terça-feira, 21 de maio de 2013

Museu Introdução Como funcionam os museus Tipos de museu História


Um museu é um edifício que contém uma coleção de objetos encontrados na natureza ou artefatos criados pelo ser humano. Muitos museus focam um único tema, por exemplo: arte, ciência ou história. São lugares de observação, estudo e aprendizado

Como funcionam os museus

A maioria dos museus é aberta ao público. As pessoas visitam os museus para olhar seus acervos (coleções de objetos), que lhes ensinam sobre o mundo natural ou a cultura humana. Os museus também podem promover visitas acompanhadas por guias, palestras e eventos especiais. Cientistas e outros estudiosos às vezes usam museus para fazer pesquisas.

Para aumentar seus acervos, os museus compram peças especiais e recebem doações. Eles expõem alguns objetos permanentemente e outros por períodos limitados. Essas exposições podem incluir peças cedidas temporariamente por outros museus ou por colecionadores particulares. Muitos museus possuem objetos que nunca chegam a ser expostos ao público e que só podem ser vistos por pesquisadores.

Tipos de museu

Os museus de arte possuem acervos de pinturasesculturas e outras obras de arte importantes. Os acervos de alguns museus de arte cobrem muitos estilos e períodos históricos diferentes. Outros se especializam em obras de arte de um período específico ou de um único estilo artístico, como a arte moderna, por exemplo. Há, também, os dedicados a apenas um artista.

Os museus de ciências usam seus acervos para explicar áreas diferentes da ciência e da tecnologia. Suas coleções frequentemente incluem máquinas e ferramentas do passado e do presente. Eles podem ensinar aos visitantes muitas coisas sobre asviagens espaciais, os avanços da medicina e da eletrônica ou outros assuntos científicos.

Os museus de história colecionam objetos, chamados artefatos, que mostram como era a vida humana no passado. Os artefatos podem incluir roupas, ferramentas, objetos domésticos, veículos, fotografias antigas e muitos outros tipos de objeto. Os museus de história natural expõem amostras de plantasanimaisrochas e outros objetos naturais.

Alguns museus possuem acervos bastante específicos ou especiais. Um exemplo é o Museu do Futebol, na cidade de São Paulo, no Brasil. Outro é o Hall da Fama e Museu do Rock and Roll, em Cleveland, no estado de Ohio, nos Estados Unidos.

História

As pessoas vêm colecionando objetos desde a Antiguidade. Por exemplo, grupos religiosos em todo o mundo acumulam e conservam artefatos e obras de arte religiosa.

No século III a.C., um rei fundou um museu com uma biblioteca em Alexandria, noEgito. Mas esse lugar era mais semelhante a uma universidade que a um museu moderno.

Muitos museus modernos começaram como coleções pertencentes a algumas pessoas ricas. Durante o Renascimento (séculos XIV-XVI), alguns europeus formaram grandes coleções de arte e objetos históricos. No século XVII, os donos de algumas coleções particulares venderam seus objetos a cidades, universidades e outras instituições públicas.

Dois dos museus mais famosos do mundo na atualidade começaram como coleções particulares. O Museu Britânico, em Londres, no Reino Unido, foi aberto ao público em 1759 e contém muitos tesouros arqueológicos. O Museu do Louvre, em Paris, naFrança, foi aberto ao público em 1793 e tem inúmeras obras de arte famosas. No final do século XIX, muitos países em todo o mundo já tinham construído museus.

Vários tipos novos de museus surgiram no século XX, alguns deles com coleções de casas e construções que recriaram cidades ou bairros inteiros. A Williamsburg Colonial, na Virgínia, nos Estados Unidos, é um exemplo disso e mostra como era a vida nascolônias inglesas, muito tempo atrás. Na cidade de São Paulo, no Brasil, há o Museu da Língua Portuguesa, que monta exposições, por exemplo, sobre escritores e sobre as formas faladas do idioma, com suas diferentes características regionais; ele é uma das mais originais e bem-realizadas dessas instituições, com bastantes recursos de interatividade com os visitantes. Muitas cidades também criaram museus voltados especialmente às crianças

terça-feira, 26 de março de 2013

Estado Laico

Definição

Também conhecido como Estado Secular, o Estado Laico é aquele que não possui uma religião oficial, mantendo-se neutro e imparcial no que se refere aos temas religiosos. Geralmente, o Estado Laico favorece, através de leis e ações, a boa convivência entre os credos e religiões, combatendo o preconceito e a discriminação religiosa.

Características

Desta forma, no Estado Laico, a princípio, todas as crenças são respeitadas. Não há perseguição religiosa. Em alguns países laicos, o governo cria normas para dificultar manifestações religiosas em público.

O caso brasileiro

O Brasil é um país com Estado laico, pois em nossa constituição há um artigo que garante liberdade de culto religioso, Há também, em nosso país, a separação entre Estado e Igreja.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Pau-Brasil

Pau-Brasil
Mapa Terra Brasilis, 1519 representado o Pau-Brasil
ao longo da costa da Mata Atlântica.

O pau- brasil é uma espécie nativa da região da  Mata Atlântica, também conhecida como ibirapitanga, como os índios a chamavam, a árvore pode atingir até 40 metros de altura. De sua madeira se obtém uma resina denominada brasileína, um corante avermelhado que por muitos anos foi amplamente usado pelos europeus na fabricação de tecidos de alto luxo.

De fato a extração do pau-brasil foi a primeira atividade econômica empreendida pelos colonizadores portugueses no Brasil. Naquela época, a madeira avermelhada do pau-brasil era um dos produtos de maior procura na Europa, E, para a sorte de Portugal, havia mais de 70 milhões de árvore do tipo nas terras brasileiras.

A coroa portuguesa elaborou uma politica de exploração de toda essa riqueza. Tal politica baseou-se na concessão do direito de exploração da madeira a particulares  em troca de taxas e uma série de outras condições, como a edificação de fortalezas e o envio de embarcações à nova terra.

Muitos destes particulares, detentores do direito de exploração concedido pela Coroa usavam índios como força de trabalho. Para convencê-los, ofereciam pequenas mercadorias e objetos, como espelhos, ferramentas e colares, objetos comuns na Europa, mas que chamavam a atenção e despertavam a curiosidade dos nativos. Tal prática ficou conhecida como escambo.

Os principais rivais dos portugueses no que se refere à exploração do pau-brasil foram os franceses, que contrabandeavam a madeira com frequência. Portugal fez diversas tentativas de expedições “guarda-costas”, porém a maioria não teve sucesso, em razão da grande extensão do litoral brasileiro.

Por volta de 1530 a madeira brasileira já não conseguia atender à demanda europeia. Mesmo assim, tal comércio durou até o século XIX, com a descoberta de um corante artificial relativo

fonte:
http://www.historiadetudo.com/pau-brasil.html

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Introdução a História Antiga


Idade Antiga, ou Antiguidade, foi o período que se estendeu desde o surgimento da escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e início da Idade Média (século V).

A Idade Antiga se caracteriza pelo surgimento das primeiras civilizações. É resultado da evolução social, organizacional e tecnológica do homem impulsionada, notadamente, após a revolução agrícola do período Neolítico (pré-História), no qual o homem se fixou de vez à terra e começou o processo de domínio da natureza. 

As Primeiras Civilizações

As primeiras civilizações surgiram em sua maioria (exceto fenícios e gregos) nas beiras de grandes rios (sociedades hidráulica), em lugares onde a terra era fértil. Isto, pois uma grande quantidade de comida permite um grande aumento populacional. Dá-se o nome de civilização ao povo que domina a escrita, vive em cidades (possuindo casas, templos, palácios, túmulos etc.) e cuja sociedade é hierarquizada, ou seja, existem governantes e subordinados.

As primeiras cidades situavam-se: na Mesopotâmia (entre os rios Tigre e Eufrates); no atual Egito (às margens do rio Nilo); na atual Índia (às margens do rio Ganghi e Indo); e na atual China (às margens do rio Amarelo e Azul).

mportância dos rios

Sabe-se que as primeiras civilizações surgiram às margens de grandes rios, pois estas eram férteis acarretando um excedente de produção e possibilitando, assim, um aumento populacional. Mas por que as margens destes rios eram férteis? No período de cheia, o rio aumenta seu volume inundando suas margens. Com isto, ele deposita húmus (material orgânico, como plantas e animais, decomposto) nas mesmas. Assim, quando o rio volta ao seu volume normal (fim do período de cheia), suas margens estão naturalmente fertilizadas pelo húmus.

Entretanto, não podemos afirmar que os rios foram os únicos responsáveis pelo crescimento destas civilizações. Assim como as enchentes eram uma benção, pois fertilizavam as margens, elas também destruíam a lavoura e as construções ribeirinhas (construções às margens do rio). Logo, temos que destacar, como de fundamental importância, a inteligência, criatividade, cooperação, capacidade de organização e dinamismo dos referidos povos. Foi através do desenvolvimento de técnicas hidráulicas que estes homens dominaram os rios.

Técnicas hidráulicas são invenções capazes de aumentar a produtividade do rio. São exemplos de técnicas hidráulicas desenvolvidas: a construção de diques para evitar inundações, a criação de canais para ampliar a área de plantio e a criação de represas para armazenar água visando sua posterior utilização no período de seca.

Diversos povos se desenvolveram na Idade Antiga: 

Civilizações de Regadio ou Civilizações Hidráulicas: as mais antigas civilizações da História, surgiram entre 4000 a.C. e 2000 a.C., às margens dos rios Tigre e Eufrates, com destaque para o Egito, "a dádiva do Nilo" e para os povos da Mesopotâmia, que floresceram entre o Rio Tigre e o Rio Eufrates. Os Chineses (Rio Amarelo e Rio Azul) e os Indianos (Rio Ganges e Rio Indo) também fazem parte deste grupo.

Civilizações Clássicas - Grécia e Roma antigas, se defenciavam das outras posteriores e anteriores, pelos fatores culturais. Os Persas, que foram os primeiros a constituir um grande império. Os Hebreus, a primeira civilização monoteísta. Os Fenícios, os senhores do mar e do comércio; além dos Celtas, Etruscos, Eslavos e outros.

A maioria das civilizações da Antiguidade desenvolveu-se no chamado Crescente Fértil, região propícia para o cultivo que vai do rio Nilo até o Golfo Pérsico. Algumas sociedades, porém, que apareceram posteriormente e não contaram com o poder fertilizador de grandes rios viveram de atividades pastoris do comércio (fenícios, cretenses) e de conquistas militares (assírios, hititas e persas).

Possuíam características comuns, como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão da sociedade em classes e a religião organizada. 

De modo geral, a forma de governo da maioria das sociedades era a Monarquia teocrática e hereditária, as instituições monárquicas do Egito e da Mesopotâmia - representadas respectivamente pelo faraó e pelo patesi - influenciavam os chefes de Estado das demais civilizações. Num primeiro momento, estabeleceram-se politicamente em cidades-estados. Posteriormente, por meio de guerras, construíram Impérios como o Babilônico, o Persa e o Assírio.

A religião era politeísta e o deus Sol, um dos mais importantes. As exceções eram os hebreus, único povo monoteísta da Antiguidade, e os persas, que acreditavam na existência de duas forças divinas - o bem e o mal. A arquitetura era monumental, com edifícios religiosos e governamentais de grande porte. Essas civilizações deixaram importantes contribuições, como o alfabeto, a Bíblia, as pirâmides, as técnicas de irrigação, os conhecimentos de astronomia, de astrologia, os sistemas de pesos e medidas e os calendários lunares e solares. 

As principais civilizações foram a suméria, a acadiana, a babilônica, a assíria, a egípcia, a fenícia e a persa. Apesar de estar no Ocidente, os cretenses tinham características comuns aos outros povos da Antiguidade oriental.

Pode-se dizer que a Idade Antiga encerra-se com o início do período Cristão (século I) e foi marcada por guerras de posse pela terra e poder. No Egito, por volta de 280 a.C., era criado o primeiro farol da história em Alexandria (o Farol de Alexandria), considerado uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, cujo fogo iluminava o Porto orientando as embarcações à noite no mar. Neste mesmo período, o mel era associado a outras especiarias na conservação de múmias e utilizado no tratamento de queimaduras. 

Na Grécia Antiga acendiou-se uma tocha dando início aos jogos da cidade de Olímpia. Hoje este ritual faz parte da abertura dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Conta a Mitologia grega, que Prometeu, o criador da raça humana, roubou o fogo dos Deuses para dá-lo aos homens, despertando a ira de Zeus que tirou-lhe a imortalidade castigando-o durante trinta anos. Este ato representou para o homem poder e castigo na convivência com o fogo.

O fogo também era utilizado na iluminação de castelos e ruelas; o sol, fonte maior de calor, servia de guia para o calendário e relógio solar, inspirando a invenção da roda no século II, Império babilônico; e na China era inventada a pólvora e o papel.

O Crescente Fértil - Veja o mapa

É uma região do Oriente Médio compreendendo os atuais Israel, Cisjordânia e Líbano bem como partes da Jordânia, da Síria, do Iraque, do Egito e do sudeste da Turquia. O termo "Crescente Fértil" foi criado pelo arqueólogo James Henry Breasted, da Universidade de Chicago, em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente.

Irrigada pelo Jordão, pelo Eufrates, pelo Tigre e pelo Nilo, a região cobre uma superfície de cerca de 400.000 a 500.000 km2 e é povoada por 40 a 50 milhões de indivíduos. Ela estende-se das planícies aluviais do Nilo, continuando pela margem leste do Mediterrâneo, em torno do norte do deserto sírio e através da Península Arábica e da Mesopotâmia, até o Golfo Pérsico.

A zona oeste em torno do Jordão e da parte superior do Eufrates viu nascerem os primeiros assentamentos agrários conhecidos, há 11.000 anos. Os assentamentos mais antigos conhecidos atualmente localizam-se em Iraq ed-Dubb (Jordânia) e Tell Aswad (Síria), seguidos de perto por Jericó. As mais antigas cidades, estados e escritos de que se tem notícia apareceram mais tarde na Mesopotâmia. Essas descobertas permitiram apelidar a região de "Berço da Civilização".

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A História de Luis Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, por Anita Leocadia Prestes


Olga Benário Prestes e Luiz Carlos Prestes, meus pais


Por Anita Leocadia Prestes




"A felicidade consiste na consciência do dever cumprido."

Tive o Privilégio de ser filha de Luíz Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, duas pessoas extraordinárias, que deram suas vidas por uma causa nobre. Dois combatentes revolucionários que se dedicaram inteiramente à luta por justiça social, por liberdade, pelo socialismo e por um futuro melhor para a humanidade.

Olga, grávida de sete meses, foi deportada para a Alemanha nazista pelo governo Getúlio Vargas, em setembro de 1936. Companheira dedicada de Luiz Carlos Prestes, meu pai, a quem salvara a vida de ambos quando foram presos, pela policia de Filinto Muller, em 24 de março daquele ano, no subúrbio carioca do Méier, na ocasião, ela se interpusera corajosamente entre os policiais e o marido, impedindo seu assassinato.

A deportação de Olga Benário Prestes e Elise Ewert - ambas militantes comunistas alemãs - foi um gesto de boa vontade de Vargas em relação a Hitler, expressando a aproximação então em curso entre os dois governos. foi também vingança e castigo cruel impostos ai grande inimigo do regime varguista -  Luiz Carlos Prestes, o "Cavaleiro da Esperança" para tantos brasileiros. Olga e Elise viajaram ilegalmente sem culpa formada, sem julgamento nem defesa. Na calada da noite foram embarcadas no navio cargueiro La Coruña, que partiu rumo a Hamburgo com ordens expressas de não parar em nenhum outro ponto estrangeiro, pois havia precedentes de os portuários franceses e espanhóis resgatarem prisioneiros deportados para a Alemanha.

Minha mãe ficou presa incomunicável na prisão de mulheres Barminstrasse (Berlim), onde nasci, em novembro de 1936. Como resultado de importante e vigorosa campanha internacional pela libertação de Prestes e dos presos políticos no Brasil, assim como de Olga e de sua filha, fui entregue pela Gestapo à minha avó paterna - Leocadia Prestes - mulher valente e decidida, que encabeçava a campanha. Quando me separaram de mnha mãe contava com apenas 14 meses de idade. Não pude, portanto guardar nenhunha lembrança dela. Logo depois, Olga serua transferida para outra prisão, em condições muito piores, e mais tarde para o campo de concentração de Ravensbruck. Em abril de 1942, era assassinada numa câmara de gás no campo de Bemburg.

A tragédia que atingiu meus pais marcou minha vida. De que maneira? poderia ter me tornado uma pessoa amargurada e descrente da humanidade, convencida de sua maldade intrínseca. Ou poderia ter me levado a pensar que os homens, embora em sua maioria não sejam maus, facilmente se deixam arrastar pela maldade de alguns. Sendo assim, não haveria por que acreditar no progresso da humanidade, não existiriam razões para qualquer otimismo em relação ao seu futuro.

Cresci e fui educada no seio de uma família comunista - a família de meu pai, que só pude conhecer em 1945, quando ele, após nove anos de prisão, num isolamento quase total, afinal foi libertado. Minha avò Leocadia, minha tia Lygia, que acabou sendo minha segunda mãe, meu próprio pai, minhas outras tias conduziram-me por outro caminho. Desde a mais terra idade, foi-me mostrado o exemplo de meus pais - dois revolucionários comunistas que passaram por indescritíveis sofrimentos em nome da causa maior, a causa da emancipação da humanidade da exploração do Homem pelo homem, ou seja, nas palavras de Karl Marx, lutavam para que a humanidade ultrapassassem sua pré-história, ingressando na verdadeira história, fase em que seriam superadas as injustiças e desigualdades sociais, em que não mais
existiria a alienação dos homens.

Desde cedo, aprendi com a vida de meus pais. com o exemplo de minha avò e. em especial com o martírio de Olga, que vale a pena lutar por um mundo melhor para toda a humanidade. Aprendi que não devemos compactuar com a injustiça, que é necessário lutar contra ela e que, apesar de todas as dificuldades, das derrotas e sofrimentos, dos erros e dos fracassos, a humanidade caminha para a frente, e os homens encontram maneiras de aperfeiçoar seus modos de viver. Hoje, na qualidade de historiadora que sou, entendo que esses ensinamentos recebidos na infância são verdadeiros: a história da humanidade nos mostra que o progresso é a tendência geral das sociedades humanas, embora se realize através de múltiplos e imprevisíveis retrocessos momentâneos, que por vezes podem lutar muito,  levando em conta o quanto a vida humana é efêmera.

Em suas cartas enviadas do cárcere, meu pai revela a preocupação de que eu soubesse de que ele nem Olga se sentiam infelizes com a sorte que o destino lhe reservara. Pelo contrário, apesar dos sofrimentos, apesar da imensa tristeza de se encontrarem separados um do outro, longe da filha e dos que mais amavam, considerava-se felizes por terem consciência do dever cumprido. E nisso, para eles consistia a mais completa felicidade.

Da mesma forma, minha mãe, nas poucas cartas que conseguiu mandar do cativeiro, expressava o desejo de que eu fosse uma criança feliz e alegre, orgulhosa de meus pais se term empenhado na luta por um mundo melhor, sem queixas nem arrependimentos. Seu sacrifício não era maior do que o de milhões de outros serem humanos que, naquele momento, enfrentavam os horrores da noite fascista que se abateram sobre a nossa civilização.

Havia contudo, uma diferença importante, meus pais, distintamente de milhões de inocentes que sofriam e morriam sem conhecer as causas de tamanha desgraça  tinham consciência do fenômeno fascista e do seu perigo para a humanidade. Por isso, haviam lutado contra ele com todas as suas energias. Derrotados, arcavam com as consequências de seu gesto. Mantinham-se, porém, confiantes de que o fascismo e sua variante alemã - o nazismo- seriam vencidos, como de fato se verificou, com a derrota dos países do eixo, no final da segunda Guerra Mundial.

Sua confiança decorria da profunda convicção científica que ambos haviam adquirido ao estudar o marxismo e ao travar conhecimento com a experiência pioneira de construção de uma sociedade socialista na União Soviética. A teoria marxista do socialismo científico lhes permite compreender que o fascismo não podia ser explicado pela loucura de um homem ou pelas tradições autoritárias ou militaristas de algumas sociedades. O fenômeno fascista expressava basicamente a crise que o sistema capitalista atravessava nos anos 30, representava a resposta do grande capital ao avanço do movimento operário em países como a Itália e a Alemanha.

A construção do socialismo na URSS lhes mostrava a superioridade desse sistema social em comparação o capitalista. Apesar de imensas dificuldades enfrentadas pelo povo soviético  sitiado pelas potências imperialistas, as grandes conquistas do socialismo já eram visíveis através da realização concreta dos direitos sociais alcançados pelos trabalhadores. Nenhum país capitalista fora capaz de resolver como em poucos anos fizera o primeiro país socialista.

Naqueles anos terríveis, quando o fascismo tomava conta da Europa e a guerra revelava toda a sua crueldade, poucos acreditavam na possibilidade de sua derrota. Posso orgulhar-me de que minha família - meus pais, minha avó Leocadia, minhas tias, conhecedora da fibra do povo soviético  jamais tenha duvidado de sua vitória no grande conflito que sacudiu o mundo. Essa confiança, aliada à compreensão do caráter profundamente retrógrado do fascismo, que o condenava, portanto, ao desaparecimento, permitiram aos meus pais resistir, com firmeza e sem perder as esperanças. às terríveis provações a que foram submetidos durante aqueles anos tormentosos.

Segundo os testemunhos de companheiras do campo de concentração, Olga jamais se entregou ao desespero nem ao conformismo, lutou até o último momento de sua curta vida, infundindo coragem e confiança no futuro em todos aqueles que a rodeavam. Meu pai saiu da prisão para luta; seu objetivo jamais foi a vingança, mas a conquista de um futuro melhor para o nosso povo e para a humanidade, foi a esta causa generosa que ele dedicou o restante de sua vida.

Anita Leocadia Prestes
Fonte: http://www.ufsm.br/roth/textoanita1.htm



Entrevista de Anita Leocadia Prestes à TV Câmara



terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Guerra dos 100 Anos

A Expressão Guerra dos Cem Anos identifica uma série de conflitos armados, registado de forma intermitente durante o século XIV e XV (1337-1453), envolvendo a França e a Inglaterra.






A longa duração desse conflito explica-se pelo grande poderio dos ingleses de um lado e a obstinada resistência francesa do outro. Ela foi a primeira grande guerra europeia que provocou profundas transformações na vida Econômica social e politica da Europa Ocidental. A França foi apoiada pela Escócia, Boêmia, Castela e o Papado de Avignon. A Inglaterra teve por aliados os Flamengos, alemães e  portugueses. A questão dinástica que desencadeou a chamada Guerra dos Cem Anos ultrapassou o carácter feudal das rivalidades politico-militares da Idade Média e marcou o teor dos futuros confrontos entre as grandes monarquias europeias.



Historio graficamente é registrada entre 1334 a 1452. As suas causas remotas prendem-se à época em que o Duque da Normandia Guilherme, o conquistador, se apoderou da Inglaterra em 1066. Desde Guilherme, os monarca ingleses controlavam extenso domínio senhoriais em territórios francês, ameaçando o processo de centralização monárquica da França que se esboçava desde o século XII. Durante os séculos XII e XIII, os soberanos franceses tentaram, com crescente sucesso, restabelecer sua autoridade sobre esses feudos.

No século XIII, o rei Henrique II da Inglaterra se casou com Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da Aquitânia ( Antiga Guiana, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então as relações entre os rei da Inglaterra e França foram marcadas poe conflitos políticos e  militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha pelo tratado de Paris (1259), Henrique III da Inglaterra abandona suas preterições sobre a Normandia Maine. Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os contantes conflitos vinham pelo fato do rei Inglês, que era duque de Gasconha, ressentir0se de ter de pagar pela região aos reis franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na região.

As influências francesa e inglesa em Flandes ( actual Bélgica e Países Baixos) eram também opostas, pois os condes deste território eram vassalos da França e, por outro lado, a burguesia estava ligada economicamente à Inglaterra. Além do intenso comércio estabelecido na região, Flandres era importante centro produtor de tecidos, que consumia grande parte produzida pela Inglaterra. Essa camada urbana vinculada à produção de tecidos e ao comércio posicionava-se a favor dos interseres ingleses e portanto, contra a ingerência politica francesa na região. Resolveram, flamengos e ingleses, estabelecer uma aliança que irritou profundamente o rei da França também interessado na região.
 

 

O início dos conflitos deu-se com o problema sucessório resultante da morte do terceiro e ultimo filho de Filipe IV, o Belo, Carlos IV, em 1328. Entre os possíveis sucessores estavam: o rei inglês Eduardo III, da dinastia Plantageneta, neto do falecido monarca pelo lado materno, detentor dos títulos de duque de Guyenne (parte da Aquitânia, no sudoeste da França) e conde de Ponthieu (na região do canal da Mancha): e o nobre francês Filipe, conde de Valois, sobrinho de Filipe IV , o belo, pertencente a um ramo secundário da família real. As pretenções dos dois foram examinadas por uma assembléia francesa que, apoando-se na Lei Sálica, segundo a qual o trono não poderia ser ocupado por um sucessor vindo de linhagem materna inclinou-se para o candidato nacional aclamando o sobrinho, Filipe de Valois, com o titulo de Filipe VI. O rei inglês não discutiu a decisão, reconhecendo Filipe VI em Amiens em 1329.

O conde de Nevers, regente de Flandres desde 1322, prestou juramento de obediência ao seu suserano Filipe VI, decisão que poderia paralisar a economia flamenga.

Eduardo III, após a intervenção de Filipe VI em Flandres apoiando o conde contra os amotinados flamengos, suspende as exportações de lâs. A burguesia flamenga forma um partido a favor do rei da Inglaterra incitando-o a proclamar-se rei da França. Assim Eduardo III, instigado por Jacques Artervelde - rico mercador que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de Gante- e temendo perder o ducado francês de Guyenne - mantido como feudo de Filipe VI - repudiou o juramento de Amiens e alegou a superioridade de seus títulos à sucessão.

OS franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma politica expansionista, percebida pelos interesses na Guyenne e em Flandres. Já os ingleses insistiam em seus legítimos direitos políticos e territoriais na França. Embora tenham ocorrido crises anteriores, em geral, a data de 24 de maio de 1337 é considerada como o inicio da guerra nesse dia, após uma série de discussões, Filipe VI, cônscio da grave ameaça que representava para seus domínios e existência de um ducado leal à coroa inglesa, apoderou-se de Guyenne. Eduardo respondeu imediatamente não reconheceu mais "filipe, que dizia ser rei da França", e ordenou o desembarque de um exército frandes. Iniciativa-se a Guerra dos Cem Anos. A situação se deteriorou diante do auxilio francês à independência da Escócia nas guerras que Eduardo III e seu pai haviam iniciado contra os reis escoceses para ocupar o trono desse país.

A guerra desenrolou-se por quatro períodos: o primeiro entre 1337 á 1364, o segundo entre 1364 á 1380, o terceiro entre 1380 á 1422, e o quarto entre 1422 á 1453.





1.1 - Primeiro Período (1337 - 1364)

Filipe VI exerceu intenso assédio ao litoral inglês durante meses, até ser derrotado em 1340, as hostilidades começaram seriamente com a batalha naval de Sluys, além do rio Escalda, em 1340, onde a frota inglesa foi vitoriosa. 
                                                                                                             .

Eduardo III tentou conquistar a França, vencendo grande parte dos combates em Crécyen-Ponthieu (1346), Calais (1347). As duas vitórias inglesas garantiram a Eduardo III importante posições no norte da França, mantendo o canal da Mancha sob seu controle  para tanto o rei da Inglaterra contou com o apoio financeiro de grandes mercadores de Flandres e do duque de Bretanha, que voltou-se contra o monarca francês. O avanço e a conquista inglesa só não foram maiores porque após a batalha de Crécy,  ocorreu a chamada "peste Negra" que dizimou praticamente 1/3 da população europeia. A peste foi responsável por interromper a guerra.



Vários anos depois, quando se retomaram os combates, Eduardo III havia conquistado o apoio do rei de Navarra, carlos II e a intimável ajuda militar de seu filho Eduardo, o príncipe de Gales, conhecido com o príncipe negro ( por conta da cor de sua armadura). esse período foi caracterizado por sucessivas vitórias inglesas, contando como apoio de muitos nobres locais, mais preocupados em preservar seus domínios do que com a lealdade devida ao rei da frança, possibilitando o domínio de cerca de um terço do território francês nas regiões norte e oeste.


O príncipe Negro conseguiu tomar como prisioneiro o sucessor de Filipe, João II o Bom na Batalha de Poitiers (1356), eposteriormente, exigiu resgate por sua libertação. Uma.insurreição popular ( Jacquerie) complicou as coisas: revoltados com a miséria, os camponeses se lançaram contra os senhores feudais, enquanto a burguesia de Paris, indignada pelas calamidades da guerra e lideradas por Etienne Marcel, clamava por mudanças politicas. O filho de João, o Bom o futuro Carlos V, atendeu as questões internas e negociou a paz com Eduardo III. Em 1360, o tratado de Brétigny, ratificados em Calais, deu a Eduardo um considerável número de territórios na França ( Calais e todo o sudoeste francês) em troca do abandono de suas reivindicações ao trono francês.


1.2 -  Segundo Período ( 1364 - 1380)

A morte de João II (1364), que permanecera em mãos dos ingleses, marcou o recrudescimento das hostilidades, pois seu filho Carlos (1364 - 1380), que o sucedeu no trono francês com o nome de Carlos V, negou-se a respeitar os tratados firmados em 1360. Dessa vez os franceses atacaram com êxito o inimigo pois a frança desfrutava de uma melhor posição.


Sob Carlos V, os Franceses, graças a unificação de seus exércitos, recuperaram boa parte do território meridional do Reino da frança. Neste período destacou-se o contestávelfrancês Bertrand Du Guesclin, cavaleiro valente e notável militar que organizou as famosas "campanhas brancas" (sistema de guerrilhas). A luta entendeu-se a Castelar com França apoiando o candidato à coroa,Dom Henrique, contra Dom Pedro aliado da Inglaterra. As vitórias do monarca francês, fruto da reorganização militar, fortaleceram a ideia de centralização politica,possibilitou submeter a maior parte da nobreza, aumentar a arrecadação tributária e organizar o estado com elementos oriundos da burguesia em cargo de confiança.


       .

Em 1377, com escassos meses de distância entre um e outro, faleciam o príncipe de Gales e Eduardo III. O sucessor do trono inglês era neto do monarca falecido, Ricardo II, de apenas dez anos de idade. A morte do monarca da França Carlos V, em 1380, esfriou o ânimo dos franceses.

1.3 - Terceiro Período (1380 - 1422)

Nas últimas décadas do século XIV e as décadas iniciais do século seguinte foram marcadas pelas disputas internas nos dois países, arrefecendo momentaneamente a guerra externa. No caso da Inglaterra ocorreram rebeliões camponesas lideradas por Wat Tyler, contra a servidão e posteriormente as disputas envolveram parte da nobreza, que lutou contra o rei e culminou coma ascensão de Henrique de Lancaster ao trono em 1399, com o título de Henrique IV.



Na frança as lutas internas foram mais complexas e envolveram os interesses da região da Borgonha antigo feudo poderoso que lutou constantemente por seus interesses particulares. Em 1380, quando os ingleses nada mais ocupavam senão Calais e a Guyenne morreu Carlos V na França abrindo caminho para a ascensão do herdeiro Carlos VI, o insensato, de doze anos. Houve uma série de disputas pelo poder, que culminou com a cisão da nobreza francesa em dois partidos os armagnacs, partidários da família de Orleans e os Borguinhões, partidários dos duques de Borgonha.

Em considerando Carlos VI como incapaz, os Borquinhões pretenderam tomar o poder e, após várias derrotas aliaram-se aos ingleses. Ao lado da família real ficaram o irmão do rei, Luiz de Orléans e Bernardo de Armagnac. Nesta guerra civil, destacaram-se joão sem medo, da Borgonha e o Delfim Carlos.

No reinado do Inglês Ricardo II, investido do poder assim que alcançou a maioridade (1389), asa hostilidades praticamente cessaram Ricardo II, enfrentou graves distúrbios sociais e a oposição de parte da nobreza encabeçada por Henrique de Lancaster, que em 1399 subiu ao trono como Henrique IV.

A retenção inglesa de Calais e Bordeux, no entanto, impediu a paz permanente. Na frança, a evidente incapacidade mental do rei, Carlos VI, desencadeou acirrada disputa pelo trono entre seus irmãos. A eclosão da guerra civil na França (luta entre Armagnacs, partidário dos Orléans, e os Borguinhões, partidários do duque de Borgonha), além da loucura do rei Carlos VI, animou o novo rei inglês, Henrique V, a insistir em suas reivindicações no tocante ao trono Francês (invocando a lei salica). Henrique V, primo de Ricardo II, assumira a coroa em 1413.


A guerra civil e a loucura do rei Carlos VI permitiram novas conquistas dos ingleses. Em 1415, Henrique V desembarcou na Normandia, invadindo e tomando Harfleur. Neste mesmo ano, travou-se a batalha de Agincourt (ou Azincourt), num terreno em que a chuva transformara num atoleiro. A orgulhosa cavalaria francesa foi massacrada e milhares de nobre franceses pereceram. Seguiu-se a ocupação de Paris (1415), da Normandia(1419) e de outras regiões no norte da França, obrigando a assinatura da paz, com a cumplicidade de Isabel da Baviera O tratado de Troyes (1420), que garantia a Inglaterra todo o norte do país (inclusive Paris) e, o mais grave, forçou Carlos VI a deserdar o trono seu filho, o Delfim Carlos VII Henrique V casou-se com a princesa Catarina, filha de Carlos VI, ficando com o direito de herdar o trono.

Depois do assassinato de João sem Medo, duque de Borgonha e um dos contendores na guerra civil da frança Henrique V aliara-se ao filho do duque, Filipe, o Bom. A união teve sucesso e até 1422 o rei inglês e o novo duque de Borgonha controlaram todo o território françês ao norte do loire incluindo Paris e a Aquitânia.


                                                             


Naquele ano, morreram tanto Carlos VI quando Henrique V, o que faz com que as duas coroas ( a da França e da Inglaterra) fossem herdados por Henrique VI, que ainda era uma criança recém nascida. Dois barõesingleses encargaram-se da regência: o Duque de Badford se ocupou da França e o Duque de Gloucester passou a administrar a Inglaterra. Carlos VII, o Delfim, assumiu a realeza em Bourges. Assim, a França encontrava-se dividida em dois reinos nos territórios do norte, governava o rei inglês apoiado pelos borguinhões, nos poucos  territórios do sul, reinava o francês Carlos VII com o apoio dos armagnacs.


1.4 - quarto Período ( 1422 - 1453)

O Delfim, porém, instalara-se no Vale do Loire e dali passou a liderar a resistência francesa aos invasores. É nesse momento que aparece em cena uma camponesa mistica e visionária de Domrêmy. Joana D, Arc. que conseguiu desarmar uma conspiração para matar o soberano. OS regentes do ineficaz Henrique VI foram  perdendo o controle dos territórios conquistados para as forças francesas, sob a liderança de Joana D`Arc.



joana Nasceu na festa da Epifania de 1412, na aldeia de Domrémy (Lorena Francesa) 

Com a França em perigo Joana d`Arc organizara um exército completamente diferente dos exércitos completamente diferente dos exércitos feudais. Guerra era assunto para nobres e homens. Seu exército era liderado por uma mulher camponesa.Os exércitos feudais lutavam por seu senhor e seu feudo. O de Joana d`Arc era um exército nacional, que lutava pela França e por seu rei. Os franceses agora, sentiam-se integrantes de um país. A ideia de nação estava lançada.


Santa Joana d'Arc, entrada em Orleans, Herois Medievais

Joana d`Arc conseguiu do Delfim um exército de aproximadamente cinco mil homens e libertou a praça forte de Orláns (1429). Essa vitória fez Filipe, o Bom abandonar seus aliados ingleses e aceitar a autoridade de Carlos VII. Depois conquistou Reims, no norte do pais, onde Carlos VII foi coroado segundo as antigas tradições. Carlos VII, aproveitando as discórdias da Guerra das Duas Rosas na Inglaterra, empreendeu eficaz reestruturação militar que culminará coma conquista da aquitânia em 1453.

Em 1430, aprisionada pelos Borguinhões, Joana D`Arc foi entregue aos ingleses em Compiêgne. foi julgada herética por  um tribunal eclesiástico e queimada na fogueira , em 1431, em Rouen ( ou ruão).



O impulso, entretanto, estava dado. Os franceses, incentivados pelo martírio de Joana d`Arc, bateram os ingleses em Formigny (1450), tendo conquistado a Normandia e grande parte da Gasconha. O fim da guerra é marcado pela batalha de Castillon, em 1453, quando foi capturada a cidade de Bordeux, o último reduto inglês. Isto significou, efetivamente, o fim da guerra, e desde então os ingleses mantiveram apenas Calais, que conservaram até 1558. Eles foram forçados a voltar sua atenção aos assuntos internos, principalmente as guerras das Rosas e desistiram de todas as reivindicações sobre a França. Nenhum tratado foi assinado de forma a assinalar o fim das hostilidades. A rivalidade anglo - Francesa no entanto ainda perduraria por muito tempo.

1.5 - conclusão

Os conflitos deixaram um saldo de milhares de mortos em ambos os lados, e uma devastação sem precedentes no território e na produção agrícola francesa. No plano politico e social a guerra dos cem anos contribuiu para a Dinastia de Valoís, apoiada pela burguesia, fortalecer o poder real francês, abrindo caminho para o chamado absolutismo, por vários motivo:

- Liquidou com as pretensões inglesas sobre territórios na França;
- Os feudos do rei inglês, na França,passaram para o domínio da coroa francesa.
- O longo período de guerras enfraqueceu bastante a nobreza francesa, porque, à medida que os nobres                 morriam, seus feudos iam passando para o domínio do rei, debilitando o sistema feudal.
- Construção de uma identidade nacional entre os franceses;
- Tomou possível a criação de algumas instituições de governo centralizadas;
- O Reino inglês ficou financeiramente, socialmente e governalmente, devido a impostos, taxas e recrutamento para as varias e infindáveis campanhas militares no continente, o que culminou com a Guerra.
das Rosas ( Guerra civil inglesa); poderá, enfim, dizer-se que a Guerra dos Cem Anos marca o final da idade Média e anuncia a Época da idade moderna.


domingo, 23 de setembro de 2012

Segunda Guerra Mundial



A 2ª Guerra Mundial (1939-1945) resulta do choque entre os interesses das nações que dividiam o mercado internacional desde o fim da 1ª Guerra Mundial (1914-1918) e as pretensões do Estado alemão de conquistar o mundo. Envolve países de todos os continentes, com exceção de alguns europeus e latino-americanos. Consuma o aniquilamento do 3º Reich, de Adolf Hitler (1889-1945), e o declínio das velhas nações da Europa, que passam a ter, pela primeira vez, o seu destino à mercê de países não-europeus - os Estados Unidos e a União Soviética, por excelência, as superpotências emergentes no pós-guerra. Tudo isso a um preço elevadíssimo, o das perdas humanas, estimadas em quase 50 milhões de mortos, na maioria, civis.


Ficheiro:Benito Mussolini and Adolf Hitler.jpg

Benito Mussolini (esquerda) e Adolf Hitler.

Causas 

A 1ª Guerra Mundial prepara a irrupção da 2ª Guerra Mundial. O período de entre guerras deve ser compreendido apenas como uma trégua. As humilhantes condições impostas à Alemanha, em 1918, propiciam o surgimento do nazismo em solo alemão. A ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, é sustentada pela exaltação ao nacionalismo e por propostas militaristas e expansionistas. Hitler deseja construir uma "nova ordem", exigindo a participação alemã na exploração do mundo colonial, rico em matérias-primas, e até então repartido entre os vitoriosos do primeiro conflito mundial. O Fuhrer ambiciona também conquistar os mercados vizinhos da Europa Central para controlar o petróleo da Romênia e do Cáucaso, o carvão e o ferro da Sibéria e o trigo da Ucrânia. As potências ocidentais pressentem o perigo nazista, mas permitem o seu crescimento como forma de bloqueio à União Soviética, um "cordão sanitário" contra o avanço do comunismo sobre a Europa.



Em 1935, a Alemanha reinicia a produção de armamentos e restabelece o serviço militar obrigatório, em claro desrespeito ao Tratado de Versalhes (1919). Um ano depois, reocupa a Birmânia e inicia uma política estratégica de alianças. Oferece ajuda econômica à Itália fascista de Benito Mussolini (1883-1945), sob embargo da Liga das Nações por ter invadido a Etiópia. Apóia Francisco Franco (1892-1975) na Guerra Civil Espanhola (1936-1939), aproveitando o conflito para testar novos engenhos militares. Assina com o Japão o Pacto Anti-Comintern, em 1936, a fim de conter a expansão comunista da União Soviética, com a adesão da Hungria, Itália e Espanha. Justifica a anexação (Anschluss) da Áustria, em 1938, por se tratar de mais um povo germânico. No ano seguinte, alcança, com a conivência inglesa e francesa na Conferência de Munique, a incorporação de parte da Tchecoslovâquia, exatamente a região dos Sudetos, conhecida por abrigar minorias alemãs. Cria os protetorados da Boêmia e da Moldávia, desmembrando o restante do território tcheco, em março de 1939. Por fim, aproveita as desconfianças soviéticas em relação às potências ocidentais para assinar um acordo, por cinco anos, de não-agressão e neutralidade com o seu arquiinimigo, Josef Stalin (1879-1953): o Pacto Germânico-Soviético, de 23 de agosto de 1939. Tem aberto assim o caminho a leste para atacar a Polônia, em nome do que lhe fora arrebatado pelo Tratado de Versalhes: a devolução da zona conhecida por "Corredor Polonês", a do porto de Dantzig (futura Gdansk), que une a Alemanha à Prússia oriental.



Ofensiva alemã:

Diante da negativa da Polônia em ceder Dantzig, as tropas alemãs invadem o país em 1º de setembro de 1939 e travam uma guerra-relâmpago (blitzkrieg) com a frágil resistência local. A conquista faz-se em três semanas. É estabelecido um governo geral nazista e inicia-se a perseguição aos judeus, vítimas preferenciais da ideologia nazista, ao longo de todo o conflito mundial. A Inglaterra, comprometida com a defesa polonesa, e a França, aliada inglesa, declaram guerra à Alemanha. Em seguida, Dinamarca e Noruega são ocupadas pelo Exército nazista, garantindo o abastecimento alemão de aço pelos mares Báltico e do Norte. Holanda e Bélgica tornam-se as próximas conquistas. Em Dunquerque, o Exército belga-anglo-francês sofre a primeira derrota aliada e só escapa do massacre graças à ação da Marinha inglesa, que consegue evacuar a maioria dos combatentes. Hitler avança contra a França a partir de maio de 1940. Um mês mais tarde, a assinatura pela França dos armistícios com a Alemanha e a Itália, que submetem metade do território francês à ocupação das forças nazistas, evidenciam o domínio alemão.

O primeiro-ministro da França, o marechal Henri Phillipe Pétain (1856-1951), anti-republicano e conservador, assume poderes ditatoriais, após acordo com os alemães. Transfere a capital para Vichy, no sul do país, enquanto Paris permanece ocupada pelos nazistas. É chega à Inglaterra o subsecretário de Defesa Nacional Francesa, o general Chales de Gaulle (1890-1070). Ele representa o governo da resistência da França no exílio. Ao mesmo tempo, a Alemanha implanta a sua "nova ordem" nos territórios ocupados, reativando indústrias paralisadas e obrigando as populações a trabalhos forçados. Em setembro de 1940, o Eixo, pacto entre Berlim-Roma-Tóquio, é formalizado, estabelecendo apoio mútuo entre os países membros em caso de ataque por potência ainda não envolvida na guerra - entenda-se, os Estados Unidos. A partir de 15 de setembro, intensificam-se os combates na Inglaterra. Bombardeiros alemães despejam cerca de 20 mil toneladas de bombas sobre Londres. A ação corajosa da Royal Air Force (RAF), a aviação de combate inglesa, evita, no entanto, a destruição do país, abatendo inúmeros aviões inimigos. Mas no norte da África, italianos e alemães ameaçam, sob as ordens do general Erwin Rommel (1891-1944), o domínio inglês no Egito.

Hitler reorienta então a sua máquina de guerra mais uma vez para o Leste, despertando a preocupação russa. Ao governo de Moscou propõe a partilha do mundo em zonas de influência, mas as negociações falham e o território da União Soviética acaba por ser invadido, sem uma declaração formal de guerra, em 22 de junho de 1941. Por essa época, o domínio alemão já se faz sentir em vários países do Leste Europeu, como na Romênia, Bulgária e Hungria, além da Iugoslávia e da Grécia. Mas a heróica resistência soviética na Batalha de Stalingrado modifica o panorama da 2ª Guerra Mundial (só pela fome, contam-se 500 mil civis entre os mortos). Ela põe fim ao mito da invencibilidade alemã e instiga o Exército soviético a avançar, em contra-ataque, sobre os países-satélites da Alemanha, às voltas agora  com duas frentes de guerra.


Soldados da Segunda Guerra

"Dia D"

Os japoneses precipitam a entrada dos EUA na guerra ao bombardearem, em 7 de dezembro de 1941, a base naval de Pearl Harbor, no Havaí. A ofensiva do Japão generaliza-se, e suas forças conquistam a supremacia no Pacífico e no Sudeste Asiático. Definem-se, assim, as duas facções em conflito. De um lado, os países do Eixo (Alemanha, Itália e Japão) e, de outro, os Aliados (Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China, este em guerra com o Japão desde 1931). Em todos os territórios ocupados pelos nazistas, organizam-se movimentos de resistência.

Entre 1942 e 1943, a Marinha anglo-americana elimina submarinos alemães no Atlântico, ao mesmo tempo em que a aviação aliada intensifica o bombardeio na Alemanha. Os recursos industriais do país começam a sofrer sérios danos. No norte da África, o Afrikakorps, o Exército alemão no continente, é levado à rendição em maio de 1943. Os Aliados desembarcam na Sicília e invadem a Itália. Mussolini é preso em julho e o novo governo italiano rende-se aos invasores. Com isso, boa parte do país é ocupada por tropas alemãs, que só capitulam em abril de 1945. Na outra frente, o Exército soviético alcança vitórias na Romênia, na Bulgária e na Iugoslávia ao longo de 1944, enquanto Albânia e Grécia expulsam as tropas alemãs.

O dia 6 de junho de 1944, o "Dia D", é o golpe mortal às forças nazistas. Considera-se o desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, a maior operação aeronaval da História. Envolve mais de 1.200 navios de guerra e mil aviões, uma operação coroada de êxito ao enganar as forças alemãs concentradas em Pas-de-Calais. Paris é libertada em 25 de agosto. Inicia-se o ano decisivo de 1945. Os russos, pelo leste, e os norte-americanos e britânicos, pelo oeste, disputam a primazia de chegar primeiro a Berlim. A 30 de abril, os soviéticos fincam a sua bandeira no alto do Parlamento alemão, o Reichtag, e Hitler suicida-se junto com a sua mulher, Eva Braun. A capital alemã em ruínas é ocupada em 2 de maio pelo Exército da URSS, com a prisão de 135 mil defensores da cidade. Cinco dias mais tarde, a Alemanha rende-se incondicionalmente.

Guerra no Pacífico

Na luta contra os japoneses, a situação começa a se inverter a favor dos Aliados após as vitórias dos Estados Unidos nas batalhas navais de Midway e do Mar do Coral, em 1942. Os EUA tornam a iniciativa de reconquistar a Ásia e o Pacífico. No início de 1945, tropas norte-americanas, britânicas e chinesas reabrem a rota da Birmânia e recuperam as Filipinas. Aperta-se o cerco aos japoneses, confinados em suas ilhas, alvos de pesados bombardeios. A 19 de fevereiro, ocorre o primeiro desembarque norte-americano em território japonês, na ilha de Iwojima. Mas, ante a resistência feroz dos inimigos, que sugere um prolongamento indesejável da guerra, os EUA optam em atacar as cidades japonesas com um novo tipo de arma, a bomba atômica. A primeira, lançada sobre Hiroshima, em 6 de agosto de 1945, mata 100 mil pessoas. Três dias depois, uma segunda bomba cai sobre Nagasaki, provocando mai 70 mil vítimas fatais. A partir de 8 de agosto, com a intenção velada de recuperar territórios perdidos há décadas para o Japão, no Extremo Oriente, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Mandchúria e da Coréia. Finalmente, a 2 de setembro de 1945, o Japão rende-se aos Exércitos norte-americanos, numa cerimônia a bordo do encouraçado Missouri. É o final da 2º Guerra Mundial.

Participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Em 1937, o Presidente Getúlio Vargas dá um golpe de estado e implanta no Brasil um regime inspirado no fascismo italiano. Em 1940, Getúlio acena com a possibilidade de construir uma siderúrgica no Brasil, com o apoio da indústria alemã Krupp. Os Estados Unidos concedem imediatamente um crédito ao Brasil para financiar a siderúrgica sem a participação alemã. Dois anos depois, Getúlio declara guerra aos países do Eixo. No início dos anos 90, vem a público um documento reservado do Exército norte-americano revelando planos de invasão do Brasil pelos Estados Unidos caso Getúlio não aderisse aos aliados.

Nordeste brasileiro, áreas estratégicas

Na Conferência do Rio de Janeiro, em 1942, vinte e uma nações latino-americanas reconhecem no ataque japonês a Pearl H arbour uma agressão ao continente e começam a declarar guerra ao Eixo. A FEB (Força Expedicionária Brasileira) combate na Itália.

FEB em combate na Itália - 1943

A aviação mexicana combate nas Filipinas. A Força Aérea Paraguaia faz patrulhamento aéreo no Atlântico Sul. A Argentina e o Chile também se envolvem no conflito. Os demais países do continente participam do esforço norte-americano de guerra fornecendo matérias-primas. Foi a primeira grande vitória diplomática dos Estados Unidos no continente.

Em 1946, o ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill diz: "Uma cortina de ferro desceu sobre a Europa. Eu não acredito que a Rússia soviética deseje a guerra. O que ela quer são os frutos da guerra e a expansão indefinida de seu poder e de suas dotrinas." Churchill usava aí, pela primeira vez, a expansão "cortina de ferro" para se referir à nova área de influência soviética. A reorganização geopolítica do mundo já vinha sendo discutida desde 1943, quando Roosevelt, Stalin e Churchill se reuniram em Teerã, no Irã. Com o fim da guerra, Alemanha, França, Itália e Japão estão destruídos; a Grã-Bretanha se encontra à beira da exaustão. Os grandes impérios coloniais desmoronam, os países da África e da Ásia passam por processos de descolonização. Estados Unidos e União Soviética emergem como as grandes potências do planeta. Em pouco tempo, a tensão entre as potências se acirra. A polarização das disputas internacionais entre o bloco ocidental e o bloco soviético vai marcar o compasso nas décadas seguintes. É a Guerra Fria que começa.
"A autoridade do meu governo é discutida. As ordens são mal executadas. É preciso desde agora vencer a resistência de todos os adversários, dizimando seus chefes".

Esta frase foi dita por um herói francês da 1ª Guerra Mundial que acabava de se tornar o chefe do governo nazista da França ocupada pelos alemães: o Marechal Philippe Pétain. Antes de conquistar Paris, as tropas alemãs anexaram a Áustria e ocuparam a Tchecoslováquia, Polônia, Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda, Grécia e Iugoslávia; esta última, com o auxílio de tropas italianas, húngaras e búlgaras, integrantes do Eixo Roma-Berlim-Tóquio. Ao atacar também o norte da África, a Alemanha e a Itália estão atacando os impérios coloniais da França e da Grã-Bretanha. E após a ocupação da França, a Grã-Bretanha é o único país da Europa Ocidental ainda não atacado pelos alemães.

Domínios Britânico e Francês no norte da África

Hitler decide iniciar a empreitada com o bombardeio aéreo de Londres. Ainda neste programa, a constituição de resistências nacionais ao avanço alemão e o engajamento nelas dos comunistas, para quem o nazi-fascismo passou a ser o inimigo prioritário.
50 milhões de mortos, dentre os quais 20 milhões de soviéticos e 6 milhões de judeus. Será assim que se dimensiona o saldo de uma guerra? A propaganda é a arma fundamental dos vitoriosos, enaltecendo batalhas cheias de glória e consagrando seus heróis. Mas será possível falar em heróis e glórias numa guerra que matou 50 milhões de pessoas? As forças nazistas deixaram atrás de si populações massacradas em cidades e países destruídos, sem falar de seus campos de concentração, onde morreram milhões de judeus, eslavos, ciganos, comunistas, deficientes físicos e homossexuais. Mas também os aliados cometeram crimes de guerra: massacraram a população civil de Dresden e de Berlim e despejaram bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki. Os lucros obtidos com a guerra ultrapassam os 2 bilhões de libras esterlinas. Como se "faz" dinheiro na guerra?
Ao integrar o Eixo, o Japão obtém o apoio alemão e italiano para sua intenção de formar uma "Grande Ásia Japonesa". Em 1940, com a ocupação da França pela Alemanha e com a paralisia da Grã-Bretanha, os japoneses passam a crer que as suas ambições no extremo oriente e no sudeste da Ásia são ameaçadas agora por um único rival: os Estados Unidos.

Início da estratégia japonesa para a ocupação da Ásia

Conquistam a Mandchúria, a Tailândia e a parte norte da Indochina Francesa (atuais Vietnã, Laos e Cambodja), cortam a rota da Birmânia e passam a fazer pressão sobre as Índias Holandesas (atuais Indonésia). A Grã-Bretanha e os Estados Unidos se articulam para conter o avanço japonês. Em 1941, o Japão ocupa Hong Kong e a Malásia e bombardeia a base americana de Pearl Harbour, no Hawai. Cinco mil soldados americanos são mortos. Consta que o Presidente Roosevelt sabia de antemão que o ataque aconteceria mas nada fez para impedi-lo: os Estados Unidos precisavam de um bom argumento para entrar na guerra.

Em dezembro de 1940, enquanto soviéticos e alemães ainda viviam sob um pacto de não-agressão, Adolf Hitler dizia a seus generais: "As Forças Armadas Alemãs devem estar preparadas para esmagar a União Soviética numa campanha rápida". Pouco tempo depois, em junho de 1941, a União Soviética foi invadida pelas tropas alemãs e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill declarou: "Surpreendentes foram as falhas de cálculo e a ignorância que Stalin revelou a respeito do que estava para lhe acontecer".
A Alemanha ataca a União Soviética em três frentes e inicia-se aí a mais sangrenta de todas as empreitadas militares da guerra, que durou quatro anos e custou, só aos soviéticos, a perda de 20 milhões de pessoas. Os alemães são finalmente contidos em Stalingrado, onde se iniciam a contra-ofensiva soviética e a grande virada da 2ª Guerra. Os soviéticos dão um ultimato ao comandante alemão, mas Hitler o proíbe de se render. O Exército Vermelho expulsa os alemães e avança rumo a Berlim. Os países do Leste Europeu libertados do jugo nazista são englobados na zona de influência soviética e Stalin é transformado no novo grande inimigo do Ocidente, tomando o lugar que, até pouco tempo antes, era de Hitler.
Ao fim da 1ª Guerra Mundial, o Tratado de Versalhes impõe severas e humilhantes punições à Alemanha, que, além de perdas territoriais, vê seu exército desarmado e reduzido, fica proibida de fabricar armamentos e é obrigada ao pagamento de pesadas indenizações de guerra à Grã-Bretanha e à França. Isso ajudaria a compreender o nacionalismo radical despertado na Alemanha no curto período que antecedeu a 2ª Guerra.

Perdas territoriais da Alemanha: Alsácia e Lorena

Neste programa, a política internacional depois da 1ª Guerra, a grande crise econômica nos Estados Unidos, em 1929, e suas consequências no mundo todo. Entram em cena o fascismo, na Itália, e o nazismo, na Alemanha. Frentes populares são criadas na França e na Espanha para lutar contra a emergência nazi-fascista. No Brasil, o Presidente Vargas dá um golpe de estado e implanta um regime de inspiração fascista.
"Exigimos terras para alimentar o nosso povo e nelas instalar nossa população excedente". Este brado do programa do Partido Nacional Socialista (NAZI), começa a ser posto em prática com a anexação da Áustria e a ocupação da Tchecoslováquia por tropas alemãs, sem qualquer reação por parte do resto da Europa. Na Conferência de Munique, Grã-Bretanha e França chegam a dar legitimidade à ação alemã na Tchecoslováquia. Mas quando Hitler ocupa a Polônia, aliada dos britânicos, Londres sente-se ameaçada e declara guerra à Alemanha. A França faz o mesmo. Nesse programa, ainda, a ascensão do fascismo em Portugal e na Espanha, o expansionismo italiano na África e o expansionismo japonês na Ásia; e o acordo mútuo de não agressão entre a União Soviética de Stalin e a Alemanha de Hitler.
Em seu livro Mein Kampf, publicado no início dos anos 20, Adolf Hitler diz: "Chegou o dia que não mais passei de olhos vendados: reconheci os inimigos da minha raça - eram judeus ... Acabei por reconhecer os judeus pelo cheiro e, sob sua porcaria repugnante, descobri as taras morais do 'povo eleito'".
A partir de 1935, quando Hitler já se encontrava no poder, as Leis de Nuremberg, criadas para discriminar os judeus, tornam o anti-semitismo político oficial da Alemanha. Apoiados na violência de grupos paramilitares e numa eficiente máquina de propaganda, os nazistas deram voz e exacerbaram sentimentos latentes de nacionalismo, racismo, anti-semitismo, arianismo, antimarxismo e anticapitalismo.
Nos anos 80 e 90, grupos neonazistas trazem de volta à Alemanha os mesmos métodos violentos. As vítimas de hoje são imigrantes estrangeiros, especialmente os turcos.

Forças aliadas retomam países conquistados pela Alemanha; Inglaterra completa o cerco

O crescimento da ações aliadas na África e no Mediterrâneo abala o prestígio do regime fascista na Itália. A derrota alemã nas estepes soviéticas e a invasão da Normandia por forças aliadas fazem Hitler perder o poder de iniciativa. A resistência das populações passa a ser decisiva para a derrocada do nazi-fascismo. Aos poucos, as nações ocupadas vão se libertando do jugo nazista. Na Itália, Mussolini é afastado do poder pelos próprios dirigentes fascistas, é socorrido pelos alemães mas acaba preso e executado pela população. "O povo alemão sofreu de maneira indescritível: é tempo de acabar com tantos horrores", é o que escreve o comandante e chefe alemão Von Kluge, pouco antes de cometer o suicídio, numa mensagem deixada a Hitler. Goering ameaça iniciar conversações de paz com os Estados Unidos. Himmler propõe uma paz em separado a americanos e ingleses, mas Churchill não aceita: os alemães têm de se render incondicionalmente à Inglaterra, Estados Unidos e União Soviética.
Os anos da guerra assistem a uma aliança definitiva entre a ciência e o poder de destruição. Os governos fazem investimentos maciços em tecnologia bélica e atingem o saldo de 50 milhões de mortes. Dos fornos crematórios nos campos de concentração alemães às pesquisas de armas bacteriológicas dos japoneses e à bomba atômica norte-americana, passando pelas bombas voadoras V-2 alemãs e pela enorme tralha tecnológica de espionagem e contra-espionagem de todos os países envolvidos na guerra, há em tudo a presença marcante da indústria bélica, de cientistas e do dinheiro. Ao término da guerra, tudo se justifica em nome do que se chama "neutralidade científica". É em nome dela que o alemão Werner Von Braun e o japonês Shiro Ishii são perdoados e incorporados à ciência norte-americana e que o italiano Bruno Pontecorvo pôde se tornar um dos pais da bomba atômica soviética.

Ilustração





                                                                          



                            




O Brasil Segunda Guerra Mundial

participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

Navio de Guerra Brasileiro atacando submarino alemão em 1944

Neutralidade brasileira na primeira fase da guerra

Desde 1939, início do conflito, o Brasil assumiu uma posição neutra na Segunda Guerra Mundial. O presidente do Brasil na época era Getúlio Vargas.

Ataques nazistas e entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial

Porém, esta posição de neutralidade acabou em 1942 quando algumas embarcações brasileiras foram atingidas e afundadas por submarinos alemães no Oceano Atlântico. A partir deste momento, Vargas fez um acordo com Roosevelt (presidente dos Estados Unidos) e o Brasil entrou na guerra ao lado dos Aliados (Estados Unidos, Inglaterra, França, União Soviética, entre outros). Era importante para os Aliados que o Brasil ficasse ao lado deles, em função da posição geográfica estratégica de nosso país e de seu vasto litoral.

Participação efetiva no conflito

A participação militar brasileira foi importante na Segunda Guerra Mundial, pois somou forças na luta contra os países do Eixo (Alemanha, Japão e Itália). O Brasil enviou para a Itália (ocupada pelas forças nazistas), em julho de 1944, 25 mil militares da FEB (Força Expedicionária Brasileira), 42 pilotos e 400 homens de apoio da FAB (Força Aérea Brasileira). 
As dificuldades foram muitas, pois o clima era muito frio na região dos Montes Apeninos, além do que os soldados brasileiros não eram acostumados com relevo montanhoso. 

Vitórias

Os militares brasileiros da FEB (também conhecidos como pracinhas) conseguiram, ao lado de soldados aliados, importantes vitórias. Após duras batalhas, os militares brasileiros ajudaram na tomada de Monte Castelo, Turim, Montese e outras cidades. 
Apesar das vitórias, centenas de soldados brasileiros morreram em combate. Na Batalha de Monte Castelo (a mais difícil), cerca de 400 militares brasileiros foram mortos.

Outras formas de participação

Além de enviar tropas para as áreas de combate na Itália, o Brasil participou de outras formas importantes. Vale lembrar que o Brasil forneceu matérias-primas, principalmente borracha, para os países das forças aliadas. 
O Brasil também cedeu bases militares aéreas e navais para os aliados. A principal foi a base militar da cidade de Natal (Rio Grande do Norte) que serviu de local de abastecimento para os aviões dos Estados Unidos.
Foi importante também a participação da marinha brasileira, que realizou o patrulhamento e a proteção do litoral brasileiro, fazendo também a escolta de navios mercantes brasileiros para garantir a proteção contra ataques de submarinos alemães.

Curiosidade:

- Durante as batalhas, que os militares brasileiros participaram na Segunda Guerra Mundial, cerca de 14 mil soldados alemães se renderam aos brasileiros.


Maurício de Nassau




Os planos para o Recife

Apos expulsar as tropas portuguesas para além do rio São Francisco, Nassau começa a organizar o Brasil holandês que estava com sua economia destrocada devido a guerra.

Nassau manda leiloar os diversos engenhos cujos donos haviam fugido para a Bahia e cria as Câmaras de Escabinos para ajudar na administração das províncias
Ele fixou residência no Recife, na ilha de Antonio Vaz, desde sua chegada e iniciou um processo de urbanização do local. O grande número de pessoas vivendo e trabalhando no Recife aumentava cada vez mais com a destruição de Olinda e a chegada de imigrantes de toda a Europa.

Além de realizações no campo das construções como pontes, palácios, jardins, observatórios, mercados e saneamentos, Nassau pretendia transformar o Recife num dos principais centros urbanos de toda a América com a implantação de uma universidade e um ponto de comércio livre com todas as nações.

Busto de Maurício de Nassau
                                                      Praça da República, Recife
                                                   Placa do Busto de Nassau
                                  Placa do Busto de Nassau

Governador da colônia holandesa no Recife. Maurício de Nassau era um nobre alemão- holandês, nasceu em Dillenbura, Alemanha. Faleceu em 20 de dezembro de 1679, em Kleve, também na Alemanha
                                                                     



Seu nome estrangeiro era Johann Moritz Of Nassau - Siegen, governou Recife de 1637 a 1644. Trouxe para a região trabalhos de cientistas e pintores que exploravam e expressavam as belezas naturais

Desde jovem seguiu na carreira militar servindo o Estado da Holanda, teve uma educação humanística na Universidade de Basileia e na Universidade de Genf. Sua família de origem tinha um ramo alemão e outro holandês.

No Brasil, prestou serviço a Companhia das índias Ocidentais (West - Indische Compagnie). Veio para o Brasil aos 33 anos de idade. Em Recife, era predominante o traço cultural dos colonizadores católicos de Portugal.




Porém, Nassau logo conquistou a simpatia de todos, iniciou um projeto de modernização da cidade e aprofundou as relações com os senhores de engenho. Além de explorar a colônia economicamente, buscou desenvolver bem - estar a população

Em época de baixa no preço do açúcar, Nassau entregou o governo em 1641, depois de não concordar com novas formas de cobranças aos senhores de engenho para compensar a baixa lucratividade. Ao retornar á Europa, voltou a servir o exército holandês alcançando a patente de marechal..



Morando em Haía, viveu no palácio do governo, foi regente do Principado de Brandenburgo em 1647, ligado ao príncipe da Prússia, lutou pelos holandeses contra o rei Luís XIV da França em 1672.