A 2ª Guerra Mundial (1939-1945) resulta do choque entre os interesses das nações que dividiam o mercado internacional desde o fim da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e as pretensões do Estado alemão de conquistar o mundo. Envolve países de todos os continentes, com exceção de alguns europeus e latino-americanos. Consuma o aniquilamento do 3º Reich, de Adolf Hitler (1889-1945), e o declínio das velhas nações da Europa, que passam a ter, pela primeira vez, o seu destino à mercê de países não-europeus - os Estados Unidos e a União Soviética, por excelência, as superpotências emergentes no pós-guerra. Tudo isso a um preço elevadíssimo, o das perdas humanas, estimadas em quase 50 milhões de mortos, na maioria, civis.
Benito Mussolini (esquerda) e Adolf Hitler.
Causas
A 1ª Guerra Mundial prepara a irrupção da 2ª Guerra Mundial. O período de entre guerras deve ser compreendido apenas como uma trégua. As humilhantes condições impostas à Alemanha, em 1918, propiciam o surgimento do nazismo em solo alemão. A ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, é sustentada pela exaltação ao nacionalismo e por propostas militaristas e expansionistas. Hitler deseja construir uma "nova ordem", exigindo a participação alemã na exploração do mundo colonial, rico em matérias-primas, e até então repartido entre os vitoriosos do primeiro conflito mundial. O Fuhrer ambiciona também conquistar os mercados vizinhos da Europa Central para controlar o petróleo da Romênia e do Cáucaso, o carvão e o ferro da Sibéria e o trigo da Ucrânia. As potências ocidentais pressentem o perigo nazista, mas permitem o seu crescimento como forma de bloqueio à União Soviética, um "cordão sanitário" contra o avanço do comunismo sobre a Europa.
Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de armamentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em claro desrespeito ao Tratado de Versalhes (1919). Um ano depois, reocupa a Birmânia e inicia uma política estratégica de alianças. Oferece ajuda econômica à Itália fascista de Benito Mussolini (1883-1945), sob embargo da Liga das Nações por ter invadido a Etiópia. Apóia Francisco Franco (1892-1975) na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), aproveitando o conflito para testar novos engenhos militares. Assina com o Japão o Pacto Anti-Comintern, em 1936, a fim de conter a expansão comunista da União Soviética, com a adesão da Hungria, Itália e Espanha. Justifica a anexação (Anschluss) da Áustria, em 1938, por se tratar de mais um povo germânico. No ano seguinte, alcança, com a conivência inglesa e francesa na Conferência de Munique, a incorporação de parte da Tchecoslovâquia, exatamente a região dos Sudetos, conhecida por abrigar minorias alemãs. Cria os protetorados da Boêmia e da Moldávia, desmembrando o restante do território tcheco, em março de 1939. Por fim, aproveita as desconfianças soviéticas em relação às potências ocidentais para assinar um acordo, por cinco anos, de não-agressão e neutralidade com o seu arquiinimigo, Josef Stalin (1879-1953): o Pacto Germânico-Soviético, de 23 de agosto de 1939. Tem aberto assim o caminho a leste para atacar a Polônia, em nome do que lhe fora arrebatado pelo Tratado de Versalhes: a devolução da zona conhecida por "Corredor Polonês", a do porto de Dantzig (futura Gdansk), que une a Alemanha à Prússia oriental.
Ofensiva alemã:
Diante da negativa da Polônia em ceder Dantzig, as tropas alemãs invadem o país em 1º de setembro de 1939 e travam uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. A conquista faz-se em três semanas. É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a perseguição aos judeus, vítimas preferenciais da ideologia nazista, ao longo de todo o conflito mundial. A Inglaterra, comprometida com a defesa polonesa, e a França, aliada inglesa, declaram guerra à Alemanha. Em seguida, Dinamarca e Noruega são ocupadas pelo Exército nazista, garantindo o abastecimento alemão de aço pelos mares Báltico e do Norte. Holanda e Bélgica tornam-se as próximas conquistas. Em Dunquerque, o Exército belga-anglo-francês sofre a primeira derrota aliada e só escapa do massacre graças à ação da Marinha inglesa, que consegue evacuar a maioria dos combatentes. Hitler avança contra a França a partir de maio de 1940. Um mês mais tarde, a assinatura pela França dos armistícios com a Alemanha e a Itália, que submetem metade do território francês à ocupação das forças nazistas, evidenciam o domínio alemão.
O primeiro-ministro da França, o marechal Henri Phillipe Pétain (1856-1951), anti-republicano e conservador, assume poderes ditatoriais, após acordo com os alemães. Transfere a capital para Vichy, no sul do país, enquanto Paris permanece ocupada pelos nazistas. É chega à Inglaterra o subsecretário de Defesa Nacional Francesa, o general Chales de Gaulle (1890-1070). Ele representa o governo da resistência da França no exílio. Ao mesmo tempo, a Alemanha implanta a sua "nova ordem" nos territórios ocupados, reativando indústrias paralisadas e obrigando as populações a trabalhos forçados. Em setembro de 1940, o Eixo, pacto entre Berlim-Roma-Tóquio, é formalizado, estabelecendo apoio mútuo entre os países membros em caso de ataque por potência ainda não envolvida na guerra - entenda-se, os Estados Unidos. A partir de 15 de setembro, intensificam-se os combates na Inglaterra. Bombardeiros alemães despejam cerca de 20 mil toneladas de bombas sobre Londres. A ação corajosa da Royal Air Force (RAF), a aviação de combate inglesa, evita, no entanto, a destruição do país, abatendo inúmeros aviões inimigos. Mas no norte da África, italianos e alemães ameaçam, sob as ordens do general Erwin Rommel (1891-1944), o domínio inglês no Egito.
Hitler reorienta então a sua máquina de guerra mais uma vez para o Leste, despertando a preocupação russa. Ao governo de Moscou propõe a partilha do mundo em zonas de influência, mas as negociações falham e o território da União Soviética acaba por ser invadido, sem uma declaração formal de guerra, em 22 de junho de 1941. Por essa época, o domínio alemão já se faz sentir em vários países do Leste Europeu, como na Romênia, Bulgária e Hungria, além da Iugoslávia e da Grécia. Mas a heróica resistência soviética na Batalha de Stalingrado modifica o panorama da 2ª Guerra Mundial (só pela fome, contam-se 500 mil civis entre os mortos). Ela põe fim ao mito da invencibilidade alemã e instiga o Exército soviético a avançar, em contra-ataque, sobre os países-satélites da Alemanha, às voltas agora com duas frentes de guerra.
Soldados da Segunda Guerra
"Dia D"
Os japoneses precipitam a entrada dos EUA na guerra ao bombardearem, em 7 de dezembro de 1941, a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. A ofensiva do Japão generaliza-se, e suas forças conquistam a supremacia no Pacífico e no Sudeste Asiático. Definem-se, assim, as duas facções em conflito. De um lado, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e, de outro, os Aliados (Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China, este em guerra com o Japão desde 1931). Em todos os territórios ocupados pelos nazistas, organizam-se movimentos de resistência.
Entre 1942 e 1943, a Marinha anglo-americana elimina submarinos alemães no Atlântico, ao mesmo tempo em que a aviação aliada intensifica o bombardeio na Alemanha. Os recursos industriais do país começam a sofrer sérios danos. No norte da África, o Afrikakorps, o Exército alemão no continente, é levado à rendição em maio de 1943. Os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália. Mussolini é preso em julho e o novo governo italiano rende-se aos invasores. Com isso, boa parte do país é ocupada por tropas alemãs, que só capitulam em abril de 1945. Na outra frente, o Exército soviético alcança vitórias na Romênia, na Bulgária e na Iugoslávia ao longo de 1944, enquanto Albânia e Grécia expulsam as tropas alemãs.
O dia 6 de junho de 1944, o "Dia D", é o golpe mortal às forças nazistas. Considera-se o desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, a maior operação aeronaval da História. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões, uma operação coroada de êxito ao enganar as forças alemãs concentradas em Pas-de-Calais. Paris é libertada em 25 de agosto. Inicia-se o ano decisivo de 1945. Os russos, pelo leste, e os norte-americanos e britânicos, pelo oeste, disputam a primazia de chegar primeiro a Berlim. A 30 de abril, os soviéticos fincam a sua bandeira no alto do Parlamento alemão, o Reichtag, e Hitler suicida-se junto com a sua mulher, Eva Braun. A capital alemã em ruínas é ocupada em 2 de maio pelo Exército da URSS, com a prisão de 135 mil defensores da cidade. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente.
Guerra no Pacífico
Na luta contra os japoneses, a situação começa a se inverter a favor dos Aliados após as vitórias dos Estados Unidos nas batalhas navais de Midway e do Mar do Coral, em 1942. Os EUA tornam a iniciativa de reconquistar a Ásia e o Pacífico. No início de 1945, tropas norte-americanas, britânicas e chinesas reabrem a rota da Birmânia e recuperam as Filipinas. Aperta-se o cerco aos japoneses, confinados em suas ilhas, alvos de pesados bombardeios. A 19 de fevereiro, ocorre o primeiro desembarque norte-americano em território japonês, na ilha de Iwojima. Mas, ante a resistência feroz dos inimigos, que sugere um prolongamento indesejável da guerra, os EUA optam em atacar as cidades japonesas com um novo tipo de arma, a bomba atômica. A primeira, lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, mata 100 mil pessoas. Três dias depois, uma segunda bomba cai sobre Nagasaki, provocando mai 70 mil vítimas fatais. A partir de 8 de agosto, com a intenção velada de recuperar territórios perdidos há décadas para o Japão, no Extremo Oriente, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da Coréia. Finalmente, a 2 de setembro de 1945, o Japão rende-se aos Exércitos norte-americanos, numa cerimônia a bordo do encouraçado Missouri. É o final da 2º Guerra Mundial.
Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Em 1937, o Presidente Getúlio Vargas dá um golpe de estado e implanta no Brasil um regime inspirado no fascismo italiano. Em 1940, Getúlio acena com a possibilidade de construir uma siderúrgica no Brasil, com o apoio da indústria alemã Krupp. Os Estados Unidos concedem imediatamente um crédito ao Brasil para financiar a siderúrgica sem a participação alemã. Dois anos depois, Getúlio declara guerra aos países do Eixo. No início dos anos 90, vem a público um documento reservado do Exército norte-americano revelando planos de invasão do Brasil pelos Estados Unidos caso Getúlio não aderisse aos aliados.
Nordeste brasileiro, áreas estratégicas
Na Conferência do Rio de Janeiro, em 1942, vinte e uma nações latino-americanas reconhecem no ataque japonês a Pearl H arbour uma agressão ao continente e começam a declarar guerra ao Eixo. A FEB (Força Expedicionária Brasileira) combate na Itália.
FEB em combate na Itália - 1943
A aviação mexicana combate nas Filipinas. A Força Aérea Paraguaia faz patrulhamento aéreo no Atlântico Sul. A Argentina e o Chile também se envolvem no conflito. Os demais países do continente participam do esforço norte-americano de guerra fornecendo matérias-primas. Foi a primeira grande vitória diplomática dos Estados Unidos no continente.
Em 1946, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill diz: "Uma cortina de ferro desceu sobre a Europa. Eu não acredito que a Rússia soviética deseje a guerra. O que ela quer são os frutos da guerra e a expansão indefinida de seu poder e de suas dotrinas." Churchill usava aí, pela primeira vez, a expansão "cortina de ferro" para se referir à nova área de influência soviética. A reorganização geopolítica do mundo já vinha sendo discutida desde 1943, quando Roosevelt, Stalin e Churchill se reuniram em Teerã, no Irã. Com o fim da guerra, Alemanha, França, Itália e Japão estão destruídos; a Grã-Bretanha se encontra à beira da exaustão. Os grandes impérios coloniais desmoronam, os países da África e da Ásia passam por processos de descolonização. Estados Unidos e União Soviética emergem como as grandes potências do planeta. Em pouco tempo, a tensão entre as potências se acirra. A polarização das disputas internacionais entre o bloco ocidental e o bloco soviético vai marcar o compasso nas décadas seguintes. É a Guerra Fria que começa.
"A autoridade do meu governo é discutida. As ordens são mal executadas. É preciso desde agora vencer a resistência de todos os adversários, dizimando seus chefes".
Esta frase foi dita por um herói francês da 1ª Guerra Mundial que acabava de se tornar o chefe do governo nazista da França ocupada pelos alemães: o Marechal Philippe Pétain. Antes de conquistar Paris, as tropas alemãs anexaram a Áustria e ocuparam a Tchecoslováquia, Polônia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Grécia e Iugoslávia; esta última, com o auxílio de tropas italianas, húngaras e búlgaras, integrantes do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Ao atacar também o norte da África, a Alemanha e a Itália estão atacando os impérios coloniais da França e da Grã-Bretanha. E após a ocupação da França, a Grã-Bretanha é o único país da Europa Ocidental ainda não atacado pelos alemães.
Domínios Britânico e Francês no norte da África
Hitler decide iniciar a empreitada com o bombardeio aéreo de Londres. Ainda neste programa, a constituição de resistências nacionais ao avanço alemão e o engajamento nelas dos comunistas, para quem o nazi-fascismo passou a ser o inimigo prioritário.
50 milhões de mortos, dentre os quais 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus. Será assim que se dimensiona o saldo de uma guerra? A propaganda é a arma fundamental dos vitoriosos, enaltecendo batalhas cheias de glória e consagrando seus heróis. Mas será possível falar em heróis e glórias numa guerra que matou 50 milhões de pessoas? As forças nazistas deixaram atrás de si populações massacradas em cidades e países destruídos, sem falar de seus campos de concentração, onde morreram milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, deficientes físicos e homossexuais. Mas também os aliados cometeram crimes de guerra: massacraram a população civil de Dresden e de Berlim e despejaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Os lucros obtidos com a guerra ultrapassam os 2 bilhões de libras esterlinas. Como se "faz" dinheiro na guerra?
Ao integrar o Eixo, o Japão obtém o apoio alemão e italiano para sua intenção de formar uma "Grande Ásia Japonesa". Em 1940, com a ocupação da França pela Alemanha e com a paralisia da Grã-Bretanha, os japoneses passam a crer que as suas ambições no extremo oriente e no sudeste da Ásia são ameaçadas agora por um único rival: os Estados Unidos.
Início da estratégia japonesa para a ocupação da Ásia
Conquistam a Mandchúria, a Tailândia e a parte norte da Indochina Francesa (atuais Vietnã, Laos e Cambodja), cortam a rota da Birmânia e passam a fazer pressão sobre as Índias Holandesas (atuais Indonésia). A Grã-Bretanha e os Estados Unidos se articulam para conter o avanço japonês. Em 1941, o Japão ocupa Hong Kong e a Malásia e bombardeia a base americana de Pearl Harbour, no Hawai. Cinco mil soldados americanos são mortos. Consta que o Presidente Roosevelt sabia de antemão que o ataque aconteceria mas nada fez para impedi-lo: os Estados Unidos precisavam de um bom argumento para entrar na guerra.
Em dezembro de 1940, enquanto soviéticos e alemães ainda viviam sob um pacto de não-agressão, Adolf Hitler dizia a seus generais: "As Forças Armadas Alemãs devem estar preparadas para esmagar a União Soviética numa campanha rápida". Pouco tempo depois, em junho de 1941, a União Soviética foi invadida pelas tropas alemãs e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill declarou: "Surpreendentes foram as falhas de cálculo e a ignorância que Stalin revelou a respeito do que estava para lhe acontecer".
A Alemanha ataca a União Soviética em três frentes e inicia-se aí a mais sangrenta de todas as empreitadas militares da guerra, que durou quatro anos e custou, só aos soviéticos, a perda de 20 milhões de pessoas. Os alemães são finalmente contidos em Stalingrado, onde se iniciam a contra-ofensiva soviética e a grande virada da 2ª Guerra. Os soviéticos dão um ultimato ao comandante alemão, mas Hitler o proíbe de se render. O Exército Vermelho expulsa os alemães e avança rumo a Berlim. Os países do Leste Europeu libertados do jugo nazista são englobados na zona de influência soviética e Stalin é transformado no novo grande inimigo do Ocidente, tomando o lugar que, até pouco tempo antes, era de Hitler.
Ao fim da 1ª Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes impõe severas e humilhantes punições à Alemanha, que, além de perdas territoriais, vê seu exército desarmado e reduzido, fica proibida de fabricar armamentos e é obrigada ao pagamento de pesadas indenizações de guerra à Grã-Bretanha e à França. Isso ajudaria a compreender o nacionalismo radical despertado na Alemanha no curto período que antecedeu a 2ª Guerra.
Perdas territoriais da Alemanha: Alsácia e Lorena
Neste programa, a política internacional depois da 1ª Guerra, a grande crise econômica nos Estados Unidos, em 1929, e suas consequências no mundo todo. Entram em cena o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. Frentes populares são criadas na França e na Espanha para lutar contra a emergência nazi-fascista. No Brasil, o Presidente Vargas dá um golpe de estado e implanta um regime de inspiração fascista.
"Exigimos terras para alimentar o nosso povo e nelas instalar nossa população excedente". Este brado do programa do Partido Nacional Socialista (NAZI), começa a ser posto em prática com a anexação da Áustria e a ocupação da Tchecoslováquia por tropas alemãs, sem qualquer reação por parte do resto da Europa. Na Conferência de Munique, Grã-Bretanha e França chegam a dar legitimidade à ação alemã na Tchecoslováquia. Mas quando Hitler ocupa a Polônia, aliada dos britânicos, Londres sente-se ameaçada e declara guerra à Alemanha. A França faz o mesmo. Nesse programa, ainda, a ascensão do fascismo em Portugal e na Espanha, o expansionismo italiano na África e o expansionismo japonês na Ásia; e o acordo mútuo de não agressão entre a União Soviética de Stalin e a Alemanha de Hitler.
Em seu livro Mein Kampf, publicado no início dos anos 20, Adolf Hitler diz: "Chegou o dia que não mais passei de olhos vendados: reconheci os inimigos da minha raça - eram judeus ... Acabei por reconhecer os judeus pelo cheiro e, sob sua porcaria repugnante, descobri as taras morais do 'povo eleito'".
A partir de 1935, quando Hitler já se encontrava no poder, as Leis de Nuremberg, criadas para discriminar os judeus, tornam o anti-semitismo político oficial da Alemanha. Apoiados na violência de grupos paramilitares e numa eficiente máquina de propaganda, os nazistas deram voz e exacerbaram sentimentos latentes de nacionalismo, racismo, anti-semitismo, arianismo, antimarxismo e anticapitalismo.
Nos anos 80 e 90, grupos neonazistas trazem de volta à Alemanha os mesmos métodos violentos. As vítimas de hoje são imigrantes estrangeiros, especialmente os turcos.
Forças aliadas retomam países conquistados pela Alemanha; Inglaterra completa o cerco
O crescimento da ações aliadas na África e no Mediterrâneo abala o prestígio do regime fascista na Itália. A derrota alemã nas estepes soviéticas e a invasão da Normandia por forças aliadas fazem Hitler perder o poder de iniciativa. A resistência das populações passa a ser decisiva para a derrocada do nazi-fascismo. Aos poucos, as nações ocupadas vão se libertando do jugo nazista. Na Itália, Mussolini é afastado do poder pelos próprios dirigentes fascistas, é socorrido pelos alemães mas acaba preso e executado pela população. "O povo alemão sofreu de maneira indescritível: é tempo de acabar com tantos horrores", é o que escreve o comandante e chefe alemão Von Kluge, pouco antes de cometer o suicídio, numa mensagem deixada a Hitler. Goering ameaça iniciar conversações de paz com os Estados Unidos. Himmler propõe uma paz em separado a americanos e ingleses, mas Churchill não aceita: os alemães têm de se render incondicionalmente à Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética.
Os anos da guerra assistem a uma aliança definitiva entre a ciência e o poder de destruição. Os governos fazem investimentos maciços em tecnologia bélica e atingem o saldo de 50 milhões de mortes. Dos fornos crematórios nos campos de concentração alemães às pesquisas de armas bacteriológicas dos japoneses e à bomba atômica norte-americana, passando pelas bombas voadoras V-2 alemãs e pela enorme tralha tecnológica de espionagem e contra-espionagem de todos os países envolvidos na guerra, há em tudo a presença marcante da indústria bélica, de cientistas e do dinheiro. Ao término da guerra, tudo se justifica em nome do que se chama "neutralidade científica". É em nome dela que o alemão Werner Von Braun e o japonês Shiro Ishii são perdoados e incorporados à ciência norte-americana e que o italiano Bruno Pontecorvo pôde se tornar um dos pais da bomba atômica soviética.
Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de armamentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em claro desrespeito ao Tratado de Versalhes (1919). Um ano depois, reocupa a Birmânia e inicia uma política estratégica de alianças. Oferece ajuda econômica à Itália fascista de Benito Mussolini (1883-1945), sob embargo da Liga das Nações por ter invadido a Etiópia. Apóia Francisco Franco (1892-1975) na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), aproveitando o conflito para testar novos engenhos militares. Assina com o Japão o Pacto Anti-Comintern, em 1936, a fim de conter a expansão comunista da União Soviética, com a adesão da Hungria, Itália e Espanha. Justifica a anexação (Anschluss) da Áustria, em 1938, por se tratar de mais um povo germânico. No ano seguinte, alcança, com a conivência inglesa e francesa na Conferência de Munique, a incorporação de parte da Tchecoslovâquia, exatamente a região dos Sudetos, conhecida por abrigar minorias alemãs. Cria os protetorados da Boêmia e da Moldávia, desmembrando o restante do território tcheco, em março de 1939. Por fim, aproveita as desconfianças soviéticas em relação às potências ocidentais para assinar um acordo, por cinco anos, de não-agressão e neutralidade com o seu arquiinimigo, Josef Stalin (1879-1953): o Pacto Germânico-Soviético, de 23 de agosto de 1939. Tem aberto assim o caminho a leste para atacar a Polônia, em nome do que lhe fora arrebatado pelo Tratado de Versalhes: a devolução da zona conhecida por "Corredor Polonês", a do porto de Dantzig (futura Gdansk), que une a Alemanha à Prússia oriental.
Ofensiva alemã:
Diante da negativa da Polônia em ceder Dantzig, as tropas alemãs invadem o país em 1º de setembro de 1939 e travam uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. A conquista faz-se em três semanas. É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a perseguição aos judeus, vítimas preferenciais da ideologia nazista, ao longo de todo o conflito mundial. A Inglaterra, comprometida com a defesa polonesa, e a França, aliada inglesa, declaram guerra à Alemanha. Em seguida, Dinamarca e Noruega são ocupadas pelo Exército nazista, garantindo o abastecimento alemão de aço pelos mares Báltico e do Norte. Holanda e Bélgica tornam-se as próximas conquistas. Em Dunquerque, o Exército belga-anglo-francês sofre a primeira derrota aliada e só escapa do massacre graças à ação da Marinha inglesa, que consegue evacuar a maioria dos combatentes. Hitler avança contra a França a partir de maio de 1940. Um mês mais tarde, a assinatura pela França dos armistícios com a Alemanha e a Itália, que submetem metade do território francês à ocupação das forças nazistas, evidenciam o domínio alemão.
O primeiro-ministro da França, o marechal Henri Phillipe Pétain (1856-1951), anti-republicano e conservador, assume poderes ditatoriais, após acordo com os alemães. Transfere a capital para Vichy, no sul do país, enquanto Paris permanece ocupada pelos nazistas. É chega à Inglaterra o subsecretário de Defesa Nacional Francesa, o general Chales de Gaulle (1890-1070). Ele representa o governo da resistência da França no exílio. Ao mesmo tempo, a Alemanha implanta a sua "nova ordem" nos territórios ocupados, reativando indústrias paralisadas e obrigando as populações a trabalhos forçados. Em setembro de 1940, o Eixo, pacto entre Berlim-Roma-Tóquio, é formalizado, estabelecendo apoio mútuo entre os países membros em caso de ataque por potência ainda não envolvida na guerra - entenda-se, os Estados Unidos. A partir de 15 de setembro, intensificam-se os combates na Inglaterra. Bombardeiros alemães despejam cerca de 20 mil toneladas de bombas sobre Londres. A ação corajosa da Royal Air Force (RAF), a aviação de combate inglesa, evita, no entanto, a destruição do país, abatendo inúmeros aviões inimigos. Mas no norte da África, italianos e alemães ameaçam, sob as ordens do general Erwin Rommel (1891-1944), o domínio inglês no Egito.
Hitler reorienta então a sua máquina de guerra mais uma vez para o Leste, despertando a preocupação russa. Ao governo de Moscou propõe a partilha do mundo em zonas de influência, mas as negociações falham e o território da União Soviética acaba por ser invadido, sem uma declaração formal de guerra, em 22 de junho de 1941. Por essa época, o domínio alemão já se faz sentir em vários países do Leste Europeu, como na Romênia, Bulgária e Hungria, além da Iugoslávia e da Grécia. Mas a heróica resistência soviética na Batalha de Stalingrado modifica o panorama da 2ª Guerra Mundial (só pela fome, contam-se 500 mil civis entre os mortos). Ela põe fim ao mito da invencibilidade alemã e instiga o Exército soviético a avançar, em contra-ataque, sobre os países-satélites da Alemanha, às voltas agora com duas frentes de guerra.
Soldados da Segunda Guerra
"Dia D"
Os japoneses precipitam a entrada dos EUA na guerra ao bombardearem, em 7 de dezembro de 1941, a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. A ofensiva do Japão generaliza-se, e suas forças conquistam a supremacia no Pacífico e no Sudeste Asiático. Definem-se, assim, as duas facções em conflito. De um lado, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e, de outro, os Aliados (Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China, este em guerra com o Japão desde 1931). Em todos os territórios ocupados pelos nazistas, organizam-se movimentos de resistência.
Entre 1942 e 1943, a Marinha anglo-americana elimina submarinos alemães no Atlântico, ao mesmo tempo em que a aviação aliada intensifica o bombardeio na Alemanha. Os recursos industriais do país começam a sofrer sérios danos. No norte da África, o Afrikakorps, o Exército alemão no continente, é levado à rendição em maio de 1943. Os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália. Mussolini é preso em julho e o novo governo italiano rende-se aos invasores. Com isso, boa parte do país é ocupada por tropas alemãs, que só capitulam em abril de 1945. Na outra frente, o Exército soviético alcança vitórias na Romênia, na Bulgária e na Iugoslávia ao longo de 1944, enquanto Albânia e Grécia expulsam as tropas alemãs.
O dia 6 de junho de 1944, o "Dia D", é o golpe mortal às forças nazistas. Considera-se o desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, a maior operação aeronaval da História. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões, uma operação coroada de êxito ao enganar as forças alemãs concentradas em Pas-de-Calais. Paris é libertada em 25 de agosto. Inicia-se o ano decisivo de 1945. Os russos, pelo leste, e os norte-americanos e britânicos, pelo oeste, disputam a primazia de chegar primeiro a Berlim. A 30 de abril, os soviéticos fincam a sua bandeira no alto do Parlamento alemão, o Reichtag, e Hitler suicida-se junto com a sua mulher, Eva Braun. A capital alemã em ruínas é ocupada em 2 de maio pelo Exército da URSS, com a prisão de 135 mil defensores da cidade. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente.
Guerra no Pacífico
Na luta contra os japoneses, a situação começa a se inverter a favor dos Aliados após as vitórias dos Estados Unidos nas batalhas navais de Midway e do Mar do Coral, em 1942. Os EUA tornam a iniciativa de reconquistar a Ásia e o Pacífico. No início de 1945, tropas norte-americanas, britânicas e chinesas reabrem a rota da Birmânia e recuperam as Filipinas. Aperta-se o cerco aos japoneses, confinados em suas ilhas, alvos de pesados bombardeios. A 19 de fevereiro, ocorre o primeiro desembarque norte-americano em território japonês, na ilha de Iwojima. Mas, ante a resistência feroz dos inimigos, que sugere um prolongamento indesejável da guerra, os EUA optam em atacar as cidades japonesas com um novo tipo de arma, a bomba atômica. A primeira, lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, mata 100 mil pessoas. Três dias depois, uma segunda bomba cai sobre Nagasaki, provocando mai 70 mil vítimas fatais. A partir de 8 de agosto, com a intenção velada de recuperar territórios perdidos há décadas para o Japão, no Extremo Oriente, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da Coréia. Finalmente, a 2 de setembro de 1945, o Japão rende-se aos Exércitos norte-americanos, numa cerimônia a bordo do encouraçado Missouri. É o final da 2º Guerra Mundial.
Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
Em 1937, o Presidente Getúlio Vargas dá um golpe de estado e implanta no Brasil um regime inspirado no fascismo italiano. Em 1940, Getúlio acena com a possibilidade de construir uma siderúrgica no Brasil, com o apoio da indústria alemã Krupp. Os Estados Unidos concedem imediatamente um crédito ao Brasil para financiar a siderúrgica sem a participação alemã. Dois anos depois, Getúlio declara guerra aos países do Eixo. No início dos anos 90, vem a público um documento reservado do Exército norte-americano revelando planos de invasão do Brasil pelos Estados Unidos caso Getúlio não aderisse aos aliados.
Nordeste brasileiro, áreas estratégicas
Na Conferência do Rio de Janeiro, em 1942, vinte e uma nações latino-americanas reconhecem no ataque japonês a Pearl H arbour uma agressão ao continente e começam a declarar guerra ao Eixo. A FEB (Força Expedicionária Brasileira) combate na Itália.
FEB em combate na Itália - 1943
A aviação mexicana combate nas Filipinas. A Força Aérea Paraguaia faz patrulhamento aéreo no Atlântico Sul. A Argentina e o Chile também se envolvem no conflito. Os demais países do continente participam do esforço norte-americano de guerra fornecendo matérias-primas. Foi a primeira grande vitória diplomática dos Estados Unidos no continente.
Em 1946, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill diz: "Uma cortina de ferro desceu sobre a Europa. Eu não acredito que a Rússia soviética deseje a guerra. O que ela quer são os frutos da guerra e a expansão indefinida de seu poder e de suas dotrinas." Churchill usava aí, pela primeira vez, a expansão "cortina de ferro" para se referir à nova área de influência soviética. A reorganização geopolítica do mundo já vinha sendo discutida desde 1943, quando Roosevelt, Stalin e Churchill se reuniram em Teerã, no Irã. Com o fim da guerra, Alemanha, França, Itália e Japão estão destruídos; a Grã-Bretanha se encontra à beira da exaustão. Os grandes impérios coloniais desmoronam, os países da África e da Ásia passam por processos de descolonização. Estados Unidos e União Soviética emergem como as grandes potências do planeta. Em pouco tempo, a tensão entre as potências se acirra. A polarização das disputas internacionais entre o bloco ocidental e o bloco soviético vai marcar o compasso nas décadas seguintes. É a Guerra Fria que começa.
"A autoridade do meu governo é discutida. As ordens são mal executadas. É preciso desde agora vencer a resistência de todos os adversários, dizimando seus chefes".
Esta frase foi dita por um herói francês da 1ª Guerra Mundial que acabava de se tornar o chefe do governo nazista da França ocupada pelos alemães: o Marechal Philippe Pétain. Antes de conquistar Paris, as tropas alemãs anexaram a Áustria e ocuparam a Tchecoslováquia, Polônia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Grécia e Iugoslávia; esta última, com o auxílio de tropas italianas, húngaras e búlgaras, integrantes do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Ao atacar também o norte da África, a Alemanha e a Itália estão atacando os impérios coloniais da França e da Grã-Bretanha. E após a ocupação da França, a Grã-Bretanha é o único país da Europa Ocidental ainda não atacado pelos alemães.
Domínios Britânico e Francês no norte da África
Hitler decide iniciar a empreitada com o bombardeio aéreo de Londres. Ainda neste programa, a constituição de resistências nacionais ao avanço alemão e o engajamento nelas dos comunistas, para quem o nazi-fascismo passou a ser o inimigo prioritário.
50 milhões de mortos, dentre os quais 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus. Será assim que se dimensiona o saldo de uma guerra? A propaganda é a arma fundamental dos vitoriosos, enaltecendo batalhas cheias de glória e consagrando seus heróis. Mas será possível falar em heróis e glórias numa guerra que matou 50 milhões de pessoas? As forças nazistas deixaram atrás de si populações massacradas em cidades e países destruídos, sem falar de seus campos de concentração, onde morreram milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, deficientes físicos e homossexuais. Mas também os aliados cometeram crimes de guerra: massacraram a população civil de Dresden e de Berlim e despejaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Os lucros obtidos com a guerra ultrapassam os 2 bilhões de libras esterlinas. Como se "faz" dinheiro na guerra?
Ao integrar o Eixo, o Japão obtém o apoio alemão e italiano para sua intenção de formar uma "Grande Ásia Japonesa". Em 1940, com a ocupação da França pela Alemanha e com a paralisia da Grã-Bretanha, os japoneses passam a crer que as suas ambições no extremo oriente e no sudeste da Ásia são ameaçadas agora por um único rival: os Estados Unidos.
Início da estratégia japonesa para a ocupação da Ásia
Conquistam a Mandchúria, a Tailândia e a parte norte da Indochina Francesa (atuais Vietnã, Laos e Cambodja), cortam a rota da Birmânia e passam a fazer pressão sobre as Índias Holandesas (atuais Indonésia). A Grã-Bretanha e os Estados Unidos se articulam para conter o avanço japonês. Em 1941, o Japão ocupa Hong Kong e a Malásia e bombardeia a base americana de Pearl Harbour, no Hawai. Cinco mil soldados americanos são mortos. Consta que o Presidente Roosevelt sabia de antemão que o ataque aconteceria mas nada fez para impedi-lo: os Estados Unidos precisavam de um bom argumento para entrar na guerra.
Em dezembro de 1940, enquanto soviéticos e alemães ainda viviam sob um pacto de não-agressão, Adolf Hitler dizia a seus generais: "As Forças Armadas Alemãs devem estar preparadas para esmagar a União Soviética numa campanha rápida". Pouco tempo depois, em junho de 1941, a União Soviética foi invadida pelas tropas alemãs e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill declarou: "Surpreendentes foram as falhas de cálculo e a ignorância que Stalin revelou a respeito do que estava para lhe acontecer".
A Alemanha ataca a União Soviética em três frentes e inicia-se aí a mais sangrenta de todas as empreitadas militares da guerra, que durou quatro anos e custou, só aos soviéticos, a perda de 20 milhões de pessoas. Os alemães são finalmente contidos em Stalingrado, onde se iniciam a contra-ofensiva soviética e a grande virada da 2ª Guerra. Os soviéticos dão um ultimato ao comandante alemão, mas Hitler o proíbe de se render. O Exército Vermelho expulsa os alemães e avança rumo a Berlim. Os países do Leste Europeu libertados do jugo nazista são englobados na zona de influência soviética e Stalin é transformado no novo grande inimigo do Ocidente, tomando o lugar que, até pouco tempo antes, era de Hitler.
Ao fim da 1ª Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes impõe severas e humilhantes punições à Alemanha, que, além de perdas territoriais, vê seu exército desarmado e reduzido, fica proibida de fabricar armamentos e é obrigada ao pagamento de pesadas indenizações de guerra à Grã-Bretanha e à França. Isso ajudaria a compreender o nacionalismo radical despertado na Alemanha no curto período que antecedeu a 2ª Guerra.
Perdas territoriais da Alemanha: Alsácia e Lorena
Neste programa, a política internacional depois da 1ª Guerra, a grande crise econômica nos Estados Unidos, em 1929, e suas consequências no mundo todo. Entram em cena o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. Frentes populares são criadas na França e na Espanha para lutar contra a emergência nazi-fascista. No Brasil, o Presidente Vargas dá um golpe de estado e implanta um regime de inspiração fascista.
"Exigimos terras para alimentar o nosso povo e nelas instalar nossa população excedente". Este brado do programa do Partido Nacional Socialista (NAZI), começa a ser posto em prática com a anexação da Áustria e a ocupação da Tchecoslováquia por tropas alemãs, sem qualquer reação por parte do resto da Europa. Na Conferência de Munique, Grã-Bretanha e França chegam a dar legitimidade à ação alemã na Tchecoslováquia. Mas quando Hitler ocupa a Polônia, aliada dos britânicos, Londres sente-se ameaçada e declara guerra à Alemanha. A França faz o mesmo. Nesse programa, ainda, a ascensão do fascismo em Portugal e na Espanha, o expansionismo italiano na África e o expansionismo japonês na Ásia; e o acordo mútuo de não agressão entre a União Soviética de Stalin e a Alemanha de Hitler.
Em seu livro Mein Kampf, publicado no início dos anos 20, Adolf Hitler diz: "Chegou o dia que não mais passei de olhos vendados: reconheci os inimigos da minha raça - eram judeus ... Acabei por reconhecer os judeus pelo cheiro e, sob sua porcaria repugnante, descobri as taras morais do 'povo eleito'".
A partir de 1935, quando Hitler já se encontrava no poder, as Leis de Nuremberg, criadas para discriminar os judeus, tornam o anti-semitismo político oficial da Alemanha. Apoiados na violência de grupos paramilitares e numa eficiente máquina de propaganda, os nazistas deram voz e exacerbaram sentimentos latentes de nacionalismo, racismo, anti-semitismo, arianismo, antimarxismo e anticapitalismo.
Nos anos 80 e 90, grupos neonazistas trazem de volta à Alemanha os mesmos métodos violentos. As vítimas de hoje são imigrantes estrangeiros, especialmente os turcos.
Forças aliadas retomam países conquistados pela Alemanha; Inglaterra completa o cerco
O crescimento da ações aliadas na África e no Mediterrâneo abala o prestígio do regime fascista na Itália. A derrota alemã nas estepes soviéticas e a invasão da Normandia por forças aliadas fazem Hitler perder o poder de iniciativa. A resistência das populações passa a ser decisiva para a derrocada do nazi-fascismo. Aos poucos, as nações ocupadas vão se libertando do jugo nazista. Na Itália, Mussolini é afastado do poder pelos próprios dirigentes fascistas, é socorrido pelos alemães mas acaba preso e executado pela população. "O povo alemão sofreu de maneira indescritível: é tempo de acabar com tantos horrores", é o que escreve o comandante e chefe alemão Von Kluge, pouco antes de cometer o suicídio, numa mensagem deixada a Hitler. Goering ameaça iniciar conversações de paz com os Estados Unidos. Himmler propõe uma paz em separado a americanos e ingleses, mas Churchill não aceita: os alemães têm de se render incondicionalmente à Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética.
Os anos da guerra assistem a uma aliança definitiva entre a ciência e o poder de destruição. Os governos fazem investimentos maciços em tecnologia bélica e atingem o saldo de 50 milhões de mortes. Dos fornos crematórios nos campos de concentração alemães às pesquisas de armas bacteriológicas dos japoneses e à bomba atômica norte-americana, passando pelas bombas voadoras V-2 alemãs e pela enorme tralha tecnológica de espionagem e contra-espionagem de todos os países envolvidos na guerra, há em tudo a presença marcante da indústria bélica, de cientistas e do dinheiro. Ao término da guerra, tudo se justifica em nome do que se chama "neutralidade científica". É em nome dela que o alemão Werner Von Braun e o japonês Shiro Ishii são perdoados e incorporados à ciência norte-americana e que o italiano Bruno Pontecorvo pôde se tornar um dos pais da bomba atômica soviética.
O Brasil Segunda Guerra Mundial
Navio de Guerra Brasileiro atacando submarino alemão em 1944
Neutralidade brasileira na primeira fase da guerra
Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial. O presidente do Brasil na época era Getúlio Vargas.
Ataques nazistas e entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial
Porém, esta posição de neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Vargas fez um acordo com Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros). Era importante para os Aliados que o Brasil ficasse ao lado deles, em função da posição geográfica estratégica de nosso país e de seu vasto litoral.
Participação efetiva no conflito
A participação militar brasileira foi importante na Segunda Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Brasil enviou para a Itália (ocupada pelas forças nazistas), em julho de 1944, 25 mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea Brasileira).
As dificuldades foram muitas, pois o clima era muito frio na região dos Montes Apeninos, além do que os soldados brasileiros não eram acostumados com relevo montanhoso.
Vitórias
Os militares brasileiros da FEB (também conhecidos como pracinhas) conseguiram, ao lado de soldados aliados, importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim, Montese e outras cidades.
Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos.
Outras formas de participação
Além de enviar tropas para as áreas de combate na Itália, o Brasil participou de outras formas importantes. Vale lembrar que o Brasil forneceu matérias-primas, principalmente borracha, para os países das forças aliadas.
O Brasil também cedeu bases militares aéreas e navais para os aliados. A principal foi a base militar da cidade de Natal (Rio Grande do Norte) que serviu de local de abastecimento para os aviões dos Estados Unidos.
Foi importante também a participação da marinha brasileira, que realizou o patrulhamento e a proteção do litoral brasileiro, fazendo também a escolta de navios mercantes brasileiros para garantir a proteção contra ataques de submarinos alemães.
Curiosidade:
- Durante as batalhas, que os militares brasileiros participaram na Segunda Guerra Mundial, cerca de 14 mil soldados alemães se renderam aos brasileiros.