Localização do Império Otomano na sua maior extensão (1683)
O império otomano foi um estado que existiu entre 1281 e 1923 e que no seu auge compreendia a Anatólia, o Médio Oriente, parte do norte da África e do sudeste europeu. Foi estabelecido por uma tribo de turcos Oghuz no oeste da Anatólia e era governado pela dinastia Osmanlı. Era por vezes referida em círculos diplomáticos como a da "Porta Sublime " ou simplesmente como "a Porta", devido à cerimónia de acolhimento com que o sultão agraciava os embaixadores à entrada do palácio. O império foi fundado por Osman I (em árabe Uthmān, de onde deriva o nome "otomano"). Nos séculos XVI e XVII, o império otomano constava entre as principais potências políticas europeias e em vários países europeus foi sentido o receio dos avanços nos Balcãs. No seu clímax, compreendia uma área de 11.955.000 km². Em 1453, após a captura da cidade, Constantinopla (a actual Istambul) tornou-se a capital. A partir de 1517, o sultão otomano era também o Califa do Islão, e o império otomano era entre 1517 e 1922 (ou 1924) o sinónimo de Califado, o Estado Islâmico. O auge do Império Otomano foi durante o governo de Solimão, o Magnífico, no qual os seus exércitos chegaram às portas de Viena, e Istambul foi transformada em capital cultural. Foi também durante o seu governo que ocorreu a Batalha de Rodes. O declínio do Império Otomano teve início no final do reino de Suleiman I e prosseguiu até ao final da Primeira Guerra Mundial. Uma reacção oficial a este declínio surgiu por fases: a primeira deu-se com a Reforma Tradicional (1566-1807), que procurou restaurar as antigas instituições; a segunda surgiu com a Reforma Moderna (1807-1918) quando se abandonaram os antigos preceitos e foram adoptados novos, importados do Ocidente.
No seguimento da Primeira Guerra Mundial, na qual a maioria do seu território foi capturada pelos aliados, o império otomano transformou-se na moderna Turquia durante a guerra da independência turca.
Um aglomerado étnico
Como o teórico do nacionalismo Ernest Renan afirma, o Império Otomano era, em contraste com outros estados-nações (como a França, Alemanha ou Reino Unido) uma unidade política multiétnica. Em "Qu 'est-ce qu' une nation ?", de 1882, ele afirma que "o turco, o eslavo, o grego, o arménio, o árabe, o sírio, o curdo, são tão distintos hoje como sempre foram desde o primeiro dia da conquista".
Bernard Lewis afirma em "The Emergence of Modern Turkey", 1968:
No seguimento da Primeira Guerra Mundial, na qual a maioria do seu território foi capturada pelos aliados, o império otomano transformou-se na moderna Turquia durante a guerra da independência turca.
Um aglomerado étnico
Como o teórico do nacionalismo Ernest Renan afirma, o Império Otomano era, em contraste com outros estados-nações (como a França, Alemanha ou Reino Unido) uma unidade política multiétnica. Em "Qu 'est-ce qu' une nation ?", de 1882, ele afirma que "o turco, o eslavo, o grego, o arménio, o árabe, o sírio, o curdo, são tão distintos hoje como sempre foram desde o primeiro dia da conquista".
Bernard Lewis afirma em "The Emergence of Modern Turkey", 1968:
- "O império otomano era tolerante com outras religiões... Mas elas eram estritamente segregadas dos muçulmanos, nas suas próprias comunidades. Nunca eles foram permitidos a mesclar-se livremente na sociedade muçulmana como tinham feito anteriormente em Bagdade e Cairo... Se o converso era rapidamente aceite, os não-conversos eram excluídos tão fortemente que mesmo hoje, 500 anos após a conquista de Constantinopla, nem os Gregos nem os Judeus da cidade dominam a língua turca... Podemos falar de árabes cristãos - mas um turco cristão é um absurdo e uma contradição. Mesmo hoje, após 35 anos de uma república secular turca, um não-muçulmano na Turquia pode ser chamado de cidadão turco mas nunca de turco."
A Batalha de Rodes ocorrida em 1522, na cidade de Rodes (a maior das ilhas do Dodecaneso, situadas no Mar Egeu e que integram actualmente o território administrado pela Grécia), opondo as forças do sultão otomano Suleiman e dos Cavaleiros de São João. O pretexto para o conflito foi o constante ataque que os cavaleiros em Rodes faziam contra os navios turcos. Tanto que a cidade era conhecida pelos otomanos como o lar dos demónios. Suleiman enviou uma mensagem ao grão-mestre dos Cavaleiros de São João, Philippe Villiers de L'Isle-Adam, que caso eles se rendessem, poderiam partir levando todos os seus tesouros. Mas a proposta foi recusada. Durante o Verão, em Junho, 300 navios e 100 mil soldados otomanos sitiaram Rodes, que contava com apenas 5 mil homens e 600 cavaleiros. Uma luta desigual. Mas ataque por ataque, os turcos iam sendo massacrados. Numa ofensiva otomana, Suleiman perdeu 15 mil soldados, enquanto os seus inimigos perderam apenas 200. A rendição dos cavaleiros veio em Dezembro, e o sultão aceitou a sua rendição pelas mesmas condições propostas antes, afinal ele já perdera mais de 60 mil homens. Os 180 cavaleiros e os mil e quinhentos soldados de Rodes seguiram com os seus tesouros, em navios turcos, até Creta. Os desastres militares do sultão mudou a sua política, sendo cada vez menos benevolente com os seus inimigos.
Marina de Rodes, a maior das ilhas do Dodecaneso, situadas no Mar Egeu e que integram o território administrado pela Grécia. Famosa devido ao Colosso de Rodes, estátua considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo. A cidade medieval de Rodes, capital da ilha, é Patrimônio Histórico da Humanidade. A ilha tem cerca de 1398 km2 e uma população de aproximadamente 82 mil habitantes.
Fonte: Wikipédia.
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