domingo, 29 de julho de 2012

artigo (DIDÁTICA: ferramenta cotidiana do professor)


(*) Nelson Valente
A Didática Geral é uma ciência teórico-prática que pesquisa, experimenta e sugere formas de comportamento a serem adotadas no processo da instrução, com vistas à eficiência e eficácia da ação educativa.
A Didática é a ferramenta cotidiana do professor e, como tal, está em contínua evolução, razão porque os conteúdos deste curso destinam-se não só a reforçar os conceitos fundamentais dessa disciplina mas, sobretudo, aperfeiçoar e atualizar o professor pelo conhecimento de novas técnicas que possam vir a ser utilizadas em sala de aula.

Didática tem origem no idioma grego; provém de didaktiké significando a arte (maneira) de ensinar ou instruir. É uma ciência teórico-prática, que pesquisa e experimenta novas técnicas de ensino e sugere formas de comportamento a serem adotadas no processo da instrução. Correlaciona-se a outras, em especial à Psicologia, Sociologia, Filosofia e Biologia.

Como toda ciência, a Didática é aberta às novas descobertas que enriquecem o saber humano. Assim, a Didática contemporânea faz ver ao educador certos conceitos novos ou novas abordagens desses conceitos, por isso é sempre importante para o educador estar se reciclando, enriquecendo-se.
A instrução é um conjunto de eventos planejados pelo professor com o fim de iniciar, ativar e manter a aprendizagem.

A aprendizagem consiste em uma mudança no comportamento do aluno em face do processo da instrução e é o resultado desse processo que, para ser eficiente, precisa ser planejado.
O planejamento da instrução é um processo de tomada de decisões que visam à racionalização das atividades do professor e do aluno, na situação de ensino-aprendizagem. Este planejamento envolve, pelo menos, três fases: elaboração, execução e avaliação.

A fase de elaboração compreende quatro etapas: formulação dos objetivos, seleção dos conteúdos, seleção das estratégias e seleção das formas de avaliação da aprendizagem.
Na fase de execução, aplicam-se as estratégias instrucionais na situação de ensino-aprendizagem e, na fase de avaliação, verifica-se o atingimento ou o não-atingimento dos objetivos, de sorte a reelaborar o planejamento, caso isto seja necessário.

O planejamento da instrução é tarefa obrigatória do professor, que oferece maior segurança para o atingimento dos objetivos e verificação da qualidade e quantidade do ensino que está sendo orientado.
Aluno é o componente básico do processo de instrução, pois é ele quem aprende. Ao professor cabe a função de planejar o ensino, propiciando condições para que a aprendizagem se realize.
A aprendizagem é o resultado do processo da instrução e consiste em uma mudança no comportamento do aluno em face do processo de instrução.
Instrução, por sua vez, é um conjunto de eventos planejados para iniciar, ativar e manter a aprendizagem.
Prática de Ensino
De todas as atividades da sociedade, o magistério foi a que mais sofreu deteriorações. O professor foi vítima da falta de compreensão, por parte das autoridades governamentais, do papel que desempenha na sociedade. Ensinar quer dizer guiar, estimular e orientar o processo de aprendizagem. A transmissão do ensino não pode ser conformista e acomodada. Deve ser um esforço pessoal e técnico, competente no seu trabalho específico. O ensino deve despertar o interesse pelo conhecimento e estimular o impulso natural de aprender.
O problema da formação do professor do Ensino Fundamental e Ensino Médio é da maior seriedade. Os professores das séries iniciais têm seus conhecimentos pedagógicos prejudicados porque os cursos de Pedagogia ( Art. 64 da Lei 9394/96 ) não são ministrados com a necessária profundidade e atualização. Com isso, o aprendizado ficou comprometido e a escola tornou-se passiva e enfadonha. As fontes de motivação dos alunos e dos professores foram aos poucos minguando.

A parte mais nobre e fundamental da educação, que é o contato direto e íntimo com a criança, foi desvalorizada. Não é menos verdade que os professores aceitaram com relativa passividade a degradação da qualidade do ensino, da sua renda e prestígio social, assim como não demonstraram interesse em desenvolver suas aptidões e capacidades. Por outro lado, o educador é sempre movido pelo ideal de servir.
Este artigo visa conscientizar o educador da grandeza de sua profissão para que atue como incentivador de idéias. Para o professor consciente de seu papel de protagonista no processo educacional, leva à reflexão sobre a importância de colocar suas habilidades em prol do aluno.

Este estudo surgiu da observação dos aspectos legais, da atuação como docente da Educação Básica e Universitário. A partir desta observação, constata-se que as deficiências do professor em sala de aula são múltiplas e refletindo sobre a atuação deste profissional procuramos literaturas pertinentes a metodologia e prática de ensino, tais como: decretos, leis, pareceres, resoluções, indicações, deliberações, livros didáticos e paradidáticos, revistas e jornais especializados, artigos, ensaios e materiais pedagógicos, bem como relatos de profissionais na área de educação, alunos e pais, que possibilitaram o entendimento e a reflexão na concepção deste trabalho. É um trabalho didático porque discute a postura do professor em sala de aula, explica uma metodologia e sugere atividades. A instrução não pode ser mecânica e arbitrária. É preciso que ajudemos a criança a encontrar significado no aprendizado. Sendo assim, o professor deve adotar procedimentos facilitadores da aprendizagem.

A aula expositiva tem sofrido sérias restrições como principal recurso da educação bancária: o professor - que é quem sabe - transmite o seu saber e o aluno - quem tem que aprender - recebe passivamente o conhecimento.

O professor consciente, que quer estabelecer um outro tipo de relação com o aluno, pode fazê-lo mesmo usando a técnica da aula expositiva. Muitos fatores podem auxiliar o professor a desenvolver a técnica de uma forma dinâmica, em que haja trocas de experiências entre todas as pessoas envolvidas: conhecimento da matéria, estímulo à atenção, linguagem didática, concretização das idéias e observação do aluno, portanto a aula expositiva pode ser enriquecedora e dinâmica desde que o professor conheça bem o conteúdo, consiga prender a atenção dos alunos, utilize a linguagem didática com todos os seus recursos, procure tornar as idéias concretas e, o mais importante, certifique-se de que os alunos estão aprendendo realmente - que é a proposta deste artigo.

(*) é professor universitário, jornalista e escritor

FONTE:
 http://jornaldedebates.uol.com.br/debate/como-melhorar-qualidade-educacao-no-brasil/artigo/didatica-ferramenta-cotidiana-professor/132

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO ( DIDÁTICA)

No processo ensino-aprendizagem, em qualquer contexto em que se esteja inserido, é necessário que se conheça as categorias que integram este processo como elementos fundamentais para um melhor aproveitamento da aprendizagem. 

      A pedagogia, enquanto ciência específica da educação, vem, cada vez mais, perdendo sua dimensão de ciência e sua importância nos procedimentos de sala de aula. Hoje, qualquer corrente da ciência propõe-se a emitir opiniões sobre questões específicas da prática pedagógica. No processo de facilitação da aquisição do conhecimento é básico o manejo adequado da forma e/ou dos procedimentos utilizados na transformação do saber. É necessário ter clareza sobre o contexto teórico do qual partimos, já que, no mundo moderno, os educadores, de uma forma geral, vêm brincando com o processo ensino-aprendizagem, usando técnicas de forma errada ou mal compreendidas. Assim, um professor de matemática, que teve toda sua formação voltada para a ciência matemática, coloca-se na posição de profundo conhecedor de técnicas de transmissão de conhecimentos, sem se preocupar com a verdadeira função de fazer com que os alunos aprendam. Citamos a matemática como exemplo, mas outros campos da ciência poderiam servir como modelo. 

      Pode ser que quem esteja lendo este texto há de dizer: " - Mas o professor de matemática, assim como os professores de todas as matérias, devem ter tido a matéria de Didática no seu curso de licenciatura." É verdade. Só que acreditamos que o curso ministrado a eles, é exercido por um professor de Didática que, ele mesmo, não se preocupa com ela na sala de aula, no momento de transmissão de conhecimentos. Para sustentar tal afirmação convocamos os alunos e ex-alunos da matéria de Didática para testemunharem sobre a qualidade da maioria destas aulas. E a realidade nos mostra que, para piorar a situação, normalmente são os piores professores. São aqueles que estão começando a lecionar. Como se a Didática fosse uma matéria menor. Ou seja, uma matéria para principiantes da profissão de professor na área de Educação. 

      Historicamente o professor, como detentor de um inegável poder, aprendeu a responsabilizar seus alunos pelo fracasso do processo de ensino/aprendizagem. Nesta condição, quando o aluno não aprende, a culpa é sempre do aluno, nunca do professor que é sábio e autoridade na matéria lecionada. Nós, educadores de uma forma geral, aceitamos a idéia de que a responsabilidade da aprendizagem da turma nunca é do professor. Se um grupo de alunos não obtém rendimento satisfatório é porque são relapsos e não estudaram o suficiente para serem aprovados. Existem casos em que a metade da turma é reprovada e isso é encarado com toda a naturalidade pela comunidade escolar. Quando muito, dizem que o professor que reprova muitos alunos é "durão". Alguns professores sentem-se, inclusive, orgulhosos desta condição. 

      Neste sentido, não é mais o professor que detém a responsabilidade profissional de fazer com que o aluno, objeto de seu trabalho, aprenda. Ao contrário, é o aluno que passa a ter a responsabilidade de aprender. Resumindo: se o aluno aprende, isto se deve, de fato, a competência do professor; se o aluno não aprende, o professor continua atestando sua competência, porque ele ensinou mas os alunos não aprenderam

      Isto perspassa pela consciência dos professores, de uma maneira geral. O espírito de corpo do professorado não permite sequer pensar de maneira diferente. Não conseguimos perceber nem mesmo que esta é nossa fundamental tarefa profissional. Ou seja, fazer com que os alunos aprendam. O trabalho do educador consiste em transmitir conhecimentos de maneira eficaz, assim como o médico tem por tarefa resolver o problema de saúde de seu cliente.
      A profissão de educador, neste sentido, perde totalmente sua seriedade e responsabilidade profissional. O professor não se apercebe da responsabilidade pelo resultado de seu trabalho, enquanto em outras profissões ela é absoluta e não se pode pensar de maneira diferente. No caso da medicina, o médico não pode sequer admitir o erro de diagnóstico. O de tratamento, então, nem pensar. Na engenharia a dimensão da responsabilidade é a mesma. Já imaginaram um engenheiro projetar sem pensar nos resultados de seu trabalho? Lembrem do resultado de uma ação irresponsável de um engenheiro no caso dos edifícios Palace I e II, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. E assim é para o arquiteto, para o advogado, para o químico, para o farmacêutico, para o dentista, para o pintor de paredes, para o motorista do ônibus, para a empregada doméstica, para o datilógrafo, para o ..., mas não é para o professor. Para este, o sentimento predominante é uma espécie de aprendeu, aprendeu; não aprendeu... azar.




A educação talvez seja a única atividade profissional em que o trabalhador pode não se preocupar com a responsabilidade pelo resultado de seu trabalho.

      A educação talvez seja a única atividade profissional em que o trabalhador pode não se preocupar com a responsabilidade pelo resultado de seu trabalho. No caso da educação, isto é um problema a mais para o usuário (aluno!). Ou seja, os usuários (alunos) de uma técnica específica, exercida por profissionais (professores) que deveriam ter se preparado para executá-la, são exatamente os responsabilizados pelo fracasso dela. Enfatizamos apenas que, mesmo que isto não seja percebido pela maioria dos professores, a responsabilidade pedagógica é intrínseca a dinâmica da profissão.

      Voltando ao exemplo da medicina, é como se o paciente, que morresse por um erro do médico, fosse o culpado pela sua própria morte; não colaborou com a técnica empregada pelo médico e, por pura pirraça, morreu. Na educação a "morte" se dá pela má formação recebida e a utilização equivocada das técnicas aprendidas. E no caso da educação a culpa da "morte" é sempre do paciente (aliás, esse termo paciente também deveria ser usado para os alunos, porque, na maioria das vezes ... haja paciência!).

      Existe na profissão de educador uma espécie de preguiça profissional, em que não há interesse de se efetivar um esforço para se superar as reais dificuldades enfrentadas no processo educativo. Assim, as desculpas são inúmeras: a principal é de que os alunos não se interessam em aprender, por mais que os professores tentem; depois vem a questão salarial; a terrível filosofia do ganha pouco, produz pouco; a falta de investimento em materiais didáticos pela instituição costuma servir de desculpa também; tem ainda a justificativa da quantidade exagerada de alunos; a falta de dinheiro para comprar livros e fazer cursos de aperfeiçoamento; diretor autoritário que impõe regras inexeqüíveis; colegas que prepararam mal seus alunos nas turmas anteriores; etc.; etc. e etc..

      É preciso que se estipulem pesquisas que tentem analisar o desempenho dos professores em sala de aula. Ou seja, esclarecer a eficácia do exercício profissional de uma determinada categoria. Trata-se de saber se o trabalho exercido pelos professores vem atingindo seu objetivo de provocar mudança no saber do aluno e se esse saber é utilizado na vida prática de cada um.

      Li, não me lembro onde, uma fábula que dizia, mais ou menos, isso:


      "Era uma vez uma tribo pré-histórica que se alimentava de carne de tigres de dentes de sabre. A educação nesta tribo baseava-se em ensinar a caçar tigres de dentes de sabre, porque disto dependia a sobrevivência de todos. Os mais velhos eram os responsáveis pela tarefa educativa. Passado algum tempo os tigres de dentes de sabre extinguiram-se. Criou-se um impasse: o apego à tradição dos mais velhos exigia que se continuasse a ensinar a caçar tigres de dentes de sabre; os mais jovens clamavam por uma reforma no ensino. O impasse perdurou por muito tempo. Mais precisamente até um dia que, por falta de alimento, a tribo extinguiu-se também."

      Esta fábula vem bem a calhar com o nosso processo de educação.




José Luiz de Paiva Bello


FONTE:

sábado, 28 de julho de 2012

A Muralha da China não pode ser vista da lua





http://andoexperimentando.com.br/wp-content/uploads/2012/03/muralha_china.jpg

Você já ouviu o mito de que a Muralha da China pode ser vista do espaço ou da lua?

A Muralha da China, ou Grande Muralha, além de ser um polo turístico, é uma impressionante estrutura de arquitetura militar construída durante a China Imperial. Já foram descobertos mais de 8.800 metros de extensão, constituídas por várias muralhas, construídas em diversas dinastias ao longo de seus mais de dois milênios de vida (algo que começou em torno do ano 221 a.C e durou até o século XV, durante a dinastia Ming).
O vídeo a seguir, relata a experiência de um viajante por essas terras, desmente o mito, fala um pouco sobre a história da muralha e a cultura do lugar, conta a história do bicho da seda e registra detalhes interessantes sobre a viagem. Vale a pena conferir.

                                                                                
"A Grande Muralha da China é a única obra humana que pode ser vista do espaço a olho nu." Tudo isso foi por água abaixo quando em 2004, o primeiro astronauta chinês a ficar em órbita na Terra, Yang Liwei,  declarou que a Muralha da China não era visível naquelas condições. 

A NASA anunciou que o que eles achavam que fosse a construção era, na verdade, o traçado de um rio entre as montanhas, tendo reconhecido publica e oficialmente que a Grande Muralha da China não é visível do espaço sem ajuda de aparelhos.

Aliás, segundo a Academia de Ciências da China (ACC), outras grandes obras, como as pirâmides do Egito ou até mesmo a hidrelétrica de Itaipu podem ser vistas do espaço de acordo com alguns fatores: as condições atmosféricas, a capacidade de interpretar as estruturas vistas da órbita terrestre e, obviamente, a localização do observador.

A Idade Média





O período medieval caracterizou-se pelo feudalismo, isto é, estrutura econômica, social, política e cultural que se edificou progressivamente na Europa centro-ocidental em substituição à estrutura escravista da Antiguidade romana.


O feudalismo começou com o processo de fixação da população européia no campo. A agricultura, praticadas nas Villae (vilas ou grandes propriedades agrárias), constituiu a base de uma economia auto-suficiente, cujos desdobramentos conduziriam à formação do mundo agro-feudal.


Os feudos eram os núcleos com base nos quais a sociedade feudal se organizou. Por volta do ano 1000, a maioria das pessoas na Europa ocidental vivia em feudos. Nesse período, a terra tornou-se o bem mais importante, por ser a principal fonte de sobrevivência e poder.


O modo de produção feudal tinha como base a economia agrária, não-comercial, auto-suficiente, quase totalmente amonetária (ou seja, com uso restrito de moedas). A propriedade feudal pertencia a uma camada privilegiada, composta pelos senhores feudais, altos dignitários da Igreja (o clero) e a nobreza.


Servo camponês trabalha com arado no campo das terras de seu senhor. Imagem de As mui ricas horas do duque de Berry, um livro de horas de 1410 com orações para cada hora canônica do dia, encomendado pelo nobre francês João de Valois, o Magnífico, Duque de Berry e Conde de Poitiers. Museu de Condé, Chantilly, França.



A principal unidade econômica era o feudo, que se dividia em três partes: a propriedade privada do senhor, chamada de domínio ou manso senhorial, no interior da qual havia geralmente um castelo fortificado; o manso servil, ou seja, a porção de terras arrendadas aos camponeses e que era divididos em lotes, chamados de tenências; e o manso comunal, terras coletivas (pastos e bosques) usados tanto pelo senhor como pelos servos.






Castelo Lichtenstein, ou Castelo do Conto de Fadas, do século XII, um dos ícones no imaginario da Idade Media, localizado em Baden-Wurttemberg, Alemanha.
Cada família de servos tinha a posse de um lote de terras (ou tenência) no feudo para trabalhar. O desenvolvimento técnico na produção economica feudal foi pequeno, limitando aumentos de produtividade. A agricultura era praticada por meio de técnicas simples. O arado de madeira, puxado por boi, era o equipamento principal. Para não esgotar o solo, usava-se um sistema de rotação trienal. Na imagem acima, podemos ver a rotatividade: enquanto uma parte da terra está em descanso, uma está sendo preparada para o plantio e outra está no processo de colheita.



A Sociedade feudal



No feudalismo, o critério de diferenciação dos grupos sociais era a posse das terras, que estava rigidamente definida: de um lado, os senhores, cuja riqueza provinha da posse territorial e da exploração do trabalho servil; de outro, os servos, vinculados à terra e sem possibilidades de ascender socialmente. A esse tipo de sociedade, estratificada, sem mobilidade social, dá-se o nome de sociedade estamental.


A sociedade feudal era composta por três estamentos, três grupos sociais com status fixo: o clero (os oratores), a nobreza (os bellatores, isto é, que lutam) e os camponeses (os laboratores, que trabalham):

  • O clero tinha como função oficial rezar. Na prática, exercia grande poder político sobre uma sociedade bastante religiosa, onde o conceito de separação entre a religião e a política era desconhecido. Mantinham a ordem da sociedade evitando, por meio de persuasão e criação de justificativas religiosas, revoltas e contratações camponesas.

  • A nobreza (também chamados de senhores feudais) principal função guerrear, além de exercer considerável poder político sobre as demais classes. O Rei lhes cedia terras e estes lhe juravam ajuda militar (relações de suserania e vassalagem).

  • Os servos da gleba constituíam a maior parte da população camponesa, presos à terra e explorados em sua força de trabalho. Para receberem direito à moradia nas terras de seus senhores, assim como entre nobres e reis, juravam-lhe fidelidade e trabalho.


Destes estamentos sociais, dois grupos eram principais na sociedade feudal: os senhores feudais e os servos. Os servos eram constituídos pela maior parte da população camponesa, presos ao feudo e sofrendo grande exploração pelo senhor. Eram obrigados a pagar diversos tributos e prestar vários serviços ao senhor em troca da permissão do uso da terra e de proteção militar. As principais obrigações dos servos consistiam em:


  • Corvéia: trabalho compulsório nas terras do senhor em alguns dias da semana;

  • Talha: parte da produção do servo entregue ao nobre;

  • Banalidade: tributo cobrado pelo uso dos bens do feudo, como o moinho, o forno, o celeiro;

  • Capitação: imposto pago por cada membro da família (por cabeça);

  • Tostão de Pedro ou dízimo: 10% da produção do servo era pago à Igreja, para a manutenção da capela local;

  • Censo: tributo que os vilões (pessoas livres, vila) deviam pagar, em dinheiro, para a nobreza;

  • Formariage: quando o nobre resolvia se casar , todo servo era obrigado a pagar uma taxa para ajudar no casamento, era também válida para quando um parente do nobre iria casar;

  • Mão Morta: Era o pagamento de uma taxa para permanecer no feudo da família servil, em caso do falecimento do pai da família;
  • Albermagem: Obrigaçao do servo em hospedar o senhor feudal.



Diferentemente dos escravos, os servos estavam presos à terra e dali não podiam sair. Mesmo que um feudo mudasse de senhor, não poderiam ser expulsos dele, passando a prestar obrigações ao novo senhor.


Ainda que entregasse grande parte da colheita ao senhor, o servo produzia sua própria economia. Entretanto, os servos ficavam à mercê de circunstâncias quase tão cruéis quanto as enfrentadas pelos escravos na antiguidade greco-romana.


Além do clero, da nobreza e dos servos, havia ainda os vilões, prováveis antigos proprietários livres, embora ligados a um senhor, eram servos com mais liberdade.


A mobilidade social praticamente inexistia. Rígidas tradições e vínculos jurídicos determinavam a posição social de cada indivíduo desde o nascimento.


Neste contexto, em muitas regiões da Europa feudal eclodiram revoltas de servos, sobretudo, contra a situação de exploração política e social que estes sofriam. Uma das revoltas de servos mais importantes foi a Jacquerie.


A Jacquerie foi uma revolta camponesa que ocorreu no Norte de França entre 28 de Maio e 24 de Junho de 1358, durante a Guerra dos Cem Anos. A designação deriva de Jacques Bonhomme, que designava genericamente um camponês e que posteriormente foi usada pejorativamente, equivalendo a “joão-ninguém”.


A revolta iniciou-se de forma espontânea, reflectindo a sensação de desespero em que viviam as camadas mais pobres da sociedade, depois da Peste Negra, numa altura em que a França se encontrava num vazio de poder. Ressentidos contra a falta de proteção, os camponeses revoltaram-se contra a classe dominante. As elites acabaram por esmagar a revolta em menos de um mês, matando, no processo, cerca de 20.000 homens.


Houve também a Guerra dos Camponeses (em alemão, Deutscher Bauernkrieg) de 1524 a 1526 na Alemanha que consistiu em um conjunto de revoltas com causas económicas bem como religiosas por camponeses. Essa revolta camponesa alemã foi comandada por Thomas Münzer, que infuenciado pelas teorias protestantes, tentou confiscar terras senhoriais e da Igreja Católica. O conflito envolveu no seu auge, em 1525, cerca de 300.000 camponeses revoltados. Estimativas situaram o número de mortes em 100.000.




Suserania, vassalagem e a Cavalaria feudal


Na sociedade feudal, os senhores feudais ligavam-se entre si por meio de um complexo sistema de obrigações e tradições. A base social dos reinos feudais se constituiria a partir da combinação de tradições, costumes, crenças e estruturas sociais herdadas dos romanos e dos povos germânicos, tais como: a clientela, relação de dependência existente na Roma antiga, a partir da qual um cliente ligava-se a um senhor em busca de proteção, em troca, tendo obrigações para com o senhor; o colonato, de origem romana, era a obrigatoriedade de permanência do colono nas propriedades rurais; o comitatus, da tradição germânica na qual o guerreiro devia absoluta lealdade ao chefe tribal, contribuindo para a formação das relações de suserania e vassalagem.


Como a terra tinha grande importância na época feudal, era comum entre a nobreza a retribuição de serviços prestados com a concessão de terras. Os nobres que as cediam eram os suseranos e aqueles que as recebiam tornavam-se seus vassalos. Havia um cerimonial, a homenagem, que acompanhava a concessão do feudo (o beneficium), ocasião em que o vassalo jurava fidelidade ao suserano, momento denominado de investidura. O vassalo comprometia-se à acompanhar o suserano nas guerras, assim como o suserano jurava, em reciprocidade, proteção ao vassalo.


Os vassalos tinham, assim, obrigações para com seus suseranos como, por exemplo, o Consilium (o conselho), que consistia em geral na obrigação de participar das assembléias reunidas pelo senhor, e em particular, na obrigação de aplicar a justiça em seu nome, e o Auxilium, a ajuda, em geral militar e eventualmente financeira. O vassalo devia, pois contribuir para a administração, a justiça e o exército senhoriais. Em contrapartida, o senhor devia-lhe proteção. Essa relação de obrigação recíproca entre suseranos e vassalos fez da dependência a caracteristica principal das relações sociais feudais.

Após a desintegração do Império Romano do Ocidente, a Europa foi ocupada por vários reinos, cuja principal característica era a descentralização do poder, dividido entre o rei e os senhores do feudo. O rei cumpria, sobretudo, funções simbólicas. Era considerado o principal suserano. Também subordinado às obrigações do sistema de suserania e vassalagem, dependia do exército formado por seu vassalos e dos tributos recolhidos em seus próprios domínios feudais.

A estrutura do feudalismo se fez em meio a guerras continuas, decorrentes das invasões bárbaras e das constantes disputas por poder. Foi nesse contexto que se formou a cavalaria medieval, cujo ideal de honra. Lealdade e heroismo transformava o cavaleiro em um mito heróico da época.



Cavalaria normanda na Tapeçaria de Bayeux, século XII, Inglaterra, feita para comemorar a batalha de Hastings, 1066.


A Cavalaria medieval era composta por cavaleiros nobres. Os cavaleiros se tornaram a classe dominante, controlando a terra da qual provinha toda a riqueza. Os cavaleiros eram nobres originalmente por causa de seu status e prestígio como guerreiros supremos num mundo violento.

As principais regras do código de cavalaria eram as seguintes: proteger as mulheres e os fracos; defender a justiça contra a injustiça e o mal; defender sua terra natal; defender a Igreja.

Armaduras medievais: os bens necessários para se tornar cavaleiro. Museu de Arte Metropolitano, Nova Iorque, EUA.


Na idade de 7 anos, garotos da nobreza eram mandados para viverem com grandes lordes como pagens, aprendendo o treinamento no uso de armas e a cavalgar. Aos 14 anos, o jovem se tornava escudeiro, um cavaleiro em treinamento. Com 21 anos, o escudeiro era elegível para se tornar um cavaleiro.


A cavalaria medieval estava diretamente ligada à guerra. Tornar-se cavaleiro significava pertencer a uma condição social privilegiada, que estava separada da maioria da população desarmada, a quem a Ordem da Cavalaria era impedida. A cavalaria era exercida exclusivamente pela nobreza feudal. Para ser cavaleiro era preciso ter posses, sobretudo para se poder adquirir os bens necessários para se tornar cavaleiro: o cavalo, a armadura, a espada e a lança.



Texto e Contexto

Amadis de Gaula é a obra mais marcante da cultura cavaleiresca medieval ibérica. Amadis de Gaula, chamado de Donzel do Mar, aos quinze anos na Escócia reivindicou ao Rei Lisuarte, da Inglaterra, o titulo de cavaleiro:

– Senhor, se vos prouguesse, tempo seria de ser eu cavaleiro.
O Rei disse:
– Como, Donzel do Mar! Já vos esforçais para manter cavalaria? Sabei que é cousa ligeira de haver e grave de manter. E quem este nome de cavalaria quiser ganhar e mantê-lo com honra, tantas e tão graves são as cousas que tem de fazer que muitas vezes o seu coração se fatiga (...).
O Donzel do Mar disse-lhe:
– Nem por tudo isso deixarei de ser cavaleiro, que se no meu pensamento não tivesse de cumprir isso que haveis dito, não esforçaria o meu coração para o ser. E, pois, à vossa mercê sou criado, cumpri nisto o que me deveis; senão buscarei outro que o faça.

(...)

Oriana [filha do rei] veio ante o Rei (...) e disse ela:
– Eu vos quero pedir um dom.
– De grado – disse o Rei – o farei.
– Pois fazei-me este meu donzel cavaleiro.
E mostrou-lho, que de joelhos ante o altar estava. O Rei viu o Donzel (...) e chegando-se a ele disse:
– Quereis receber ordem de cavalaria?
– Quero – disse ele.
– Em nome de Deus; e que Ele mande que tão bem empregada em vós seja.
E pondo-lhe a espora direita disse:
– Agora sois cavaleiro e podeis tomar a espada.

(João de Barros. Amadis de Gaula. Capítulo IV. 1508.)






A Igreja Católica e a Cultura Teocêntrica Cristã medieval



A Igreja Católica tornou-se a maior instituição do Ocidente europeu. Sua incalculável riqueza e a sólida organização permitiram ao cristianismo exercer a hegemonia ideológica e cultural da época medieval.


O cristianismo tem suas raízes na antiguidade Palestina, originando-se de outra religião, o judaísmo, religião monoteísta do povo Hebreu ou Israelita. A religião cristã se fortaleceu na Europa, sobretudo, a partir do século IV, através do Edito de Tessalônica (391 d.C.) que tornou o Cristianismo a religião oficial do então Império Romano.


Texto e Contexto

Velho Testamento

“Então falou Deus todas estas palavras, dizendo: (...) Não terás outros deuses diante de mim”.
(Moisés em Os dez mandamentos, Êxodo, 20, 2, 3.)


Novo Testamento

“Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação;
Um só senhor, uma só fé, um só batismo;
Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos.” (Epístola de S. Paulo Apóstolo aos Efésios 4, 5, 6.)



A história do Cristianismo se inicia a partir das pregações de Jesus, um carpinteiro nascido na Galiléia, que se autoproclamava o “messias”, ou seja, o “escolhido”.

Jesus nasceu em Nazaré, mas o Cristianismo nasceu mesmo em Jerusalém, uma cidade na periferia do vasto Império Romano, onde um grupo de pescadores e agricultores apareceu falando de Jesus que morrera crucificado e ressuscitara. Por volta do ano 40 d.C., o grupo já pregava ser Jesus o messias.


O Cristianismo, que se difundiria séculos mais tarde na Europa medieval, possuía características distintas, como, por exemplo, o Monoteísmo, isto é, a crença em um único Deus.


Atuando em todos os níveis da vida social, a Igreja impôs ao homem medieval os valores teológicos, isto é, a cultura religiosa cristã, que desencadeou o teocentrismo.


Teocentrismo (do grego θεóς, theos, “Deus”; e κέντρον, kentron, “centro”) é a concepção segundo a qual Deus é o centro do universo, tudo foi criado por ele e por ele é dirigido.
No início da Idade Méda, a Igreja teve como função principal a conversão dos bárbaros, a sua integração com os romanos e o controle espiritual da população. Contudo, o clero acabou por se envolver com questões seculares, isto é, políticas, sociais e administrativas, realizadas pelo Papa, arcebispos, bispos e Padres, ou seja, pelo clero secular (do latim saeculum, que significa “mundo”, ligado as coisas terrenas).


Como reação a essa tendência nasceu o clero regular (do latim regula, que significa “regras”), constituído por monges e abades recolhidos em mosteiros, sob voto de castidade, caridade e pobreza.
O escriturário e copista Jean Miélot, secretário do Duque Philip de Borgonha, século XV.

Além da conversão dos camponeses pagãos, os monastérios eram os centros mais avançados da vida cultural da Idade Média. Os monges tinham uma intensa atividade intelectual, principalmente com a conservação e recuperação das obras da antiga cultura greco-romana, monopolizando seu conhecimento e restringindo sua difusão, e organizando e mantendo escolas e bibliotecas.

A arte medieval era também dominada pelos preceitos da religião. A arte cristã tinha o objetivo de iniciar os fiéis nas histórias da Igreja e nas passagens biblicas. Na pintura, na escultura e nos vitrais das Igrejas, os temas representados eram: Deus, os anjos, os santos e, de modo geral, as cenas que ensinassem os fiéis a respeito da doutrina cristã.


Maria e Filho (Jesus), de Berlinghiero, inicio do sec XII.


Havia, por exemplo, os Ícones, painéis de madeira com personagens cristãos, sempre com olhar fixo e halo (círculo ao redor da cabeça).

Na arquitetura imperava a mesma concepção. As maiores construções medievais foram as igrejas. A partir do século XI, desenvolveu-se um estilo arquitetônico propriamente medieval, chamado românico. Os edifícios eram relativamente simples, embora de grandes proporções. Seus elementos característicos eram a coluna e o arco romano.

A partir do século XII, surgiu na França um novo estilo, batizado com o nome de gótico, com uma nova técnica de construção, o arco ogival. Eram enormes catedrais, simbolos da riqueza das novas cidades.

Igreja em estilo românico de São Pedro de Rates, Portugal, século IX.

Catedral gótica de Chartres, França, século XII.

Jesus Cristo na ultima Ceia, vitral gótico da Catedral de Chartres, França.


No campo religioso-espiritual durante a Idade Média, era constante o confronto de dois sistemas teológicos: a teologia agostiniana e o tomismo. Teologia, no sentido literal, é o estudo sobre Deus (do grego θεóς, theos, “Deus”; + λóγος, logos, “conhecimento” ou “estudo”).


Texto e Contexto

“O homem, pois, embora já espiritual e renovado pelo conhecimento, conforme a imagem de seu criador, deve ser cumpridor da lei, e não seu juiz. Nem pode ajuizar sobre o que distingue espirituais e carnais. Somente teus olhos, meu Senhor, os distinguem, mesmo que nenhuma obra sua os tenha revelado a nós, para que os reconheçamos por seus frutos. Mas tu, Senhor, já os conheces e os classificaste, e os chamaste no segredo de teu pensamento, antes de ter criado o firmamento.”
(Santo Agostinho. Confissões. Livro Décimo-Terceiro, Capítulo XXIII.)
Aurélio Agostinho (do latim, Aurelius Augustinus), Agostinho de Hipona, São Agostinho ou Santo Agostinho foi um bispo católico, teólogo e filósofo, considerado pelos católicos santo e Doutor da Igreja.


O pensamento de Agostinho foi também basilar na orientação da visão do homem medieval. Uma de suas teorias centrais é a predestinação. Segundo esta, o Deus onipotente escolhe, de acordo com seus desígnos, aqueles que iriam para o paraíso e os que trilhariam o caminho da perdição, destinados ao inferno. Para Agostinho, a fé era o único sinal que evidenciava que alguém pertencia ao grupo dos escolhidos.


O Tomismo é a doutrina ou filosofia escolástica de São Tomás de Aquino (1225-1274), adotada pela Igreja Católica, caracterizando-se pela tentativa de conciliar o aristotelismo com o cristianismo.


A nova concepção tomista era a do livre-arbítrio. Considerava que o homem poderia colaborar com Deus no empenho de conseguir a salvação, cabendo-lhe escolher o bem, fazer boas obras, afastando-se do mal.




Texto e Contexto
“Deus quis que, entre os homens, uns fossem senhores e outros servos, de tal maneira que os senhores estejam obrigados a venerar e amar a Deus, e que os servos estejam obrigados a amar e venerar o seu senhor.”
(Do religioso medieval St. Laud de Angers. In: FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, 1975.)




A Escolástica é o ensino teológico-filosófico da doutrina aristotélico-tomista ministrado nas escolas de conventos e catedrais e nas universidades européias medievais. Como sistema filosófico e teológico, a escolástica tentou resolver problemas como a relação entre fé e razão, desejo e pensamento.


O clero transmitia à população européia medieval uma visão de mundo que lhe era conveniente e adequada ao período. Com domínio das consciências, a Igreja moldou hábitos, valores, normas e costumes, combatendo o que considerava “desvios” de crença e de comportamento, justificando os privilégios estabelecidos pelos grupos dominantes da sociedade feudal (nobreza e clero).


Entre os instrumentos de controle da Igreja em relação à espiritualidade e a fé de seus fiéis, havia o Tribunal do Santo Ofício, a vigilância aterrorizante da Inquisição.


Inquisição (do latim Inquisitio Haereticæ Pravitatis Sanctum Officium) deriva do ato judicial de inquirir, que significa perguntar, averiguar, interrogar. A Inquisição foi uma operação oficial conduzida pela Igreja Católica a fim de apurar e punir pessoas por heresia. Heresia vem do grego haíresis e significa escolha. É heresia a escolha contrária ou diferente de um credo ou sistema religioso.


Dentre as heresias que mais preocupavam a Igreja católica na Idade Média destacam-se os Valdenses, religiosos seguidores de Pedro Valdo que negavam a supremacia de Roma e rejeitavam o culto às imagens como idolatria, e os Cátaros (do grego καϑαρός “katharós”, “puro”) foi uma seita cristã da Idade Média surgida no Languedoc, região no sudoeste da França ao final do século XI. Para os cátaros o livro sagrado era a Bíblia, em particular o Novo Testamento, mas segundo sua crença, Jesus não era filho de Deus, mas apenas um profeta importante, eles não admitiam distinção entre sexos, permitindo inclusive que mulheres celebrassem ritos religiosos e muito menos reconheciam a autoridade Papal ou dos bispos.


Os crimes julgados pela Inquisição eram de duas naturezas: contra a fé (a heresia, blasfêmia, ateísmo, dasacato, etc.) e contra a moral e os costumes (bigamia, feitiçaria, sodomia).


A Inquisição acontecia a partir de denúncias, delações ou “rumores”. Todo réu para salvar-se, tinha de confessar-se culpado. A pena de morte pela fogueira recebiam os réus que recusavam confessar-se culpados e também os “relapsos”, isto é, aqueles que já condenados uma vez, voltaram a pecar. A morte na fogueira, também conhecida como autos-de-fé, tornaram-se enormes festas populares realizadas uma vez por ano.



A pena máxima da Inquisição, o Auto-de-fé. Execução do monge Savanarola, Itália, em 1498.Só em Portugal a Inquisição processou mais de quarenta mil pessoas e queimou mais de 1800 nas fogueiras. Na Espanha foram penitenciadas mais de 340 mil pessoas.



O Islamismo

Durante a Idade Média, surgiu na península Arábica outra religião monoteísta, cujo personagem principal foi o árabe Maomé que, em 610 d.C., após longos anos de meditação, dizendo-se profeta, revelou ao mundo árabe o Islamismo, religião que condenava o politeísmo e apresentava um sincretismo dos credos cristãos e judaícos, considerando Alá o único Deus.


O Islamismo ou Islã (que significa “submissão a Alá”) tem por base o Alcorão, livro sagrado dos mulçumanos ou maometanos, uma espécie de código de moral e justiça, definindo também normas de comportamento. Entre suas determinações está a crença em um único deus, Alá, orar cinco vezes ao dia voltado para Meca (centro religioso islâmico), a peregrinação à Caaba, santuário islâmico em Meca, uma vez na vida e guardar as sextas-feiras.




O Profeta orando na Caaba, numa gravura otomana do séc. XVI. Seu rosto está vendado, algo comum na arte islâmica da época.



Caaba, santuário islâmico em Meca.

Maomé morreu em 632, deixando os árabes unidos no ideal comum de realizar a djihad (“guerra santa”), que consistia na luta pela conversão dos “infiéis” (os não-islâmicos) e que, nas décadas seguintes, propiciaria a expansão islâmica.


A expansão dos árabes, também chamados de sarracenos, motivada pelo crescimento populacional e escassez de terras férteis e legitimada ideologicamente pela djihad, iniciou-se com a conquista de territórios dos persas e da região da Palestina.




As Cruzadas

O movimento cruzadista é geralmente definido como uma série de expedições armadas realizadas pelos cristãos contra os muçulmanos, com o propósito de romper o cerco a que a Europa fora submetida desde o século VIII e com o objetivo de colocar a Terra Santa (nome pelo qual os cristãos denominavam a Palestina) e a cidade de Jerusalém sob a soberania dos cristãos.


A ocorrência das Cruzadas expressava a própria cultura e a mentalidade de uma época. Tendo como base a intensa religiosidade presente na sociedade feudal, a Igreja sempre defendia a participação dos fiéis na Guerra Santa, prometendo a eles recompensas divinas, como a salvação da alma e a vida eterna, em pregações realizadas em toda a Europa.


Cruzados ou Cavaleiros de Cristo. Pintura de Jan van Eyck, 1432.
Outros fatores foram igualmente importantes para a instituição das Cruzadas, como a marginalização de grande parte da população européia decorrente do crescimento populacional e a persistência do direito de primogenitura, isto é, o direito do filho primogênito de um senhor herdar todos seus bens e deixar nada para os outros filhos, aos quais só restava servir ao seu irmão mais velho, formando uma camada de “nobres despossuídos” interessada em conquistar territórios no Oriente por meio das Cruzadas.
  • a Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096) foi extra-oficial, comandada pelo monge Pedro, o Eremita;
  • a Cruzada dos Nobres ou dos Cavaleiros foi a primeira cruzada oficial, reconquistou Jerusalém em 1099;
  • em 1145 há uma segunda Cruzada pregada por São Bernardo e liderada por Luís VII rei da França;
  • a Terceira Cruzada, pregada pelo Papa Gregório VIII após a tomada de Jerusalém pelo sultão Saladino em 1187, foi denominada Cruzada dos Reis, tendo a participação dos três principais reis europeus da época: Filipe Augusto (França), Frederico Barbaruiva (Sacro Império Romano-Germânico) e Ricardo Coração de Leão (Inglaterra);
  • a quarta Cruzada foi denominada também de Cruzada Comercial, por ter sido desviada de seu intuito original pelo doge (duque) Dândolo, de Veneza, que levou os cristãos a saquear Zara e Constantinopla;
  • a quinta Cruzada partiu em 1217 e foi liderada por André II, rei da Hungria, e por Leopoldo VI, duque da Áustria, e tinha como objetivo conquistar o Egito;
  • a sexta Cruzada foi liderada por Frederico II do Sacro Império, resultando apenas em acordos com os turcos;
  • a setima Cruzada foi liderada pelo rei da França Luís IX contra o Egito e não obteve nenhum sucesso;
  • a Cruzada das Crianças, com origem na França e na Alemanha, em 1212, que teria ocorrido entre a Terceira e a Quarta Cruzada e seria extra-oficial, baseado na crença que apenas as almas puras (no caso as crianças) poderiam libertar Jerusalém. Foi um desastre, pois a maioria das crianças morreu de fome ou de frio.



O Cisma do Oriente



No Oriente europeu, o Cristianismo mesclou-se com valores culturais locais, adquirindo caracteristicas próprias, diferentes das do Cristianismo ocidental.


As divergências entre o Cristianismo do Ocidente, orientado pelo Papa, e o Cristianismo do Oriente, cujo principal personagem era o patriarca de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, culminaram no rompimento da Igreja oriental com a Igreja ocidental.


Em 1054, o patriarca de Constantinopla, Miguel Cerulário, fora excomungado pelo papa e, diante disto, proclamou a autonomia total da Igreja oriental. Este acontecimento ficou conhecido como o Cisma do Oriente.


Com a cisão, suriram duas Igrejas cristãs: a Igreja Católica Apostólica Romana, com sede em Roma e dirigida pelo Papa, e a Igreja Ortodoxa, subordinada ao patriarca de Constantinopla.




Texto Complementar


Guerreiros e Camponeses


“A exploração senhorial obedecia a um padrão sociológico que provavelmente se ajustava à realidade das relações econômicas e que, ao mesmo tempo, lhes dava uma maior solidez. À medida que se afastava o ano 1000, os conflitos de paz começaram a invocar a teoria das três ordens (...) Deus tinha distribuido tarefas específicas a cada homem: uns deviam orar pela salvação de todos, outros deviam lutar para proteger o povo; cabia aos membros do terceiro estado, de longe o mais numeroso. Alimentar, com o seu trabalho, os homens de religião e da guerra. Este padrão, que rapidamente marcou a consciencia coletiva, apresentava uma forma simples e em conformidade com o plano divino e assim sancionava a desigualdade social e todas as formas de exploração econômica.”
(DUBY, Georges. Guerreiros e Camponeses. Lisboa: Estampa, 1980. pp. 180-181.)


Suserania e Vassalagem

“(...) o monarca era suserano feudal dos seus vassalos, aos quais estava ligado por laços recíprocros de fidelidade, não um soberano supremo colocado acima dos seus súditos. Os seus recursos econômicos provinham quase exclusivamente de seus domínios pessoais enquanto senhor, enquanto que aos seus vassalos pedia contribuições de natureza essencialmente militar. Não tinha acesso político direto ao conjunto da população, pois a jurisdição sobre ela era exercida por intermédio de inúmeras sub-instâncias feudais. Com efeito, só mandava nos seus próprios domínios, fora deles era em grande medida apenas uma efígie cerimonial.”
(ANDERSON, Perry. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1980. pp. 167-168.)


O Camponês


“O camponês vivia numa choça do tipo mais miserável. Trabalhando longa e arduamente em suas faixas de terra espalhadas, conseguia arrancar do solo apenas o suficiente para uma vida miserável. Teria vivido melhor, não fora o fato de que, dois ou três dias por semana, tinha que trabalhar a terra do senhor, sem pagamento. Tampouco este era o único trabalho a que estava obrigado. (...) A propriedade do senhor tinha que ser arada primeiro, semeada primeiro e ceifada primeiro.”
(HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1979. p. 14.)

Camponês, Burguesia, Clero, Nobreza

         Camponês

A maior parte dos camponeses era formada por servos da gleba, isto é, trabalhadores que, embora não fossem escravos, não podiam jamais abandonar seus lotes de terra. Muitos deles descendiam de antigos colonos ou de escravos romanos, que na época de Carlos Magno se igualaram na condição de servos. Outros servos originaram-se de pequenos proprietários de terra, que ainda eram relativamente numerosos até o século XI. Por causa das constantes ameaças de guerras e invasões, a maioria acabou entregando suas terras a um nobre feudal, ou à Igreja, em troca de proteção. Entre eles, alguns tornavam-se servos, outros, conhecidos como vilões, eram livres, isto é, tinham o direito de deixar a terra, mas também se submetiam a uma série de obrigações.

Burguesia

                                              
 

Os burgueses eram os habitantes dos burgos, que eram pequenas cidades protegidas por muros. Como eram pessoas que trabalhavam com dinheiro, não eram bem vistas pelos integrantes da nobreza, que era quem, até essa altura era o principal detentor da riqueza. Os mais pobres ficavam fora das muralhas e eram denominados de "extraburgos".

No entanto, os burgueses não sonhavam em enriquecer-se nem, muito menos, com tomar o poder. Desprezados pelos nobres, estes burgueses eram herdeiros da classe medieval dos vilões e, por falta de alternativas, dedicaram-se ao comércio que, alguns séculos mais tarde, serviria de base para o surgimento do capitalismo.

Com a aparição da doutrina marxista, a partir do século XIX, a burguesia passou a ser identificada como a classe dominante do modo de produção capitalista e, como tal, lhe foram atribuídos os méritos do progresso tecnológico, mas foi também responsabilizada pelos males da sociedade contemporânea. Os marxistas cunharam também o conceito de "pequena burguesia", que foi como chamaram o setor das camadas médias da sociedade atual, regido por valores e aspirações da burguesia.

As igrejas do Período Medieval, além de dar o conhecimento religioso aos cristãos, tomaram conta do ensinamento nas escolas, que ficavam no fundo dos mosteiros, mas a burguesia proibiu a igreja de continuar a dar aulas, quem tomara conta do ensino eram os burgueses que, além do conhecimento religioso, ensinavam o que era preciso para ser um burguês, ou seja, ensinavam o comércio e o conhecimento dos números. 

                                                                                 

Clero

Na Igreja Católica, o clero é constituído por todos os ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem. Entre os clérigos podem-se distinguir aqueles que compõem o clero regular — que, sendo consagrados, segue as regras de uma ordem religiosa — do clero secular ("secular" provém do latim "sæculum", que significa mundo) — parcela do clero que desempenha atividades voltadas para o público, que se dedica às mais variadas formas de apostolado e à administração da Igreja e que vive junto dos leigos.

O clero está disposto numa hierarquia ascendente, sendo baseada nos 3 graus do Sacramento da Ordem: o Episcopado, o Presbiterado e o Diaconado. Basicamente, a hierarquia vai desde do simples diácono, passando pelo presbítero (ou padre), bispo, arcebispo, primaz, patriarca (em casos mais especiais) e cardeal, até chegar ao cargo supremo de Papa. O clero regular tem a sua própria hierarquia e títulos eclesiásticos, sendo ele pelo menos subordinado ao Papa.

Todos os ministros sagrados são homens, porque os doze Apóstolos são todos homens e Jesus, na sua forma humana, também é homem. Mas isto não quer dizer que o papel da mulher na Igreja seja menos importante, mas apenas diferente. Exceptuando em alguns casos referentes a padres ordenados pelas Igrejas orientais ou a diáconos, todo o clero é celibatário. Existem determinadas tarefas, como por exemplo a celebração da Missa e dos sacramentos (exceptuando o baptismo em casos de extrema necessidade), que são exclusivos dos membros do clero.           
                                                                                     
                                                                                          

Nobreza

 

 Nobreza representa o estamento de maior estrato, sendo geralmente hereditária.

Aos nobres pertenciam grande parte dos territórios conquistados, recebidos dos monarcas como prémio das vitórias nas batalhas e portanto o controle político. Beneficiavam de duas regalias muito importantes: a jurisdição privativa sobre os moradores dos seus domínios senhoriais (isso até o fim da Idade Média, no século XIV) e, por vezes, a isenção de tributos. A nobreza está associada a um título nobiliárquico e pode estar ligada ao governo de um território, sendo que cada país tem as suas regras quanto a nobiliarquia.

Quando uma família nobre é a soberana de um território, passa a ser denominada de Casa. Exemplo: Rei - Reino - Casa Real + (nome da família), Conde - Condado - Casa Comital + (nome da família), Duque - Ducado - Casa Ducal + (nome da família). Em alguns países, quando uma família membra da nobiliarquia era muito poderosa e importante dentro de um país, mesmo não sendo a soberana, ela também era denominada de Casa. Pois por causa dessa importância, com o tempo ela poderia ascender a chefia, seja por casamentos ou por batalhas.

  
                                                                                          

Revolução Francesa texto e vídeo

  A Revolução Francesa fez parte do contexto histórico do que o historiador Eric Robsbwm chamou de " A Era das Revoluções. Dessa forma o processo revolucionário francês foi essencialmente burguês, entretanto contando com a participação do proletáriado e do campesinato, isto é, uma Revolução feita pelo terceiro Estado e não para o terceiro estado.  
                                  
 
            Sinopse:
Hobsbawn mostra, neste livro, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial inglesa abriram o caminho para a renascença das ciências, da filosofia, da religião e das artes; mas não conseguiram resolver os impasses criados pelas fortes contradições sociais, que transformaram este período numa conturbada fase de movimentos revolucionários.

                                                                                  

Oberva-se nesse processo revolucionário o caráter mundial e laico, resultado da divulgação dos seus idéais de liberdade, igualdade e fraternidade pela Europa e também na América Latina, aliado ao ecuminismo social entre os seus participantes.

A crise do antigo regime francês no sentido político, econômico-financeiro e social contribuiu para o desencadeamento do movimento revolucionário, aliado aos ideais da Revolução Americana e do Movimento Iluminista.

No seu primeiro momento o processo revolucionário teve um caráter moderado e uma liderança burguesa, obervada na fase da "Era das Instituições", quando da concretização de uma Constituição que valorizava a propriedade privada, voto censitário, separação da Igreja do Estado, igualdade jurídica entre outros artigos burgueses.

Não podemos esqueçer que apesar da não existencia de um caráter popular na "Era das Instituições", houve um momento denominado por alguns estudiosos como "Jornadas Populares", marcada pela Tomada da Bastilha pelos setores mais radicais do proletáriado de Paris e o chamado "Grande Medo" caracterizado pelas violentas revoltas camponesas no interior da França contra so setores da nobreza provinciana.

A instituição da Monarquia Constitucional e de uma Assemblèia Legislativa não foram suficientes para desarticular as ameaças contra-revolucionárias por parte dos setores aristocraticos, como foi o caso do próprio monarca Luis XVI, e das forças militares coligadas absolutistas européias sob liderança da Aústria, que ameaçavam o processo revolucionário françês.

Diante disso, o sugimento da Convenção Nacional e a transformação da Monarquia Constitucional em República, foram tantativas para salvaguardar a Revolução, tendo os grupos Girondinos e Jacobinos dominado os debates na Convenção sobre os possíveis caminhos a serem tomados por essa República Revoluciónaria.

A esquerda Jacobina através da ditadura de Robespierre, implanta uma fase de " Terror " perseguindo os chamados inimigos da Revolução, provocando condenações pela guilhotina, entretanto, avança socialmente no processo revoluciónario com medidas como: Instituição do Sufrágio Universal, Reforma Agrária, Lei do Máximo, entre outras.

Diante das violentas perseguições e eliminações, inclusive dos setores da ala Jacobina, da crise econômica que não conseguia aumentar o poder de comprar dos setores populares e das pressões da direita Girondina, essa ditadura esquerdista de Robespierre acabaria sucumbindo, através do golpe 9 Termidor ou reação Termidoriana, que levaria as principais lideranças da esquerda Jacobina para a guilhotina pelo " Terror Branco".

Segundo alguns estudiosos, a saída dos Jacobinos vai ser responsavél pela instalção de um Diretório comandado pela direita Girondina, que apesar de buscar a consolidação do processo revoluciónario, vai deparar-se com uma profunda instabilidade econômica, política e social (revoltas e conspirações) que contribuiria para o desfecho do golpe 18 Brumário, que colocaria o Estado da França nas mãos da Era Napoleônica e com isso, comprometeria os principais idéais do processo revolucionário.

 Tomada da Bastilha

  

A Tomada da Bastilha (em francês: Prise de la Bastille) foi um evento central da Revolução Francesa, ocorrido em 14 de julho de 1789. Embora a Bastilha, fortaleza medieval utilizada como prisão contivesse, à época, apenas sete prisioneiros, sua queda é tida como um dos símbolos daquela revolução, e tornou-se um ícone da República Francesa. Na França, o quatorze juillet (14 de julho) é um feriado nacional, conhecido formalmente como Fête de la Fédération ("Festa da Federação"), conhecido também como Dia da Bastilha em outros idiomas. O evento provocou uma onda de reações em toda a França, assim como na Europa, que se estendeu até a distante Rússia Imperial.

                                                                                         

documentário e texto As grandes localizações Orientais China



 

                                                       

Localização

A China situa-se na parte leste da Ásia. A China é terceiro maior país do mundo depois da União Soviética e do Canadá, é limitada ao norte pela Mongólia e pela União Soviética, a leste pela União Soviética, Coréia do Norte, mar Amarelo e mar da China Oriental; ao sul pelo mar da China do Sul, pelo Vietnã do Norte, Laos, Birmânia, Índia, Butão, Silkim, Nepal e Paquistão Ocidental; a oeste pelo Afeganistão e União Soviética.


Dois terços da China são montanhosos ou semidesérticos. A sua parte oriental é formada por férteis planícies e deltas. Há ilhas, sendo que a maior delas é Hainan, na costa meridional. Os rios principais são: Amarelo, Amur e Yu.
A China tem uma área de 9.596.961 Km2 e uma população superior a 1.300.000.000 de habitantes. Sua capital é Pequim. São cidades principais: Xangai, Pequim, Tientsin, Luta, Shenyang, Cantão, Wuhan, Harbin, Sain. 94% dos chineses são han e 11% de chuangs.
A agricultura é a base da economia. Os chineses plantam arroz, trigo, cevada, soja, painço, algodão, chá e tabaco. Há também grandes reservas de carvão, ferro, cobre, chumbo e outros minerais.

O Império do Meio: o início da grande civilização 

         DOCUMENTÁRIO COMPLETO

 
 

Em 1929, o arqueólogo chinês Pei Wenzhong encontrou na aldeia de Zhoukoudian, perto de Beijing ou Pequim, atual capital da China, um crânio humano que datava de aproximadamente 500 mil anos. Esse crânio pertencia ao gênero Homo erectus, que viveu em regiões da África, da Ásia e da Europa entre cerca de 1,8 milhão e 300 mil anos atrás. O arqueólogo batizou o seu achado de “Homem de Pequim”.
Estudando esse fóssil e outros indícios encontrados na região, os pesquisadores concluíram que o Homo erectus chinês vivia em cavernas e produzia artefatos de pedra polida, utilizava o fogo para cozinhar os alimentos e proteger-se do frio. Vivia da caça, da pesca e da coleta de frutos das florestas. Tudo indica que os primeiros chineses tinham vida semelhante à dos demais povos do Paleolítico.
Sabe-se também que, há cerca de 6 mil anos, em Yangzhou, na região fértil do Rio Amarelo, desenvolveu-se uma cultura neolítica  de agricultores e criadores de animais domésticos (cães e porcos). Ali também eram fabricados potes e vasos de cerâmica para armazenar os alimentos. Esses objetos de cerâmica eram ricamente decorados com símbolos que, pelo que parece, deram origem à escrita chinesa.


Vaso em cerâmica, um dos principais traços da cultura material chinesa

Fragmentos

O povoamento do vale do Rio Amarelo (Rio Hoang-Ho) se explica pela fertilidade do solo, favorável a pratica da agricultura, principalmente o cultivo do arroz. Durante centenas de anos a enchentes do rio  e os ventos do deserto vinham depositando na terra uma camada de argila amarelada, conhecida como loesse, que deu ao rio um tom amarelado e o nome. Precedendo que o loesse era um eficiente fertilizante do solo, os chineses fixaram-se nas planícies às margens do rio, onde iniciaram o cultivo da terra. Para melhor aproveitar os recursos naturais da região, os chineses construíram canais de irrigação e diques para controlar as cheias. Essa prática é semelhante à que os egípcios antigos desenvolveram aproveitando as enchentes do Nilo.
Essas pequenas aldeias agrícolas deram origem a povoados, que mais tarde se transformaram em pequenos  Estados governados por chefes políticos. Posteriormente, alguns desses pequenos Estados foram dominados por outros, fazendo surgir reis poderosos e respeitados. O poder passou a ser transmitido de pai para filho (poder hereditário), dando origem ao que chamamos de dinastias.


A família e aspectos culturais da China

Para a maioria dos chineses, e durante a maior parte da história da China, a família era o centro da vida social, e a devoção a ela era considerada uma grande  virtude. Os pais sentiam-se responsáveis pela transmissão dos ensinamentos que vinham dos antepassados para seus filhos, como preservar a propriedade familiar.
As famílias chinesas eram muito numerosas. Geralmente os parentes viviam na mesma casa (pai, mãe, filhos, avós, netos, tios), reunindo muitas vezes três ou quatro gerações.
Para uma mulher casada, a maior virtude era a fidelidade, e isso também valia caso ela enviuvasse. Entretanto não era ilegal que uma mulher se casasse depois da morte do marido, o que de fato era até comum, por causa das dificuldades econômicas. No entanto, isso era visto como uma prática moral inferior. De acordo com a crença popular, a mulher que casasse em segundas núpcias seria considerada, depois de morta, um fantasma na família dos maridos.
Na China, os meninos recebiam tratamento  diferenciado, uma vez que eram considerados os futuros chefes das famílias. Quando completavam 20 anos de idade, tinham seus cabelos cuidadosamente presos no alto da cabeça e protegidos por um gorro. Os casamentos eram normalmente arranjados entre famílias e, depois de casada, a mulher mudava-se para a casa do marido. Os imperadores chineses costumavam casar suas filhas com membros das famílias reais dos povos vizinhos e, assim, protegiam suas fronteiras.
Os meninos e meninas podiam freqüentar as escolas. A sociedade chinesa sempre deu muita importância para a educação. Mesmo as crianças mais pobres recebiam instrução, muitas vezes da própria família.
A educação das meninas tinha o objetivo de prepará-las para as tarefas do lar, como bordar e costurar. Para os meninos, o objetivo central era prepará-los para concorrer ao cargo de funcionário real, que era escolhido pelo próprio imperador. Se fossem escolhidos, os rapazes teriam uma situação privilegiada dentro do Estado.

As cidades chinesas

Desde os primórdios as cidades chinesas foram densamente povoadas. Chang-an foi uma das mais famosas cidades da China na Antigüidade.
Por volta do século VII a.C., Chang-an já possuía 1 milhão de habitantes. Os tipos de moradias variavam de acordo com as condições sociais de cada um. Os nobres e os ricos comerciantes viviam perto dos palácios e a população empobrecida amontoava-se nas periferias das cidades. As melhores moradias tinham mais de um andar, eram cobertas com telhas e decoradas com cuidado e harmonia. Os trabalhadores urbanos e os camponeses habitavam casas pequenas, com pouca ventilação, cobertas por bambu.
A alimentação das camadas privilegiadas era rica e variada: carnes, ovos, cereais e vegetais. A comida era servida em belas vasilhas de porcelana, e como talheres utilizavam pauzinhos, feitos de bambu ou madeira. Para os pobres a comida quase sempre era insuficiente. Geralmente alimentavam-se de um cozido de vegetais. Nas regiões onde havia muitos arrozais (vale dos rios Hoang-Ho e Yang Tse-Kiang, no sudeste da China), a alimentação era acrescida de uma tigela de arroz.
Bebida alcoólicas e chás eram apreciados pela população. Os banquetes organizados pelos nobres eram servidos em belas jarras decoradas com ornamentos de ouro, bronze ou prata.
        

Religião na China

Não havia somente uma religião na China, mas várias, e constituídas de filosofias diferentes.
Uma das mais conhecidas filosofias religiosas da China foi criada por Confúcio (ou Kung Fu-tzu, “Mestre Kung”), que viveu aproximadamente de 551 a 479 a.C. Confúcio era considerado o maior professor do império, sendo adorado em vários cantos do território. Seus ensinamentos falavam de ética e dos ritos de passagem  de uma etapa da vida a outra, como nascimento, o casamento e a morte.


Confúcio (551-479 a.C.)

As idéias de Confúcio  valorizavam a busca do equilíbrio e a harmonia para uma vida melhor. O conjunto de seus ensinamentos recebeu o nome de confucionismo. Essa filosofia religiosa, que até hoje é muito difundida na China, não pregava a adoração de um deus, mas o humanismo e as boas relações entre as pessoas. A regra fundamental de Confúcio dizia: “O que não queres que façam a ti, não faças aos outros”.
Outra importante manifestação religiosa continua sendo o budismo (linkar para budismo/religiões), originado na Índia, e que se expandiu na China a partir do século III d.C.
As religiões populares eram festivas e reuniam muitos seguidores. As famílias cultuavam os deuses nas festas anuais e nas oferendas aos antepassados. Acreditavam que os espíritos dos antepassados protegiam o lar e, por isso, reservavam um dos aposentos da casa para lhes servir de moradia. Em certas datas do ano, como aniversário ou morte do antepassado, os familiares o homenageavam.
A maior religião popular da China foi o taoísmo (linkar para religiões). Suas teorias foram criadas pelo pensador Lao-tsé, que viveu por volta do século VI a.C. Segundo Lao-tsé, o Tao seria criador do mundo e responsável pela ordem de todas as coisas e de todas as pessoas. O taoísmo ganhou muitos adeptos entre as camadas populares ao pregar que todos os que levassem uma vida muito miserável e sofrida na Terra poderiam alcançar uma vida melhor pós a morte, pela fé e pela purificação.
Segundo Lao-tsé, toda a natureza é regida pelo equilíbrio das energias yin (energia negativa e feminina) e yang (energia positiva e masculina), os opostos que se complementam. E o corpo humano é parte desse conjunto. A oposição entre as energias yin e yang pode explicar fenômenos que ocorrem em nosso corpo: se em harmonia, essas energias promovem a saúde; se em desequilíbrio, a doença.
Divindades de origem Taoísta
·Os Três Puros — Os Três Puros são a trindade Taoísta de deuses representando os princípios supremos.
·Quatro Imperadores — Reis celestes do Taoísmo.
  • Imperador de Jade — O Imperador de Jade é o governante supremo de tudo, contado entre as principais divindades Taoístas.
  • Beiji Dadi  — Governante das estrelas.
  • Tianhuang Dadi  — Governante dos deuses.
  • Imperatriz da Terra
· Xi Wangmu ou Rainha Mãe do Oeste é a deusa que detém o segredo da vida eterna e a entrada para o paraíso.
· Pak Tai ou Bei Di é o  Deus Taoísta do Norte, Pak Tai é um dos Cinco Imperadores que desde a Dinastia Han são associados a cada um dos pontos cardeais (Norte, Sul, Leste, Oeste e Centro) segundo a teoria dos Cinco Elementos. Em Hong Kong e Macau, são considerados divindades do vento. Pak Tai é também o deus das águas.
·Oito Imortais:  Os Oito Imortais são uma crença Taoísta descrita pela primeira vez na Dinastia Yuan. O poder de cada Imortal pode ser transferido para uma ferramenta que pode dar vida e destruir o mal. A maioria nasceu nas Dinastias Tang ou Sung. Eles não só são venerados pelos Taoístas como são elementos da cultura chinesa. Vivem na Montanha Penglai.
Divindades de origem Budista
·  Guan Yin ou Kuan Yin é a deusa da compaixão e piedade.
·  Hotei é uma divindade budista popular. Deus da alegria e fortuna.
·  Dizang é aquele que salva da morte.
·  Yanluo é o governante do Inferno (forma abreviada do sânscrito Yama Raja
·  Shi Tennô:  Os Quatro Reis Celestes são deuses guardiões budistas.

Outras divindades
· Erlang Shen é um deus chinês com um terceiro olho na testa que vê a verdade.
· Lei Gong o deus do trovão.
· Guan Yu é o deus das irmandades, das artes marciais e, quando estas ocorrem, também deus da guerra.
· Zhao Gongming, deus da fortuna que monta um tigre.
· Bi Gan também é um deus da fortuna.
· Zhu Rong é o Deus do fogo.
· Gong Gong é o  Deus da água.
· Chi You: Deus da guerra e inventor das armas de metal.

Mitologia chinesa

Os historiadores supõem que a mitologia chinesa tem início por volta de 1100 a.C. Os mitos e lendas foram passados de forma oral durante aproximadamente mil anos antes de serem escritos nos primeiros livros como o Shui Jing Zhu e o Shan Hai Jing. Outros mitos continuaram a ser passados através de tradições orais tais como o teatro e canções, antes de serem escritos em livros como no Fengshen Yanyi.

Pássaros



Fenghuang.
  • Fenghuang — O Fenghuang é considerado a fênix chinesa.
  • Jian:  A Jian é uma ave mítica que se acredita só tenha um olho e uma asa: um par dessas aves depende um do outro, é inseparável, daí, representar o marido e a mulher.
  • Jingwei:  Jingwei é o pássaro mítico que tenta encher o oceano com gravetos e seixos. Na verdade o Jingwei era a filha do Imperador Yandi, mas morreu jovem, afogada no Mar do Leste. Após sua morte ela decidiu renascer como um pássaro para vingar-se do mar trazendo gravetos e seixos das montanhas próximas tentando enchê-lo a fim de evitar que sua tragédia aconteça a outros.
  • Jiu Tou Niao: É uma ave de nove cabeças usada para assustar crianças. Conta à lenda que ela seqüestra jovens meninas e as leva para sua caverna onde ficam até ser salvas por um herói.
  • Su Shuang é uma ave mitológica, também descrita como uma ave aquática.
  • Peng:  A Peng é uma ave mitológica gigante e de impressionante poder de vôo.
  • Zhu — A ave Zhu é tida como um mau presságio.

Dragões



O dragão chinês é uma das criaturas mais importantes da mitologia chinesa. É considerada a mais poderosa e divina criatura e acredita-se que seja o regulador de todas as águas. O dragão simbolizava grande poder e era apoio de heróis e deuses. Um dos mais famosos na mitologia chinesa é Yinglong. Diz-se ser o deus da chuva. Pessoas de diferentes lugares rezam para ele a fim de receber chuva. Na mitologia chinesa, acredita-se que os dragões possam criar nuvens com sua respiração. O povo chinês usa muitas vezes a expressão "descendentes do Dragão" como um símbolo de sua identidade étnica.


  • Yinglong — é um servo poderoso de Huangdi. Uma lenda diz que Yinglong ajudou um homem chamado Yu  a parar uma enchente do Rio Amarelo abrindo canais com sua cauda.
  • Reis Dragões — Os reis dragões são os quatro governantes dos quatro oceanos (cada um corresponde a um ponto cardeal). Eles vivem em palácios de cristal no fundo do mar de onde governam a vida animal.
  • Fucanglong — é um dragão do mundo subterrâneo que guarda os tesouros enterrados. Sua saída da terra provoca a erupção de vulcões.
  • Shenlong — é um dragão que pode controlar os ventos e as chuvas.
  • Dilong — é o dragão da terra.
  • Tianlong — Tianlong são os dragões celestiais que puxam as carruagens dos deuses e guardam seus palácios.
  • Li — O Li é um dragão dos mares menor. Não tem chifres.
  • Jiao — O Jiao é outro dragão sem chifre que vive em pântanos. O dragão mais inferior.

Desenvolvimento econômico



O comércio foi uma intensa atividade econômica para os chineses. Primeiramente, praticava-se o escambo, que é a troca direta de mercadorias sem o uso de moedas. Posteriormente, em locais e épocas diferentes, moedas, barras e peças de ouro e bronze começaram a ser usadas nas relações comerciais. Os produtos comercializados eram geralmente alimentos, cerâmica e seda.
O comércio da seda foi uma das atividades mais lucrativas para os chineses. No século I d.C., o Império Romano tornou-se um dos maiores consumidores do produto. A seda era transportada geralmente por terra, e o caminho mais conhecido era aquele que atravessava o Deserto de Góbi, as terras dos atuais Cazaquistão e Turquia, até chegar a Roma. Esse trajeto era conhecido como rota da seda.
Quando os chineses desenvolveram as técnicas para a produção da seda, grande parte da população passou a se dedicar a essa atividade. A seda era muito utilizada na confecção de roupas para os imperadores e nobres, e, em ocasiões especiais, para decorar painéis e faixas com dizeres festivos ou fúnebres.
Gradualmente a produção da China estendeu-se por toda a Europa, onde o tecido delicado e caro era muito apreciado. Entretanto a seda só foi industrializada na Inglaterra no século XV. Atualmente a China ainda produz a melhor seda do mundo.

O desenvolvimento científico

Os estudiosos chineses, que dominavam tecnologias avançadas para a época, desenvolveram vários instrumentos que ainda hoje são muito úteis, como a bússola magnética, o sismógrafo (que mede a intensidade dos tremores de terra) e o compasso. Já no século II d.C., Zhang Heng construiu um globo celeste. Em 1088 Han Gonglian projetou o primeiro relógio astronômico movido a água do mundo. Os chineses também deram uma grande contribuição  para os estudos de astronomia e aritmética.

  
Bússola                                    Sismógrafo

Globo celeste de Zhang Heng

Inúmeros objetos e utensílios de bronze da dinastia Shang (1500-1027 a.C.) encontrados por arqueólogos, e que se encontram expostos em museus, comprovam a riqueza da antiga arte chinesa. O bronze era usado na confecção de objetos que seriam  utilizados nas cerimônias  reais e religiosas e não na fabricação de instrumentos agrícolas, como ocorria na Europa.
                         
Jarro da dinastia Shang                Caixa de laca vermelha imitando um jarro utilizado em rituais

Os artesãos tinham papel de destaque na China antiga. Eram contratados pelo rei para confeccionar objetos de uso pessoal e adornos, tecidos para a roupagem da família imperial e para funcionários reais.
Os chineses consideravam o jade a pedra mais valiosa de todas e, por essa razão, era muito usada para fazer adornos e objetos.




A escrita chinesa

Os mais antigos registros escritos da China de que se tem notícia foram encontrados na cidade de Anyang, no leste da China, gravados em pedaços de ossos de animais e em cerâmicas. Alguns sinais utilizados como escrita podiam ser facilmente relacionas ao Sol, representados por um circulo com um risco no meio, e ao cavalo, representado por um desenho do animal.
Como podemos perceber a escrita chinesa, como a de outras civilizações, é ideográfica, ou seja, os símbolos expressam idéias. A escrita moderna chinesa é um aperfeiçoamento do modelo antigo.


Corrigir a ortografia do século 2 DEPOIS de cristo

A escrita chinesa e seus símbolos equivalentes ao nosso alfabeto.

Organização social chinesa: Imperadores, mandarins, grandes proprietários e camponeses

Os imperadores tinham a função de manter o equilíbrio e a harmonia entre os dois mundos: o natural (dos vivos)  e o sobrenatural (dos mortos). Acumulavam funções administrativas, religiosas e sociais.
Julgar a capacidade  do imperador era responsabilidade do Céu e nem sempre ela estava relacionada com as tarefas cumpridas na Terra.
           
E como saber se o imperador estava agradando ao Céu?
A sociedade chinesa acreditava que os deuses se manifestavam na natureza e na vida social. Revoltas populares, perturbações naturais (catástrofes, secas, inundações), invasões de povos estrangeiros eram sinais divinos de que o imperador deveria ser substituído por outro a qualquer momento.
Durante a dinastia Chin (221 – 206 a.C.) a China transformou-se em um Estado unificado, com o poder centralizado na figura do imperador. Como parte das medidas tomadas para fortalecer o poder real, surgiram mandarins, funcionários que controlavam a administração do estado, organizando o calendário das atividades reais, a construção de estradas, diques, barragens e obras públicas, e zelando pela justiça e segurança da sociedade. Os mandarins eram muito importantes, pois praticamente administravam o Estado. Por isso, desde cedo os meninos da nobreza eram preparados para exercer essa função.
A dinastia Chin ficou conhecida também pela construção da Muralha da China, com mais de 2.500 quilômetros de comprimento.

A Grande Muralha da China

A produção agrícola estava nas mãos de grandes e médios proprietários de terras. Existiam também grupos de camponeses que arrendavam, com suas famílias, as terras do governo, onde criavam animais e plantavam. Essas pessoas trabalhavam arduamente: além de sustentarem a família, tinham de pagar altos tributos pelo arrendamento das terras. 

Curiosidades

  • Sozinha, a China tem duas vezes mais gente do que a Europa inteira.
  • 1,2 bilhões de pessoas, este é o número estimado de habitantes (pessoas registradas) pelo último CENSO.
  • Um em cada cinco habitantes do planeta vive na China, um quinto da população mundial.
  • Se o mundo fosse uma única rua, um em cada quatro dos seus vizinhos seria chinês.
  • Se você morasse na China neste momento estaria dividindo o cômodo que ocupa em sua casa com mais 7 pessoas.
  • Por causa da superpopulação, cada casal só pode ter um filho. Mas, se o primeiro for menina, pode-se tentar de novo.
  • Com quase 3.000 km de extensão, a Muralha da China, única obra feita pelo homem que pode ser vista do espaço, começou a ser construída em 200 A.C. e completa atualmente 2200 anos de vida. Sua construção envolveu mais de um milhão de pessoas, muitas das quais morreram ali mesmo.
    Sua imponência começa pelo aspecto visual e termina na prática, pois em alguns trechos de suas descomunais escadarias, o visitante só consegue subir os degraus de quatro, com as mãos no chão.
  • Li ou Lee (forma inglesa) é o sobrenome mais comum do mundo. Só na China existem 87 milhões deles.
  • O célebre Livro Vermelho de Mao, espécie de cartilha do comunismo chinês, atualmente só serve para ser vendido aos turistas nos portões da Praça da Paz Celestial, onde a figura de Mao Tse Tung ainda brilha.
  • Na China, as ruas são extensões da casas. Ali os chineses comem, dormem, cortam o cabelo, fazem massagem, Tai-Chi-Chuan e até dançam.
  • Dentro da China existem várias nações. Algumas inteiras, como é o caso do Tibete e algumas minorias (mongóis, turcos, cazaques, tibetanos, etc.). São por volta de 55 grupos diferentes, ou seja, 60 milhões de chineses não são tão chineses assim - 60 milhões! Mais do que uma França ou duas Argentinas! Na China até as minorias são exageradas.
  • Imaginar que um país tão grande assim (o terceiro maior do mundo só atrás da Rússia e do Canadá) tenha a mesma geografia de norte a sul é o mesmo que generalizar que no Brasil só existe selva. É um erro grosseiro. Tanto das curiosas formações rochosas de Guilin, no oeste do país, quanto da maior de todas as montanhas - o Monte Everest - a China tem várias faces em sua geografia.
  • Cobras, ervas, ratos, morcegos. Tudo cura na milenar medicina chinesa. Lagartos ressecados, por exemplo, são bons para tosse comprida, pedra nos rins e até mesmo impotência.
  •  A Fênix é uma das criaturas mágicas da mitologia chinesa. Dizem que só aparecia quando o país era governado por um bom imperador.
  •  As pétalas de uma Datura sagrada representam as cinco pontas da estrela.
  •  O cervo e o alto funcionário: símbolos de prosperidade.
  •  Por ser o BOI o animal que mais ajuda na lavoura, puxando o arado e a carroça, a maioria do povo chinês considera pecado comer sua carne.
  •  "Um faz dois, dois fazem três, de três nascem as dez mil coisas." Foi assim que Lao Tsé condensou a cosmologia chinesa. DEZ MIL é a expressão que simboliza o todo e a imortalidade.
  • O sapo e a rã são símbolos de longevidade.
  • A arte de empinar pipas é tradicional na China.
  • O morcego é um símbolo de felicidade, e cinco morcegos juntos representam: longevidade, saúde, fortuna, amor à virtude e morte natural.
  • Um quarto dos crimes previstos no Código Penal é punido com a morte, incluindo delitos menores como envenenar gado ou difundir pornografia.
  • Os chineses são muito supersticiosos. Os andares 4, 14 e 24 de muitos prédios não existem, porque o ideograma do 4 é parecido com o da morte. Celulares terminados em 4 ou com muitos 4 são bem mais baratos, e muito utilizados por estrangeiros.