domingo, 2 de setembro de 2012

Independência do Brasil


O grito da independência 

Hino da Independência do Brasil

Vídeo aula Independência do Brasil


O processo de Independência começou com a vinda da família Real em 1808, fugindo da invasão das tropas de Napoleão Bonaparte a Portugal.

    Família Real embarcando para o Brasil, gravura de Henry L, Evêque


A vinda da família real Portuguesa para o Brasil foi uma fuga desordenada, que só aconteceu porque as tropas napoleônicas estavam às portas de Lisboa. Uma frase atribuída à rainha D. Maria I ("Não corram tanto, ou pensarão que estamos fugindo").

O que pensam os historiadores ?


Que a ideia de uma fuga apressada diante de uma invasão Francesa não esteja errada, o professor Guilherme Perreira das Neves, da Universidade Federal Fluminense (UFF), considera que essa é uma visão muito pobre, que não dá conta de várias outras dimensões do episódio. Desde p século XVII, explica, havia discussões em que se defendia a transferência do trono para a América. Além disso, o Brasil ocupava no início do século XIX uma posição de grande importância entre os domínios portugueses, dando margem a planos de criação de um império luso - brasileiro. Chama a transferência da "corte da fuga", diz o professor, parece ter origem no mesmo ressentimento contra o colonizador que gerou as inúmeras piadas de português.    Essa visão desmerece a ousadia do príncipe D. João que, ao vir para o Brasil, escapou de ser deposto por Napoleão Bonaparte, como aconteceu com o rei da Espanha, Fernando VII. " Enxergar o fato dessa forma substitui o alcance dos efeitos positivos causados pela medida por uma certa depreciação dos portugueses, que parecem, assim medrosos e covardes", conclui Neves.

A Família Real no Brasil
Dom João VI ao lado de sua esposa Carlota Joaquina

D. João VI e o reconhecimento da Independência




Acredita-se: Tinha predileção pelo Brasil e se recusava a retornar a Portugal. Quando isso se tornou inevitável, disse, ao partir, a célebre frase de que seria melhor que o Brasil ficasse com o filho Pedro, em vez de cair nas mãos de um aventureiro.


O que pensam os Historiadores? Pata o professor Braz Augusto Broncasto, da Pontifícia Uneversidade Católica do Rio Grande do Sul, D. João tinha interesse em preservar para a casa de Bragança o poder no Brasil. A frase " Pedro, se o Brasil se separar, antes que seja ti, que hás de me respeitar, que para algum desses aventureiros" é comprovantemente autêntica. D. Pedro I, numa carta escrita ao pai após a independência, referiu-se a ela. dizendo ainda " lembro perfeitamente quando vossa majestade falou ao partir". D. João, diz o professor, morrei na esperança de uma monarquia dual e o próprio reconhecimento da independência trazia a ideá de um dia as duas coroas terem o mesmo monarca. D. Pedro enfatizou essa continuidade da casa de Bragança ao marcar sua coroação para o dia 1º de dezembro de 1822, aniversário da revolta de 1640, que rompeu o domínio Espanhol sobre Portugal, a União Ibérica, e levou a dinastia de Bragança ao trono.

Dia do Fico

Acredita-se: D. Pedro, contrariando as ordem das cortes de Lisboa, interessadas em"recolonizar o Brasil", decidiu, por amor à terra, permanecer no Brasil, dando início ao processo que levou à independência.

O que pensam os historiadores? Apesar de o chamado dia do Fico, 9 de Janeiro de 1822 ser considerado o ponto de partida para a "revolução da Independência do Brasil", a professora Lúcia Neves, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), lembra que, segundo fontes da época, a contribuição do fico no desencadeamento de um ideal separatista não estava clara. " Não faltaram queixas contra os atos arbitrários das cortes de Lisboa, mas na percepção daquele momento, a permanência do príncipe Regente no Brasil assegurava a preservação da ideía de um único império luso-brasileiro" diz ela. Apesar da pressão para sua permanência D. Pedro, no início, ainda hesitava, como indicou sua resposta, imprecisa e dúbia, dada através de um edital do senado da câmara do dia 9 de Janeiro, lido e afixado nos lugares públicos: " com notáveis alteração de palavras", a resposta do príncipe regente. Só então se divulgaram, como sendo originais, as palavras que ficaram famosas: " como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico"

D. Pedro

Acredita-se: Nosso primeiro imperador sempre foi visto aqui como herói libertador, e considerado pelos portugueses um traidor que lhes tirou a maior colônia.
O que pensam os historiadores? D. Pedro era um homem de dois mundos. Ainda durante sua vida, a visão que se tinha dele dos dois lados do Atlântico era bem diferente, como explica Lúcia Neves.
Em 1822, ele despertava para os portugueses o fantasma do despotismo, enquanto levantava no Brasil a bandeira liberal. Nove anos depois, abdicou do trono brasileiro com a fama de despótico e foi para Portugal restaurar o trono da filha, Maria II, usurpado pelo irmão d. Miguel. Sua vitória assegurou o liberalismo em Portugal. “Ao contrário do que ocorreu em Portugal, d. Pedro foi depreciado pela historiografia brasileira, por longo tempo, tendo começado somente na década de 1950, com Otávio Tarquínio de Souza, até hoje seu principal biógrafo, uma revisão do papel que teve na emancipação do país e da rica e contraditória personalidade que o distinguiu”, diz a professora.


D. Pedro I




José Bonifácio de Andrada e Silva


Acredita-se: O " Patriarca da Independência" sempre teve como meta separar o Brasil de Portugal.
O que pensam os historiadores? Figura central nas articulações que resultaram no rompimento com Portugal, José Bonifácio de Andrada e Silva não tinha, segundo Ana Rosa Clocletm doutora em História pela Unicamp, um projeto que levasse à separação total.“Fiel à identidade portuguesa e a um projeto de Império luso-brasileiro, mas também consciente da superioridade do Brasil em relação ao ‘decadente’ Portugal, José Bonifácio se convence, progressivamente, que essa união era insustentável sem uma Constituição garantidora da paridade de direitos entre as partes e sem um centro de força interno ao Brasil”, diz ela. O Patriarca da Independência era contrário aos regimes democráticos, que via como revolucionários. Para ele, a Monarquia Constitucional era a única forma de governo capaz de barrar os extremos da “anarquia” e do “despotismo”. Por isso, combateu todos os projetos alternativos, entre eles a ideia da convocação de uma Assembléia Legislativa no Brasil, defendida pelo grupo de Joaquim Gonçalves Ledo. Esse embate, na avaliação da professora, cristalizou um outro mito: a oposição Monarquia e República, associadas, respectivamente, a José Bonifácio e Ledo. “Na verdade, o que alimentou tal rivalidade foi o conflito ideológico entre um projeto nacional com base numa representação popular, e o projeto andradino, fundado na legitimidade dinástica e consagrador da soberania do Rei e da Nação, diz Ana Rosa.





A Independência foi pacífica
Acredita-se: A Independência foi aceita sem resistências em todas as antigas capitanias.
O que pensam os historiadores?
 A Independência não foi aceita imediatamente em todo o país. Salvador, que estava ocupada por tropas portuguesas, demorou a reconhecer a separação, como conta o professor Hendrik Kraay, especialista em História do Brasil na Universidade de Calgary, no Canadá. “Já as câmaras do recôncavo, sem a pressão militar, tinham reconhecido d. Pedro como ‘Defensor perpétuo do Brasil’, mostrando uma predileção em aderir ao movimento”, explica. Comandadas por Luís Madeira de Melo, as tropas portuguesas na capital baiana foram acusadas de promover vários tumultos as ruas.
Em Pernambuco, diz o historiador Evaldo Cabral de Mello, o problema foi a existência de uma tendência separatista anterior a 1822. “A Independência atropelou esse processo. Aconteceu então uma oposição entre o movimento local e o projeto de José Bonifácio, de um país centralizado sob o governo monárquico”, explica.




('Independência ou Morte" O grito do Ipiranga" de Pedro Américo, 1888)

Acredita-se: O " Grito do Ipiranga" como é conhecido, é a imagem clássica do ato da Independência, tendo D. Pedro como figura central
O que pensam os historiadores? O quadro de Pedro Américo foi concluído em 1888, um ano antes da Proclamação da República. O artista fez uma ampla pesquisa, consultando historiadores, estudando objetos e visitando o local do grito. Apesar disso, achava que não deveria ficar “preso à verdade”. Assim, entre outros aspectos, alterou a topografia, para realçar o riacho do Ipiranga e a colina; escolheu raças de cavalos que dessem maior elegância ao príncipe D. Pedro e à sua Guarda de Honra do Imperador, regimento criado, como o próprio nome sugere, tempos depois do 7 de Setembro”, explica Cecília Helena de Salles Oliveira, professora da Universidade de São Paulo (USP).







Acredita-se: Foi desde 1822  a data da independência, comemorada, como hoje, como feriado nacional e com paradas militares.
O que pensam os historiadores? A transformação do Sete de Setembro em data nacional só aconteceu a partir de 1870, refletindo, segundo a professora Cecília Helena, a consolidação do Estado Nacional e o crescimento da importância política e econômica de São Paulo. Na época, diz a professora Lúcia Neves, o único jornal a dar destaque ao “Grito do Ipiranga” foi O Espelho, que circulou no Rio de Janeiro entre 1821 e 1823, editado pela Imprensa Nacional. A publicação exaltava, em 20 de setembro, o “Independência ou morte!”, como “o grito [que] acorde todos os brasileiros”. A professora explica que o jornal, além de louvar o ato de d. Pedro, atacava duramente o Congresso de Lisboa, que “sacrificou a união de dois hemisférios ao seu orgulho e à sua ambição”. Ao longo do século XIX, outras datas foram celebradas, especialmente a aclamação de d. Pedro (12 de outubro, também aniversário do Imperador), a coroação (primeiro de dezembro) e a outorga da primeira Constituição (25 de março de 1824). “O 1º de dezembro é uma espécie de ‘data absolutista’, pois a coroação obedeceu a ritos tipicamente de Antigo Regime e conferiu legitimidade ao imperador com base em sua origem dinástica”, dia Marco Morel, professor da UERJ


Bandeira do Brasil Império



acredita-se: O brasil seguiu um caminho oposto ao dos países da América Latina, tornando-se uma Monarquia, enquanto os vizinhos adotaram a República, como uma simples solução de continuidade.

O que pensam os historiadores? O Império não foi uma solução pronta, mas construída, uma vez que havia focos de republicanismo no Brasil. Entretanto, segundo o professor Marco Morel, essa opção não ignorou a América Espanhola. “ Ao contrário, os partidários do Império usavam as experiências republicanas enfatizando os seus aspectos ‘negativos’. A República, apontada como sinônimo de desordem política, foi usada para justificar um Império centralizado que acabaria com as diferenças regionais”, diz ele. No entanto, o processo de consolidação do Império foi longo e sangrento, a partir da década de 1830, com as revoltas regenciais.

Independência ou morte. In: Nossa História. Ano I, nº 11, setembro de 2004. Biblioteca Nacional. pp 14-18.

Curiosidade sobre os quadros
C
('Independência ou Morte" O grito do Ipiranga" de Pedro Américo, 1888)


O famoso grito proferido por Dom Pedro I às margens do rio Ipiranga foi eternizado na memória nacional através do famoso quadro de Pedro Américo intitulado "Independência ou Morte". A imagem apresenta a proclamação da independência do Brasil de maneira heroica e grandiosa, no entanto, esse acontecimento se deu no ano de 1822, enquanto que o quadro foi confeccionado somente em 1888. Será que a tela realmente expressa o fato com fidelidade?

Os relatos de alguns acompanhantes do imperador mostram que não. As descrições feitas por esses homens revelam que a montaria utilizada pelo monarca nem de longe se assemelhava ao belo alazão pintado por Américo, na realidade era uma simples mula, o único animal que suportava aquele trajeto íngreme. E quando Dom Pedro menciona sua mais famosa frase: independência ou morte, ele não estava desembanhando sua espada com altivez às margens do Ipiranga.

Nesse  momento o proclamador da república estava aproximadamente a 400 metros de distância do famoso rio, que aliás, não possuía água límpidas e azuis como retratadas na tela, mas sim vermelhas e enlameadas.Além de que sua postura não poderia ser das mais elegantes uma vez que vinha sofrendo com fortes dores intestinais desde que acordara.Essas informações foram retiradas de documentos escritos pelo padre Belchior, o alferes canto e Melo e o coronel Marcondes, amigos do príncipe regente presente nessa ocasião.

A guarda de honra que acompanhava o futuro imperador do Brasil também não poderia estar vestindo trajes, uma vez que o uniforme militar ilustrado na pintura foi criado somente anos mais tarde para designar os Dragões da independência, os mesmos que fazem a guarda do presidente da república até hoje Além destas controvérsias ainda há a extrema semelhança da obra com um quadro confeccionado treze anos antes para celebrar uma famosa vitória de Napoleão Bonaparte, indicando uma cópia idêntica, observe:



(1807, Fridland, de Jean-Louis Ernet Meissonier, 1875)


Isso quer dizer que o célebre pintor enganou seu público? não, ele simplesmente estava cumprido sua função que era registrar uma cena importante para a nação de forma a engrandecê-la. Era seu dever, através daquela tela, reportar os brasileiros a um momento sublime de nossa história. Fazia-se necessário construir um passado nacional do qual se orgulhar, até então não passávamos de mera colônia a ser explorada por Portugal, a partir desta data precisávamos nos enxergar enquanto uma nação.

Nação forte, sólida, capaz de seguir com suas próprias "pernas". O apoio da sociedade era fundamental e sem dúvida alguma a pintura era mais importante do que a realidade que cá entre nós, era tanta cômica, diga-se de passagem. Caso tenha gostado do assunto e queira se informar melhor leia o livro de 1822 do jornalista Laurentino Gomes.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GUERRA DE CANUDOS

                                                                           Guerra de Canudos



Em pouco tempo o vilarejo ganhou ares de Cidade






                                                            

                Mapa do estado da Bahia com destaque para uma cidadezinha quase na fronteira  com o estado de Pernambuco que leva o nome da histórica Canudos, a 10 km da cidade original.

António Vicente Mendes Maciel, apelidado de "Antônio Conselheiro". nascido em Quixeramobim (CE) a 13 de Março de 1830, de tradiocional família que vivia nos sertões entre Quixeramobim e Boa Viagem, fora comerciante, professor e advogado prático nos sertões Delpu e Sobral. Após a sua esposa tê-lo abandonado em favor de um sargento da força pública, passou a vagar pelos sertões em uma andança de vinte e cinco anos. Chegou a Canudos em 1893, tornando-se lide do arraial e atraindo milhares de pessoas. Acreditava que a República recém - implantada no país era a materialização do reino do Anti-Cristo na terra, uma vez que o governo eleito seria uma profanação da autoridade da Igreja Católica para legitimar os governantes. A cobrança de impostos efetuada de forma violenta, a celebração do casamento civil e a separação entre Igreja e Estado eram provas cabiais da proximidade do " fim do mundo".
                                       
                                                                    Antônio Concelheiro

Guerra de canudos ou Campanha de Canudos, conflito amplamente conhecido e abordado na história do Brasil, entre os integrantes de um movimento popular de fundo sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro e Exército Brasileiro, que teve duração aproximadamente de um ano ( 1896 a 1897 ), na então comunidade dos participantes do movimento, Canudos, no interior do estado da Bahia, na região nordeste do Brasil.

 CAUSAS DA GUERRA
. OS latifundiários juntamente com o governo da Bahia não aceitavam o fato dos habitantes de Canudos não pagarem impostos.
. Afirmavam que Antônio Conselheiro defendia a volta de Monarquia.
- por outro lado, Antônio Conselheiro defendia o fim da cobrança dos impostos e era contrário ao casamento civil.
- Antônio Conselheiro era também um crítico do sistema republicano, como ele funcionava no período.
                                                       
                                                                                   

A revista Ilustrada, de Angelo Agostini veículo de propaganda republicana durante o império, retratava conselheiro de forma caricatural, com séquito de bufões armados com velhos bacamartes. tentando "barra" a República. Exemplo de como a imprensa da época reagiu ao messianismo.


                                                                                
povo de Canudos obra dos artesãos Demóstenes Fidélis e Lusyennir Lacerda. 
                                                                            
povo de Canudos

CONSEQUÊNCIAS:
.  A Guerra de Canudos contou com a participação de aproximadamente 12 mil soldados de diferentes estados do Brasil, divididos em quatro expedições.
. Na quarta incursão, no ano de 1897, houve incêndio de arraiais e mortes de diversas pessoas.
. Estima-se que morreram ao todo por volta de 25 mil pessoas, culminando com a destruição total da povoação.

                                                                                   

          

A única foto conhecida de Antônio Concelheiro, mistico rebelde e líder espiritual do Arraial de Canudos (1893 - 1897), Bahia, Brasil, foto tirada duas semanas após sua morte, pelo fotógrafo Flávio de Barros, a serviço do Exército. * 13 de março de 1830 Vila do Campo Maior + 22 de setembro de 1897 aos 67 anos em Canudos Nacionalidade Brasileiro 

           
                                                 Ruínas da antiga cidade de Canudos

  
CINEMA
A guerra gerou inspiração para cineastas fazerem diversos filmes, como os citados abaixo:

. Guerra de Canudos, no ano de 1997.
. Sobreviventes - Os filhos da Guerra de Canudos. Entre 2004/2005.
- Canudos Documentário de Canudos ( Die Sieben Sakramente Von Canudos). Ano de 1996.


                                                                                 

Resumo


Em 1893, Antônio Concelheiro ( um monarquista assumido) e seus seguidores começa, a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada e decidira por enviar vários destacamentos militares para destruí-los. Os seguidores de Antônio Conselheiro apenas defendiam seus lares, mas a nova ordem não podia aceitar que humildes moradores do sertão da Bahia desafiassem a República. Assim, em 1897, esforços são reunidos para destruir os sertanejos. Estes fatos são vistos pela ótica de uma família, que tem opiniões conflitantes sobre Conselheiro.

Biografia de Lampião

              
               Lampião: o "rei do cangaço"


Lampião e Maria Bonita
MÉDICO BAIANO ESTUDA OS CRÂNIO DE LAMPIÃO E MARIA BONITA.
Cabeça mumificada de Lampião e Maria Bonita

Cabeças mumificadas de Lampião e Maria Bonita, em mãos do professor Estácio de Lima, o médico Baiano que pesquisou cabeças de vários cangaceiros inclusive a de Maria Bonita e Lampião, professor Estácio de Lima é médico legista do ( Instituto Médico Legal Nna Rodrigues) Antiga Faculdade de Medicina do Pelourinho Salvador Bahia o professor Estácio também é escritor escreveu um grande livro relato,( O estranho Mundo dos Cangaceiros). Em 1968 familiares dos cangaceiros entraram na justiça obrigando o Instituto a  Enterrarem os restos mortais dos cangaceiros.

Cangaço: as cabeças mais valiosas do Nordeste brasileiro


(Detalhe: as cabeças de Lampião e Maria Bonita são as 2 últimas do centro sendo a de Lampião a de baixo)

Em 04 de junho de 1898 nasceu Virgulino Ferreira da Silva, na fazenda Ingazeira de propriedade de seus pais, no Vale do Pajeú, em Pernambuco, terceiro filho de José Ferreira da Silva e D. Maria Lopes. Seus pais casaram no dia 13 de outubro de 1894, na Matriz do Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta do Navio, tendo seu primeiro filho em agosto de 1895, que chamaram Antônio em homenagem ao avô paterno. O segundo filho nasceu dia 07 de novembro de 1896, e foi chamado de Livino. Depois de Virgulino, o casal teve mais seis filhos, quase que ano a ano que foram: Virtuosa, João, Angélica, Maria (Mocinha), Ezequiel e Anália.

Virgulino foi batizado aos três meses de nascido, na capela do povoado de São Francisco, sendo seus padrinhos os avós maternos: Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jacosa Vieira. A cerimônia foi oficiada por Padre Quincas, que profetizou:

- "Virgulino - explicou o padre - vem de vírgula, quer dizer, pausa, parada." E arregalando os olhos: - "Quem sabe, o sertão inteiro e talvez o mundo vão parar de admiração por ele".
Quando menino viveu intensamente sua infância, na região que chamava carinhosamente de meu sertão sorridente! Brincava nos cerrados, montava animais, pescava e nadava nas águas do riacho, empinava papagaio, soltava pião e tudo o mais que fazia parte dos folguedos de seu tempo de menino.

A esperteza do menino o fez cair nas predileções de sua avó e madrinha que aos cinco anos o levou para a sua casa, a 150 metros da casa paterna.

À influência educativa dos pais, que nunca cessou, acrescentou-se a desta senhora - a "Mulher Rendeira" - a quem o menino admirava quando ela, com incrível rapidez das mãos, trocando e batendo os bilros na almofada e mudando os espinhos e furos, tecia rendas e bicos de fino lavor.

A primeira comunhão de Virgulino foi aos sete anos na capela de São Francisco, em 1905, juntamente com os irmãos Antônio (dez anos) e Livino (nove anos). A crisma aconteceu em 1912, aos quatorze anos e foi celebrada pelo recém empossado primeiro bispo D. Augusto Álvaro da Silva, sendo padrinho o Padre Manuel Firmino, vigário de Mata Grande, em Alagoas.

No lugar onde nasceu não havia escola e as crianças aprendiam com os mestres-escola , que ensinavam mediante contrato e hospedagem, durante períodos de três a quatro meses nas fazendas.Seu aprendizado com foi os professores Justino Nenéu e Domingos Soriano Lopes.

Ainda menino já trabalhava, carrregando água, enchiqueirando bodes, dando comida e água aos animais da fazenda, pilando milho para fazer xerém e outras atividades compatíveis com sua idade. Mais tarde, jovem, robusto passou aos trabalhos de gente grande: cultivava algodão, milho, feijão de corda, abóbora, melancia, cuidava da criação de gado, e dos animais. Posteriormente tornou-se vaqueiro e feirante.

Seu alistamento eleitoral e de seus dois irmãos Antônio e Livino foi feito em 1915 por Metódio Godoi, apesar de não terem ainda os 21 anos exigidos por lei. Sabe-se que votaram três vezes: em 1915, 1916 e 1919.

A vida amorosa dos três irmãos era como a de qualquer jovem de sua idade, e se não houvessem optado pela vida de cangaceiro, certamente teriam cada um constituído sua família e tido um lar estável como foi o de seus familiares. Até entrar para o cancaço, Virgulino e seus irmãos eram pessoas comuns, pacíficos sertanejos, que viviam do trabalho (trabalhavam muito como qualquer sertanejo) na fazenda e na feira onde iam vender suas mercadorias. Virgulino Ferreira da Silva na certa seria sempre um homem comum, se fatos acontecidos com ele e sua família (que narraremos na página "Porque Virgulino entrou para o cangaço") não o tivessem praticamente obrigado a optar pelo cangaço como saída para realizar sua vingança. Viveu no cangaço durante anos, vindo a falecer numa emboscada em 28 de julho de 1938, no município de Poço Redondo, Sergipe, na fazenda Angico


                                                                       Relembrando

                                                                                   
                                                   ficou conhecido como o " rei do Cangaço".

                                                                                 
A última Ceia de Lampião

- Nasceu numa família de classe média baixa.
- Trabalhou com o pai, na infância e parte da adolescência, cuidando de gado.
- Trabalhou também com transporte de mercadorias em longa distância, utilizando burros como meio de transporte de carga.
- Envolveu-se em brigas familiares na juventude e entrou para um bando de cangaceiros para vingar a morte do pai.
- Em 1922, passou, a comandar um bando de cangaceiros.
- Em 1923, seu bando efetuou assalto a casa de baronesa de Água Branca (AL).
- Em junho de 1927, Lampião comandou seus homens na fracassada tentativa de tomar a cidade de Mossoró (RN), Chegaram nesta ocasião a sequestrar o coronel Antonio Gurgel.
- Na década de 1930, Lampião e seu bando passou a ser procurado por policiais de vários estados do Nordeste, O bando passou a viver de saques a fazendas e doações forçadas de comerciantes.
- Em 1930, conheceu Maria Déia ( Maria Bonita) que ingressou no bando, tornando-se mulher de Lampião. Em 1932  nasceu a filha do casal, Expedita Ferreira.
- Em 27 de julho de 1938, Lampião e vários cangaceiros do bando estavam na fazenda Angicos, sertão de Sergipe. quando foram mortos por policiais da volante do tenente João Bezerra.

curiosidades:

- Lampião também trabalhou, até os 20 anos de idade, como artesão.
- Lampião, ao contrário da maioria dos cangaceiros da época, era alfabetizado.
- Lampião apresentava problemas de visão e, por isso, usava óculos para leitura.




                                                   FILME LAMPIÃO REI DO CANGAÇO




Sinopse: Os últimos dias de Lampião e Maria Bonita. A ação tem inicio com o sequestro por Lampião do geólogo inglês Steve Chander. O cangaceiro usa Joana Bezerra com intermediária para negociar o resgate com o governo da Bahia 40 contos de Réis pela vida do Refém. Em Salvador, o jornalista Lindolfo Macedo descobre que o governo pretende mandar prender Argemiro, irmão honesto e trabalhador de Lampião para forçar o cangaceiro a soltar o inglês. O jornalista parte então para o sertão na esperança de encontrar Argemiro primeiro. Mas o governador decide enviar tropas comandadas pelo tenente. Zé Rufino, tradicional perseguidor de lampião para capturar o bandido.

A partir dai tem inicio uma série de negociações perseguições e fugas, durante as quais o grupo vive momentos de grande tensão, tanto pela presença de Chander quanto pelo desaparecimento de Maria Bonita. O governo e a embaixada inglesa oferecem recompensas para quem fornecer pistas sobre o paradeiro do bando. O cerco se aperta a volante de Zé Rufino, descobre o bando na fazenda de Manoel Severo, onde Lampião e Maria Bonita haviam ido visitar Expedita, a filha do casal. por fim, em 28 de julho de 1938, Lampião e Maria Bonita são metralhados na Serra de Angico:

DADOS DO ARQUIVO
Tamanho: 855 MB
Formato: AVI
Áudio: Português
http://www.megaupioad.com/?d=NBBSY927

GUERRA FRIA




A Guerra Fria, que teve seu início logo após a Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991) é a designação atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, disputando a hegemonia política, econômica e militar no mundo.

Causas

A União Soviética buscava implantar o socialismo em outros países para que pudessem expandir a igualdade social, baseado na economia planificada, partido único (Partido Comunista), igualdade social e falta de democracia. Enquanto os Estados Unidos, a outra potência mundial, defendia a expansão do sistema capitalista, baseado na economia de mercado, sistema democrático e propriedade privada.

Com o fim da Segunda Guerra Mundial o contraste entre o capitalismo e socialismo era predominante entre a política, ideologia e sistemas militares. Apesar da rivalidade e tentativa de influenciar outros países, os Estados Unidos não conflitou a União Soviética (e vice-versa) com armamentos, pois os dois países tinham em posse grande quantidade de armamento nuclear, e um conflito armado direto significaria o fim dos dois países e, possivelmente, da vida em nosso planeta. Porém ambos acabaram alimentando conflitos em outros países como, por exemplo, na Coréia e no Vietnã.

Com o objetivo de reforçar o capitalismo, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, lança o Plano Marshal, que era um oferecimento de empréstimos com juros baixos e investimentos para que os países arrasados na Segunda Guerra Mundial pudessem se recuperar economicamente. A partir desta estratégia a União Soviética criou, em 1949, o Comecon, que era uma espécie de contestação ao Plano Marshal que impedia seus aliados socialistas de se interessar ao favorecimento proposto pelo então inimigo político.

A Alemanha por sua vez, aderiu o Plano Marshall para se restabelecer, o que fez com que a União Soviética bloqueasse todas as rotas terrestres que davam acesso a Berlim. Desta forma, a Alemanha, apoiada pelos Estados Unidos, abastecia sua parte de Berlim por vias aéreas provocando maior insatisfação soviética e o que provocou a divisão da Alemanha em Alemanha Oriental e Alemanha Ocidental.
Em 1948, os Estados Unidos juntamente com seus aliados criam a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que tinha como objetivo manter alianças militares para que estes pudessem se proteger em casos de ataque. Em conta partida, a União Soviética assina com seus aliados o Pacto de Varsóvia que também tinha como objetivo a união das forças militares de toda a Europa Oriental.

Entre os aliados da Otan destacam-se: Estados Unidos, Canadá, Grécia, Bélgica, Itália, França, Alemanha Ocidental, Holanda, Áustria, Dinamarca, Inglaterra, Suécia, Espanha. E os aliados do Pacto de Varsóvia destacam-se: União Soviética, Polônia, Cuba, Alemanha Oriental, China, Coréia do Norte, Iugoslávia, Tchecoslováquia, Albânia, Romênia.

Origem do nome

É chamada "fria" porque não houve uma guerra direta entre as superpotências, dada a inviabilidade da vitória em uma batalha nuclear.

Envolvimentos Indiretos

Guerra da Coréia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema.

Envolvimentos Indiretos 

Guerra da Coréia: Entre os anos de 1951 e 1953 a Coréia foi palco de um conflito armado de grandes proporções. Após a Revolução Maoista ocorrida na China, a Coréia sofre pressões para adotar o sistema socialista em todo seu território. A região sul da Coréia resiste e, com o apoio militar dos Estados Unidos, defende seus interesses. A guerra dura dois anos e termina, em 1953, com a divisão da Coréia no paralelo 38. A Coréia do Norte ficou sob influência soviética e com um sistema socialista, enquanto a Coréia do Sul manteve o sistema capitalista.

Guerra do Vietnã: Este conflito ocorreu entre 1959 e 1975 e contou com a intervenção direta dos EUA e URSS. Os soldados norte-americanos. Apesar de todo aparato tecnológico. Tiveram dificuldades em enfrentar os soldados vietcongues (apoiados pelos soviéticos) nas florestas tropicais do país. Milhares de pessoas. Entre civis e militares morreram nos combates. os EUA saíram derrotados e tiveram que abandonar o território vietnamita de forma vergonhosa em 1975. O Vietnã passou a ser socialista.

Fim da Guerra Fria

A falta de democracia, o atraso econômico e a crise nas repúblicas soviéticas acabaram por acelerar a crise do socialismo no final da década de 1980. Em 1989 cai o muro de Berlim e as duas Alemanhas são reunificadas



No começo da década de 1990, o então presidente da União Soviética Gorbachev começou a acelerar o fim do socialismo naquele país e nos aliados. com a reformas econômicas, acordos com os EUA e mudanças politicas, o sistema foi se enfraquecendo. Era o fim de um período de embates políticos, ideológicos e militares. O capitalismo vitorioso. aos poucos, iria sendo implantado nos países socialistas.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Invenções da Idade Média

As invenções abaixo são do período entre fim da alta idade média, entrando pela baixa idade média pois não há como definir onde terminou uma e começou outra...

- Melhorias no arado que passou a sere de ferro, substituíram os bois pelos cavalos, nos quais colocaram peitorais e ferraduras


 - introdução de moinho eólio e hidráulicos

 - introdução da rotação de culturas nos campos

 - a técnica de construção chamadas de gótica... as igrejas nesse estilo são enormes,               
   mesmo sem tecnologia do concreto armado...

 - bússola ( aperfeiçoada)

 - as lentes de óculos

 - a roda com aros

 - o relógio mecânico com pesos e rodas ("invenção mais revolucionária do que a da     
   pólvora e a da máquina a vapor", conforme Ernst Junger)

 - o canhão (em 1327)

 - a caravela ( em 1430)

 - ou seja a idade média jamais foi uma idade das trevas...


           

                                                      Invenções da Idade Média

óculos, livros, bancos, botões e outras invenções geniais

Chiara Frugoni

Sinopse


 Muitas vezes nem paramos para pensar sobre a origem de coisas tão incorporadas à nossa vida cotidiana, como os óculos, os livros e bancos, Com belas ilustrações e um texto cativante, essa obra mostra um período luminoso e inédito, um tempo de progresso e descobertas notáveis como:

bússola . relógio . universidade . garfo . roupas de baixo . carnaval . macarrão . xadrez . anestesia . e muito mais!

inclui cerca de 100 ilustrações, sendo diversas em cor.

" Esse brilhante trabalho de Chiara Frugori pinta o retrato de uma época que não foi de trevas nem imune ao progresso; ao contrário, foi uma época fértil de invenções vitais e importantes."

Jacques Legoff



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Feudalismo na Idade Média

                       Servos trabalhando num feudo medieval
                         Servos trabalhando num feudo medieval


Introdução 

O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras ), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa). As características gerais do feudalismo são: poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 

Estrutura Política do Feudalismo 

Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania. O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano. O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção. As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.
Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).

Sociedade feudal 

A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada. A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses. O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade. Era isento de impostos e arrecadava o dízimo. A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos. Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).

Economia feudal

A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas. As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal. O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder. O artesanato também era praticado na Idade Média. A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares. O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

Religião 

Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, aIgreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média. A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando. Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade. Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

As Guerras 

A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder. Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder. Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval. O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

Castelo -  feudalismo Castelo da época do feudalismo

Educação, artes e cultura

educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras. Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.
arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos. As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.
Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião. Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

O fim do feudalismo

O feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina. Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista. Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e econômicas. O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.

As Novelas de Cavalaria na Idade Média


                                                                       Rei Arthur.  

O movimento denominado trovadorismo foi o primeiro da escola literária portuguesa, tendo surgido e permanecido entre o século XII e XIV. Porém, o trovadorismo não ficou somente na poesia, vieram a seguir asnovelas de cavalaria, que derivaram das gestas francesas, que eram poesias de temas guerreiros, com os seus heróis cavaleiros em aventuras perigosas que lutavam para defender o bem e obter a vitória sobre o mal. Deixaram, então, de serem manifestadas em versos para o serem em prosa e, ao invés de cantadas passaram a ser lidas.

Novelas de cavalaria em Portugal

Grandes chroniques RolandAs novelas de cavalaria chegaram a Portugal no século XIII, quando na época seu rei era Afonso III e permeavam na fidalguia e realeza. Como originárias da França, os relatos eram traduzidos, mas as cópias sofriam modificações para que se adaptassem à cultura e história portuguesa. Por esse tempo, não há conhecimento de nenhuma novela portuguesa por excelência: todas vinham do país francês.

Autoria

Essas narrativas, de modo geral, não constam o nome de seu autor. Serviam como verdadeira divulgação das Cruzadas, como maneira de auxiliar na propagação da fé cristã e conquistar a simpatia da população ao movimento.
As novelas agradavam a todos positivamente e influenciaram muito no comportamento e rotina da população nessa época.
Dentre as que mais percorriam os meios portugueses estavam as novelas Amandis de Gaula e A Demanda do Santo Graal.

Ciclos das novelas de cavalaria

Por convenção a divisão ficou assim estabelecida:
Ciclo bretão ou arturiano, tendo como protagonistas o Rei Artur e seus cavaleiros.
Ciclo carolíngio, com Carlos Magno e os doze pares de França.
Ciclos Clássicos, relacionados às novelas de temas Greco-latinos.
Tendo-se em conta a Literatura Portuguesa, é contraditória essa divisão, pois somente o ciclo arturiano deixou sua passagem em Portugal. Os demais ciclos, embora conhecidos e tendo deixado algumas marcas, passaram somente em forma de poesia e, também, por não haver conhecimento de alguma novela do ciclo carolíngio ou clássico.

Novelas de cavalaria mais importantes

Pintura de cavaleiros adorando o santo graalO que se tem conhecimento é que na Biblioteca de D. Duarte – 1391 a 1438, haviam escritos de algumas novelas, tais como Tristão, o Livro de Galaax e o Mago Merlim. Isso comprova a consideração por essas novelas, bem como, a influência no comportamento e costumes dos frequentadores da realeza nos palácios portugueses. Com exceção de Amadis de Gaula ficaram somente: História de Merlim, José de Arimatéia e a Demanda do Santo Graal.
A novela História de Merlim existe somente na tradução em espanhol, pois na língua portuguesa, ela desapareceu. José de Arimatéia chegou a ser publicada em 1967, com tradução advinda do Século XIV. Juntos a ela, a História de Merlim e A Demanda do Santo Graal são as novelas que ficaram até hoje.
Nas novelas evidencia-se a figura do cavaleiro medieval conforme os padrões da Igreja Católica, por quem ele se dedica: casto, fiel, dedicado e pronto a qualquer sacrifício na defesa da honra cristã.

Literatura de Cordel e Literatura Oral

                                                                               
Literatura de Cordel: folheto ilustrado com xilogravura


O que é e origem 

literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Também são utilizadas desenhos e clichês zincografados. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.

Chegada ao Brasil 

A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.

De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida doscangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.

Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público. 
Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.

Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.
Poética do cordel:
- Quadra: estrofe de quatro versos.
- Sextilha: estrofe de seis versos.
- Septilha: é a mais rara, pois é composta por sete versos.
- Oitava: estrofe de oito versos.
- Quadrão: os três primeiros versos rimam entre si; o quarto com o oitavo, e o quinto, o sexto e o sétimo também entre si.
- Décima: estrofe de dez versos.
- Martelo: estrofes formadas por decassílabos (comuns em desafios e versos heróicos).

Literatura Oral 

Faz parte da literatura oral os mitos, lendas, contos e provérbios que são transmitidos oralmente de geração para geração. Geralmente, não se conhece os autores reais deste tipo de literatura e, acredita-se, que muitas destas estórias são modificadas com o passar do tempo. Muitas vezes, encontramos o mesmo conto ou lenda com características diferentes em regiões diferentes do Brasil. A literatura oral é considerada uma importante fonte de memória popular e revela o imaginário do tempo e espaço onde foi criada.

Muitos historiadores e antropólogos estudam este tipo de literatura com o objetivo de buscarem informações preciosas sobre a cultura e a história de uma época. Em meio a ficção, resgata-se dados sobre vestimentas, crenças, comportamentos, objetos, linguagem, arquitetura etc.

Podemos considerar como sendo literatura oral os cantos, encenações e textos populares que são representados nos folguedos.

Exemplos de mitos, lendas e folclore brasileiro: saci-pererêcurupiraboto cor de rosa, caipora, Iara, boitatá,
lobisomem, mula-sem-cabeça, negrinho do pastoreio.

Literatura Brasileira


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Padre José de Anchieta: representante do início da literatura brasileira

Quinhentismo (século XVI)

Representa a fase inicial da literatura brasileira, pois ocorreu no começo da colonização. Representante da Literatura Jesuíta ou de Catequese, destaca-se Padre José de Anchieta com seus poemas, autos, sermões cartas e hinos. O objetivo principal deste padre jesuíta, com sua produção literária, era catequizar os índios brasileiros. Nesta época, destaca-se ainda Pero Vaz de Caminha, o escrivão da frota de Pedro Álvares Cabral. Através de suas cartas e seu diário, elaborou uma literatura de Informação ( de viagem ) sobre o Brasil. O objetivo de Caminha era informar o rei de Portugal sobre as características geográficas, vegetais e sociais da nova terra.

Barroco ( século XVII )

Essa época foi marcada pelas oposições e pelos conflitos espirituais. Esse contexto histórico acabou influenciando na produção literária, gerando o fenômeno do barroco. As obras são marcadas pela angústia e pela oposição entre o mundo material e o espiritual.  Metáforas, antíteses e hipérboles são as figuras de linguagem mais usadas neste período. Podemos citar como principais representantes desta época: Bento Teixeira, autor de Prosopopéia; Gregório de Matos Guerra ( Boca do Inferno ), autor de várias poesias críticas e satíricas; e padre Antônio Vieira, autor de Sermão de Santo Antônio ou dos Peixes.
Neoclassicismo ou Arcadismo ( século XVIII )

O século XVIII é marcado pela ascensão da burguesia e de seus valores. Esse fato influenciou na produção da obras desta época. Enquanto as preocupações e conflitos do barroco são deixados de lado, entra em cena o objetivismo e a razão. A linguagem complexa é trocada por uma linguagem mais fácil. Os ideais de vida no campo são retomados ( fugere urbem = fuga das cidades ) e a vida bucólica passa a ser valorizada, assim como a idealização da natureza e da mulher amada. As principais obras desta época são: Obra Poética de Cláudio Manoel da Costa, O Uraguai de Basílio da Gama, Cartas Chilenas e Marília de Dirceu de Tomás Antonio Gonzaga, Caramuru de Frei José de Santa Rita Durão.

Romantismo ( século XIX )

A modernização ocorrida no Brasil, com a chegada da família real portuguesa em 1808, e a Independência do Brasil em 1822 são dois fatos históricos que influenciaram na literatura do período. Como características principais do romantismo, podemos citar : individualismo, nacionalismo, retomada dos fatos históricos importantes, idealização da mulher, espírito criativo e sonhador, valorização da liberdade e o uso de metáforas. As principais obras românticas que podemos citar : O Guarani de José de Alencar, Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, Espumas Flutuantes deCastro Alves, Primeiros Cantos de Gonçalves Dias. Outros importantes escritores e poetas do período: Casimiro de Abreu, Álvares de Azevedo, Junqueira Freire e Teixeira e Souza.

Realismo - Naturalismo ( segunda metade do século XIX )

Na segunda metade do século XIX, a literatura romântica entrou em declínio, juntos com seus ideais. Os escritores e poetas realistas começam a falar da realidade social e dos principais problemas e conflitos do ser humano. Como características desta fase, podemos citar : objetivismo, linguagem popular, trama psicológica, valorização de personagens inspirados na realidade, uso de cenas cotidianas, crítica social, visão irônica da realidade. O principal representante desta fase foi Machado de Assis com as obras : Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro e O Alienista. Podemos citar ainda como escritores realistas Aluisio de Azedo autor de O Mulato e O Cortiço e Raul Pompéia autor de O Ateneu.

Parnasianismo ( final do século XIX e início do século XX )

parnasianismo buscou os temas clássicos, valorizando o rigor formal e a poesia descritiva. Os autores parnasianos usavam uma linguagem rebuscada, vocabulário culto, temas mitológicos e descrições detalhadas. Diziam que faziam a arte pela arte. Graças a esta postura foram chamados de criadores de uma literatura alienada, pois não retratavam os problemas sociais que ocorriam naquela época. Os principais autores parnasianos são: Olavo Bilac, Raimundo Correa, Alberto de Oliveira e Vicente de Carvalho.

Simbolismo ( fins do século XIX )

Esta fase literária inicia-se com a publicação de Missal e Broquéis de João da Cruz e Souza. Os poetas simbolistas usavam uma linguagem abstrata e sugestiva, enchendo suas obras de misticismo e religiosidade. Valorizavam muito os mistérios da morte e dos sonhos, carregando os textos de subjetivismo. Os principais representantes do simbolismo foram: Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens.

Pré-Modernismo (1902 até 1922)

Este período é marcado pela transição, pois o modernismo só começou em 1922 com a Semana de Arte Moderna. Está época é marcada pelo regionalismo, positivismo, busca dos valores tradicionais, linguagem coloquial e valorização dos problemas sociais. Os principais autores deste período são: Euclides da Cunha (autor de Os Sertões), Monteiro LobatoLima Barreto, autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma e Augusto dos Anjos.

Modernismo (1922 a 1930)

Este período começa com a Semana de Arte Moderna de 1922. As principais características da literatura modernista são : nacionalismo, temas do cotidiano (urbanos) , linguagem com humor, liberdade no uso de palavras e textos diretos. Principais escritores modernistas : Mario de Andrade,Oswald de Andrade, Cassiano Ricardo, Alcântara Machado e Manuel Bandeira.

Neo-Realismo (1930 a 1945)

Fase da literatura brasileira na qual os escritores retomam as críticas e as denúncias aos grandes problemas sociais do Brasil. Os assuntos místicos, religiosos e urbanos também são retomados. Destacam-se as seguintes obras : Vidas Secas de Graciliano Ramos, Fogo Morto de José Lins do Rego, O Quinze de Raquel de Queiróz e O País do Carnaval de Jorge Amado. Os principais poetas desta época são: Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Cecilia Meireles.

                                                                               
                                           Livros de Literatura 


 
                                                  
LITERATURA

Literatura Brasileira - Em Diálogo com Outras 

   Autor: Magalhães, Thereza Cochar; Cereja, William Roberto
   Editora: Atual

 Literatura Brasileira - Tempos , Leitores e Leituras   Autor: Abaurre, Maria Luiza; Pontara, Marcela Nogueira
   Editora: Moderna

 História Concisa da Literatura Brasileira   Autor: Bosi, Alfredo
   Editora: Cultrix

 Literaturas Brasileira e Portuguesa   Autor: Souza, Jesus Barbosa de; Campedelli, Samira Yousseff
   Editora: Saraiva

 Literatura Brasileira - Das Origens aos Nossos Dias   Autor: Nicola, Jose de
   Editora: Scipione

 Painel da Literatura em Português   Autor: Nicola, Jose de
   Editora: Scipione

 A Literatura Portuguesa   Autor: Moises, Massaud
   Editora: Cultrix

 A Literatura Portuguesa Através dos Textos   Autor: Moises, Massaud
   Editora: Cultrix

 Literatura Portuguesa   Autor: Oliveira, Paulo Motta; Garmes, Hélder; Bueno, Aparecida de Fátima; Gisele, Fernandes Annie
   Editora: Alameda Casa Editorial

 Estudos de Literatura Brasileira e Portuguesa   Autor: Franchetti, Paulo
   Editora: Atelie

 Literatura Portuguesa e Brasileira   Autor: Chacon, Geraldo
   Editora: Flamula

 Formação da Literatura Brasileira - Momentos Decisivos   Autor: Candido, Antonio
   Editora: Ouro sobre Azul

 Literatura Brasileira - Modos de Usar - Col. L&pm Pocket   Autor: Fischer, Luis Augusto
   Editora: L&PM

 Literatura Infantil Brasileira   Autor: Lajolo, Marisa
   Editora: Ática

 Iniciação À Literatura Brasileira   Autor: Candido, Antonio
   Editora: Ouro sobre azul