do cotidiano, em que o mundo sensível (a caverna) é comparado às situações como o uso de drogas, manipulação dos meios de comunicação e do sistema capitalista, desrespeito aos direitos humanos, à política, etc. Ao materializar e contextualizar o entendimento desse mito é possível debater sobre o resgate de valores como família, amizade, direitos humanos, solidariedade e honestidade, que podem aparecer como reflexões do mundo ideal.

É perfeitamente possível relacionar a filosofia platônica, sobretudo o mito da caverna, com nossa realidade atual. A partir desta leitura, é possível fazer uma reflexão extremamente proveitosa e resgatar valores de extrema importância para a Filosofia. Além disso, ajuda na formulação do senso crítico e é um ótimo exercício de interpretação de texto. A relevância e atualidade do mito não surpreende: muitas informações denunciam a alienação humana, criam realidades paralelas e alheias. Mas até quando alguns escolherão o fundo da caverna? Será que é uma pré-disposição ao engano ou puro comodismo? O Mito da Caverna é um convite permanente à reflexão


TRABALHO CIENTÍFICO


O que é um TRABALHO CIENTÍFICO


 O principal objetivo de um trabalho científico é comunicar uma observação ou uma idéia a um grupo de indivíduos potencialmente interessados. Esses indivíduos podem então fazer uso da observação, ou fazer avançar a idéia mediante as suas próprias observações.

O trabalho científico consiste de informação científica organizada segundo padrões específicos, com o objetivo de facilitar a sua compreensão. Podemos comparar um trabalho científico à um filme ou uma história, em que devem coexistir 3 partes harmônicas, princípio, meio e fim. Deve existir também, uma nítida ligação entre essas três partes, como o "enredo" do filme.

As revistas científicas, na sua totalidade, tem um conjunto de normas de redação, destinadas a orientar os autores no preparo dos trabalhos para publicação. Embora cada revista tenha as suas próprias normas, em geral, elas seguem determinados padrões universalmente aceitos. Segundo os critérios mais habituais, o trabalho científico deve ser constituído das seguintes partes:

Título - O título do trabalho deve ser o mais claro possível e deve permitir identificar o conteúdo do trabalho ou o tipo de informação que o(s) autor(es) pretende(m) discutir. Exemplos:

Identificação do(s) Autor(es) - O título é seguido do nome completo dos autores, sua qualificação profissional, a vinculação institucional ou a menção da instituição em que o trabalho foi realizado. O endereço do autor principal completa a identificação dos autores do trabalho.

Resumo - A parte que antecede o "corpo" do trabalho, consiste de um resumo do mesmo. O resumo deve conter os principais dados e as conclusões do trabalho. A maioria das publicações limita o resumo a um máximo de 250 palavras. Sua finalidade é permitir aos leitores conhecer o teor do trabalho sem precisar recorrer à sua leitura integral. O resumo serve também para classificar o trabalho e disponibilizar o seu conteúdo pelas diversas publicações e mecanismos indexadores. Para favorecer a mais ampla divulgação do conteúdo do trabalho, muitas publicações solicitam que o resumo (Abstract)também seja apresentado em Inglês.

Introdução - A primeira parte do trabalho propriamente dito é a introdução. Esta deve ser clara e suscinta e deve descrever os objetivos do trabalho. Pode indicar os motivos que levaram o autor a escrever o trabalho e pode descrever algumas das informações já existentes sobre o mesmo assunto.

Material e Métodos - Nesta parte do trabalho, que segue a introdução, os autores descrevem o tipo e a quantidade das observações feitas, bem como os métodos empregados para a sua coleta, registro e avaliação.

Mediante a descrição minuciosa dos métodos usados, o autor informa os leitores sobre os detalhes da obtenção dos dados em que se baseia o trabalho. Os detalhes devem restringir-se ao que é relevante ao trabalho.

Resultados - Os resultados encontrados são relatados de uma forma organizada e sistematizada. Quando se estuda um grupo de casos ou de observações, os percentuais da ocorrência de cada observação também são relatados. A importância e o significado de certos resultados podem ser melhor avaliados pela análise estatística.

Discussão - Neste segmento do trabalho as observações de outros autores referentes ao tema do trabalho podem ser descritas, para comparação. Os resultados encontrados são detalhadamente discutidos e o seu significado é apontado. A discussão pode ser mais ou menos ampla, conforme o tema estudado.

Conclusões - A análise dos resultados encontrados e o seu significado no contexto em que foram estudados levam às conclusões do trabalho. Esta seção deve ser bastante clara e concisa. Quando os resultados não forem inteiramente conclusivos, isto deve ser apontado.

Referências Bibliográficas - A última parte do trabalho é a coleção de referências bibliográficas efetivamente consultadas para o preparo e a elaboração do trabalho. Esta pode ser apresentada pela ordem de citação no texto ou pela ordem alfabética dos nomes do primeiro autor de cada referência.  Deve-ser adotar o padrão ABNT para citações e referências.

SUGESTÕES
  • Escreva um texto claro e conciso. Não alongue excessivamente o texto;
  • Evite o emprego de gírias e jargões; use linguagem corrente;
  • Siga o formato habitual do trabalho científico;
  • Use a primeira pessoa quando for o único autor do trabalho;
  • Mantenha o mesmo tempo verbal em cada seção do trabalho;
  • Evite opiniões pessoais, não avalizadas pelos resultados do trabalho;
  • Defina as abreviaturas na primeira entrada do texto;
  • Use sub-títulos para separar os componentes do trabalho.
O trabalho preparado para a apresentação oral, não difere substancialmente do trabalho preparado para apresentação escrita (publicação), exceto talvez pela existência do resumo e das referências bibliográficas, dispensados na apresentação oral (mas não no contexto do trabalho). Um Tema Livre pode ter a sequência semelhante de seções:

  • Introdução,
  • Material e Métodos,
  • Resultados,
  • Discussão e,
  • Conclusões
A criteriosa preparação de um trabalho para apresentação oral é o fator mais importante para uma apresentação "politicamente correta". Mesmo quando o autor (apresentador) tem muita experiência com o tema do trabalho.

Fonte:
http://brasil.fumep.edu.br/~coordcomp/ic.htm


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Durante muito tempo, os livros didáticos só trataram da princesa Isabel e de seu feito de abolir

GRÉCIA - ANTIGA

Introdução

Ao estudamos a história da Grécia antiga (Helaíde) temos que ter a clareza que a Grécia antiga não é a Grécia atual, ainda que parte do território da Grécia atual tenha pertencido a Grécia Antiga. Na atualidade a Grécia é um país (estado-nação) que tem sua organização politica na forma de República parlamentarista. Na Grécia Antiga cada cidade tinha seu próprio rei e autonomia politica, a POLIS, como eram chamadas as cidades da antigas Grécia, foram classificadas no estudo da história com cidades - estados. Porém mesmo vivendo de forma separada os grecos antigos (helenos) se reconheciam com o único povo, pois falavam o mesmo idioma e compartilhavam da mesma cultura.

Outro aspecto importante, no estudo da Grécia Antiga, é seu legado (herança) "deixado" para nós povos ocidentais: A democracia, a filosofia, mitologia entre outras contribuições que influenciaram a construção da sociedade ocidental contemporânea (atual)

1. uma visão geral do estudo

Ter uma boa noção da geografia da Grécia (território) é fundamental para o estudo da história da Grécia Antiga, pois há uma relação entre a geografia e a história Grega. O estudo foi sistematizado (organizado) em períodos) pois a história grega é muito longa. Ter a clareza das características que marcaram cada período é muito importante para nos localizamos no contexto histórico. Não se trata de decorar datas, todavia temos que ter clareza dos acontecimentos históricos na sequencia correta.

2. Geografia da Grécia Antiga (território)

O mapa da Grécia Antiga era dividido em três partes:

a) A parte continental ("terra firme") situada ao sul das regiões atuais dos Bálcãs e fazia fronteira com antiga Macedônia;

b) A parte península formado principalmente pelos penínsulas: do Peloponeso e Ática:

c) A parte insular formada pelo conjunto de ilhas com destaque para a Ilha de CRETA a maior das ilhas.

3. Os períodos da História Grega Antiga

ATENÇÃO: O nome do grande poeta grego Homero aparece na divisão das história grega. Boa parte que se conhece da história grega antiga só foi possível estudar, graças aos poemas de Homero que ficaram conhecidos através dos seus livros: a Ilíada e a Odisseia. o 1º narra a guerra de Troia e o 2º as aventuras de Ulisses


                                            



Pré - Homérico  - entre 2000 e 1.100 a.C

época de ocupação do território da Grécia. Desenvolvimento das civilizações Micênicas ou Cretenses. Invasão dos Dórios e de outros povos, que contribuíram para formação do povo helênico, no final deste período, provocando a dispersão dos povos da região e ruralização.

Homérico - entre 1.100 e 700 a.C

Conclusão do processo de ruralização das comunidades gentílicas. Nos GENOS havia a coletivização da produção e dos bens. No final deste período, com o crescimento populacional, ocorrei a desintegração dos geno.

Arcaico - entre 700 e 500 a.C

Surgimento das PÓLIS ( cidades - estados) com a formação de uma elite social, econômica e militar que passa a governar as cidades. Neste período ocorreu a divisão do trabalho e o processo de urbanização. Surge o alfabeto fonético grego e significativo desenvolvimento literário e artístico.

Clássico - entre 500 e 338 a,C

Época de grande desenvolvimento econômico, cultural, social e politico da Grécia Antiga. Época de grande fortalecimento das cidades - estados gregas como, por exemplo, Esparta, Atenas, Tebas, Corinto e Siracusa. Foi também uma época marcada por conflitos externos coo, por exemplo, as Guerras Médicas ( entre gregos e persas no século V). Ocorreu também, neste período, a Guerra do Peloponeso ( entre Atenas e Esparta).

Helenístico -  entre 338 e 146 a.C

Fase marcada pelo enfraquecimento militar grego e a conquista macedônica na região. A cultura grega espalha-se pela região, fundindo-se com outras (helenismo).

Jogos Grego - pólis - conheça um pouco da história da Grécia Antiga de forma divertida.

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O PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (2000 a. C. - 1200 a. C.)

A região da Hélade (Grécia Antiga) já era habitada desde dos tempos do neolítico (pré-história), por volta 6000 a. C., pela civilização egéia ou pré-helênica, portanto antes mesmo da penetração de grupos arianos ou indo-europeus - como os aqueus - nos Bálcãs. Os povos chamados de pelágios ou pelasgos foram os primeiros habitantes da região. Poliam e utilizava pedras como à obsidiana com bastante habilidade. Tendo se estabelecido em todo o mundo egeu, isto é, nos Bálcãs, na Ásia Menor e em Creta e outras ilhas, ou pelágios viviam da caça, da pesca, da coleta e de uma agricultura rudimentar. Organizavam-se socialmente em clãs. Os pesquisadores encontraram casas e até túmulos coletivos na ilha de Creta. Os pelágios foram conquistados por povos indo-europeus, conhecidos como micênicos ou aqueus. Todavia devemos focar nosso estudo, no período Pré-Homérico, nos povos da ilha de Creta (a civilização minóica) e nos povo invasores: Aqueus, Jônios, Eólios, e os Dórios, mas especial os Aqueus.

A CIVILIZAÇÃO CRETENSE OU MINÓICA



A origem do povo cretense é incerta. Sabemos que a ilha foi ocupada a partir de 6000 a. C. por povos neolíticos, como evidenciados por figuras antropomórficas de argila. As primeiras peças de cerâmica surgiram por volta de 5700 a. C.. A arquitetura é semelhante às presentes no Egito e no Oriente Médio deste período e de períodos posteriores, com tijolos queimados sobre fundação de pedra, cobertos por barros, que pode ligá-los aos povos daquelas regiões, e não aos povos europeus como se costuma pensar. O povo cultivava trigo, lentilhas, criava bois e cabras. O terreno montanhoso e acidentado dava lugar a profundos vales férteis, onde era praticada a agricultura. A pesca também era um importante elemento na obtenção de recursos. Por volta de 2600 a. C., foi um período de grande atividade em  Creta, e também marca o início de Creta como um importante centro de civilização. O apogeu da civilização minóica se deu entre 1700 a. C. a 1400 a. C.. Creta tornou-se o centro comercial do Mar Mediterrâneo, dominavam as rotas marítimas do Mar Egeu e comercializavam com Vários povos.

No aspecto social, os cretenses se diferenciavam pela singular valorização da figura feminina. O principal reflexo desse valor se encontrou manifestado na religião, onde a Grande Mãe era a mais importante divindade cretense. Esta deusa era reconhecida como representante da fertilidade e protetora das terras. Em Creta, não havia nenhum tipo de construção ou templo dedicado às atividades religiosas. A maioria das manifestações era realizada ao ar livre com a organização de danças e torneios.

Organização Política dos cretenses

Creta foi uma talassocracia (elite formado por comerciantes) formada por cidades que eram parecidas com as cidades-estado gregas, governadas pelas elites locais, mas, diferente da Grécia, as cidades estavam ligadas e eram dependentes de uma capital - neste caso, a capital era a cidade de Cnossos. Também diferente da Grécia, as cidades cretenses não lutavam entre si, o que dá uma noção de que havia uma unidade, uma ideia de povo comum entre os habitantes da ilha.



Deusa Mãe



arte - pintura - cretense "as damas de azuis"

O MITO DO MINOTAURO

O Minotauro (touro de Minos) é uma figura mitológica criada na Grécia Antiga. Com cabeça e cauda de touro num corpo de homem, este personagem povoou o imaginário dos gregos, levando medo e terror. De acordo com o mito, a criatura habitava um labirinto na Ilha de Creta que era governada pelo rei Minos. Conta o mito que ele nasceu em função de um desrespeito de seu pai ao deus dos mares, Poseidon. O rei Minos, antes de tornar-se rei de Creta, havia feito um pedido ao deus para que ele se tornasse o rei. Poseidon aceita o pedido, porém pede em troca que Minos sacrificasse, em sua homenagem, um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o animal, o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar um outro touro em seu lugar, esperando que o deus não percebesse. Muito bravo com a atitude do rei, Poseidon resolve castigar o mortal. Faz com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro. Isso não só aconteceu como também ela acabou ficando grávida do animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito medo, Minos solicitou a Dédalos que este construísse um labirinto gigante para prender a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, em Creta. Após vencer e dominar, numa guerra, os atenienses, que haviam matado Androceu (filho de Minos), o rei de Creta ordenou que fossem enviados todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem devorados pelo Minotauro. Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-se voluntariamente para ir à Creta matar o Minotauro. Ao chegar na ilha, Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse  marcar o caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto. Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e atacou o monstro de surpresa. Usou uma espada mágica, que havia ganhado de presente de Ariadne, colocando fim aquela terrível criatura. O herói ajudou a salvar outros atenienses que ainda estavam vivos dentro do labirinto. Saíram do local seguindo o caminho deixado pelo novelo de lã.

O mito do Minotauro foi um dos mais contados na época da Grécia Antiga. Passou de geração em geração, principalmente de forma oral. Pais contavam para os filhos, filhos para os netos e assim por diante. Era uma maneira dos gregos ensinarem o que poderia aconteceu àqueles que desrespeitassem ou tentassem enganar os deuses.



Teseu (1º Herói de Atenas) e o Minotauro

O FIM DA CIVILIZAÇÃO MINÓICA (CRETENSE) E SURGIMENTO DE UMA NOVA CVILIZAÇÃO



Palácio de Cnossos

Por volta de 2000 a. C. os Aqueus, povo indo-europeu, que já habitavam a península do Peloponeso, onde fundaram cidades como: Micenas, Argos e Tirinto a parti das quais formaram uma grande civilização denominada de aquéia ou micenica. Os Aqueus desenvolveram um grande comércio no Mar Egeu e passaram a rivalizar com os comerciantes da Ilha de Creta. Por volta de 1400 um grande terremoto seguindo de tsunamis destruíram os principais portos de Creta e palácio de Cnossos. Os Aqueus aproveitaram a "oportunidade" e invadiram Creta. Os Aqueus, com tempo, assimilaram muito da cultura minóica e da fusão das culturas cretense e micenica surgiu a cultura CRETO-MICÊNICA.

A "CHEGADA" DOS DÓRIOS E O RETROCESSO

Em decorrência da invasão dos Dórios (povo Indo-europeu), por volta do ano 1200 a. C. a população do local teve de encontrar alternativas para a sobrevivência. O primeiro movimento adotado pelos habitantes da ilha de Creta foi a migração, o povo se dispersou em fuga desesperada. Inicialmente ocorreu a fixação dos migrantes no canto da ilha, em seguida migraram para o interior do continente. Mas a pressão dos invasores dórios permaneceu e o segundo movimento de sobrevivência foi a migração dos povos que ocupavam a Hélade para outras regiões além mar. Essa fuga dos gregos para outros territórios fora da Hélade que é chamada de Primeira Diáspora Grega.

Os povos em fuga passaram a ocupar regiões litorâneas da Ásia Menor e pequenas ilhas espalhadas pelo Mar Egeu. Na Hélade o impacto dos dórios foi fortemente negativo, acabando com o importante comércio existente e o enfraquecimento das comunidades agrícolas, toda a civilização passou por uma mudança estrutural. Da mesma forma, a cultura foi impactada em todas as instâncias. Por outro lado, os povos que compuseram a Primeira Diáspora Grega ajudaram a espalhar por outras regiões a cultura grega, expandindo as fronteiras de influência da Antiguidade Clássica e estabelecendo novos pólos comerciais.

Período Homérico (século XII ao VII a. C.)



Este período é estudado principalmente com base em duas fontes escritas, a Ilíada e a Odisséia poemas atribuídos a Homero que contam a Guerra de Tróia e o regresso do herói Odisseu (Ulisses) à Grécia. Estas obras descrevem relatos verídicos e imaginários, que geram uma constante pesquisa para separar a ficção do fato, sem comprometer o valor simbólico das obras.
No período homérico, a sociedade grega estava dividida em genos. Os genos eram uma espécie de clã familiar, cujos membros descendiam de um antepassado em comum, e que cultivavam um deus protetor.
Cada geno era chefiado por um patriarca (o pater; membro mais velho do grupo), que concentrava o poder militar, político, religioso e jurídico.
A economia no genos era agrícola e pastoril auto-suficiente, ou seja, toda a família morava em uma grande propriedade e a terra era explorada coletivamente.
MUITO IMPORTANTE!!
No final do Período Homérico, o crescimento populacional, a falta de terras produtivas e consequentemente de alimentos gerou conflitos violentos no interior dos genos. Decidiram dividir as terras conforme o grau de parentesco, ou seja, quanto mais próximo do patriarca, maior e melhor era a herança territorial. Os mais afastados ficaram sem terras, trabalhando como escravos, no artesanato ou na terra para os grandes proprietários. Surge então, a propriedade privada e a sociedade de classe na Grécia.

Período Arcaico (século VIII ao VI a. C.) - PARTE I


ACROPÓLIS



PATERNON

Acrópole no presente


O surgimento da pólis:

Com a desagregação dos genos, começaram a se formar as cidades-estados (as pólis). Os genos uniram-se, formando as frátrias, que se agruparam dando origem às tribos. Em geral, as cidades-estados eram construídas nos lugares mais altos da região, tendo em seu centro a Acrópole, refúgio e santuário rodeado de muralhas.
Sua economia era auto-suficiente e cada cidade-estado era governada por um rei, o basileus, auxiliado por um conselho formado por representantes da aristocracia e uma assembléia popular composta pelos cidadãos, aqueles que tinham direitos políticos.
As principais cidades-estados foram Atenas, Esparta, Tebas, Corinto, Argos, Olímpia, Megara e Mileto.



A ÁGORA

Apesar da autonomia das pólis, as cidades gregas mantinham certa unidade, baseada na língua, na religião e nas festas esportivas. Dentre as festas esportivas, destacam-se as Olimpíadas, realizadas a cada quatro anos, sendo proibidas as guerras entre as pólis durante sua realização, como homenagem ao deus Zeus.

Colonização Grega

A concentração do poder territorial nas mãos de poucos e a desigualdade social fez com que milhares de gregos, durante os séculos VII e VI a. C., fundassem colônias nas costas dos mares Mediterrâneo, Egeu e Negro.
Embora, as colônias gregas fossem independentes de suas cidades-estados de origem, mantinham com elas ligações comerciais e religiosas.
As principais colônias eram Bizâncio, Tarento, Sibaris, Crotona, Nápoles, Cuma, Siracusa, Agrigento, Nice, Marselha e Málaga.

MAPA DA COLONIZAÇÃO GREGA EXPANÇÃO



Atenas Introdução 

Localização de Atenas na Península Ática e Esparta na península do Peloponeso na região da Lacônia.



Visão de Atenas