segunda-feira, 27 de agosto de 2012

As Novelas de Cavalaria na Idade Média


                                                                       Rei Arthur.  

O movimento denominado trovadorismo foi o primeiro da escola literária portuguesa, tendo surgido e permanecido entre o século XII e XIV. Porém, o trovadorismo não ficou somente na poesia, vieram a seguir asnovelas de cavalaria, que derivaram das gestas francesas, que eram poesias de temas guerreiros, com os seus heróis cavaleiros em aventuras perigosas que lutavam para defender o bem e obter a vitória sobre o mal. Deixaram, então, de serem manifestadas em versos para o serem em prosa e, ao invés de cantadas passaram a ser lidas.

Novelas de cavalaria em Portugal

Grandes chroniques RolandAs novelas de cavalaria chegaram a Portugal no século XIII, quando na época seu rei era Afonso III e permeavam na fidalguia e realeza. Como originárias da França, os relatos eram traduzidos, mas as cópias sofriam modificações para que se adaptassem à cultura e história portuguesa. Por esse tempo, não há conhecimento de nenhuma novela portuguesa por excelência: todas vinham do país francês.

Autoria

Essas narrativas, de modo geral, não constam o nome de seu autor. Serviam como verdadeira divulgação das Cruzadas, como maneira de auxiliar na propagação da fé cristã e conquistar a simpatia da população ao movimento.
As novelas agradavam a todos positivamente e influenciaram muito no comportamento e rotina da população nessa época.
Dentre as que mais percorriam os meios portugueses estavam as novelas Amandis de Gaula e A Demanda do Santo Graal.

Ciclos das novelas de cavalaria

Por convenção a divisão ficou assim estabelecida:
Ciclo bretão ou arturiano, tendo como protagonistas o Rei Artur e seus cavaleiros.
Ciclo carolíngio, com Carlos Magno e os doze pares de França.
Ciclos Clássicos, relacionados às novelas de temas Greco-latinos.
Tendo-se em conta a Literatura Portuguesa, é contraditória essa divisão, pois somente o ciclo arturiano deixou sua passagem em Portugal. Os demais ciclos, embora conhecidos e tendo deixado algumas marcas, passaram somente em forma de poesia e, também, por não haver conhecimento de alguma novela do ciclo carolíngio ou clássico.

Novelas de cavalaria mais importantes

Pintura de cavaleiros adorando o santo graalO que se tem conhecimento é que na Biblioteca de D. Duarte – 1391 a 1438, haviam escritos de algumas novelas, tais como Tristão, o Livro de Galaax e o Mago Merlim. Isso comprova a consideração por essas novelas, bem como, a influência no comportamento e costumes dos frequentadores da realeza nos palácios portugueses. Com exceção de Amadis de Gaula ficaram somente: História de Merlim, José de Arimatéia e a Demanda do Santo Graal.
A novela História de Merlim existe somente na tradução em espanhol, pois na língua portuguesa, ela desapareceu. José de Arimatéia chegou a ser publicada em 1967, com tradução advinda do Século XIV. Juntos a ela, a História de Merlim e A Demanda do Santo Graal são as novelas que ficaram até hoje.
Nas novelas evidencia-se a figura do cavaleiro medieval conforme os padrões da Igreja Católica, por quem ele se dedica: casto, fiel, dedicado e pronto a qualquer sacrifício na defesa da honra cristã.

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