segunda-feira, 17 de outubro de 2016

As Tribos Indígenas Brasileiras

 Por Eduardo Bueno

As tribos 

Após 500 anos do descobrimento, ainda existe 215 nações e 170 línguas indígenas diferentes. Aqui , estão algumas destas nações sobreviventes


Aimoré: 
grupo não-tupi, também chamado de botocudo, vivia do sul da Bahia ao norte do Espírito Santo. Grande corredores e guerreiros temíveis, foram os responsáveis pelo fracasso das capitanias de Ilhéus, Porto Seguro e Espírito Santo. Só foram vencidos no início do século 20. Eram apenas 30 mil


Avá-Canoeiro: 

 Povo de língua da família Tupi-Guarani que vivia entre os rios Formoso e Javarés, em Goiás. Em 1973, um grupo foi contatado. Foram pegos "a laço" por uma equipe chefiada por Apoena Meireles, e transferidos para o Parque Indígena do Araguaia (Iha do Bananal) e colocados ao lado de seus maiores inimigos históricos, os Javaé . Parte da área indígena Avá-Canoeiro, identificada em 1994 com 38.000 ha, nos municípios de Minaçu e Cavalcante em Goiás, está sendo alagada pela hidrelétrica Serra da Mesa, no rio Maranhão.


Bororos: 

Povo falante de língua do tronco macro-jê. Os Bororo atuais são os Bororo Orientais, também chamados Coroados ou Porrudos e autodenominados Boe. Os Bororo Ocidentais, extintos no fim do século passado, viviam na margem leste do rio Paraguai, onde, no início do séc. XVII, os jesuítas espanhois fundaram várias aldeias de missões. Muito amigáveis, serviam de guia aos brancos, trabalhavam nas fazendas da região e eram aliados dos bandeirantes. Desapareceram como povo tanto pelas moléstias contraídas quanto pelos casamentos com não-índios.

Caeté: os deglutidores do bispo Sardinha viviam desde a ilha de Itamaracá até as margens do Rio São Francisco. Depois de comerem o bispo, foram considerados "inimigos da civilização". Em 1562, Men de Sá determinou que fossem "escravizados todos, sem exceção". Assim se fez. Seriam 75 mil

Caiapós: 

Explorando a riqueza existente nos 3,3 milhões de hectares de sua reserva no sul do Pará - especialmente o mogno e o ouro -, os caiapós viraram os índios mais ricos do Brasil. Movimentam cerca de U$$15 milhões por ano, derrubando, em média, 20 árvores de mogno por dia e extraindo 6 mil litros anuais de óleo de castanha. Quem iniciou a expansão capitalista dos caiapós foi o controvertido cacique Tutu Pompo (morto em 1994). Para isso destitui o lendário Raoni e enfrentou a oposição de outro caiapó, Paulinho Paiakan. Ganhador do Prêmio Global 500 da ONU, espécie de Oscar ecológico, admirado pelo príncipe Charles e por Jimmy Carter, Paiakan foi acusado do estupro de uma jovem estudante branca, em junho de 1992. A absolvição, em novembro de 94, não parece tê-lo livrado do peso da suspeita. Paiakan - mitificado na Europa, criminoso no Brasil - é uma contradição viva e um símbolo da relação entre brancos e índios.

Carijó: 

 seu território ia de Cananéia (SP) até a Lagoa dos Patos (RS). Vistos como "o melhor gentio da costa", foram receptivos à catequese. Isso não impediu sua escravização em massa por parte dos colonos de São Vicente. Em 1554, participaram do ataque a São Paulo. Eram cerca de 100 mil

Goitacá: 

 Ocupavam a foz do Rio Paraíba. Tidos como os índios mais selvagens e cruéis do Brasil, encheram os portugueses de terror. Grandes canibais e intrépidos pescadores de tubarão. Eram cerca de 12 mil.

Ianomâmi: 

 Povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família, não classificada em troncos. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká, a família Yanomami abrange as línguas Yanomami, falada na maior extensão territorial, Yanomám ou Yanomá, Sanumá e Ninam ou Yanam, as quatro com vários dialetos. Os Yanomami vivem no oeste de Roraima, no norte do Amazonas e na Venezuela, num total de 20 mil índios.

Juruna: 

Povo indígena cuja língua é a única representante viva da família Juruna, do tronco Tupi. Autodenominam-se Yudjá; o nome Juruna significa, em Tupi-Guarani, “bocas pretas”, porque a tatuagem características desses índios era uma linha que descia da raiz dos cabelos e circundava a boca. Na metade do século XIX tinham uma população estimada em 2.000 índios, que viviam no baixo rio Xingu. Um grupo migrou mais para o alto do rio, hoje em território compreendido pelo Parque do Xingu (MT). Segundo levantamento de médicos da Escola Paulista de Medicina, que prestam serviços de saúde aos índios do parque, em 1990 eram 132 pessoas. Alguns Juruna vivem dispersos na margem direita do médio e baixo rio Xingu, e há um grupo de 22 índios, segundo dados da Funai de 1990, que vive na Volta Grande do rio Xingu, numa pequena área indígena chamada Paquiçaba, no município de Senador José Porfírio, no sudeste do Pará. Suas terras serão atingidas pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

Kaiapó: 

 Ou Kayapó, ou Caiapó. Povo de língua da família Jê. Distribuem-se por 14 grupos, num vasto território que se estende do SE do Pará ao N do Mato Grosso, na região do rio Xingu. Os grupos são: Gorotire, Xikrin do Cateté, Xikrin do Bacajá, A’Ukre, Kararaô, Kikretum, Metuktire (Txucarramãe), Kokraimoro, Kubenkrankén e Mekragnoti. Há indicações de pelo menos três outros grupos ainda sem contato com a sociedade nacional.

Kaingang: 

 Ou Caingangue. Povo de língua da família Jê. Também conhecidos como Coroados, vivem em 26 pequenas áreas indígenas no interior dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. São aproximadamente 7.000 índios.

Pataxó: 

Povo de língua da família Maxacali, do tronco Macro-Jê. Abandonou sua língua original e expressa-se apenas em português. Vive no sul da Bahia, em Barra Velha, Coroa Vermelha e Monte Pascoal, em zona economicamente valorizada (cacau e turismo), nos municípios de Porto Seguro e Santa Cruz Cabrália e nas áreas indígenas Mata Medonha e Imbiriba. Em 1990, eram aproximadamente 1.600 índios.

Potiguar: 

 Senhoreavam a costa desde São Luís até as margens do Parnaíba, e das margens do Rio Acaraú, no Ceará, até a cidade de João Pessoa, na Paraíba. Exímios canoeiros, inimigos dos portugueses, seriam uns 90 mil

Tremembé:

  grupo não-tupi, que vivia do sul do Maranhão ao norte do Ceará, entre os dois territórios potiguares. Grande nadadores e mergulhadores, foram, alternadamente, inimigos e aliados dos portugueses. Eram cerca de 20 mil

Tabajara: 

viviam entre a foz do Rio Paraíba e a ilha de Itamaracá. Aliaram-se aos portugueses. Deviam ser uns 40 mil

Temiminó: 

 Ocupavam a ilha do Governador, na baía de Guanabara, e o sul do Espírito Santo. Inimigos dos tamoios, aliaram-se aos portugueses. Sob liderança de Araribóia, foram decisivos na conquista do Rio. Eram 8 mil na ilha e 10 mil no Espírito Santo.

Tamoio: 

 Os verdadeiros senhores da baía de Guanabara, aliados dos franceses e liderados pelos caciques Cunhambebe e Aimberê, lutaram até o último homem. Eram 70 mil.

Tupinambá: 

 consituíam o povo tupi por excelência. As demais tribos tupis eram, de certa forma, suas descendentes, embora o que de fato as unisse fosse a teia de uma inimizade crônica. Os tupinambás propriamente ditos ocupavam da margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano. Seriam mais de 100 mil.

Tupiniquim: 

foram os índios vistos por Cabral. Viviam no sul da Bahia e em São Paulo, entre Santos e Bertioga. Eram 85 mil.

Xavantes: 

 Povo de língua da família Jê. Autodenominam-se Akwe ou Akwen. Contatados na década de 1940, eram índios guerreiros que resistiram tenazmente à ocupação de seu território (Mato Grosso) pelos colonizadores. Em 1989 o grupo contava cerca de 6.000 pessoas, distribuidos em sete áreas indígenas entre os rios das Mortes e Batovi, a leste de Mato Grosso.

Wai-wai: 

Ou Waiwai, Uaiai. Povo de língua da família Karíb. Vivem na área indígena Nhamundá-Mapuera, na fronteira do Pará com o Amazonas, e Waiwai, em Roraima. A população é constituída por uma mistura de várias tribos atraídas e assimiladas por eles ao longo dos anos, entre as quais as dos Karafawyana, dos Kaxuyana e dos Hixkariana. Em 1990, segundo a Funai, somavam cerca de 1.250 índios.



Leia também:
Brasil Indígena
A População Nativa Brasileira


Fonte:
Eduardo Bueno/Zero Hora
http://cledir.hpg.ig.com.br/historia/02c.htm









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terça-feira, 11 de outubro de 2016

Literatura Medieval

Literatura Medieval, principais escritores da Idade Média, temas da obras literárias na Idade Média, características, resumo, trovadorismo

 

 

Introdução

Uma das principais características da literatura na Idade Média é a importância dada aos temas religiosos. Os textos e livros eram escritos principalmente por monges e integrantes do alto clero (bispos, arcebispos, papa). Como a maioria da população não sabia ler na Idade Média, esta literatura ficava restrita aos integrantes do clero e membros da nobreza.

Principais características da Literatura Medieval:

- Abordagem de temas religiosos: vida de santos, alma humana, moral cristã, existência de Deus, passagens da Bíblia Sagrada, interpretações religiosas de aspectos cotidianos, etc.

- Influência da filosofia grega, principalmente dos filósofos Aristóteles e Platão.

- Textos escritos em latim.

- Livros feitos à mão e copiados (reproduzidos) pelos monges copistas.

- Usavam o pergaminho para escrever os textos.

- Os livros eram ilustrados com iluminuras (desenhos feitos nas margens).

- A partir do século XII começam ser escritos textos relatando feitos heroicos, guerras e batalhas, Cruzadas e a vida dos cavaleiros medievais. Neste contexto, destaca-se o Ciclo Literário Arturiano, que se refere ao Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda.

 Religião foi o principal tema da Literatura na Idade Média

Trovadorismo





O trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII e destacou-se pelas cantigas de amor, de escárnio, de maldizer e de amigo. Os mais importantes trovadores deste período foram: Paio Soares de Taveirós, Dom Dinis e Dom Duarte.

Principais escritores medievais:

- Boecio
- Geoffrey Chaucer
- Giovanni Boccaccio
- Santo Agostinho
- São Tomás de Aquino
- Paio Soares de Taveirós
- Dante Alighieri

Curiosidade:

- Robin Hood, um dos mais conhecidos heróis míticos medievais, surgiu na literatura popular inglesa em 1375.

ANÍCIO MÂNLIO TORQUATO SEVERINO BOÉCIO 

 Anício Manilio Torquarto Severino Boécio, Também conhecido como Anitius Manliuns Torquatus Severinus Boethiun, nasceu em Roma aproximadamente em 430 a,c e 800 a.C. Era de uma familia nobre, estudou no Oriente grego, não sabendo-se se em Atenas ou em Alexandria, foi estadista e filósofo, tradutor, comentador e autor de livros sobre matemática, música, teologia, e homem de estado romano (cônsul e senador), considerado o principal autor matemático da Roma antiga.

Escreveu livros de textos, todos em latim, sobre aritmética, geometria, astronomia e música, muito utilizados nas escolas da idade média. Esses textos caracterizavam-se por um enfoque filosófico de cada assunto e sua aplicabilidade.

Foi tradutor de Platão e de Aristóteles. Exerceu grande influência sobre Tomás de Aquino, que se fundamenta em sua obra teológica De Trinitate para distinguir o gênero da espécie e firmar o conceito de "pessoa". Dois séculos depois, em 725 a.C, o rei Luitprand ordenou que seu corpo fosse levado para a igreja de São Pedro, em Pádua, onde passou a ser alvo de verdadeiro culto. Também foi um filósofo de expressão latina, o último dos patrísticos romanos e o primeiro dos escolásticos, com notável influência na formação do pensamento teológico e filosófico do Ocidente. A literatura latina floresceu com ele e Cassiodoro, que serviram de ponte entre a cultura clássica e os primórdios da Idade Média.

  Geoffrey Chaucer

 

Pouco se conhece da vida e da personalidade de Chaucer, embora, haja mais dados a seu respeito do que a respeito de Shakespeare, por exemplo, que viveu duzentos anos mais tarde. A parte mais nebulosa de sua biografia é a inicial. Sabe-se que nasceu em Londres, por volta de 1340, e que era filho de John Chaucer, comerciante de vinhos. Seu pai deve ter sido pessoa de certa influência, pois conseguiu colocá-lo como pajem junto ao Príncipe Lionel, terceiro filho do rei Eduardo III, dando-lhe assim a oportunidade de familiarizar-se com o manejo das armas e a etiqueta da corte, de ampliar os seus conhecimentos de latim e francês, e de completar a sua formação com a leitura de autores antigos e contemporâneos. Segundo alguns, Chaucer também teria freqüentado uma das duas escolas de Direito então existentes em Londres.
Em 1359, esteve lutando na França. Feito prisioneiro, foi resgatado por Eduardo III, que, mais
tarde, faria dele um de seus valetes. Por seis anos, de 1360 a 1366, Chaucer desaparece de cena. A primeira informação que temos após esse período é a de seu casamento com certa Philippa de Roet, uma dama a serviço da rainha. Tem-se igualmente notícia de que pelo menos dois filhos nasceram desse matrimônio: Thomas, que ainda viria a ocupar importantes cargos públicos, e Lewis, a quem o escritor dedicaria o seu Tratado do Astrolábio. É provável também a existência de uma filha. Essa união certamente estreitou as ligações do poeta com a corte, visto que a irmã de Philippa, Katherine, convidada para preceptora dos filhos de John of Gaunt, – quarto filho de Eduardo III e pai do futuro rei Henrique IV, – acabou se tornando amante e, depois, esposa do patrão. Essa longa associação com a realeza, além de estimular a atividade literária de Chaucer, – tanto assim que todas as suas obras foram obras de ocasião, destinadas à leitura perante a corte, – dava-lhe a oportunidade de aprofundar os seus contatos com os grandes centros culturais e artísticos do continente europeu. E isso porque o rei freqüentemente o incumbia de missões diplomáticas no exterior, enviando-o ora para Navarra, ora para a Flandres e a França, ora para a Itália. Particularmente profícuas foram as suas duas visitas (1372 e 1378) à península italiana, onde não só se encontrou com figuras políticas de relevo, como Bernabò Visconti, o temível tirano de Milão, mas também descobriu uma literatura rica e inovadora nas obras de Dante, Boccaccio e Petrarca, o último dos quais talvez tenha conhecido pessoalmente.
De 1374 a 1386 Chaucer exerceu as funções de Inspetor Alfandegário junto aos mercadores de lã. Foi essa a fase financeiramente mais próspera de sua vida, uma vez que, além de contar com renda anual apreciável e com várias outras vantagens, foi autorizado a residir nos aposentos superiores de Aldgate, uma das portas de Londres, com vista para a cidade e para os campos.
Por coincidência ou não, os tempos difíceis começaram para ele quando o Duque de Gloucester e seus sequazes delimitaram os poderes de Ricardo II, de quem Chaucer era partidário, condenando vários seguidores do rei à morte. Nessa época, o escritor já havia deixado a casa em Aldgate e se mudara para o Kent, onde fora nomeado Juiz de Paz e eleito, mais tarde, Cavaleiro Representante do Condado no Parlamento. Mas, perdido o posto de Inspetor Alfandegário, sua situação econômica se complicou. E, como se isso não bastasse, em 1387 faleceu-lhe a mulher. Apesar de tantos contratempos, foi nesse período que, aproveitando a tranquilidade de seu confinamento em Greenwich, onde se instalara, começou ele a compor sua obra mais ambiciosa, Os Contos de Cantuária.
O livro, contudo, teve que ser levado avante sem o esperado sossego, pois novos afazeres reclamaram sua atenção, e novas atribuições o aguardavam. Tão logo Ricardo II retomou as rédeas do governo em 1389, designou o poeta Fiscal de Obras do Rei, cargo que conservou até o ano seguinte e que lhe custou muito trabalho e esforço, dado que, entre os seus deveres, constavam até a compra de materiais de construção e a contratação de artesãos e operários. Além disso, era também sua responsabilidade a guarda do dinheiro para as obras, o que lhe trouxe algumas dores de cabeça. De fato, ao transportar tais valores em setembro de 1390, Chaucer foi assaltado duas vezes num mesmo dia, e pelo mesmo bando, tendo que esperar cinco angustiantes meses para ser oficialmente dispensado da obrigação de ressarcir os prejuízos. Depois disso, provavelmente não exerceu outras funções públicas, visto que a sua suposta indicação para o cargo de Couteiro Auxiliar da Floresta de Petherton, no condado de Somerset, não pode ser comprovada. Envelhecido, e com poucos recursos, o poeta chegou a sofrer vários processos por dívidas. Até mesmo o estipêndio anual que recebia da Coroa ele perdeu, quando Ricardo II foi destronado em 1399. Foi nesse momento crítico que, sem perder o bom humor, enviou ao novo soberano a famosa balada “O Lamento de Chaucer para a sua Bolsa Vazia”; e Henrique IV, filho de seu amigo John of Gaunt, o atendeu prontamente, renovando-lhe a pensão. As coisas pareciam melhorar. Chaucer alugou então uma casa junto à Abadia de Westminster, e para lá se mudou. Mas a morte inesperadamente o colheu poucos meses mais tarde, no dia 25 de outubro de 1400. Seu corpo foi sepultado na célebre Abadia, não longe dos monumentos tumulares dos reis de seu país, o primeiro literato a merecer tal honra.
Foram esses, em resumo, os principais acontecimentos que marcaram a vida do homem Chaucer. Quanto a Chaucer, o poeta, – a respeito do qual, até agora, pouco se falou, – sua carreira costuma ser dividida em três grandes períodos. O primeiro deles foi o Período Francês, durante o qual, além de traduzir o Roman de la Rose, que tanto o influenciou, produziu: O Livro da Duquesa (1369-70), uma “visão” sobre a morte de Blanche, a primeira mulher de John of Gaunt; O Parlamento das Aves (1379-82?), em que o autor retrata um debate das aves sobre o tema do amor-cortês; e A Casa da Fama (c. 1379), em quê o poeta narra como foi transportado nas garras de uma águia tagarela para as Casas da Fama e do Boato. Esta última obra, inacabada, denuncia a transição para a fase seguinte, o Período Italiano. Com efeito, a importância atribuída a Virgílio e a viagem guiada de nosso poeta a estranhos reinos sugerem a influência de Dante, que iria acentuar-se nas próximas obras, ajudando-o a moldar seus ritmos e a enriquecer sua temática. Muito significativas nessa etapa foram também as contribuições de Petrarca e de Boccaccio. Neste, por exemplo, Chaucer encontrou os modelos para O Conto do Cavaleiro e para o grande poema Tróilo e Criseida (c. 1385), baseados respectivamente na Teseida e no Filóstrato. Mas, ao contrário do que muitos supõem, Boccaccio não exerceu qualquer influência direta na elaboração de Os Contos de Cantuária. Ao que tudo indica, o autor inglês não chegou a conhecer o Decameron, e o único conto deste livro a figurar em sua coletânea, – a história de Griselda, narrada pelo Estudante de Oxford, – foi adaptado de uma versão latina feita por Petrarca. De qualquer forma, a fase propriamente italiana se encerra com A Legenda das Mulheres Exemplares (c. 1386), uma seqüência de relatos sobre as fiéis mártires do amor (“as santas de Cupido”), que o poeta escreveu, a pedido da rainha Anne, como uma espécie de penitência por haver retratado a falsidade feminina em Tróilo e Criseida. Não chegou, porém, a concluir essa obra, porque outro projeto, muito mais interessante e absorvente, veio ocupar suas atenções: Os Contos de Cantuária, a cuja composição se dedicou de 1386 a 1400, o ano de sua morte. E foi esse o seu terceiro e último período, o assim-chamado Período Inglês, de plena maturidade.
Durante essa trajetória, não era hábito de Chaucer abandonar as conquistas de uma fase ao entrar em outra; ele simplesmente somava novos ingredientes aos elementos antigos, tratados, porém, com maior senso crítico. Por isso mesmo, até o fim da vida, as formas básicas de sua poesia sempre foram as que recebera do período francês; mas ele as ampliou com o passar do tempo e, em algumas ocasiões, as inovou, desenvolvendo a estrofe de sete versos (“rhyme royal”), o pentâmetro jâmbico, de tão brilhante futuro, e o poema herói-cômico. Também o emprego dos métodos retóricos, típicos da literatura medieval, permaneceu constante, tanto assim que praticamente todas as suas histórias foram reelaborações de textos existentes, com os cortes, os acréscimos e os embelezamentos de praxe, – como a hipérbole, a invocação, a prosopopéia, a “occupatio” (ou recusa a narrar), o “exemplum” (ou história ilustrativa), a
preterição (dizer algo enquanto afirma que não vai dizê-lo) etc; mas, na última fase, esses recursos foram perdendo o seu caráter artificial para se inserirem cada vez mais no contexto dramático da narração. É o que notamos, por exemplo, em Os Contos de Cantuária: se ali, por um lado, as invocações retóricas de Dórigen, no final do “Conto do Proprietário de Terras”, quase chegam a arruinar uma bela história, por outro lado, a incontinência oratória da bruxa velha no “Conto da Mulher de Bath”, ou as amargas diatribes que retardam o “Conto do Mercador”, encontram justificativa nos temperamentos e nos estados de alma dos respectivos narradores, reforçando o efeito dramático do todo.
Quanto aos aspectos novos que Chaucer adquiriu em sua maturidade, poderíamos lembrar, entre outros (já que se tornaram características suas inconfundíveis), a flexibilidade métrica, a freqüente precisão e adequação das imagens, o uso de trocadilhos, a sutil ironia verbal, a eficiente ironia dramática, e, principalmente, a atitude objetiva (que permite vida própria às suas personagens, boas ou ruins), a profundidade da observação psicológica (que lhe consente retratar um indivíduo com apenas alguns traços essenciais), a variedade e o enfoque realista. Se ele deveu as primeiras qualidades ao trato com outros autores, sobretudo os italianos, deveu as últimas exclusivamente à sua genialidade, que o levou a tirar o máximo proveito de tudo o que aprendeu em seu convívio com homens de todas as classes sociais, reis, fidalgos, mercadores e artesãos. Mas falar dessas coisas já é falar de Os Contos de Cantuária



 

                "O amor é de uma natureza tal que quanto mais se ama mais se deseja 

amar."

Giovanni Roccaccio é considerado um dos três grandes mestres da literatura italiana, justamente com Dante Alighieri ( 1265 - 1321) e Francesco Petrarca (1304-1374), 

Giovanni Boccaccio talvez tenha nascido entre Junho e Julho de 1313, provavelmente em Florença, na Itália. Filho de um mercador, Boccaccio não dedicou-se ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo cultivar o talento literário que manifestou-se desde muito cedo. Conta-se que ao ler "A Comédia", de Dante Alighieri, ficou tão fascinado pela grande obra que a renomeou de A Divina Comédia, título com que a obra seria imortalizada. Considerado pelos seus contemporâneos florentinos uma autoridade sobre Dante, o governo da cidade o convidou em 1373, a fazer uma leitura pública d'A Divina Comédia.

Entre muitas obras um tanto menores de Boccaccio, a obra Decamerão, uma coletânea de 100 contos, destaca-se por sua grande originalidade. Tendo como pano de fundo a peste que fustigava Florença em 1348, sete crianças e três jovens buscam refúgio em uma casa fora da cidade. Ao longo de 10 dias, distraem-se contando 10 histórias curtas por dia. A obra inicia-se com um prefácio dirigido às "mulheres não identificadas" que pessoalmente experimentaram o amor, indicando o valor simbólico desse sentimento capaz de criar a vida diante dos horrores da peste. Em cada conto, o leitor testemunha um confronto entre vícios e as virtudes da humanidade por meio de uma galeria de personagens e situações que exemplificam o heroísmo, o sacrifício, a tolice, a inteligência e a modéstia.
 Giovanni Boccaccio é considerado um dos três grandes mestres da literatura italiana, juntamente com Dante Alighieri (1265-1321) e Francesco Petrarca (1304-1374).

Giovanni Boccaccio talvez tenha nascido entre Junho e Julho de 1313, provavelmente em Florença, na Itália. Filho de um mercador, Boccaccio não dedicou-se ao comércio como era o desejo de seu pai, preferindo cultivar o talento literário que manifestou-se desde muito cedo. Conta-se que ao ler "A Comédia", de Dante Alighieri, ficou tão fascinado pela grande obra que a renomeou de A Divina Comédia, título com que a obra seria imortalizada. Considerado pelos seus contemporâneos florentinos uma autoridade sobre Dante, o governo da cidade o convidou em 1373, a fazer uma leitura pública d'A Divina Comédia.


Na poesia, Boccaccio escreveu a obra Filostrato, publicada, aproximadamente, entre 1335 e 1340. Publicou também duas biografias: Sobre o Destino de Homens Famosos, publicada, aproximadamente, entre 1355 e 1374, e Sobre Mulheres Famosas, obra publicada em cerca de 1362.

Boccaccio faleceu em 21 de Dezembro de 1375, em Certaldo, cidade próxima a Arezzo, na Itália.

 

Santo Agostinho

Aurélio Agostinho nasceu no dia treze de novembro no ano de trezentos e cinquenta e quatro. Filho de um pai pagão, que somente recebeu o batismo pouco antes de morrer e uma mãe que era cristã fervorosa, que influenciava fortemente o seu filho. Sua cidade natal era Tagasta, uma cidade da Numídia. Quando jovem foi para Cartago para aperfeiçoar seus estudos.
Mas ao longo do tempo, caiu em profunda sensualidade que é considerada por ele uma das maiores consequências do pecado original, e com o tempo dominou-o moral e intelectualmente. Após a finalização dos seus estudos decidiu abrir uma escola em Cartago, que em seguida foi para Roma e em seguida para Milão. Acabou se afastando do ensino por razões de espírito e ainda de saúde.
Ao longo de sua trajetória foi adepto do maniqueísmo – o mundo vistos separados por dois ângulos, a divisão do bem e do mal – após uma análise profunda desta teoria, se identifica com outra teoria, a neoplatônica que mostra a negatividade do mal e a espiritualidade de Deus. Ele demora um pouco para se adaptar a nova teoria que segue, isso por razões de luxúria, mas no ano de trezentos e oitenta e seis sua conversão total veio a tona, renunciando inteiramente ao casamento, a carreira assim recolhendo-se para a solidão e recolhimento com sua mãe, filho e alguns padres, isso aos arredores de Milão.

A Volta de Agostinho para a Cidade

Após o falecimento da mãe, Agostinho volta para a cidade de Tagasta. Vendeu todas suas propriedades e bens e distribuiu para pobres. Dedicou-se inteiramente ao estudo da sagrada escritura, e escreveu suas obras baseando as em sua teoria filosófica. Funda um mosteiro e em trezentos e noventa e um é consagrado padre, em trezentos e noventa e cinco toma o posto de bispo e no ano de quatrocentos e trinta falece.
As principais obras filosóficas de Santo Agostinho são os diálogos baseados na teoria em que acredita como Da vida beata, Sobre a imortalidade da alma, Os solilóquios, Sobre a quantidade da alma, Sobre a música, dentre outras obras mais. O pensamento agostiniano consiste que a filosofia e a religião andam juntas.


Os Pensamentos de Agostinho

Ele acredita que a filosofia pode solucionar superficialmente o problema e somente a religião pode concretizar essa solução. Portanto os problemas formulados envolvem a temas como a alma e Deus.
A princípio ele conquista uma única certeza, que é a existência espiritual e a partir disso chega a uma verdade superior e imutável, que é a origem de toda verdade particular. Sua teoria valoriza totalmente os sentidos e deixa de lado a racionalidade, afirmando que a fonte de conhecimento são os sentidos. Acredita que o conhecimento racional é provindo de Deus, sendo a verdade e o verbo de Deus.
No verbo existem duas verdades, sendo estas eternas, as ideias e as espécies, a origem formal de cada coisa, ou seja, são os modelos dos indivíduos, seres criados. A característica fundamental do pensamento agostiniano é que a racionalidade provem da divindade, de Deus, sendo essa a iluminação para o nosso espírito.

 

São Tomás de Aquino

 Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos

Nascido em uma família de nobres, Tomás de Aquino fez os primeiros estudos no castelo de Monte Cassino. Em Nápoles, para onde foi em 1239, estudou artes liberais, ingressando, em seguida, na Ordem dos Dominicanos, em 1244. De Nápoles, a caminho de Paris, em companhia do Geral da ordem, foi seqüestrado por seus irmãos, inconformados com seu ingresso no convento.
No ano seguinte, fiel à sua vocação religiosa, viajou a Paris, onde se tornou discípulo de Alberto Magno, acompanhando-o a Colônia. Em 1252, voltou a Paris, onde se formou em teologia e lecionou durante três anos. Depois de voltar à Itália, foi nomeado professor na cúria pontifical de Roma.
Ensina, durante anos, em várias cidades italianas. Uma década depois, retorna a Paris, onde leciona até 1273. A seguir, parte para Nápoles, onde reestrutura o ensino superior. Em 1274, convocado pelo papa Gregório 10º, viaja para participar do Concílio de Lyon. Adoece, contudo, durante a viagem, vindo a falecer no mosteiro cisterciense de Fossanova, aos 49 anos de idade.
Chamado de Doutor Angélico e de Príncipe da Escolástica, Tomás de Aquino foi canonizado em 1323 e proclamado doutor da Igreja Católica em 1567.

Provas da existência de Deus

A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica, sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e a teologia. Fundada na revelação, a teologia é a ciência suprema, da qual a filosofia é serva ou auxiliar. À filosofia, procedendo de acordo com a razão, cabe demonstrar a existência e a natureza de Deus.
Profundamente influenciado por Aristóteles, Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta.
Assim, para provar a existência de Deus, o filósofo procede a posteriori, partindo não da idéia de Deus, mas dos efeitos por ele produzidos, formulando cinco argumentos, cinco vias:
1) o movimento existe e é uma evidência para os nossos sentidos; ora, tudo o que se move é movido por outro motor; se esse motor, por sua vez, é movido, precisará de um motor que o mova, e, assim, indefinidamente, o que é impossível, se não houver um primeiro motor imóvel, que move sem ser movido, que é Deus;
2) há uma série de causas eficientes, causas e efeitos, ao mesmo tempo; ora, não é possível remontar indefinidamente na série das causas; logo, há uma causa primeira, não causada, que é Deus;
3) todos os seres que conhecemos são finitos e contingentes, pois não têm em si próprios a razão de sua existência - são e deixam de ser; ora, se são todos contingentes, em determinado tempo deixariam todos de ser e nada existiria, o que é absurdo; logo, os seres contingentes implicam o ser necessário, ou Deus;
4) os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que é Deus;
5) a ordem do mundo implica em que os seres tendam todos para um fim, não em virtude de um acaso, mas da inteligência que os dirige; logo, há um ser inteligente que os dirige; logo, há um ser inteligente que ordena a natureza e a encaminha para seu fim; esse ser inteligente é Deus.

Homem, alma e conhecimento

Para Tomás de Aquino, o homem é corpo e alma inteligente, incorpórea (ou imaterial), e se encontra, no universo, entre os anjos e os animais. Princípio vital, a alma é o ato do corpo organizado que tem a vida em potência.
Contestando o platonismo e a tese das idéias inatas, Tomás de Aquino observa que se a alma tivesse de todas as coisas um conhecimento inato, não poderia esquecê-lo, e, sendo natural que esteja unida a um corpo, não se explica porque seja o corpo a causa desse esquecimento.
Conhecer, para Tomás de Aquino, não é lembrar-se, como pretendia Platão, mas extrair, por meio do intelecto agente, a forma universal que se acha contida nos objetos sensíveis e particulares. Do conhecimento depende o apetite, ou o desejo, inclinação da alma pelo bem.
O homem, segundo Tomás de Aquino, só pode desejar o que conhece, razão pela qual há duas espécies de apetites ou desejos: os sensíveis e os intelectuais. Os primeiros, relativos aos objetos sensíveis, produzem as paixões, cuja raiz é o amor. Quanto aos segundos, produzem a vontade, apetite da alma em relação a um bem que lhe é apresentado pela inteligência como tal.
Seguindo Aristóteles, Tomás de Aquino diz que, para o homem, o bem supremo é a felicidade, que não consiste na riqueza, nem nas honrarias, nem no poder, em nenhum bem criado, mas na contemplação do absoluto, ou visão da essência divina, realizável somente na outra vida, e com a graça de Deus, pois excede as forças humanas.

Catedral de ideias

Expressão e apogeu do mundo medieval, o tomismo é uma catedral de ideias, em que a teologia do século 13 encontrou sua formulação mais coerente e mais sólida. No entanto, nem sempre foi aceito pelos escolásticos medievais: os seguidores de Duns Scotus, por exemplo, combateram o seu intelectualismo.
Somente na segunda metade do século 16 o tomismo foi reconhecido como arma de defesa e ataque da Contra-Reforma, época em que surgiram os grandes comentaristas do sistema, entre os quais o dominicano português Johannes de Sancto Thoma (1589-1644).
Depois de uma época de esquecimento, entre os séculos 18 e 19, o tomismo renasceu sob a denominação de neotomismo, escola filosófica representada, por exemplo, pelos filósofos Étienne Gilson e Jacques Maritain

Paio Soares de Taveirós

Certamente originário de uma linhagem sediada em Taveirós, no atual concelho de Estrada, em Pontevedra, Paio Soares é um trovador galego, ativo nas primeiras décadas do século XIII, mas cujo percurso é relativamente obscuro. Não dispomos, na verdade, de nenhum dado documental seguro sobre o trovador, embora possa ser ele o Pelagio Suerii, marido de Urraca Rodrigues que, em 1220 e 1228, faz algumas transações em localidades próximas de Estrada (Ron Fernández, 2005, p. 1391). De resto, grande parte dos dados que nos permitem traçar a sua biografia mínima provêm das suas composições, nomeadamente da rubrica explicativa da tenção de mantém com Pero Velho, seu irmão, como nos informa essa mesma rubrica. A explicitação do local onde os dois se encontrariam, ou seja, em cas Dona Maior, mulher de Dom Rodrigo Gomes de Trastâmara, tem permitido ligar os dois irmãos Taveirós a esse magnate galego, cuja importância na fase inicial da poesia galego-portuguesa esta menção confirma. Já de uma outra sua composição poderemos depreender que terá estado, em algum momento, fora da Península. Até ao momento, no entanto, nada mais ter sido possível apurar sobre a sua biografia.
Acrescente-se, de resto, que, num artigo relativamente recente, José Carlos Miranda2, partindo da discrepância entre os manuscritos no que toca à transmissão da obra de Paio Soares de Taveirós, propõe que o conjunto de composições preservadas unicamente pelo Cancioneiro da Ajuda, com a numeração atual A36-A39, deverá ser atribuído, não a Paio Soares, mas a Afonso X. Sendo que neste conjunto se inclui a célebre "cantiga da garvaia", uma das mais discutidas composições galego-portuguesas, esta interessante mas polémica proposta de José Carlos Miranda2 necessitará certamente de fazer ainda o seu caminho entre a comunidade de especialistas.

Referências
1 Ron Fernández, Xavier (2005), “Carolina Michaelis e os trobadores representados no Cancioneiro da Ajuda”, in Carolina Michaelis e o Cancioneira da Ajuda hoxe, Santiago de Compostela, Xunta de Galicia.

2 Miranda, José Carlos, "Será Afonso, o sábio, o "autor anónimo" de A36-A39?", in Guarecer on-line.


II As Cantigas:
 

1.A ren do mundo, que melhor quería
2.Canção da Ribeirinha
3.Como morreu quen nunca ben
4. Eu sõo tan muit'amador
5. No mundo non me sei parelha
6. O meu amigo que mi dizía
7. Quantos aquí d'Espanha son
8.Vi eu donas en celado

III Análise de uma cantiga:
 
“No mundo nom me sei parelha,
mentre me for como me vai;
ca ja moiro por vós, e ai!,
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraia
quando vos eu vi em saia?
Mao dia me levantei,
que vos entom nom vi feia!

E, mia senhor, des aquelha,
me foi a mi mui mal di' ai!
E vós, filha de Dom Pai
Moniz, en bem vos semelha
d' haver eu por vós garvaia?
Pois eu, mia senhor, d' alfaia
nunca de vós houve nem hei
valia d'ua correia!”
Cantiga da garvaia, Paio Soares Taveiroos

Esta cantiga (maestria – sem refrão) divide muito a opinião dos estudiosos, alguns relatam que se trava de uma cantiga de amor e outros relatam que é uma cantiga satírica.
Percebemos que esta cantiga é dirigida á uma filha de D. Paio Moniz, muitos acha que era dirigida á D. Maria Pais Ribeiro.
O trovador relata sobre o encanto que quando viu filha de D. Paio Moniz, se encantou perdidamente por ela, e sofre de amor (coita), mas contém um tom de ironia e sátira, como por exemplo: ‘‘queredes que vos retraia’’/ “quando vos vi em saia?”.
Essa cantiga é considera o grande marco do Trovadorismo, é de supra importância entender essa cantiga para descrever o Trovadorismo.


IV Tradução da cantiga: 


“No mundo não conheço outro como eu,
enquanto me acontecer como me acontece:
porque já morro por vós, e ai!,
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos censure
quando vos eu vi em saia? (em corpo bem feito)
Mau dia me levantei
que vos então não vi feia!

E, minha senhora, desde então,
passei muitos maus dias, ai!
E vós, filha de D. Paio
Moniz, parece-vos bem
ter eu de vós uma garvaia? (manto)
Pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós tive nem tenho
nem a mais pequenina coisa.”
Tradução livre, de algumas possíveis, da
Cantiga da garvaia de Paio Soares Taveiros



V Manuscrito

Cancioneiro de Ajuda A 38
VI Referências:










Dante Alighieri

Biografia de Dante Alighieri, obras de Dante Alighieri, poesia italiana, Divina Comédia, literatura italiana medieval, textos literários, escritor medieval



Quem foi

Dante Alighieri foi um dos grandes poetas mundialmente conhecidos. Ele nasceu em Florença Itália), no ano de 1265, e faleceu em Ravena (Itália), no ano de 1321.

Este grande artista estudou em sua cidade natal, e, neste mesmo local, iniciou-se na literatura de Virgílio, Estácio e Ovídio.

Seu famoso poema “A Divina Comédia”, é divido em três partes: Inferno, Purgatório e Paraíso. Nesta importante obra da Idade Média, Dante descreve o caminho de sua alma por estes três estágios. 

Embora esta sua grande obra trate dos valores medievais, ela foi capaz de ser valorizada e compreendida mesmo séculos depois.

Obras de Dante Alighieri

- Divina Comédia (obra mais importante e mais conhecida) 

- De Vulgari Eloquentia ("Sobre a Língua vulgar")

- Vita Nova ("Vida Nova")

- Le Rime - ("As rimas")

- Il Convivio - ("O Convívio")

- Monarchia - ("Monarquia")

- "As Epístolas"

- "Éclogas" 

- "Quaestio" de aqua et terra"

 

 

Feudalismo e Capitalismo (Comparativo)

Comparativa entre o feudalismo (sistema feudal) e capitalismo (sistema capitalista), História, Economia, Política

 


Comparativo entre Feudalismo e Capitalismo


Feudalismo: existiu na Europa durante a Idade Média (período da História entre os séculos V e XVI).

Capitalismo: começou a se formar na Europa durante o século XV, ganhou grande impulso durante a Revolução Industrial (século XVIII) e se espalhou pelos quatro cantos do mundo. Está presente na economia da maioria dos países atuais.



Feudalismo: Trabalho servil.

Capitalismo: Trabalho assalariado.
 



Feudalismo: Agricultura era o principal setor da economia.

Capitalismo: Comércio, finanças e indústria prevalecem no sistema capitalista.

Feudalismo: Economia baseada, principalmente, em trocas de mercadorias. Pouco uso de moedas.

Capitalismo: Economia baseada na compra e venda de produtos com ampla utilização de moedas.



Feudalismo: Trabalhador preso à terra, devendo obrigações ao senhor feudal.

Capitalismo: Trabalhador livre para escolher a empresa na qual vai trabalhar.



Feudalismo: Poder econômico concentrado nas mãos dos senhores feudais.

Capitalismo: Poder econômico nas mãos da burguesia comercial, financeira e industrial.



Feudalismo: sistema artesanal de produção de mercadorias.

Capitalismo: sistema de produção baseado no uso de máquinas.



Feudalismo: sociedade com pouca mobilidade social.

Capitalismo: sociedade com maior mobilidade social.



Feudalismo: baixo avanço no desenvolvimento de tecnologias.

Capitalismo: grandes avanços no desenvolvimento de tecnologias.



Feudalismo: prevalência do sistema de subsistência.

Capitalismo: prevalência do sistema visando o lucro, acúmulo de capital e enriquecimento.

 

Sigmund Freud

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Sigmund Freud: o pai da psicanálise

 

Introdução 

Freud nasceu em Freiberg, Tchecoslováquia, no ano de 1856. Este grande nome da psicanálise foi o responsável pela revolução no estudo da mente humana.

Biografia 

Formado em medicina e especializado em tratamentos para doentes mentais, ele criou uma nova teoria. Esta estabelecia que as pessoas que ficavam com a mente doente eram aquelas que não colocavam seus sentimentos para fora. Segundo Freud, este tipo de pessoa tinha a capacidade de fechar de tal maneira esses sentimentos dentro de sua mente, que, após algum tempo, esqueciam-se da existência.

Teoria e métodos

A partir de sua teoria, este grande psicanalista resolveu tratar esses casos através da interpretação dos sonhos das pessoas e também através do método da associação livre, neste último ele fazia com que seus pacientes falassem qualquer coisa que lhes viessem à cabeça.

Com este método ele era capaz de desvendar os sentimentos “reprimidos", ou seja, aqueles sentimentos que seus pacientes guardavam somente para si, após desvendá-los ele os estimulava a colocarem esses sentimentos para fora. Desta forma ele conseguiu curar muitas doenças mentais. 

Livros 

Freud escreveu um grande número de livros importantes, alguns deles foram: Psicologia da Vida Cotidiana, Totem e Tabu, A interpretação dos sonhos, O Ego e o Id e muitos outros. Neles, o “pai da psicanálise” (assim conhecido por ter inventado o termo “psicanálise” para seu método de tratar das doenças mentais) responsabilizava a repressão da sociedade daquela época, que não permitia a satisfação de alguns sentimentos, considerando-os errados do ponto de vista social e religioso. 

Segundo ele, o sexo era um dos sentimentos reprimidos mais importantes. Naquela época essa afirmação gerou um grande escândalo na sociedade, entretanto, não demorou muito para que outros psicólogos aderissem à ideia de Freud. Alguns deles foram: Carl Jung, Reich, Rank e outros.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

História da pedagogia



Franco Cambi, famoso pedagogo italiano, faz aqui uma reconstrução interpretativa geral da história da pedagogia ocidental. O livro aborda um período histórico que vai desde a Antigüidade clássica até o fim da guerra fria. Para cada período, o autor descreve o pensamento educativo hegemônico e suas instituições pedagógicas. Forma de sublinhar o aspecto social da educação, esta prática historiográfica possibilita ao autor tecer considerações a propósito de várias correntes atuais de estudo da escolarização.
  • Tradução: Álvaro Lorencini
  • Assuntos: Educação / História Cultural
  • Ano: 1999
  • Acabamento: Brochura com orelhas
  • Páginas: 700
  • Edição: 2

 

10 livros essenciais para a formação do professor

 


1. As Cem Linguagens da Criança: Reggio Emilia – Vol. 1 e 2
Carolyn Edwards, Lella Gandini e George Forman, 296 págs., Ed Penso, tel.: 0800 703 3444, 78 reais
“Clássico mundial a respeito do trabalho com a Educação Infantil na cidade italiana Reggio Emilia, aclamada como a melhor do mundo há 50 anos. Oferece importante reflexão sobre como as crianças são concebidas e suas aprendizagens baseadas nas relações, no contexto social e cultural e aponta para a importância da documentação pedagógica.”


2. Alfabetização em Processo
Emilia Ferreiro, 136 págs., Ed Cortez, tel.: (11) 3611-9616, 31,90 reais
“Escrito há vinte e cinco anos, contribui para que os aprendizes de professores compreendam os caminhos percorridos pelas crianças no processo de aquisição da representação escrita da linguagem e da representação por escrito de quantidades e operações.”




3. Afinal, O Que Os Bebês Fazem no Berçário? – Comunicação, autonomia saber-fazer de bebês em um contexto de vida coletiva
Paulo Fochi, 160 págs., Ed Penso, tel.: 0800 703 3444, 54 reais
“Registro da pesquisa desenvolvida no mestrado pelo jovem autor sobre quais ações dos bebês emergiam de suas experiências em contextos de vida coletiva e que impactos as mesmas criam nas práticas docentes dos adultos responsáveis. Coloca em evidência uma etapa infantil pouco valorizada nos cursos de Pedagogia.”


4. Professora Sim, Tia Não – Cartas a Quem Ousa Ensinar
Paulo Freire, 128 págs., Ed Olho d’Água, tel.: (11) 3673-9633, 25,70 reais
“Paulo Freire deve estar presente em toda biblioteca de nossos futuros professores. E este título, em especial, discute a profissionalidade docente, reflexão tão necessária nos dias de hoje.”



5. O trabalho Docente – Avaliação, valorização, controvérsias
Bernadete A. Gatti, 256 págs., Ed Autores Associados – Fundação Carlos Chagas, tel.: (19) 3789-9000, 59 reais
“Bernardete Gatti é o principal nome da pesquisa nacional que revela, denuncia e defende as condições da profissão docente no Brasil. Todo professor precisa conhecê-la e pensar sobre as importantes questões que suas pesquisas revelam.”


6. A Organização do Currículo por Projetos de Trabalho – O conhecimento é um caleidoscópio
Fernando Hernández e Montserrat Ventura, 200 págs., Ed Penso, tel.: 0800 703 3444, 70 reais
“Ainda que possa ser complementado por textos mais recentes, o livro mantém atualidade ao contribuir com uma discussão sobre a organização do currículo por meio de projetos que estimulam a resolução de problemas em equipe, a fim de estimular o pensamento crítico e a produção autoral e ofertar uma alternativa concreta para a pedagogia informativa e memorizadora.”


7. O Dia a Dia das Creches e Pré-Escolas – Crônicas brasileiras
Ana Maria Mello (org.), 241págs., Ed Artmed, tel.: 0800 703 3444, 61 reais
“Histórias possíveis de práticas pedagógicas realizadas em diferentes creches e pré-escolas brasileiras podem servir de modelo afirmativo para aqueles estudantes que ainda desvalorizam o trabalho com a primeira infância. Fácil de ler, mas profundos por dar a voz a outros professores.”




8. A Matemática em Sala de Aula – Reflexões e propostas para os anos iniciais do Ensino Fundamental
Katia Stocco Smole e Cristiano Alberto Muniz (orgs.), Penso 172 págs., Ed Penso, tel.: 0800 703 3444, 63 reais
“Smole é uma pesquisadora brasileira que propõe uma reflexão importante sobre como ensinar Matemática a partir das salas de aula e escolas brasileiras. Sua leitura é um importante ponto de partida para desconstruir os mitos negativos em torno do ensino da disciplina.”


9. A Prática Educativa – Como Ensinar
Antoni Zabala, 224 págs., Ed Artmed, tel.: 0800 703 3444, 74 reais
“Este livro também é um clássico da Pedagogia ativa e construtivista baseada na prática intencional e organizada do professor. Bom começo para que os aprendizes de docentes possam compreender seu papel como planejadores e organizadores dos conteúdos de ensino, assim como da gestão do tempo e do espaço da sala de aula por meio de pautas e orientações justificadas pela função social do ensino e pela concepção dos processos de aprendizagem.”


 

10. Itinerários pela Educação Latino-Americana – Caderno de viagens
Rosa María Torres, 341 págs., Ed Artmed, tel.: 0800 703 3444, 69 reais
“Esse título visa contextualizar o ensino brasileiro em relação a outros países, ajudando os aprendizes de docentes a compreender a profissão quanto questões nacionais numa perspectiva comparativa com a América Latina.”