quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Praça de São Pedro

Vista da Praça de São Pedro no Vaticano a partir da Basílica de São Pedro



Em frente à Basílica de São Pedro, no Vaticano, situa-se a Praça de São Pedro (Piazza di San Pietro), uma das praças mais famosas do mundo. Foi desenhada por Bernini no século XVII em estilo clássico mas com adições do barroco. Ergue-se um obelisco do Antigo Egipto no centro.

O estilo clássico pode ser apreciado na colunata dórica que enquadra a entrada trapezoidal para a Basílica e a grande área oval que a precede. A parte oval da praça reflecte o estilo barroco, próprio da época da Contra-Reforma.

A denominada Contra-Reforma caracterizou-se por um movimento de reafirmação dos princípios da doutrina. O conceito foi forjado pelo historiador protestante alemão Leopold von Ranke no século XIX. É importante considerar que, mesmo antes de Martinho Lutero enunciar as suas 95 Teses contra o comércio de indulgências (Wittenberg, 1517), já havia evidências de uma reforma interna no seio da Igreja Católica(embora ela ainda fosse pouco evidente), combatendo as tendências para a corrupção que haviam levado figuras como Jan Hus (1369-1415) e John Wycliffe (1324-1384) a exigir alterações radicais na doutrina e nas estruturas da Igreja medieval dos finais do século XIV. Este movimento Católico de Reforma, acentuado com o pontificado do Papa Paulo III, visou proteger as instituições e práticas católicas da heresia e do Protestantismo, corrigindo, desde o seio da Igreja, as fontes de descontentamento que alimentavam e tornavam apelativa a Reforma Protestante. Culminou no Concílio de Trento.

O obelisco central da Praça de São Pedro tem 40 metros de altura, incluindo a base e a cruz no topo. Data do século XIII a.C. e foi trazido para Roma  no reinado do imperador Nero. Está no lugar actual desde 1585 sob ordem do Papa Sisto V. Bernini complementou a colocação do obelisco com uma fonte em 1675.

Quase todos os visitantes que chegam ao Estado do Vaticano visitam primeiro a Praça, uma das melhores criações de Bernini, que o romancista francês Stendhal chamou «a arte da perfeição». Quando em 1656 Bernini recebeu o encargo do Papa Alexandre VII de aperfeiçoar a praça diante da Basílica de São Pedro, esta era enorme, rectangular, com piso de terra. Conduzia ao bairro vizinho do Borgo e não tinha adornos, excepto uma fonte e o obelisco egípcio instalado em 1586 por Domenico Fontana, incluídos na remodelação. Por exigência do papa, os peregrinos deveriam ser capazes de entrar e olhar o balcão central do qual o papa dava, e ainda dá, a sua bênção «urbi et orbi» (à cidade e ao mundo).

Bernini desenhou a sua obra-prima imaginando dois espaços abertos conjuntos. O primeiro, a Piazza Obliqua, tem forma de uma elipse rodeada por colunatas (quatro enormes fileiras de altas colunas dóricas) que se abrem como num grande abraço maternal e simbolizam a Igreja Mãe. Há um corredor largo, entre elas, pelas quais passam automóveis, e duas aberturas mais estreitas para pedestres. O pavimento tem pedras brancas que marcam caminho até o obelisco central, montado sobre quatro leões de bronze. Tradicionalmente, o obelisco representa o elo entre a antiguidade e a cristandade, pois se diz que as cinzas de César descansam na sua base e uma relíquia da Santa Cruz está escondida no topo. Dos dois lados, há duas fontes em bronze, com bases de granito. O segundo espaço, a Piazza Retta, imediatamente a seguir e bem frontal à Basílica de São Pedro, é um espaço trapezoidal que aumenta ao encostar na praça, diminuindo assim numa ilusão de óptica a amplidão da fachada. O edifício à direita abriga o Palácio Apostólico, que leva à «Scala Regia», a escadaria cerimonial desenhada por Bernini.

Palácio ApostólicoPalácio Papal ou Palácio do Vaticano, é a residência oficial do Papa na Cidade do Vaticano. É um complexo de construções que compreende: os Apartamentos Papais (escritórios de governo da Igreja Católica Romana), o Museu do Vaticano e a Biblioteca Apostólica Vaticana. No conjunto existem mais de mil salas (it: stanze). Entre as mais famosas inclui-se a Capela Sistina e os seus afrescos admiráveis, a Sala Régia e as Stanze di Raffaello. Até 1871, a residência oficial do Papa era o Palácio do Quirinal. Em 1870, o Rei da Itália confiscou o palácio que se tornou a sua residência oficial. Posteriormente, com a queda da monarquia italiana, com abdicação de Humberto II da Itália, em 1946, veio a ser a residência do Presidente da Itália. Outras residências papais são: o Palácio Laterano, em Roma mas fora do Vaticano, e Castel Gandolfo fora de Roma.

Na Praça de São Pedro o Papa celebra Missa Pontifícia nas maiores festas da Igreja. 140 estátuas - santos e mártires, papas e fundadores de ordens religiosas - saúdam os peregrinos da balaustrada das colunas, que tem 17 m de largura. O brasão e as inscrições evocam o Papa Alexandre VII, um grande protector da arte, que encomendou a obra.


Fonte: Wikipédia

2 comentários:

  1. O obelisco foi trazido do Egito para Roma, pelo imperador Caligula, que construiu no local um circo de corridas de bigas. Como é caracteristico deste tipo de construção, ele é retangular e comprido, para atender ao objetivo, e possui uma "ilha" no centro. As bigas circundam esta ilha durante as corridas. Chamavam de espinha. O obelisco foi colocado nesta espinha, centro do circo. O obelisco não tinha nenhuma inscrição, hieróglifos. Calígula acrescentou algumas em homenagem a Augusto e Tibério, dois anteriores imperadores. Posteriormente Claudio, imperador sucessor à Calígula, acrescentou alguns acréscimo terminando definitivamente a construção do circo. O circo é conhecido como o Circo de Nero, porque foi muito utilizado por ele na perseguição dos cristãos, inclusive São Pedro foi crucificado próximo ao obelisco. Ele ficava situado antigamente perto da antiga basilica construida por Constantino.

    ResponderExcluir