domingo, 10 de junho de 2012

Hominização


A hominização é o processo evolutivo que conduziu, a partir de um primata ainda desconhecido, à forma atual do homem, quer física quer intelectualmente. A paleontologia é a ciência que evidenciou as leis gerais segundo as quais esta evolução se parece ter efetuado. Vejam o próximo vídeo:

                                                                      A evolução do Homem


                                                                Os primeiros seres Humanos



Foram necessários milhões de anos para que o homem aparecesse como um ser distinto do mundo animal.

Essa transformação iniciou-se na sequência de alterações climáticas registadas em África, e quando afloresta dá lugar à savana. Assim, as espécies de primatas que viviam nesses locais vão ter de adaptar-se a este novo habitat e meio ambiente.

Vivendo num ambiente desprotegido e por razões de sobrevivência, estes hominídeos (primatas em transformação) vão ter de progressivamente passar a deslocar–se sobre os dois membros inferiores, até adquirirem completamente a verticalidade.

A adaptação a este novo meio ambiente está na origem do surgimento das características que definem a espécie humana:
§         Bípede / erecto
§         Mãos hábeis
§         Cérebro complexo

A aquisição da verticalidade (bipedia), a libertação das mãos da sua função locomotora, assim como o desenvolvimento do cérebro e da linguagem são reveladores da progressiva evolução da espécie humana.

Os hominídeos sobreviveram e adaptaram–se às diferentes regiões e climas  porque descobriram técnicas e processos de dominar a  natureza . Neste processo foi importante a vida em grupo.

 O homem foi o único animal capaz de criar meios técnicos e culturais para sobreviver. Assim oaperfeiçoamento a diversificação e a especialização dos instrumentos, bem como o domínio do fogoforam factores essenciais para o controle progressivo da natureza por parte do homem.

O domínio do fogo teria compreendido 3 fases distintas:
1.     Conseguir vencer o medo instintivo (observação de fenómenos naturais como a trovoada, raios, incêndio)
2.     Compreender os benefícios da sua utilização
3.     Conservação do fogo natural e a aprendizagem da sua produção

O domínio do fogo possibilitou ao homem:
§         Cozinhar os alimentos (qualidade e quantidade de alimentos)
§         A sobrevivência em locais frios (aquecimento e iluminação)
§         Afastar os animais ferozes (segurança)
§         Transformação dos instrumentos
§         Socialização (convívio)

O homem do paleolítico foi essencialmente um recolector e caçador. A caça foi uma actividade que intensificou a socialização e o desenvolvimento das capacidades de comunicação.

O fim das glaciações e a consequente melhoria climática tiveram como consequências o aumento da população, o que originou a migração do homem para outras regiões do globo e o alargamento das áreas habitadas.

A Educação no Japão - um desafio à cosmovisão teísta cristã no Brasil



Sempre ouvi as comparações entre a Educação Brasileira e a Educação Japonesa. Ouvia, desde pequeno, que o Japão investira na figura do professor, daí eles terem se superado após a tragédia do fim da 2ª Guerra Mundial (como se já não houvesse  a cultura japonesa antes da destruição de Hiroshima e Nagasaki). 


Bem, quanto à educação brasileira, guardarei para mim as severas críticas que tenho colecionado nos últimos anos sobre esse nosso sistema de ensino.

 Agora, quanto ao Japão e a sua tão propalada ênfase na educação, gostaria de compartilhar algumas reflexões.

Quando somos instados a olhar para uma cultura sob o manto que a cobre, para baixo do que é visto por todos, chegando à raiz da sua cosmovisão, passamos a entender e compreender muito mais do que julgamos apenas pelo olhar preguiçoso e, muitas vezes , etnocêntrico.

Para baixo do manto do que se vê, há a cosmovisão, que é aquilo que integra e legitima nossa cultura.

 Por que fazemos o que fazemos? Por que somos do jeito que somos? Por que pensamos assim e não de outra maneira?


Nas palavras de Paul Hiebert (O evangelho e a diversidade das culturas), a "nossa cosmovisão fortalece nossas crenças fundamentais com um reforço emocional para que elas não sejam facilmente destruídas".


 Hiebert esclarece mais ainda quando nos diz que "nossa cosmovisão nos dá fundamentos cognitivos sobre os quais construir nossos sistemas de explicação, fornecendo uma justificativa racional para crença nesses sistemas". 


Aplicando essas definições ao assunto da educação japonesa, pergunto: 


"Por que o japonês valorizou e valoriza o professor no sistema de sua sociedade"? Por muitos anos, sempre ouvi como resposta que tudo se devia a uma simples escolha:


 o Brasil escolhera investir em estradas, o Japão em educação.

 Simples assim? Claro que não! As escolhas políticas, econômicas e até mesmo ideológicas são apenas o manto da cultura. 

Lá no fundo, bem no fundo, existem os pressupostos:


 as regras do jogo que aceitamos e que sequer as questionamos. Os pressupostos nos levam ao raciocínio, este, por sua vez, analisa os dados de nossas experiências para, finalmente, tirarmos nossas conclusões. 

O professor japonês ser uma peça de máxima importância é a conclusão, é o resultado de pressupostos. 

Mas quais pressupostos sustentam a conclusão japonesa? A cosmovisão animista é o que dá subsídio para a conclusão final, para a reverência ao professor no Japão.

 O Xintoísmo e o Zen-Budismo fornecem mais elementos que findam por destruir o mito de uma simplista escolha japonesa pela educação. 

Uma escolha com consequências sociais, políticas, morais, econômicas indubitavelmente, todavia, antes de tudo, a cosmovisão animista foi a base de pressupostos que conseguiu gerar uma moral da educação (o que, sinceramente, não encontro no Brasil).

 Por quê? Veja abaixo:


"Diferentemente do ocidente, no oriente o budismo ensinou o caminho da salvação pela razão (iluminação). Na cultura desse povo, tudo ligado ao conhecimento e ao aprimoramento da alma, é respeitado e venerado: as escolas, os professores, os livros, os santuários, os templos, os monges, os artistas, as obras de arte.

 Na hierarquia social, o professor terá sempre ascendência sobre seus ex-alunos indiferentemente da posição social que ocupem no futuro, pois na gênese cultural do xintoísmo – religião primitiva do Japão – está a perfeição do lado divino do ser humano e cabe ao educador apenas saber extraí-lo – como a escultura Pietá de Michelangelo, cuja extrema perfeição, ao ser elogiada, ouviu-se do artista que a perfeição já estava lá.

 Ele retirara apenas os excessos. A gratidão a esse trabalho do professor é eterna.

 Os japoneses têm um nome para a tarefa educacional, quer seja do professor ou dos pais: “shin-sei kaihatsu” (shin = Deus, sei = natureza, kaihatsu = desenvolver, manifestar), fazer manifestar o lado divino e perfeito de cada um.

 A grande vergonha de um professor é o fracasso do aluno"



Para finalizar, fica a indagação: o que a cosmovisão teísta cristã conseguiu fazer no Brasil em prol do professor e da Educação? Para não soar muito pessimista, reformulo a pergunta: O que a cosmovisão teísta cristã construirá culturalmente em favor da Educação Brasileira? Aqui, vou dar a mão à palmatória quando se alegar que o Japão é uma tradição milenar, matura milenarmente sua cosmovisão animista. 


Verdade. No Brasil, ainda recém-nascidos em berço esplêndido,  já rejeitamos as tradições de vulto que ergueram as culturas americana e européia.

 O Brasil  moderno nasceu da decadência da modernidade européia, assim, sequer poderemos falar em maturar tradições (mas, aqui, já é assunto para outro post).

Passei anos ouvindo outro mito destrutivo também: "Professor é um sacerdócio"! Será que foi apenas isso o que a nossa cosmovisão teísta cristã conseguiu produzir? Se foi, é uma lástima, pois a máxima popular que acabei de citar tem sido usada por décadas apenas para reduzir salários, criar uma cultura de vitimismo no meio dos professores e justificar o sofrimento masoquista dos mesmos em sala de aula. 

Da minha parte, pelo menos, creio: professor, definitivamente, não é padre! 

PS - Como ilustração de tudo o que escrevi acima, incentivo a leitura de todo o artigo cujo trecho extraí para este post e, também, indico o ótimo filme Madadayo 
 fizemos a comparação da filosofia da educação no Japão e no Brasil. 


Sobre o genial diretor de Madadayo, Akira Kurosawa, assista ao vídeo abaixo também:





                                                     
Título original: "A Educação Japonesa em Madadayo (ou "A


 cosmovisão sob o olhar de Akira Kurosawa")

                                                      

                                                    

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Série "Construtores do Brasil": Deodoro da Fonseca - TV Câmara


                                           


                                               Bandeira da Presidência, Deodoro da Fonseca e suas homenagens                           
                                                                       
Proclamador da República

Nasceu na cidade de Alagoas (atual cidade de Marechal Deodoro), em Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827, e morreu em 23 de agosto de 1892, no Rio de Janeiro (RJ).

Chefe militar de grande prestígio na tropa, desferiu um golpe na escravidão quando decidiu que o Exército não mais perseguiria negros fugitivos. Proclamador e primeiro presidente da República, preferiu renunciar a lançar o país numa guerra civil.



O dia 05 de agosto é a data de nascimento de Deodoro da Fonseca, o militar responsável pela proclamação da república do Brasil. Alagoano, nasceu no ano de 1827.

Sua carreira estudantil passou pela escola militar, terminando os estudos como artilheiro. Aos 21 anos de idade já integrava as tropas militares do país.


 Participou de várias lutas no período do império, como a de Pernambuco, tentando combater a Revolução Praieira, a brigada expedicionária ao rio da Prata, o cerco a Montevidéu, dentre outros.

Influenciado por militares durante a Guerra do Paraguai, o marechal Deodoro da Fonseca teve grande atuação na história do Brasil, comandando um movimento para a derrubada do imperador D. Pedro II do poder.

As insatisfações com o monarca eram muitas, vindas de vários lados da sociedade, como fazendeiros, cafeicultores, além da igreja católica.

Durante o movimento Deodoro da Fonseca foi traído, sendo perseguido pelas tropas do imperador, que tentaram prendê-lo. Mas apoiado pela população, por civis e jornalistas e pelo exército, invadiu a Praça da Aclamação no Rio de Janeiro, proclamando a república do país e assumindo o poder, se tornando o primeiro presidente do Brasil, sendo escolhido pelo Congresso através de eleições indiretas, em 25 de fevereiro de 1891.

No governo provisório de Deodoro da Fonseca os ministros eram republicanos renomeados historicamente, além de liberais da monarquia. Compunham seus ministérios: Campos Sales – Justiça; Eduardo Wandenkolk – Marinha; Benjamim Constant – Guerra e Instrução Pública, Correios e Telégrafos; Quintino Bocaiúva – Negociações Estrangeiras; Rui Barbosa – Fazenda; Aristides Lobo – Interior; Demétrio Nunes Ribeiro – Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

Porém, seu governo não se manteve por muito tempo, devido a problemas políticos e econômicos, como o “encilhamento” e a dissolução do Congresso Nacional, encerrando o período de administração do país em 23 de novembro de 1891.

Por ter sido uma figura de grande importância para o cenário político do Brasil, recebeu algumas homenagens como o Monumento Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, tendo também sua face estampada em uma nota de 20 mil réis, em 1925.

Deodoro da Fonseca faleceu em 23 de agosto de 1892, por dispneia (dificuldade em respirar).





Série "Construtores do Brasil": Dom Pedro I - TV Câmara



 


Proclamador da Independência 

Nasceu em 12 de outubro de 1798, na cidade de Queluz (Portugal), e morreu em 24 de setembro de 1834, na mesma cidade.

Era o mais brasileiro dos integrantes da Família Real que se mudou para o Brasil em 1808. Conduzido por José Bonifácio de Andrada e Silva, o jovem e impetuoso príncipe português fundou o Império do Brasil com a célebre frase "Independência ou Morte"
Biografia de Dom Pedro I:

Dom Pedro I (1798-1834) foi Rei de Portugal e primeiro Imperador do Brasil.

Nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1798, e faleceu no dia 24 de setembro de 1834. Herdeiro da coroa portuguesa em 1801, era filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Possuidor de notável inteligência e acentuados pendores artísticos.

Em 1807 Portugal foi invadido pelos franceses e a família real veio para o Rio de Janeiro. Pedro era uma menino, com apenas 9 anos, rebelde, fugia do castelo para brincar com os garotos pobres do porto.

 Aos 17 anos, parecia tudo menos um príncipe. Independente, chegava em casa ao amanhecer, gostava da boemia e vivia se metendo em brigas.

Pedro foi educado por religiosos (seus primeiros mestres foram o Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete), dedicava-se mais à equitação e atividades físicas do que aos estudos. Depois da mudança da família real para o Brasil (1807), frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal preceptor, porém o príncipe, continuou avesso aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz.

Em março de 1816, com a aclamação de seu pai a rei de Portugal, recebeu o título de Príncipe Real e herdeiro do trono em virtude da morte do irmão mais velho, Antônio.
 No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.

Com fama de aventureiro e boêmio, teve 13 filhos reconhecidos e mais cinco naturais: sete com a primeira esposa, a arquiduquesa Leopoldina, da qual enviuvou (1826); uma filha com a segunda esposa, a duquesa alemã Amélia Augusta; cinco com a amante brasileira Domitila de Castro, a marquesa de Santos; e mais cinco com diferentes mulheres, inclusive com uma irmã de Domitila, Maria Benedita Bonfim, baronesa de Sorocaba (1), com uma uruguaia María del Carmen García (1), com duas francesas Noémi Thierry (1) e Clémence Saisset (1) e com uma monja portuguesa Ana Augusta (1).

A família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil. 

A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Essa decisão provocou um grande desagrado popular e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil. Desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos, mas resistiu, criando o famoso Dia do Fico (09/01/1822).

Com a popularidade cada vez mais em alta, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Revoltado, ali mesmo,em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou a independência do Império do Brasil, proferindo o grito de independência ou morte, rompendo os últimos vínculos entre Brasil e Portugal.

De volta ao Rio de Janeiro, D. Pedro foi proclamado, sagrado e coroado Imperador e defensor perpétuo do Brasil. Impulsivo e contraditório, logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu da Assembléia Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a constituição (1824).

Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício (1826), porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil. 

Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal.

Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na guerra cisplatina (1825-1827).

Os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez Viscondessa e depois Marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade.

Voltando a Portugal, com o título de Duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos.

 Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão usurpador e restaurou o absolutismo. Porém voltara tuberculoso da campanha e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera, com apenas 36 anos de idade, e foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei.

            Monumento do Ipiranga                                                

 No sesquicentenário da independência do Brasil (1972), seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo.    


                                                       Hino da Independência do Brasil                   

Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo. Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil. Seu nome de batismo é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.



Série "Construtores do Brasil": Pedro Álvares Cabral - TV Câmara


                                                     Brasil: Viagem de Pedro Álvares Cabral
 

                                                                             
Cabral Descobridor do Brasil

Nasceu na cidade de Belmonte (Portugal), em 1467 (ou 68), e morreu em Santarém (Portugal), em 1520 (ou 26). 

Ao zarpar do Rio Tejo, em 8 de março de 1500, com a maior armada até então organizada em Lisboa, o almirante tinha a missão oficial e pública de ir à Índia. Mas seu grande feito foi tomar posse da que seria a maior obra do Ciclo dos Descobrimentos portugueses.





A nobre e heróica estirpe de nosso Descobridor
Pertencente a uma linhagem de nobres e valorosos guerreiros, Pedro Álvares Cabral, além de intrépido navegador, caracterizou-se por uma devoção mariana, precioso legado transmitido aos descendentes.

Portugal, nome de um pequeno país - pequeno em dimensões, mas enorme quanto a tradições históricas e valor humano – era uma nação de pouco mais de 1 milhão de habitantes quando se lançou na proeza de expandir a Fé e o Império por um mundo até então desconhecido.

Nesse novo mundo, misterioso e fascinante para os Europeus da época, inseria-se o nosso Brasil. Hoje, passados cinco séculos do descobrimento, permanecem desconhecidos da grande maioria dos brasileiros fatos relativos à figura do protagonista desse marcante evento histórico – Pedro Álvares Cabral. Assim, é por nós pouco conhecido aquele que fez o Brasil conhecido.

Quem, afinal, foi o homem que a história menciona como aquele que descobriu a Ilha de Vera Cruz, posteriormente chamada de Terra de Santa Cruz e, finalmente, Brasil? Sua história ainda não foi por completo estudada (e talvez nunca venha a ser), embora muitos pormenores já são conhecidos dos historiadores.

No ano de 1468[i], no Castelo de Belmonte, propriedade da família Cabral, nascia um menino de nome Pedro, filho de Fernão Cabral e de Dona Isabel de Gouveia. Fernão Cabral lutou ao lado de D. João I e os três Infantes, na famosa conquista de Ceuta, em 1415, junto com seu pai, Luís Álvares Cabral.

A genealogia e a origem do nome “Cabral” perdem-se nas brumas da história portuguesa. O Visconde de Sanchez de Baêna assim escreve: “A família Cabral demarca a sua existência desde tempos imemoráveis... Nenhuma outra a sobrepuja em sólida antigüidade de nobreza, e feitos de edificante e variada lição.

O seu aparecimento, embora a princípio não se possa coordenar numa série genealógica, que nos leve, indivíduo por indivíduo, a estabelecer a sua continuidade desde os primeiros tempos da monarquia, remonta-se todavia bem longe, vendo nós brilhar de espaço a espaço nas lutas de Portugal nascente, alguns indivíduos do apelido Cabral”.[ii]
A elevada linhagem da família (impossível de reproduzir em um curto artigo) e o seu prestígio, permitiram a Pedro Álvares Cabral contrair matrimônio com Dona Isabel de Castro, dama pertencente à mais alta nobreza do Reino, como terceira neta dos Reis Dom Fernando de Portugal e Dom Henrique de Castela, sobrinha do célebre herói da Índia, Afonso de Albuquerque.

Qualidades pessoais: critério para a escolha de Cabral

Nessa época Portugal, cheio dos “cristãos atrevimentos” de que nos fala Camões, estava preparando armada a ser enviada às índias. Para organizar a expedição, o Rei Dom Emanuel o Venturoso, convocou seu Conselho: “E não somente se assentou no conselho o número de naus e gente que havia de ir nesta armada, mais ainda o capitão-mor dela, que por ‘calidades’ de sua pessoa, foi escolhido Pedro Alvares Cabral, filho de Fernam Cabral”[iii].
Pedro Álvares Cabral fora escolhido, por suas “qualidades pessoais”, para chefiar a esquadra que, no dia 9 de março de 1500, após a Santa Missa celebrada pelo Bispo D. Diogo Ortiz, Bispo de Cepta, rumaria para as Índias, passando pelo Brasil.

Dessa expedição, que trataremos em artigo posterior, participaram 13 navios, tendo apenas quatro deles conseguido retornar à Portugal. Os demais perderam-se todos, tragados pelo mar, juntamente com sua tripulação. No dia 23 de junho de 1501 – ou seja, um ano, três meses e 14 dias depois de sua partida, totalizando 470 dias de viagem – chega Pedro Álvares Cabral ao Tejo.

Pôde, desse modo, Dom Emanuel, o Venturoso, acrescentar ao seu título de “Rei de Portugal e dos Algarves Daquém e de Além Mar em África, e Senhor da Guiné” o de “Senhor da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia.”

Não percebera ele ainda, a essa altura, que Cabral enriquecera sua coroa com um florão incomparavelmente mais suntuoso e, sobretudo mais do que isso, levantara o Estandarte da Cruz na terra que estava destinada a ser o país de maior população católica do mundo[iv].
Incompreensões e afastamento da Corte
Pedro Álvares Cabral retorna à Portugal e, como freqüentemente acontece na vida dos homens escolhidos pela Providência Divina para realizarem grandes obras, sofreu incompreensões e dissabores, tendo se retirado do Corte e nunca mais recebido qualquer encargo público.

Não sabemos o motivo que levou o descobridor do Brasil a se afastar da vida pública[v]. Sabemos que ele se manteve retirado e, depois dos sucessos referidos, recolheu-se em suas terras de Santarém, tendo falecido em 1520 ou 1528, segundo a divergência de alguns autores.

Sua sepultura esteve perdida durante o século XVII e XVIII, tendo sido encontrada em 1839 pelo historiador brasileiro Francisco Adolpho de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, na sacristia da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Santarém.

Em 1903, o Bel. Alberto de Carvalho trouxe para o Brasil parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, que foram depositados em uma urna na capela-mor da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.

Pouco conhecida é a história de um grande descobridor. Mais do que descobrir terras, ele comandou uma expedição que iniciou a evangelização dos índios, trazendo incontáveis almas para a Igreja de Cristo.

Intrépido batalhador, ele desejava dilatar a Fé e expandir o império. Sabia ser gentil e amável, como o foi com os índios brasileiros, mas também sabia guerrear contra os inimigos de Cristo, como o fez com mouros que o traíram na Índia.
Devoção mariana: virtude do Descobridor e de sua família
Em sua nau capitânia, ele levava consigo uma pequena imagem da Senhora da Esperança, até hoje venerada em Belmonte, certo de ser Ela o melhor refúgio nas inconstâncias do mar tenebroso. Foi diante dessa imagem que ele, no momento em que seus companheiros celebravam o descobrimento do Brasil, se ajoelhou e agradeceu a Deus o sucesso do empreendimento [vi].

Quando retornou de sua viagem, o nosso descobridor mandou construir uma capela para a Senhora da Esperança. Capela essa ampliada pelos seus descendentes que a iluminaram quotidianamente com um círio.[vii]

Pedro Álvares Cabral foi, antes de tudo, um homem de Fé, que se lançou ao mar sob a proteção da Cruz de Cristo, nome com o qual foi primeiramente ‘batizado’ o nosso Brasil segundo seu desejo, como capitão da esquadra. Uma esquadra que levava a bandeira da Ordem de Cristo, em cujas velas se estampava a Cruz característica dessa Ordem de Cavalaria, e que chegou ao solo de um país iluminado pelas estrelas do Cruzeiro do Sul.

Que a Senhora da Esperança, que tão bem protegeu o descobridor do Brasil, continue a derramar suas bênçãos sobre a Terra de Santa Cruz.
Referências Bibliográficas
[i] Segundo se acredita, pois não se tem certeza do ano.
[ii]
 Sanches de Baêna, O Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral, Lisboa, 1987, pp. 10-22.
[iii]
 João de Barros, Décadas da Índia, Década I, Livro V, Cap. 1.
[iv]
 Apud O ‘Muy Bom fidalgo’ que descobriu o Brasil., Catolicismo, nº 219, março de 1969.
[v]
 Alguns historiadores, como Gaspar Corrêa em seu livro Lendas da Índia, levantam a hipótese de um desentendimento com Vasco da Gama, que teria exigido ser o comandante, em lugar de Pedro Álvares Cabral, da esquadra que partiria para as Índias em 1502.
[vi]
 Bueno, Eduardo, A Viagem do Descobrimento, Vol. 1, Coleção Terra Brasilis, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1998.
[vii]
 Cortesão, Jaime, A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil”, Portugália editora, Lisboa, 1967
Fonte: www.lepanto.com.br

Série "Construtores do Brasil": Duque de Caxias - TV Câmara


           
                                                              Hino a Duque de Caxias   
                                                                                 
                                                                                   

grandes civilizações os Maias






                                                                                     

grandes civilizações os Astecas







grandes civilizações os Incas





                                                                                

grandes civilizações o Islâ




                                                                             

quarta-feira, 6 de junho de 2012

grandes civilizações Império Romano



                                                                              

Grandes civilizações Grécia



                                                                                       

grandes civilizações império Bizantino



                                                                                      

grandes civilizações Império Carolíngios



                                                                                 

Grandes Civilizações Mesopotâmia