quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Período Colonial O Açúcar ( estou postando )


O período colonial brasileiro é o mais extenso. São 322 anos, desde o desembarque da turma de Cabral, em 22 de abril de 1500, naquele pedaço ao sul da costa da futura cidade de Porto Seguro (fundada em 1534), até a " Independência ou morte" de D, Pedro I, às margens plácidas do Ipiranga". em São Paulo, em 7 de setembro de 1822.

vídeo editado a partir da série " 500 anos o Brasil". TV Escola.

Economia e sociedade canavieira

Durante toda a fase colonial brasileira, houve sempre um produto em torno do qual se organizava a maior parte da economia. A importância de determinado produto crescia até alcançar o apogeu e depois estrava em decadência.
Embora sua produção continuasse, surgia outro produto que entrava rapidamente em ascensão, substituindo em importância o anterior. Esse mecanismo repetitivo levou muitos historiadores a usarem a denominação ciclo econômico para o estudo do período colonial, identificando o ciclo do pau- brasil (século XVI), o da cana-de-açúcar (século XVI e XVII) e mais tarde o da mineração ( século XVIII).




Contudo, é importante observar os limites do nome "ciclo". Ele pressupõe que após o apogeu de uma determinada atividade econômica, ocorrem sempre, o seu desaparecimento, e não foi isso que aconteceu com a economia da cana-de-açúcar, por exemplo, a qual continuou existindo durante toda a época da mineração no século XVIII. Ciclo do pau-brasil predominou em todo o período pré-colonial. Como sua exploração não fixava o homem à terra, levando apenas à instalação de algumas feitorias, não possibilitava a definitiva ocupação da colônia. Assim, ao decidir integrar efetivamente a colônia à metrópole, optou-se pelo plantio de cana - de - açúcar que atingia dois objetivos: atendia ás necessidades de colonização e possibilitava grandes lucros a Portugal.

( O latifúndio açucareiro, também conhecido por engenho, dividia-se em plantações, casa-grande, capela, senzala e a fábrica de açúcar,)   

Quanto à mão- de- obra necessária para o empreendimento, contava-se com os indígenas e principalmente com os negros africanos que Portugal há muito escravizava. A instalação da empresa açucareira no Brasil exigia a aplicação de imensos capitais para a compra de escravos, o plantio da cana-de-açúcar e a instalação dos engenhos, onde se moía a cana e se fabricava o açúcar. Além disso, o transporte e a distribuição do produto para a Europa, a parte mais lucrativa do empreendimento, era uma tarefa gigantesca, para a qual Portugal não tinha recursos suficientes.
Os portugueses associaram-se, então, aos holandeses que, em troca do financiamento para a instalação da empresa açucareira na colônia, ficaram com o direito de comercialização do produto final, o açúcar, na Europa. Dessa forma, foi a Holanda que financiou a instalação dos engenhos no Brasil. Na colônia, organizou-se a produção açucareira, sujeitas às exigências metropolitanas de produção de riquezas, num processo de dependência denominado pacto colonial.

                                 Vídeo aula 1 & 2 Brasil colônia                                                                                        


   
   

 
( A moeda era o primeiro local onde a cana-de-açúcar se transformaria em açúcar.)

( da esquerda: colônia de povoamento, da direita: colônia de exploração)


( da esquerda: colônia de povoamento, da direita: colônia de exploração )

Especialmente no norte ( região conhecida como Nova Inglaterra) e no centro da costa atlântica da América do Norte, desenvolveu-se uma economia dinâmica, com produção para o mercado interno, logo desdobrando-se em actividades comerciais e manufatureiras, produzindo as origens da riqueza dos Estados Unidos. Veja o quadro abaixo:

Karl Mark


PERSONALIDADE

Karl Heinrich Marx (Tréveris, 5 de maio de 1818 — Londres, 14 de março de 1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista.
O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História,Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação,Arquitetura e outras. Em uma pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos
Morreu aos 65 anos de idade.
BIOGRAFIA
Marx foi o terceiro de sete filhos de uma família judia declasse média da cidade de Tréveris, na época no Reino da Prússia. Sua mãe, Henriette Pressburg (1788–1863), era judia holandesa e seu pai, Herschel Marx (1777–1838), um advogado e conselheiro de Justiça. Herschel descende de uma família de rabinos, mas se converteu ao cristianismo luterano em função das restrições impostas à presença de membros de etnia judaica no serviço público, quando Marx ainda tinha 6 anos


Em 1830, Marx iniciou seus estudos no Liceu Friedrich Wilhelm, em Tréveris, ano em que eclodiram revoluçõesem diversos países europeus. Ingressou mais tarde na Universidade de Bonn para estudar Direito, transferindo-se no ano seguinte para a Universidade de Berlim, onde o filósofo alemão Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cuja obra exerceu grande influência sobre Marx, foi professor e reitor

Em 1841, obteve o título de doutor em Filosofia com uma tese sobre as "Diferenças da filosofia da natureza emDemócrito e Epicuro". Impedido de seguir uma carreira acadêmica,tornou-se, em1842, redator-chefe da Gazeta Renana (Rheinische Zeitung), um jornal da província deColônia; conheceu Friedrich Engels neste mesmo ano, durante visita deste a redação do jornal.
Em 1843, a Gazeta Renana foi fechada após publicar uma série de ataques ao governo prussiano. Tendo perdido o seu emprego de redator-chefe, Marx mudou-se para Paris
Antes ainda da sua mudança para Paris, Marx casou-se, no dia 19 de junho de 1843, com Jenny von Westphalen, a filha de um barão da Prússia com a qual mantinha noivado desde o início dos seus estudos universitários
Também em 1843, Marx conheceu a Liga dos Justos (que mais tarde tornar-se-ia Liga dos Comunistas). Em 1844, Friedrich Engels visitou Marx em Paris por alguns dias. A amizade e o trabalho conjunto entre ambos, que se iniciou nesse período, só seria interrompido com a morte de Marx. Na mesma época, Marx também se encontrou com Proudhon, com quem teve discussões polêmicas e muitas divergências. E conheceu rapidamente Bakunin, então refugiado do czarismo russo e militante socialista. No seu período em Paris, Marx intensificou os seus estudos sobre economia política, os socialistas utópicos franceses e a história da França, produzindo reflexões que resultaram nos Manuscritos de Paris, mais conhecidos como Manuscritos Econômico-Filosóficos. De acordo com Engels, foi nesse período que Marx aderiu às ideias socialistas
De Paris, Marx ajudou a editar uma publicação de pequena circulação chamada Vorwärts!, que contestava o regime político alemão da época. Por conta disto, Marx foi expulso da França em 1845 à pedido do governo prussiano. Migrou então para Bruxelas, para ondeEngels também viajou.Entre outros escritos, a dupla redigiu na Bélgica o Manifesto comunista. Em 1848, Marx foi expulso deBruxelas pelo governo belga. Junto com Engels, mudou-se para Colônia, onde fundam o jornal Nova Gazeta Renana. Após ataques às autoridades locais publicados no jornal, Marx foi expulso de Colônia em 1849. Até 1848, Marx viveu confortavelmente com a renda oriunda de seus trabalhos, seu salário e presentes de amigos e aliados, além herança legada por seu pai. Entretanto, em 1849 Marx e sua família enfrentaram grave crise financeira; após superarem dificuldades conseguiram chegar a Paris, mas o governo francês proibiu-os de fixar residência em seu território. Graças, então, a uma campanha de arrecadação de donativos promovida por Ferdinand Lassalle na Alemanha, Marx e família conseguem migrar para Londres.
MORTE
Encontrando-se deprimido por conta da morte de sua esposa, ocorrida em dezembro de 1881, Marx desenvolveu, em consequência dos problemas de saúde que suportou ao longo de toda a vida, bronquite epleuresia, que causaram o seu falecimento em 1883. Foi enterrado na condição de apátrida noCemitério de Highgate, em Londres.
Fonte: pt.wikipedia.org



Karl Marx, foi um genial pensador do século XIX, e esta genialidade é que faz com que ele seja objeto de estudos, analises, criticas e inspiração para muitos estudantes de economia, história, filosofia, sociologia e outras disciplinas da área de ciências humanas. Karl Marx era negro, barbudo de fisionomia sóbria, mas quase sempre com um sorriso no canto do rosto e é desta maneira que estão a maioria das fotos deste pensador. Karl Marx estudou direito nas universidades de Berlim e Bonn, mas tinha real interesse por filosofia e história e se formou com a tese"sobre as diferenças da filosofia na natureza de Demócrito e Epicuro"

Karl Marx o Revolucionário


A Ditadura do proletariado é uma ideologia baseada em Karl Marx que pressupõe a tomada do poder pelos operários como o único modo de reverter a exploração capitalista. O desenvolvimento do capitalismo suscitou uma série de ideologias que visam romper com a suposta exploração do sistema. Desde a revolução industrial. a organização do trabalho se alterou. Os trabalhadores perderam o controle dos meios de produção e dos produtos finais, passaram unicamente a vender a força de trabalho para a burguesia. Desta forma se criou um novo modelo de trabalho baseado na burguesia e no proletariado.

Revolução Francesa 20 mil mortes, 38 mil prisões e 7 mil deportações

Dois momentos da história europeia foram vividos por Marx intensamente e tiveram importantes reflexos em sua obra: as revoltas antimonárquicas de 1848 - na Itália, na França, na Alemanha e na Áustria - a comuna de Paris que, durante pouco mais de três meses em 1871, levou os operários ao poder, influenciados pelas ideias do próprio Marx. A insurreição acabou reprimida, com um saldo de 20 mil mortes, 38 mil prisões e 7 mil deportações.

http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/karl-marx-filosofo-revolucao-428135.shtml?page=3

No início de sua vida o comunista Marx era dominado por uma ideia: como ajudar as massas exploradas. O que as empobrece, afirmava ele, é o capitalismo,  a utopia de Karl Max incluía além de direitos trabalhistas justos, remuneração conforme suas necessidades, divisão de bens igualitários, sem governo, nem guerras, nem revolução, sem injustiças sociais etc. um país das maravilhas. Com esse pensamento promoveu uma grande guerra não apenas entre as classes, mas individual, pois perseguir um sonho de "liberdade", sem limites, sem regras sem controle, gera uma prisão interior e uma insatisfação, frustante por nunca conseguir atingir o objetivo.





Família de Karl Marx

Karl Marx e seu amigo pessoal Engels
Livro o Manifesto Comunista


" A história de toda as sociedades existentes até aqui é a história de lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e oficial, em suma, opressores e oprimidos, estiveram em constante oposição uns aos outros, travaram uma guerra ininterrupta, ora franca ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta." (trecho do Manisfesto Comunista, capítulo Burguesia e proletariado)

Karl Marx estudou profundamente o capitalismo e seus componentes a fim de propor o socialismo "cientifico", que por sua vez é bem diferente da proposta idealizada do socialismo utópico - que propunha uma sociedade ideal, mas não indicava os meios para se chegar a ela. Karl Marx teve esta brilhante ideia junto com Friedrich Engels e a primeira obra que divulgou os pensamentos destes dois foi o Manisfesto Comunista, mas estes são só pequenos fragmentos diante dos trabalhos realizados por este pensador.

Livros Karl Marx o Capital



A obra de Karl Marx também faz interface com a literatura ecologista, notadamente quando se refere à terra como um patrimônio comum da humanidade. Eis mais uma epígrafe a ser possivelmente utilizada no futuro:
" Do ponto de vista de uma formação econômica superior da sociedade, a propriedade privada do globo terrestre, por parte de alguns indivíduos, parecerá tão absurda como a propriedade privada de um homem por outro homem.
Mesmo uma sociedade inteira, uma nação, e mesmo todas as sociedades de uma mesma época, tomadas em conjunto, não são proprietários da terra. São somente seus possessores, seus usufrutuários e tem o dever de deixá-la melhorada, como boni patres famílias, às gerações futuras..."(Karl Marx,III, O capital).


Karl Marx, em 1836

O jovem Karl Marx, então estudante de direito em Bonn por volta de 1836, recebeu uma carta de sua mãe, Frau Henrietta Marx, com as seguintes recomendações:

" Você não deve considerar de modo algum uma fraqueza feminina se eu agora estiver curiosa para saber como tem administrado sua vida doméstica, se a economia representa também algum papel, o que é uma necessidade inevitável tanto para grandes como para pequenas casas. Permito-me assim observar, querido Karl, que você nunca considerar limpeza e ordem coisas secundárias, pois disso depende a saúde e o bem - estar. Observe rigorosamente que seu quarto seja lavado. E lave-se você também, querido Karl, semanalmente com esponja e sabonete"


Karl Marx - Arte tumular - 119 - Cemitério de Highgate, Londres, Inglaterra
Base tumular retangular em granito com linhas retas, destacando-se uma placa de mármore branco na parte central com i seu gravado e datas. Sobre essa base ergue-se um grande busto em bronze do filósofo... De cada lado da base há uma argola
Local: cemitério de Highgate, Londres, Inglaterra
fotos: pt.wikípedia.org









terça-feira, 4 de setembro de 2012

Fontes Históricas

                                                                                
                                                               Fonte Histórica                                            
                                                                                 




Sempre nos perguntamos como um historiador pode saber de coisas que aconteceram em um passado muito, muito distante. Para saber do passado, o historiador conta com a ajuda das fontes históricas.
Fontes históricas são os documentos que permitem ao historiador recontar e interpretar os fatos passados e reconstruir a história.

As fontes históricas podem ser vestígios arqueológicos, como ossos dos animais e dos homens que viveram no período da pré-história.

A análise do passado deve ser estudada por meio dos vestígios das atividades humanas, que é conhecido como fontes históricas. Existem vários tipos de fontes históricas, como as fontes materiais, ao orais, iconográficas(visuais) e as escritas.


  • As fontes materiais são os vestígios materiais da atividade humana e que incluem, as fontes arqueológicas em geral, os instrumentos de trabalho, os monumentos, as moedas, entre muitas outras.
  • Algumas ciências auxiliares da história são dedicadas a este tipo de fonte, como a arqueologia, que é uma ciência que estuda o passado humano a partir dos vestígios e restos materiais deixados pelos povos que habitaram a terra. 

                                                   
                                                 ( fóssil de dinossauro)

As fontes orais incluem toda a informação e tradição que se mantém conservada na memória das pessoas e passada oralmente de uns para outros.


( fonte oral: um depoimento escrito ou gravado, uma música grava em CD..)
  • As fontes iconográficas (visuais) são as que representam imagens ( uma gravura, uma fotografia, um filme).

( pintura de Leonardo da Vinci)
  • As fontes escritas normalmente são mais utilizadas e se diferencia pelo suporte e técnica utilizados na escrita. No estudo das épocas Modernas e Contemporânea, as fontes escritas utilizadas são normalmente classificadas em manuscritos e impressas.
Fonte escrita: uma carta, uma certidão de nascimento, um livro, etc.

É por meio das relações entre as várias fontes históricas que o conhecimento humano sobre o passado vai sendo interpretado e reconstruído. Assim,devemos lembrar que uma mesma fonte histórica pode ter diversas interpretações. Tudo depende da forma como cada historiador trabalha sua fonte.

Infelizmente muitas fontes históricas se perderam com o passar do tempo, mas com a ajuda de arquivos públicos e particulares, bibliotecas, museus e colecionadores, outras fontes históricas tem sido preservadas e   guardadas.

Tempo Histórico


O sistema de contagem do tempo que nós seguimos é a cristã. Este sistema situa todos os acontecimentos em relação ao nascimento de Cristo, tanto antes como depois. Por exemplo, seguindo este sistema, os Romanos tomaram a Grécia em 146 a. C. (antes de Cristo) e o fim do Império Romano do Ocidente em 476 d.c.(depois de Cristo).
Para além da era Cristã, existem e existiram outras formas de contagem do tempo.

 Na Grécia Antiga, o ponto de referência era a realização dos primeiros jogos Olímpicos que datam, na era Cristã, ao ano de 776 a.C.
Os Romanos contava o tempo a partir da data da fundação de Roma(753 a.C da era cristã), mas mais tarde adotaram o calendário Juliano ou também Era de César.




- Foi a partir dos Romanos que as unidades de tempo estabelecidas em:

  • milênio;
  • século;
  • década;
  • ano;
  • dia;

Além destes alguns povos adaptaram outros sistemas de contagem.

- Os judeus adaptaram o calendário Judaico que tem como referência a criação do mundo, segundo os judeus, esta corresponde ao ano de 3761 a. C.
- Já o mundo islâmico adapta a era muçulmana, cujo ponto de referência é a fuga do profeta Maomé para Medina que corresponde ao ano 622 da era cristã.

Tempo Histórico

Assim como podemos contar o tempo através do tempo cronológico, usando relógios ou calendários, temos ainda outros tipos de tempo: o tempo geológico, que se refere às mudanças ocorridas na crosta terrestre, e o tempo histórico que está relacionado às mudanças nas sociedades humanas.


O tempo histórico tem como agentes os grupos humanos, os quais provocam as mudanças sociais, ao mesmo tempo em que são modificados por elas.

O tempo histórico revela e esclarece o processo pelo qual passou ou passa a realidade em estudo. Nos anos 60, por exemplo, em quase todo o Ocidente, a juventude viveu um período agitado, com mudanças, movimentos políticos e contestação aos governos. O rock, os hippies, os jovens revolucionários e, no Brasil, o Tropicalismo (Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, entre outros) e a Jovem Guarda (Roberto Carlos, Erasmo Carlos, entre tantos outros), foram experiências sociais e musicais que deram à década de 60 uma história peculiar e diferente dos anos 50 e dos anos 70.


Isto é o tempo histórico: traçamos um limite de tempo para estudar os seus acontecimentos característicos, levando em conta que, naquele momento escolhido, muitos seres humanos viveram, sonharam, trabalharam e agiram sobre a natureza e sobre as outras pessoas, de um jeito específico.

A história não é prisioneira do tempo cronológico. Às vezes, o historiador é obrigado a ir e voltar no tempo. Ele volta para compreender as origens de uma determinada situação estudada e segue adiante ao explicar os seus resultados.

A contagem do tempo histórico

O modo de medir e dividir o tempo varia da acordo com a crença, a cultura e os costumes de cada povo. Os cristãos, por exemplo, datam a história da humanidade a partir do nascimento de Jesus Cristo. Esse tipo de calendário é utilizado por quase todos os povos do mundo, incluindo o Brasil.


O ponto de partida de cada povo ao escrever ou contar a sua história é o acontecimento que é considerado o mais importante.

O ano de 2012, em nosso calendário, por exemplo, representa a soma dos anos que se passaram desde o nascimento de Jesus e não todo o tempo que transcorreu desde que o ser humano apareceu na Terra, há cerca de quatro milhões de anos.

Como podemos perceber, o nascimento de Jesus Cristo é o principal marco em nossa forma de registrar o tempo. Todos os anos e séculos antes do nascimento do Jesus são escritos com as letras a. C. e, dessa maneira, então 127 a. C., por exemplo, é igual a 127 anos antes do nascimento de Cristo.

Os anos e séculos que vieram após o nascimento de Jesus Cristo não são escritos com as letras d. C., bastando apenas escrever, por exemplo, no ano 127.

O uso do calendário facilita a vida das pessoas. Muitas vezes, contar um determinado acontecimento exige o uso de medidas de tempo tais como século, ano, mês, dia e até mesmo a hora em que o fato ocorreu. 

Algumas medidas de tempo muito utilizadas são:

  • milênio: período de 1.000 anos;
  • século: período de 100 anos;
  • década: período de 10 anos;
  • quinquênio: período de 5 anos;
  • triênio: período de 3 anos;
  • biênio: período de 2 anos (por isso, falamos em bienal).

Entendendo as convenções para contagem de tempo

Para identificar um século a partir de uma data qualquer, podemos utilizar operações matemáticas simples. Observe.
Se o ano terminar em dois zeros, o século corresponderá ao (s) primeiro (s) algarismo (s) à esquerda desses zeros. Veja os exemplos:

  • ano 800: século VIII
  • ano 1700: século XVII
  • ano 2000: século XX

Se o ano não terminar em dois zeros, desconsidere a unidade e a dezena, se houver, e adicione 1 ao restante do número, Veja:

ano 5:                     0+1=1                           século I
ano 80:                   0+1=1                           século I
ano 324:                 3+1=4                           século IV
ano 1830:             18+1=19                         século XIX
ano 1998:             19+1=20                         século XX
ano 2001:             20+1=21                         século XXI


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

EXPANSÃO MARÍTIMA




As Grandes Navegações foram um movimento que ocorreu na Europa a partir do séc XV, quando países europeus -  liderados por Portugal e Espanha lançaram-se na conquista dos mares. Desde os tempos das cruzadas os europeus eram fascinados pelos produtos orientais especiarias (temperos), seda, perfume,tapetes etc.

                                   PRINCIPAIS ESPECIARIAS

   




Além das especiarias os europeus compravam outros produtos do oriente, como: tecidos finos, tapetes, cristal, perfume, porcelana e seda.


 


Essas Mercadorias eram trazidas por terra  pelos árabes até a costa do mar Mediterrâneo e vendidas para comerciantes italianos que depois, revendiam para os europeus. Para acabar esse privilégio dos italianos, países como Espanha e Portugal trataram de descobrir um caminho de navegação para atingir as Índias por mar, Portugal e a Espanha tentaram  chegar ao oriente por caminhos diferentes. Portugal tentava contornar o continente africano navegando para o Leste, já a Espanha para o Oeste, ou seja queria chegar ao oriente navegando em direção ao ocidente.

MAPAS SOBRE AS NAVEGAÇÕES PORTUGUESAS
            Navegações Portuguesas


Neste mapa temos as rotas dos principais navegadores portugueses. todos em busca de especiarias orientais, ouro, pedras preciosas e escravos africanos. Fato que enriqueceu não só a burguesia lusitana, mas principalmente a coroa portuguesa e junto a ela a nobreza.

ROTAS MARÍTIMAS PARA A ÍNDIA - ESPANHA


Cristóvão Colombo, navegador espanhol, tinha uma grande ambição - descobrir a rota marítima ocidental para a Ásia. Colombo partiu em direção às Índias atravessando o Atlântico em 3 de agosto de 1492. Ele chegou  ao litoral que hoje conhecemos como Bahamas (América) dez semanas depois, em 12 de outubro. Ele voltou à Espanha triunfante, pensando que tinha alcançado ás Índias.

20 anos do Impeachment de Collor


                                                   

Este ano comemora-se uma vitória da Democracia que foi o Impeachment do então Presidente Fernando Collor de Mello Leia o texto abaixo e veja seu legado.
Collor ensinou ao Brasil tudo o que não deve ser feito no poder

Vinte anos depois do inicio da crise que levou ao impeachment, a história não teve piedade com o governo de Fernando Collor. Se em muito de seus aliados havia a esperança de alcançar um lugar de destaque pela abertura econômica do país ou por outras politicas adotadas pelo primeiro presidente eleito pelo povo após 29 anos, esse futuro nunca chegou. 

A maior herança dos anos Collor é a lição daquilo que não deve ser feito. E é pela sua face ora nefasta, ora arrogante, ora simplesmente equivocada que esse governo, paradoxalmente, acabou sendo positivo para o Brasil. Se hoje os brasileiros fala, com orgulho da necessidade de se respeitar contratos, é porque famílias inteiras foram humilhadas pelo confisco de suas economias com os bloqueios na poupança e nas aplicações financeiras.

 Se os presidentes que o sucederam procuraram a todo custo (e alguns a um custo elevado demais) manter uma base aliada no congresso, por pior que ela tenha sido em termos éticos e técnicos, é porque o governo Collor ensinou que não se governa sem congresso. Se as CPIs que vieram depois do caso PC trabalharam com autonomia e levaram à cassação de inúmeros parlamentares, é porque o episódio de Collor gerou um modelo de eficiência, se não jurídica, ao menos política. Se hoje a polícia Federal promove operações de faxina dentro de Ministérios. é porque a sociedade exigiu, no governo Collor, a abertura desse precedente. Se o Ministério Público atualmente estende seus galhos para os mais diversos setores da sociedade. é porque fincou raízes legais, de respeito e de credibilidade, lá atrás, nos em bates da era Collor. Se hoje algum figurão Ganhar boladas por consultorias que nunca exigiram um parecer, é porque aprendeu com a EPC ( a empresa de notório Paulo César Farias). E se hoje essas pessoas mal duram no cargo ao serem descobertas é porque o resto do Brasil sabe, há 20 anos, que a demissão é o mínimo que a opinião pública espera ver num caso desses.

 Se, depois de Collor, os comensais da corte evitaram o exibicionismo de símbolos de novos ricos e recusaram a ostentação para afirmar uma imagem de modernidade, é porque a república de Alagoas, apesar de  não se ver assim, era simplesmente ridícula com seu deslumbramento por grifes francesas de luxo e máquinas importadas. Veja aqui a página especial do iG com tudo sobre o impeachment de Collor e a história 20 anos depois 1992 foi um ano em que o Brasil viveu em perigo contante. De um lado estava o mais forte governo que o país poderia ter na época: nascido da vontade majoritária das urnas, após 21 anos de ditadura, eleito numa campanha de dividiu a sociedade ao meio, com cidadão mobilizados e separados pelas emoções e pelas diferenças de propostas. 

Collor prometeu uma agenda de reformas que iria romper laços protecionistas, patrimonialistas e corporativos da elite nacional. Muita dessa força não tinha origem no presidente em si, mas no momento histórico: o Brasil vinha da frustração de ver efeito um presidente que nunca assumiu (Tancredo Neves), decepcionado pelo fracasso do Plano Cruzado e massacrado pelo recorde de 84% de inflação em um único mês. Ou seja hoje seriam precisos mais de dez anos para chegar no descontrole de preços que o Brasil vivia em apenas três semanas.

 A juventude, o descompromisso e a personalidade intempestiva do presidente fizeram o resto é, em 1992, o Brasil era um país incrivelmente crispado: militares ressentidos com a crescente perda de influência, a população amargurada pela volta da inflação, os políticos abismados com a desenvoltura dos amigos do presidente, empresários fartos de ameaças, uma juventude absolutamente desiludida com a falta de empregos e perspectivas tudo poderia acontecer no Brasil, do retrocesso institucional à crise federativa, passando pela débâcle econômica ( houve um dia em que o Banco Central chegou a ter somente 2 bilhões de dólares de reservas após um ataque especulativo contra a moeda). As denúncias de Pedro Collor, o caçula da família do presidente, deram a liga que faltava aos descontentes e colocaram o Brasil no caminho para a frente. E obrigaram as instituições recém-nascida da constituição de 1988 a serem fortes desde seu primeiro grande teste.

 Esse é o lado positivo do governo Collor. Se hoje a constituição se faz respeitada em interpretações que vão das cotas raciais à união de pessoas do mesmo sexo, passando pela autorização para aborto de fetos anencéfalos, é porque ela foi o fio garantidor do impeachment do presidente. E se hoje o Brasil vive seu mais extenso período de liberdade e ninguém mais questiona o valor da democracia  é porque, 20 anos atrás, o governo de Fernando Collor obrigou a sociedade a ir ao seu limite.

Autor: Luciano Suassuna do portal IG

domingo, 2 de setembro de 2012

Independência do Brasil


O grito da independência 

Hino da Independência do Brasil

Vídeo aula Independência do Brasil


O processo de Independência começou com a vinda da família Real em 1808, fugindo da invasão das tropas de Napoleão Bonaparte a Portugal.

    Família Real embarcando para o Brasil, gravura de Henry L, Evêque


A vinda da família real Portuguesa para o Brasil foi uma fuga desordenada, que só aconteceu porque as tropas napoleônicas estavam às portas de Lisboa. Uma frase atribuída à rainha D. Maria I ("Não corram tanto, ou pensarão que estamos fugindo").

O que pensam os historiadores ?


Que a ideia de uma fuga apressada diante de uma invasão Francesa não esteja errada, o professor Guilherme Perreira das Neves, da Universidade Federal Fluminense (UFF), considera que essa é uma visão muito pobre, que não dá conta de várias outras dimensões do episódio. Desde p século XVII, explica, havia discussões em que se defendia a transferência do trono para a América. Além disso, o Brasil ocupava no início do século XIX uma posição de grande importância entre os domínios portugueses, dando margem a planos de criação de um império luso - brasileiro. Chama a transferência da "corte da fuga", diz o professor, parece ter origem no mesmo ressentimento contra o colonizador que gerou as inúmeras piadas de português.    Essa visão desmerece a ousadia do príncipe D. João que, ao vir para o Brasil, escapou de ser deposto por Napoleão Bonaparte, como aconteceu com o rei da Espanha, Fernando VII. " Enxergar o fato dessa forma substitui o alcance dos efeitos positivos causados pela medida por uma certa depreciação dos portugueses, que parecem, assim medrosos e covardes", conclui Neves.

A Família Real no Brasil
Dom João VI ao lado de sua esposa Carlota Joaquina

D. João VI e o reconhecimento da Independência




Acredita-se: Tinha predileção pelo Brasil e se recusava a retornar a Portugal. Quando isso se tornou inevitável, disse, ao partir, a célebre frase de que seria melhor que o Brasil ficasse com o filho Pedro, em vez de cair nas mãos de um aventureiro.


O que pensam os Historiadores? Pata o professor Braz Augusto Broncasto, da Pontifícia Uneversidade Católica do Rio Grande do Sul, D. João tinha interesse em preservar para a casa de Bragança o poder no Brasil. A frase " Pedro, se o Brasil se separar, antes que seja ti, que hás de me respeitar, que para algum desses aventureiros" é comprovantemente autêntica. D. Pedro I, numa carta escrita ao pai após a independência, referiu-se a ela. dizendo ainda " lembro perfeitamente quando vossa majestade falou ao partir". D. João, diz o professor, morrei na esperança de uma monarquia dual e o próprio reconhecimento da independência trazia a ideá de um dia as duas coroas terem o mesmo monarca. D. Pedro enfatizou essa continuidade da casa de Bragança ao marcar sua coroação para o dia 1º de dezembro de 1822, aniversário da revolta de 1640, que rompeu o domínio Espanhol sobre Portugal, a União Ibérica, e levou a dinastia de Bragança ao trono.

Dia do Fico

Acredita-se: D. Pedro, contrariando as ordem das cortes de Lisboa, interessadas em"recolonizar o Brasil", decidiu, por amor à terra, permanecer no Brasil, dando início ao processo que levou à independência.

O que pensam os historiadores? Apesar de o chamado dia do Fico, 9 de Janeiro de 1822 ser considerado o ponto de partida para a "revolução da Independência do Brasil", a professora Lúcia Neves, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), lembra que, segundo fontes da época, a contribuição do fico no desencadeamento de um ideal separatista não estava clara. " Não faltaram queixas contra os atos arbitrários das cortes de Lisboa, mas na percepção daquele momento, a permanência do príncipe Regente no Brasil assegurava a preservação da ideía de um único império luso-brasileiro" diz ela. Apesar da pressão para sua permanência D. Pedro, no início, ainda hesitava, como indicou sua resposta, imprecisa e dúbia, dada através de um edital do senado da câmara do dia 9 de Janeiro, lido e afixado nos lugares públicos: " com notáveis alteração de palavras", a resposta do príncipe regente. Só então se divulgaram, como sendo originais, as palavras que ficaram famosas: " como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico"

D. Pedro

Acredita-se: Nosso primeiro imperador sempre foi visto aqui como herói libertador, e considerado pelos portugueses um traidor que lhes tirou a maior colônia.
O que pensam os historiadores? D. Pedro era um homem de dois mundos. Ainda durante sua vida, a visão que se tinha dele dos dois lados do Atlântico era bem diferente, como explica Lúcia Neves.
Em 1822, ele despertava para os portugueses o fantasma do despotismo, enquanto levantava no Brasil a bandeira liberal. Nove anos depois, abdicou do trono brasileiro com a fama de despótico e foi para Portugal restaurar o trono da filha, Maria II, usurpado pelo irmão d. Miguel. Sua vitória assegurou o liberalismo em Portugal. “Ao contrário do que ocorreu em Portugal, d. Pedro foi depreciado pela historiografia brasileira, por longo tempo, tendo começado somente na década de 1950, com Otávio Tarquínio de Souza, até hoje seu principal biógrafo, uma revisão do papel que teve na emancipação do país e da rica e contraditória personalidade que o distinguiu”, diz a professora.


D. Pedro I




José Bonifácio de Andrada e Silva


Acredita-se: O " Patriarca da Independência" sempre teve como meta separar o Brasil de Portugal.
O que pensam os historiadores? Figura central nas articulações que resultaram no rompimento com Portugal, José Bonifácio de Andrada e Silva não tinha, segundo Ana Rosa Clocletm doutora em História pela Unicamp, um projeto que levasse à separação total.“Fiel à identidade portuguesa e a um projeto de Império luso-brasileiro, mas também consciente da superioridade do Brasil em relação ao ‘decadente’ Portugal, José Bonifácio se convence, progressivamente, que essa união era insustentável sem uma Constituição garantidora da paridade de direitos entre as partes e sem um centro de força interno ao Brasil”, diz ela. O Patriarca da Independência era contrário aos regimes democráticos, que via como revolucionários. Para ele, a Monarquia Constitucional era a única forma de governo capaz de barrar os extremos da “anarquia” e do “despotismo”. Por isso, combateu todos os projetos alternativos, entre eles a ideia da convocação de uma Assembléia Legislativa no Brasil, defendida pelo grupo de Joaquim Gonçalves Ledo. Esse embate, na avaliação da professora, cristalizou um outro mito: a oposição Monarquia e República, associadas, respectivamente, a José Bonifácio e Ledo. “Na verdade, o que alimentou tal rivalidade foi o conflito ideológico entre um projeto nacional com base numa representação popular, e o projeto andradino, fundado na legitimidade dinástica e consagrador da soberania do Rei e da Nação, diz Ana Rosa.





A Independência foi pacífica
Acredita-se: A Independência foi aceita sem resistências em todas as antigas capitanias.
O que pensam os historiadores?
 A Independência não foi aceita imediatamente em todo o país. Salvador, que estava ocupada por tropas portuguesas, demorou a reconhecer a separação, como conta o professor Hendrik Kraay, especialista em História do Brasil na Universidade de Calgary, no Canadá. “Já as câmaras do recôncavo, sem a pressão militar, tinham reconhecido d. Pedro como ‘Defensor perpétuo do Brasil’, mostrando uma predileção em aderir ao movimento”, explica. Comandadas por Luís Madeira de Melo, as tropas portuguesas na capital baiana foram acusadas de promover vários tumultos as ruas.
Em Pernambuco, diz o historiador Evaldo Cabral de Mello, o problema foi a existência de uma tendência separatista anterior a 1822. “A Independência atropelou esse processo. Aconteceu então uma oposição entre o movimento local e o projeto de José Bonifácio, de um país centralizado sob o governo monárquico”, explica.




('Independência ou Morte" O grito do Ipiranga" de Pedro Américo, 1888)

Acredita-se: O " Grito do Ipiranga" como é conhecido, é a imagem clássica do ato da Independência, tendo D. Pedro como figura central
O que pensam os historiadores? O quadro de Pedro Américo foi concluído em 1888, um ano antes da Proclamação da República. O artista fez uma ampla pesquisa, consultando historiadores, estudando objetos e visitando o local do grito. Apesar disso, achava que não deveria ficar “preso à verdade”. Assim, entre outros aspectos, alterou a topografia, para realçar o riacho do Ipiranga e a colina; escolheu raças de cavalos que dessem maior elegância ao príncipe D. Pedro e à sua Guarda de Honra do Imperador, regimento criado, como o próprio nome sugere, tempos depois do 7 de Setembro”, explica Cecília Helena de Salles Oliveira, professora da Universidade de São Paulo (USP).







Acredita-se: Foi desde 1822  a data da independência, comemorada, como hoje, como feriado nacional e com paradas militares.
O que pensam os historiadores? A transformação do Sete de Setembro em data nacional só aconteceu a partir de 1870, refletindo, segundo a professora Cecília Helena, a consolidação do Estado Nacional e o crescimento da importância política e econômica de São Paulo. Na época, diz a professora Lúcia Neves, o único jornal a dar destaque ao “Grito do Ipiranga” foi O Espelho, que circulou no Rio de Janeiro entre 1821 e 1823, editado pela Imprensa Nacional. A publicação exaltava, em 20 de setembro, o “Independência ou morte!”, como “o grito [que] acorde todos os brasileiros”. A professora explica que o jornal, além de louvar o ato de d. Pedro, atacava duramente o Congresso de Lisboa, que “sacrificou a união de dois hemisférios ao seu orgulho e à sua ambição”. Ao longo do século XIX, outras datas foram celebradas, especialmente a aclamação de d. Pedro (12 de outubro, também aniversário do Imperador), a coroação (primeiro de dezembro) e a outorga da primeira Constituição (25 de março de 1824). “O 1º de dezembro é uma espécie de ‘data absolutista’, pois a coroação obedeceu a ritos tipicamente de Antigo Regime e conferiu legitimidade ao imperador com base em sua origem dinástica”, dia Marco Morel, professor da UERJ


Bandeira do Brasil Império



acredita-se: O brasil seguiu um caminho oposto ao dos países da América Latina, tornando-se uma Monarquia, enquanto os vizinhos adotaram a República, como uma simples solução de continuidade.

O que pensam os historiadores? O Império não foi uma solução pronta, mas construída, uma vez que havia focos de republicanismo no Brasil. Entretanto, segundo o professor Marco Morel, essa opção não ignorou a América Espanhola. “ Ao contrário, os partidários do Império usavam as experiências republicanas enfatizando os seus aspectos ‘negativos’. A República, apontada como sinônimo de desordem política, foi usada para justificar um Império centralizado que acabaria com as diferenças regionais”, diz ele. No entanto, o processo de consolidação do Império foi longo e sangrento, a partir da década de 1830, com as revoltas regenciais.

Independência ou morte. In: Nossa História. Ano I, nº 11, setembro de 2004. Biblioteca Nacional. pp 14-18.

Curiosidade sobre os quadros
C
('Independência ou Morte" O grito do Ipiranga" de Pedro Américo, 1888)


O famoso grito proferido por Dom Pedro I às margens do rio Ipiranga foi eternizado na memória nacional através do famoso quadro de Pedro Américo intitulado "Independência ou Morte". A imagem apresenta a proclamação da independência do Brasil de maneira heroica e grandiosa, no entanto, esse acontecimento se deu no ano de 1822, enquanto que o quadro foi confeccionado somente em 1888. Será que a tela realmente expressa o fato com fidelidade?

Os relatos de alguns acompanhantes do imperador mostram que não. As descrições feitas por esses homens revelam que a montaria utilizada pelo monarca nem de longe se assemelhava ao belo alazão pintado por Américo, na realidade era uma simples mula, o único animal que suportava aquele trajeto íngreme. E quando Dom Pedro menciona sua mais famosa frase: independência ou morte, ele não estava desembanhando sua espada com altivez às margens do Ipiranga.

Nesse  momento o proclamador da república estava aproximadamente a 400 metros de distância do famoso rio, que aliás, não possuía água límpidas e azuis como retratadas na tela, mas sim vermelhas e enlameadas.Além de que sua postura não poderia ser das mais elegantes uma vez que vinha sofrendo com fortes dores intestinais desde que acordara.Essas informações foram retiradas de documentos escritos pelo padre Belchior, o alferes canto e Melo e o coronel Marcondes, amigos do príncipe regente presente nessa ocasião.

A guarda de honra que acompanhava o futuro imperador do Brasil também não poderia estar vestindo trajes, uma vez que o uniforme militar ilustrado na pintura foi criado somente anos mais tarde para designar os Dragões da independência, os mesmos que fazem a guarda do presidente da república até hoje Além destas controvérsias ainda há a extrema semelhança da obra com um quadro confeccionado treze anos antes para celebrar uma famosa vitória de Napoleão Bonaparte, indicando uma cópia idêntica, observe:



(1807, Fridland, de Jean-Louis Ernet Meissonier, 1875)


Isso quer dizer que o célebre pintor enganou seu público? não, ele simplesmente estava cumprido sua função que era registrar uma cena importante para a nação de forma a engrandecê-la. Era seu dever, através daquela tela, reportar os brasileiros a um momento sublime de nossa história. Fazia-se necessário construir um passado nacional do qual se orgulhar, até então não passávamos de mera colônia a ser explorada por Portugal, a partir desta data precisávamos nos enxergar enquanto uma nação.

Nação forte, sólida, capaz de seguir com suas próprias "pernas". O apoio da sociedade era fundamental e sem dúvida alguma a pintura era mais importante do que a realidade que cá entre nós, era tanta cômica, diga-se de passagem. Caso tenha gostado do assunto e queira se informar melhor leia o livro de 1822 do jornalista Laurentino Gomes.