sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Primavera Árabe Origem dos conflitos.wmv



O conteúdo desde vídeo é exclusivo para fins didáticos ou também para os interessados nos conflitos dos países de maioria árabe do norte da áfrica e no oriente médio . conhecido como mundo árabe. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

As Selvas da América do sul - Mundos Perdidos



As selvas da América do Sul - Mundos perdidos
Narrado por Paulo Betti

A diversidade das características geográficas da América do sul - dotada por exemplo de altas montanhas áridos desertos a maior floresta tropical do mundo e extensas pradarias - e a fauna que se adapta a essas circunstâncias compõem a pauta dos seis programas desta série. A abordagem enriquecida por imagens espetaculares ( que incluem cenas captadas por lentes infravermelhos), traça as origens desses animais, sua localização e dia - a - dia.


O LIVRO PERDIDO DE NOSTRADAMUS - History Channel - Documentário Completo



Esse documentário elaborado pelo History Channel traz revelações surpreendentes sobre as previsões de Nostradamus e o futuro da humanidade.

Doc: Portões Para o Inferno (Completo e Dublado) // The History Channel




o The History Channel discute um assunto intrigante defendido pela mitologia antiga e pelas lendas cristãs: alguns lugares do mundo seriam verdadeiras passagens para o reino das trevas.

No especial inédito Portões para o Inferno, o canal mostra quais são esses lugares - entre eles, um vulcão na Islândia, uma caverna nas selvas da América Central e um lago de fogo na África - e porque eles teriam recebido tal denominação. Para muitas culturas antigas, o inferno estaria localizado abaixo da terra e poderia ser acessado através de lugares remotos, de difícil acesso, como vulcões, desertos, ilhas e cavernas. Acompanhando exploradores, que estão escavando e investigando seis lugares em busca de provas mais concretas, o programa mostra que apesar de aparentemente serem bem diferentes, eles têm muitas semelhanças. Entre as teorias sustentadas, esses portais podem ser verdadeiros acessos ao inferno - a ideia de funcionarem como passagens têm ligação com o principal significado da morte, que é o portal do plano terreno para o espiritual.

Além de discutir a composição e as características dessas localidades, o especial revela quando surgiu o conceito de inferno na história e porque ele é tão temido ainda hoje. Segundo a Bíblia, o inferno teria sido preparado para o diabo e seus anjos. Quando Lúcifer, depois de se rebelar contra Deus, foi expulso do céu com os anjos rebeldes, ele teria caído em um abismo gigante debaixo da terra.



Licença padrão do YouTube

domingo, 28 de julho de 2013

A Era de Francisco O Papa do Fim do Mundo


Até 13 de março deste ano, Jorge Mario Bergoglio era apenas o arcebispo de Buenos Aires e cardeal-presbítero argentino. Neste dia, o mundo foi surpreendido com sua escolha como o 266 º Sumo Pontífice da Igreja Católica, colocando a Argentina e a América Latina no centro das atenções. Agora, enquanto o Vaticano acerta os últimos detalhes da primeira viagem do papa Francisco ao Brasil, em sua primeira viagem internacional, o History Channel apresenta o especial inédito "O Papa do Fim do Mundo", no dia 21 de julho, domingo, às 21 h, sobre a vida e as ações do novo representante supremo da Igreja Católica.

Responsável por liderar mais de 1,2 bilhão de fiéis em todo o mundo, o novo papa surpreendeu também por seu estilo simples, despojado e pela preocupação social, tendo já demonstrado qual será o tom de seu papado. Além disso, com uma Igreja em crise, o papa Francisco demonstrou disposição para colocar a casa em ordem, sem receio de tocar em questões polêmicas, envolvendo o Vaticano e o clero. O papa estará no Brasil entre 23 e 28 de julho para a Jornada Mundial da Juventude, na cidade do Rio de Janeiro, ocasião em que visitará Aparecida do Norte, em São Paulo.

Por meio de um relato dinâmico, o programa revela a trajetória de Francisco, o primeiro jesuíta da história da Igreja Católica a se consagrada papa, e apresenta o perfil do homem que vem cativando a todos por seus atos e declarações. O especial satisfaz inúmeras curiosidades a seu respeito: quem é esse religioso humilde, mas austero, que vai ao encontro dos menos favorecidos em um Estado que enfrenta crescente perda de fiéis? O que pensa esse governante da Igreja Católica que dispensa as regalias do alto cargo, como automóveis oficiais e chofer, para correr o mundo sobre seus sapatos velhos?

"O Papa do Fim do Mundo" busca respostas a questões que inquietam a comunidade católica, analisa os desafios que enfrentará como Sumo Pontífice e tenta entender o que os fiéis esperam dele, quem são seus inimigos e por que motivo dispensa privilégios e luxos. Investiga, ainda, profecias que o anunciam como o último papa e revela a verdadeira participação do Cardeal Bergoglio durante a ditadura militar argentina. Reúne, também, preciosos depoimentos de pessoas de diversos países, que ajudarão a traçar o seu perfil. Entre eles, o de Federico Lombardi (sacerdote jesuíta italiano, porta-voz do papa e diretor da Rádio e Televisão do Vaticano), o de Antonio Sparado (sacerdote jesuíta e filósofo, editor-chefe da revista romana La Civitá Catolica) e do Marco Politti (analista de prestígio, jornalista e autor do livro Crise de um Papado).

Leia mais em: vcfaz.TV - History exibe especial sobre o Papa Francisco
http://www.vcfaz.tv/viewtopic.php?t=2...







Série Cultura do Açúcar - Arte do Açúcar - Episódio 3

Série Cultura do Açúcar - Sociedade do Açúcar - Episódio 2

Série Cultura do Açúcar - Cultura do Açúcar - Episódio 1

sábado, 27 de julho de 2013

Discovery na Escola - Feudalismo: Castelos em Guerra [Discovery Channel]



Apos a queda de Roma a Igreja Cristã e os reis europeus encheram esse grande vazio de poder, brigaram nas cruzadas e enfrentaram a peste negra . O desenvolvimento das artes, a ciência e a filosofia na Itália deram início  ao grande ressurgimento cultural em toda Europa.


Travessia do Mar Vermelho - A história que a mídia não conta



Este vídeo relata com detalhes impressionantes a verdadeira história de Moisés e a travessia do Mar Vermelho. A obra de Deus tem que ser divulgada para o mundo, a mídia quer deixar as pessoas cépticas em relação à Deus. Ronald Eldon Wyatt - Arqueólogo.
Site: http://www.wyattmuseum.com

Batalhas Decisivas - Spartacus (Terceira Guerra Servil)



A terceira Guerra Servil (73 - 71 a C ) também chamada por Plutarco Guerra dos Gladiadores e Guerra de Espártaco foi a ultima de uma série de revoltas de escravos sem sucesso nem relação contra a Republica Romana conhecidas no seu conjunto como as Guerras Servis ou Guerra dos Escravos

A Terceira Guerra Servil foi a única em se tornar ameaça seria para o núcleo de Roma a província da Itália sendo alarmante para o povo romano pelos contínuos sucessos do crescente bando de escravos rebeldes contra o exército romano entre 73 e 71 a C. A revolta foi esmagada finalmente em 71 a C pelo esforço militar concentrado de um só comandante Marco Licínio Crasso, embora os acontecimentos continuassem tendo efeito indireto sobre a politica romana nos anos posteriores

Entre 73 e 71 a C um bando de escravos fugidos - originalmente um pequeno quadro de cerca de 70 gladiadores fugidos que cresceu até ser um bando de 120 000 homens, mulheres e crianças - deambulou pela província romana da Itália assaltando-a com relativa impunidade sob comando de vários lideres, incluindo o famoso gladiador - general Espártaco. Os adultos capacitados deste bando constituíram uma força armaada efetiva que demostrou repetidas vezes a sua capacidade para resistir o exército romano das patrulhas locais da Campânia as milicias romana e as qualificadas legiões sob comando consular Plutarco descreveu as ações dos escravos como uma tentativa de escaparem dos seus amos e fugir através da Gália Cisalpina enquanto Apiano e Floro retratam a revolta como uma guerra civil na que os escravos fizeram campanha para capturarem a própria cidade de Roma.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A Servidão Moderna | Completo DUBLADO Português Brasil | HD



A servidão moderna é um livro e um documentário de 52 minutos produzidos de maneira completamente independente o livro ( e o DVD contido ) é distribuído gratuitamente em certos lugares alternativos na França e na América Latina. O texto foi escrito na Jamaica e em Outubro de 2007 e o documentário foi finalizado na colômbia em Maio de 2009. Ele existe nas versões Francesa Inglesa e Espanhola. O filme foi elaborado a partir de imagens desviadas essencialmente oriundas de filmes de ficção e de documentários.

O objetivo principal deste filme é de por em dia a condição do escravo moderno dentro do sistema totalitário mercante e de evidenciar as formas de mistificação que ocultam esta condição subserviente. Ele foi feito com o único objetivo de ATACAR DE FRENTE A ORGANIZAÇÃO DOMINANTE DO MUNDO.

Não devemos deixar que o inimigo no vença, as antigas discussões de capela no campo revolucionário devem, com toda nossa ajuda, deixar lugar à unidade de ação. Deve-se duvidar de tudo, até mesmo da dúvida.

Capítulos do Filme e do Livro:

I: Epigrafo
II: A servidão voluntária
III: A organização territorial e o habitat
V: A Alimentação
VI: A destruição do meio ambiente
VIII: A colonização de todos os setores da vida
IX: A medicina mercantil
X: A obediência como segunda natureza
XI: A repressão e a violência
XII: o dinheiro
XIII: Não há alternativa na organização social dominante
XIV: A imagem
XV: A diversão
XVI: A linguagem
XVII: A ilusão do voto e da democracia parlamentar
XVIII: O sistema mercantil totalitário
XIX: Perspectivas
XX: Epílogo

O texto e o filme são isentos de direitos autorais, podem ser recuperados, divulgados, e projetados sem nenhuma restrição. Inclusive são totalmente gratuitos, ou seja, não devem de nenhuma maneira ser comercializados. Pois seria incoerente propor uma crítica sobre a onipresença das mercadorias com outra mercadoria. A luta contra a propriedade privada, intelectual ou outra, é nosso golpe fatal contra a dominação presente.

Este filme é difundido fora de todo circuito legal ou comercial, ele depende da boa vontade daqueles que asseguram sua difusão da maneira mais ampla possível. Ele não é nossa propriedade, ele pertence àqueles que queiram apropriar-se para que seja jogado na fogueira de nossa luta.


Quem Descobriu a América?



A VERDADEIRA HISTÓRIA SOBRE A DESCOBERTA DAS AMÉRICAS

por Alberto Cury Nassour
Engenheiro de Materiais


A quem se deve realmente a descoberta das Américas, à Cristóvão Colombo â Américo Vespúcio ou aos Próprios índios nativos da região? Essa pergunta intrigante tem provocado muita controvérsia nas últimas décadas. Alguns historiadores creditam aos nativos que chegaram do estreito de Beri ng entre a Sibéria e o Alasca, à 40.000 anos o verdadeiro descobrimento das Américas. entre  outros pesquisadores atribuem aos escandinavos por volta do ano 1.000 quando chegara ao Canadá e retornaram sem desembarcarem devido aos imensos blocos de gelo, enquanto que outros estudiosos acreditam que fragmentos de cerâmica encontrados no Equador em 1956, apresentam semelhanças marcantes com cerâmicas produzidas no Japão há mais de 5.000 anos.

Alguns admitem que uma viagem do monge budista até o lado do " grande mar", ou oceano pacifico, teria chegado até o México no século V, conforme comprovam o uso de dragões alados como motivo de cerimônias mágicas encontrados em cerâmicas mexicanas, uma vez que este símbolo especificamente representava a dinastia do monge chinês.Daí a mera semelhança dos latinos, incruíndo os índios brasileiros, com traços dos povos orientais

Enfim, muitas são as teorias que tentam explicar os verdadeiros descobridores das Américas. Até pouco tempo. Cristóvão Colombo era tido como um homem de larga visão e caráter obstinado, o sábio defensor da certeza de que a terra era redonda, o homem que fez um ovo parar em pé e abriu as portas do Oceano Atlântico, e de repente não é mais nada disso. O escritor e historiador americano Krkpatrick Sale, em seu livro The Conquest of Paradisse" relata um homem vulgar, apreciador da ganância do ouro, obcecado pelos títulos de nobreza e extremamente confuso em suas observações de navegação.
Apesar de realizar quatro viagens às Américas, nunca soube descrever fielmente onde realmente esteve. Além de demostrar uma ferocidade bestial com os nativos, trazendo consigo e sua tripulação formada na maioria por ladrões e desocupados, doenças como a febre, tuberculose e varíola, que  que dissiparam milhares de nativos logo nos primeiros contatos em terra.
Sobre Colombo, dos seus primeiros vinte anos pouco se sabe. Há razões para acreditar que nasceu em Gênova no ano de 1451, mas muitos historiadores não estão de acordo. Há quem atribua o seu nascimento nas regiões da Córsega. Maiorca, Aragão, Galícia e até em Portugal. Sabe-se pelo menos que seu idioma favorito era o Castelhano, pois servia-se dele para suas correspondências. Em 1472. tem-se noticias que esteve no mar como corsário, o que serviu de trampolim para ingressar na frota do grande corsário francês Coullon, o Velho. Numa investida frustante, viu-se náufrago na costa portuguesa, por onde viveiu escondido por oito anos, dos 25 aos 33.


           As primeiras rotas das grandes navegações

Era o tempo da Escola de Sagres, das grandes navegações pela Costa da África. Em 1488, o explorador português Bartolomeu Dias ( 1455-1500, ultrapassou o cabo da Boa Esperança. Cogitava-se o Verdadeiro caminho para as Índias. Colombo então, desenvolvia um plano inovador para chegar as índias navegando para oeste, cruzando o Oceano Atlântico.
Baseando-se em dados do grande cosmógrafo e navegador árabe Alfraganus, ( daí a origem dos termos latinos fragata e naufragar) demarcou as bases para suas viagens utilizando os cálculos em milhas árabes, que correspondem a 1.975,5 metros, diferente da milha italiana, 1.477,5 metros. Sem dúvidas um erro marcante. Colombo, concluiu, então que saindo das Ilhas Canárias e navegando 2.760 milhas (arábes) para o oeste, chegaria ás ilhas japonesas. Um duplo erro, pois se revelasse a distância verdadeira, cerca de quatro vezes maior, nunca teria encontrado alguém que lhe financiasse a tentativa. Estava certo de que poderia alcançar o Oriente pelo Ocidente.
Embora a teoria da terra redonda já circulasse nos meios mais cultos, havia um certo ar confuso nos seus cálculos. Colombo não conseguiu fazer interessar o Rei de Portugal. Dom João II, nos seus projetos. Da sua estada em Portugal, sabe-se de seu casamento com Filipa Moniz Perestrello de família nobre, com quem teve um filho chamado Diego, futuro companheiro de viagem. 

Depois do falecimento de sua esposa, colombo muda-se para a região de Andaluzia, na Espanha, onde cultivou amizades com os Medina-Celli e os Medina-Sidonia. Graças ao Duque de Medina-celli, foi apresentado formalmente à rainha Isabel de Castela e pouco depois apresentou seus planos à uma comissão de centistas e navegadores espanhóis liderada pelo escriba de Talavera, braço direito da rainha.


Primeiro mapa das Américas

Em face da conclusão inteiramente negativa, a comissão recusou o projeto, considerando-o impossível frente aos cálculos apresentados. Colombo não desistiu. Tentou penetrar nas cortes da França e da Inglaterra em distintas situações frustantes. Volta então à Espanha e certas intervenções históricas acabaram ajudando-o. Em 1492, os espanhóis conseguiram readquirir suas terras após domínio dos mouros árabes por mais de setecentos anos, na rendição de Granada. Vem dessa época a grande influência árabe na cultura portuguesa e espanhola, desde o vocabulário, passando pela culinária, música e costumes. Ultrapassado a fase de reintegração de posse, os espanhóis começaram a se interessar por novos horizontes além-mar. A rainha Isabel de Castella nunca penhorou as jóias para financiar as expedições de Colombo, ao contrário do que se pregava nas escolas antigamente. Das três embarcações, Pinta e Nina eram caravelas e foram providenciadas pela cidade de Palos, a terceira, Santa Maria, era uma nau e foi financiada por um banqueiro independente que não entendia nada de navegação, mas era bastante ganancioso. Todas as embarcações levavam não mais que noventa homens, geralmente ladrões e devedores da corte espanhola e muita gente doente. No dia 06 de setembro de 1492 as embarcações saíram de Palos em direção às Ilhas Canárias e de lá em direção ao tão sonhado Oriente. Em 25 de setembro o comandante da nau capitânia Santa Maria, Martin Alonso Pizón, confundia uma porção quilométrica de algas boiando com um monte de terra e declarou “terra à vista”, o que provocou certo ar de descontentamento entre a tripulação, gerando até indícios de motim à bordo entre os mais revoltosos. Foi só então na manhã de 12 de outubro que a primeira ilha das Bahamas apareceu aos olhos do marinheiro-mor da caravela Pinta. Segundo o Calendário Juliano em vigor no século XV, era realmente 12 de outubro, porém pelo calendário Gregoriano, seria 21 de outubro. O calendário Gregoriano entrou em vigor alguns anos mais tarde corrigindo o período anual correto em função do Equinócio, marco muito utilizado por navegadores que representa o período em que o dia tem a mesma duração que a noite. O local exato onde Colombo aportou é outro ponto de controvérsias. Nada menos do que doze locais são declarados como sendo o primeiro, devido às suas anotações errôneas e ao fato de querer guardar segredo para não ser seguido caso encontrasse ouro ou especiarias. Teve seu mérito ao descobrir as Ilhas do Haiti e República Dominicana, aí fundou Isabella, em homenagem a rainha da Espanha e na expectativa de futuros financiamentos. Como os comandantes a serviço de Colombo acreditavam terem chegado às Índias, denominaram os nativos de “índios”, cujo continente estava à milhares de quilômetros de distância.
De volta à Espanha, Colombo foi recebido como herói, recebeu inúmeras honrarias e dezenas de banquetes, jamais compreendidos pelos grandes cientistas e navegadores da época que acreditavam impossível ter chegado às Índias com cálculos tão absurdos. Colombo retornou por três vezes às ilhas recém descobertas que ainda não se chamavam América, pois à luz da verdade, ele mesmo sabia que seus cálculos estavam equivocados. Isso gerou-lhe uma tremenda confusão interior. De lá saiu para a conquista de Guadalupe, Porto Rico, Jamaica e Cuba, cuja ilha imaginou ser o final do continente asiático. Só na terceira viagem, em 1498, Colombo realmente chegou ao continente americano atracando pelo norte da Venezuela. Na quarta e última viagem, em 1502, já atormentado pela crises de temperamento e alucinações constantes, não consegue descobrir mais nehuma ilha nova e então escreveu entre delírios, as obras “O livro dos privilégios” e “O livro das profecias”, nos quais se auto intitula “Dom Cristovão Colombo, Vice-Rei e Governador de todas as ilhas e terras firmes do Ocidente”. O que mais o prejudicou não foram suas teorias desatinadas, mas a prática do seu dia-a-dia como Governador das terras descobertas. Neste ponto, relata Sale em seu livro, “…Colombo foi simplesmente desastroso.Faltavam aos moradores das novas terras, comida, bebida, roupa e moradias decentes….” Os reis de Espanha perderam a paciência e mandaram o interventor Francisco de Bobadilla prender Colombo e enviá-lo de volta à Europa. Faleceu em 1506, ainda dono de uma fortuna considerável, porém, totalmente atormentado. Quem deixou bem anotadas todas as crueldades e façanhas de Colombo, foi o frade dominicano Bartolomeu de Las Casas, cuja obra publicada integralmente no século XIX, serve até hoje como fonte para os historiadores e revisionistas. Quem realmente descobriu as Índias, o continente no Oriente em 1497, foi o navegador português Vasco da Gama, (1460-1524), seguindo o caminho escolhido por Bartolomeu Dias, e conseguiu contornar o Cabo da Boa Esperança, navegando às margens do continente Africano e o Oceano Índico até chegar à Malabar.
O grande escritor francês Victor Hugo, (1802-1885), deixou registrado que “…Há homens sem sorte, e que Colombo não conseguira associar seu nome à descoberta da América…” e que “…a história do ovo em pé de Colombo não passa de uma lenda italiana, na qual Colombo querendo impressionar seus comandados, fez parar em pé um ovo cozido e levemente amassado na base, que logo em seguida ele mesmo amassa para não descobrirem sua façanha…”. É muito intrigante realmente, a América não se chamar Columbia. Américo Vespúcio, (1451-1512), nascido em Florença e navegador familiarizado com o mar, desenvolveu sistemas de cálculos de longitude imbatíveis para a época, “emprestou” seu nome para as novas terras, parecia ser melhor cotado nos meios pertinentes, pois ao contrário de Colombo descrevia e muito bem sobre suas viagens às novas terras. Afirmava ter chegado ao continente sul, próximo do Rio da Prata em 1497, antes de Pedro Alvares Cabral (1467-1520) ter descoberto o Brasil em 1500. Amigo fiel dos Medici, o “Magnífico”, Américo Vespúcio conseguia se infiltrar facilmente entre patronos e banqueiros da época. A Vila de Saint-Dié, na França, era o berço de reliogiosos cartográficos e o ilustrador Monsenhor Martin Waldseemüller ao preparar o mapa do Novo Mundo, seguindo cálculos de Vespúcio sugeriu o nome das novas terras de “Amerige”. Nasce assim o continente América. O autor Sale, da obra “The Conquest of Paradise” traça um quadro interessante da civilização no século XV, tanto na Espanha sob os olhares de novas descobertas e sob o terror da Inquisição, quanto no resto da Europa dilacerada pelas guerras constantes, assolada pela fome e pela peste. Porém, ressalta simultaneamente com brilhantismo uma época recheada de ilustres figuras como, Leonardo Da Vinci, (1452-1519), Maquiavel,(1469-1527), Michelângelo, (1475-1564), Nicolau Copérnico, (1473-1543), Lutero, (1483-1546) e Rafael, (1483-1520). As grandes navegações foram consequência natural de uma efervescência cultural da época do Renascimento, que estremeceram o conteúdo do conceito humano.

© Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003.

http://www.cdcc.usp.br/ciencia/artigos/art_19/america.html
  

terça-feira, 21 de maio de 2013

Museu Introdução Como funcionam os museus Tipos de museu História


Um museu é um edifício que contém uma coleção de objetos encontrados na natureza ou artefatos criados pelo ser humano. Muitos museus focam um único tema, por exemplo: arte, ciência ou história. São lugares de observação, estudo e aprendizado

Como funcionam os museus

A maioria dos museus é aberta ao público. As pessoas visitam os museus para olhar seus acervos (coleções de objetos), que lhes ensinam sobre o mundo natural ou a cultura humana. Os museus também podem promover visitas acompanhadas por guias, palestras e eventos especiais. Cientistas e outros estudiosos às vezes usam museus para fazer pesquisas.

Para aumentar seus acervos, os museus compram peças especiais e recebem doações. Eles expõem alguns objetos permanentemente e outros por períodos limitados. Essas exposições podem incluir peças cedidas temporariamente por outros museus ou por colecionadores particulares. Muitos museus possuem objetos que nunca chegam a ser expostos ao público e que só podem ser vistos por pesquisadores.

Tipos de museu

Os museus de arte possuem acervos de pinturasesculturas e outras obras de arte importantes. Os acervos de alguns museus de arte cobrem muitos estilos e períodos históricos diferentes. Outros se especializam em obras de arte de um período específico ou de um único estilo artístico, como a arte moderna, por exemplo. Há, também, os dedicados a apenas um artista.

Os museus de ciências usam seus acervos para explicar áreas diferentes da ciência e da tecnologia. Suas coleções frequentemente incluem máquinas e ferramentas do passado e do presente. Eles podem ensinar aos visitantes muitas coisas sobre asviagens espaciais, os avanços da medicina e da eletrônica ou outros assuntos científicos.

Os museus de história colecionam objetos, chamados artefatos, que mostram como era a vida humana no passado. Os artefatos podem incluir roupas, ferramentas, objetos domésticos, veículos, fotografias antigas e muitos outros tipos de objeto. Os museus de história natural expõem amostras de plantasanimaisrochas e outros objetos naturais.

Alguns museus possuem acervos bastante específicos ou especiais. Um exemplo é o Museu do Futebol, na cidade de São Paulo, no Brasil. Outro é o Hall da Fama e Museu do Rock and Roll, em Cleveland, no estado de Ohio, nos Estados Unidos.

História

As pessoas vêm colecionando objetos desde a Antiguidade. Por exemplo, grupos religiosos em todo o mundo acumulam e conservam artefatos e obras de arte religiosa.

No século III a.C., um rei fundou um museu com uma biblioteca em Alexandria, noEgito. Mas esse lugar era mais semelhante a uma universidade que a um museu moderno.

Muitos museus modernos começaram como coleções pertencentes a algumas pessoas ricas. Durante o Renascimento (séculos XIV-XVI), alguns europeus formaram grandes coleções de arte e objetos históricos. No século XVII, os donos de algumas coleções particulares venderam seus objetos a cidades, universidades e outras instituições públicas.

Dois dos museus mais famosos do mundo na atualidade começaram como coleções particulares. O Museu Britânico, em Londres, no Reino Unido, foi aberto ao público em 1759 e contém muitos tesouros arqueológicos. O Museu do Louvre, em Paris, naFrança, foi aberto ao público em 1793 e tem inúmeras obras de arte famosas. No final do século XIX, muitos países em todo o mundo já tinham construído museus.

Vários tipos novos de museus surgiram no século XX, alguns deles com coleções de casas e construções que recriaram cidades ou bairros inteiros. A Williamsburg Colonial, na Virgínia, nos Estados Unidos, é um exemplo disso e mostra como era a vida nascolônias inglesas, muito tempo atrás. Na cidade de São Paulo, no Brasil, há o Museu da Língua Portuguesa, que monta exposições, por exemplo, sobre escritores e sobre as formas faladas do idioma, com suas diferentes características regionais; ele é uma das mais originais e bem-realizadas dessas instituições, com bastantes recursos de interatividade com os visitantes. Muitas cidades também criaram museus voltados especialmente às crianças

terça-feira, 26 de março de 2013

Estado Laico

Definição

Também conhecido como Estado Secular, o Estado Laico é aquele que não possui uma religião oficial, mantendo-se neutro e imparcial no que se refere aos temas religiosos. Geralmente, o Estado Laico favorece, através de leis e ações, a boa convivência entre os credos e religiões, combatendo o preconceito e a discriminação religiosa.

Características

Desta forma, no Estado Laico, a princípio, todas as crenças são respeitadas. Não há perseguição religiosa. Em alguns países laicos, o governo cria normas para dificultar manifestações religiosas em público.

O caso brasileiro

O Brasil é um país com Estado laico, pois em nossa constituição há um artigo que garante liberdade de culto religioso, Há também, em nosso país, a separação entre Estado e Igreja.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Pau-Brasil

Pau-Brasil
Mapa Terra Brasilis, 1519 representado o Pau-Brasil
ao longo da costa da Mata Atlântica.

O pau- brasil é uma espécie nativa da região da  Mata Atlântica, também conhecida como ibirapitanga, como os índios a chamavam, a árvore pode atingir até 40 metros de altura. De sua madeira se obtém uma resina denominada brasileína, um corante avermelhado que por muitos anos foi amplamente usado pelos europeus na fabricação de tecidos de alto luxo.

De fato a extração do pau-brasil foi a primeira atividade econômica empreendida pelos colonizadores portugueses no Brasil. Naquela época, a madeira avermelhada do pau-brasil era um dos produtos de maior procura na Europa, E, para a sorte de Portugal, havia mais de 70 milhões de árvore do tipo nas terras brasileiras.

A coroa portuguesa elaborou uma politica de exploração de toda essa riqueza. Tal politica baseou-se na concessão do direito de exploração da madeira a particulares  em troca de taxas e uma série de outras condições, como a edificação de fortalezas e o envio de embarcações à nova terra.

Muitos destes particulares, detentores do direito de exploração concedido pela Coroa usavam índios como força de trabalho. Para convencê-los, ofereciam pequenas mercadorias e objetos, como espelhos, ferramentas e colares, objetos comuns na Europa, mas que chamavam a atenção e despertavam a curiosidade dos nativos. Tal prática ficou conhecida como escambo.

Os principais rivais dos portugueses no que se refere à exploração do pau-brasil foram os franceses, que contrabandeavam a madeira com frequência. Portugal fez diversas tentativas de expedições “guarda-costas”, porém a maioria não teve sucesso, em razão da grande extensão do litoral brasileiro.

Por volta de 1530 a madeira brasileira já não conseguia atender à demanda europeia. Mesmo assim, tal comércio durou até o século XIX, com a descoberta de um corante artificial relativo

fonte:
http://www.historiadetudo.com/pau-brasil.html

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Introdução a História Antiga


Idade Antiga, ou Antiguidade, foi o período que se estendeu desde o surgimento da escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.) e início da Idade Média (século V).

A Idade Antiga se caracteriza pelo surgimento das primeiras civilizações. É resultado da evolução social, organizacional e tecnológica do homem impulsionada, notadamente, após a revolução agrícola do período Neolítico (pré-História), no qual o homem se fixou de vez à terra e começou o processo de domínio da natureza. 

As Primeiras Civilizações

As primeiras civilizações surgiram em sua maioria (exceto fenícios e gregos) nas beiras de grandes rios (sociedades hidráulica), em lugares onde a terra era fértil. Isto, pois uma grande quantidade de comida permite um grande aumento populacional. Dá-se o nome de civilização ao povo que domina a escrita, vive em cidades (possuindo casas, templos, palácios, túmulos etc.) e cuja sociedade é hierarquizada, ou seja, existem governantes e subordinados.

As primeiras cidades situavam-se: na Mesopotâmia (entre os rios Tigre e Eufrates); no atual Egito (às margens do rio Nilo); na atual Índia (às margens do rio Ganghi e Indo); e na atual China (às margens do rio Amarelo e Azul).

mportância dos rios

Sabe-se que as primeiras civilizações surgiram às margens de grandes rios, pois estas eram férteis acarretando um excedente de produção e possibilitando, assim, um aumento populacional. Mas por que as margens destes rios eram férteis? No período de cheia, o rio aumenta seu volume inundando suas margens. Com isto, ele deposita húmus (material orgânico, como plantas e animais, decomposto) nas mesmas. Assim, quando o rio volta ao seu volume normal (fim do período de cheia), suas margens estão naturalmente fertilizadas pelo húmus.

Entretanto, não podemos afirmar que os rios foram os únicos responsáveis pelo crescimento destas civilizações. Assim como as enchentes eram uma benção, pois fertilizavam as margens, elas também destruíam a lavoura e as construções ribeirinhas (construções às margens do rio). Logo, temos que destacar, como de fundamental importância, a inteligência, criatividade, cooperação, capacidade de organização e dinamismo dos referidos povos. Foi através do desenvolvimento de técnicas hidráulicas que estes homens dominaram os rios.

Técnicas hidráulicas são invenções capazes de aumentar a produtividade do rio. São exemplos de técnicas hidráulicas desenvolvidas: a construção de diques para evitar inundações, a criação de canais para ampliar a área de plantio e a criação de represas para armazenar água visando sua posterior utilização no período de seca.

Diversos povos se desenvolveram na Idade Antiga: 

Civilizações de Regadio ou Civilizações Hidráulicas: as mais antigas civilizações da História, surgiram entre 4000 a.C. e 2000 a.C., às margens dos rios Tigre e Eufrates, com destaque para o Egito, "a dádiva do Nilo" e para os povos da Mesopotâmia, que floresceram entre o Rio Tigre e o Rio Eufrates. Os Chineses (Rio Amarelo e Rio Azul) e os Indianos (Rio Ganges e Rio Indo) também fazem parte deste grupo.

Civilizações Clássicas - Grécia e Roma antigas, se defenciavam das outras posteriores e anteriores, pelos fatores culturais. Os Persas, que foram os primeiros a constituir um grande império. Os Hebreus, a primeira civilização monoteísta. Os Fenícios, os senhores do mar e do comércio; além dos Celtas, Etruscos, Eslavos e outros.

A maioria das civilizações da Antiguidade desenvolveu-se no chamado Crescente Fértil, região propícia para o cultivo que vai do rio Nilo até o Golfo Pérsico. Algumas sociedades, porém, que apareceram posteriormente e não contaram com o poder fertilizador de grandes rios viveram de atividades pastoris do comércio (fenícios, cretenses) e de conquistas militares (assírios, hititas e persas).

Possuíam características comuns, como a escrita, a arquitetura monumental, a agricultura extensiva, a domesticação de animais, a metalurgia, a escultura, a pintura em cerâmica, a divisão da sociedade em classes e a religião organizada. 

De modo geral, a forma de governo da maioria das sociedades era a Monarquia teocrática e hereditária, as instituições monárquicas do Egito e da Mesopotâmia - representadas respectivamente pelo faraó e pelo patesi - influenciavam os chefes de Estado das demais civilizações. Num primeiro momento, estabeleceram-se politicamente em cidades-estados. Posteriormente, por meio de guerras, construíram Impérios como o Babilônico, o Persa e o Assírio.

A religião era politeísta e o deus Sol, um dos mais importantes. As exceções eram os hebreus, único povo monoteísta da Antiguidade, e os persas, que acreditavam na existência de duas forças divinas - o bem e o mal. A arquitetura era monumental, com edifícios religiosos e governamentais de grande porte. Essas civilizações deixaram importantes contribuições, como o alfabeto, a Bíblia, as pirâmides, as técnicas de irrigação, os conhecimentos de astronomia, de astrologia, os sistemas de pesos e medidas e os calendários lunares e solares. 

As principais civilizações foram a suméria, a acadiana, a babilônica, a assíria, a egípcia, a fenícia e a persa. Apesar de estar no Ocidente, os cretenses tinham características comuns aos outros povos da Antiguidade oriental.

Pode-se dizer que a Idade Antiga encerra-se com o início do período Cristão (século I) e foi marcada por guerras de posse pela terra e poder. No Egito, por volta de 280 a.C., era criado o primeiro farol da história em Alexandria (o Farol de Alexandria), considerado uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, cujo fogo iluminava o Porto orientando as embarcações à noite no mar. Neste mesmo período, o mel era associado a outras especiarias na conservação de múmias e utilizado no tratamento de queimaduras. 

Na Grécia Antiga acendiou-se uma tocha dando início aos jogos da cidade de Olímpia. Hoje este ritual faz parte da abertura dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Conta a Mitologia grega, que Prometeu, o criador da raça humana, roubou o fogo dos Deuses para dá-lo aos homens, despertando a ira de Zeus que tirou-lhe a imortalidade castigando-o durante trinta anos. Este ato representou para o homem poder e castigo na convivência com o fogo.

O fogo também era utilizado na iluminação de castelos e ruelas; o sol, fonte maior de calor, servia de guia para o calendário e relógio solar, inspirando a invenção da roda no século II, Império babilônico; e na China era inventada a pólvora e o papel.

O Crescente Fértil - Veja o mapa

É uma região do Oriente Médio compreendendo os atuais Israel, Cisjordânia e Líbano bem como partes da Jordânia, da Síria, do Iraque, do Egito e do sudeste da Turquia. O termo "Crescente Fértil" foi criado pelo arqueólogo James Henry Breasted, da Universidade de Chicago, em referência ao fato de o arco formado pelas diferentes zonas assemelhar-se a uma Lua crescente.

Irrigada pelo Jordão, pelo Eufrates, pelo Tigre e pelo Nilo, a região cobre uma superfície de cerca de 400.000 a 500.000 km2 e é povoada por 40 a 50 milhões de indivíduos. Ela estende-se das planícies aluviais do Nilo, continuando pela margem leste do Mediterrâneo, em torno do norte do deserto sírio e através da Península Arábica e da Mesopotâmia, até o Golfo Pérsico.

A zona oeste em torno do Jordão e da parte superior do Eufrates viu nascerem os primeiros assentamentos agrários conhecidos, há 11.000 anos. Os assentamentos mais antigos conhecidos atualmente localizam-se em Iraq ed-Dubb (Jordânia) e Tell Aswad (Síria), seguidos de perto por Jericó. As mais antigas cidades, estados e escritos de que se tem notícia apareceram mais tarde na Mesopotâmia. Essas descobertas permitiram apelidar a região de "Berço da Civilização".

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A História de Luis Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, por Anita Leocadia Prestes


Olga Benário Prestes e Luiz Carlos Prestes, meus pais


Por Anita Leocadia Prestes




"A felicidade consiste na consciência do dever cumprido."

Tive o Privilégio de ser filha de Luíz Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, duas pessoas extraordinárias, que deram suas vidas por uma causa nobre. Dois combatentes revolucionários que se dedicaram inteiramente à luta por justiça social, por liberdade, pelo socialismo e por um futuro melhor para a humanidade.

Olga, grávida de sete meses, foi deportada para a Alemanha nazista pelo governo Getúlio Vargas, em setembro de 1936. Companheira dedicada de Luiz Carlos Prestes, meu pai, a quem salvara a vida de ambos quando foram presos, pela policia de Filinto Muller, em 24 de março daquele ano, no subúrbio carioca do Méier, na ocasião, ela se interpusera corajosamente entre os policiais e o marido, impedindo seu assassinato.

A deportação de Olga Benário Prestes e Elise Ewert - ambas militantes comunistas alemãs - foi um gesto de boa vontade de Vargas em relação a Hitler, expressando a aproximação então em curso entre os dois governos. foi também vingança e castigo cruel impostos ai grande inimigo do regime varguista -  Luiz Carlos Prestes, o "Cavaleiro da Esperança" para tantos brasileiros. Olga e Elise viajaram ilegalmente sem culpa formada, sem julgamento nem defesa. Na calada da noite foram embarcadas no navio cargueiro La Coruña, que partiu rumo a Hamburgo com ordens expressas de não parar em nenhum outro ponto estrangeiro, pois havia precedentes de os portuários franceses e espanhóis resgatarem prisioneiros deportados para a Alemanha.

Minha mãe ficou presa incomunicável na prisão de mulheres Barminstrasse (Berlim), onde nasci, em novembro de 1936. Como resultado de importante e vigorosa campanha internacional pela libertação de Prestes e dos presos políticos no Brasil, assim como de Olga e de sua filha, fui entregue pela Gestapo à minha avó paterna - Leocadia Prestes - mulher valente e decidida, que encabeçava a campanha. Quando me separaram de mnha mãe contava com apenas 14 meses de idade. Não pude, portanto guardar nenhunha lembrança dela. Logo depois, Olga serua transferida para outra prisão, em condições muito piores, e mais tarde para o campo de concentração de Ravensbruck. Em abril de 1942, era assassinada numa câmara de gás no campo de Bemburg.

A tragédia que atingiu meus pais marcou minha vida. De que maneira? poderia ter me tornado uma pessoa amargurada e descrente da humanidade, convencida de sua maldade intrínseca. Ou poderia ter me levado a pensar que os homens, embora em sua maioria não sejam maus, facilmente se deixam arrastar pela maldade de alguns. Sendo assim, não haveria por que acreditar no progresso da humanidade, não existiriam razões para qualquer otimismo em relação ao seu futuro.

Cresci e fui educada no seio de uma família comunista - a família de meu pai, que só pude conhecer em 1945, quando ele, após nove anos de prisão, num isolamento quase total, afinal foi libertado. Minha avò Leocadia, minha tia Lygia, que acabou sendo minha segunda mãe, meu próprio pai, minhas outras tias conduziram-me por outro caminho. Desde a mais terra idade, foi-me mostrado o exemplo de meus pais - dois revolucionários comunistas que passaram por indescritíveis sofrimentos em nome da causa maior, a causa da emancipação da humanidade da exploração do Homem pelo homem, ou seja, nas palavras de Karl Marx, lutavam para que a humanidade ultrapassassem sua pré-história, ingressando na verdadeira história, fase em que seriam superadas as injustiças e desigualdades sociais, em que não mais
existiria a alienação dos homens.

Desde cedo, aprendi com a vida de meus pais. com o exemplo de minha avò e. em especial com o martírio de Olga, que vale a pena lutar por um mundo melhor para toda a humanidade. Aprendi que não devemos compactuar com a injustiça, que é necessário lutar contra ela e que, apesar de todas as dificuldades, das derrotas e sofrimentos, dos erros e dos fracassos, a humanidade caminha para a frente, e os homens encontram maneiras de aperfeiçoar seus modos de viver. Hoje, na qualidade de historiadora que sou, entendo que esses ensinamentos recebidos na infância são verdadeiros: a história da humanidade nos mostra que o progresso é a tendência geral das sociedades humanas, embora se realize através de múltiplos e imprevisíveis retrocessos momentâneos, que por vezes podem lutar muito,  levando em conta o quanto a vida humana é efêmera.

Em suas cartas enviadas do cárcere, meu pai revela a preocupação de que eu soubesse de que ele nem Olga se sentiam infelizes com a sorte que o destino lhe reservara. Pelo contrário, apesar dos sofrimentos, apesar da imensa tristeza de se encontrarem separados um do outro, longe da filha e dos que mais amavam, considerava-se felizes por terem consciência do dever cumprido. E nisso, para eles consistia a mais completa felicidade.

Da mesma forma, minha mãe, nas poucas cartas que conseguiu mandar do cativeiro, expressava o desejo de que eu fosse uma criança feliz e alegre, orgulhosa de meus pais se term empenhado na luta por um mundo melhor, sem queixas nem arrependimentos. Seu sacrifício não era maior do que o de milhões de outros serem humanos que, naquele momento, enfrentavam os horrores da noite fascista que se abateram sobre a nossa civilização.

Havia contudo, uma diferença importante, meus pais, distintamente de milhões de inocentes que sofriam e morriam sem conhecer as causas de tamanha desgraça  tinham consciência do fenômeno fascista e do seu perigo para a humanidade. Por isso, haviam lutado contra ele com todas as suas energias. Derrotados, arcavam com as consequências de seu gesto. Mantinham-se, porém, confiantes de que o fascismo e sua variante alemã - o nazismo- seriam vencidos, como de fato se verificou, com a derrota dos países do eixo, no final da segunda Guerra Mundial.

Sua confiança decorria da profunda convicção científica que ambos haviam adquirido ao estudar o marxismo e ao travar conhecimento com a experiência pioneira de construção de uma sociedade socialista na União Soviética. A teoria marxista do socialismo científico lhes permite compreender que o fascismo não podia ser explicado pela loucura de um homem ou pelas tradições autoritárias ou militaristas de algumas sociedades. O fenômeno fascista expressava basicamente a crise que o sistema capitalista atravessava nos anos 30, representava a resposta do grande capital ao avanço do movimento operário em países como a Itália e a Alemanha.

A construção do socialismo na URSS lhes mostrava a superioridade desse sistema social em comparação o capitalista. Apesar de imensas dificuldades enfrentadas pelo povo soviético  sitiado pelas potências imperialistas, as grandes conquistas do socialismo já eram visíveis através da realização concreta dos direitos sociais alcançados pelos trabalhadores. Nenhum país capitalista fora capaz de resolver como em poucos anos fizera o primeiro país socialista.

Naqueles anos terríveis, quando o fascismo tomava conta da Europa e a guerra revelava toda a sua crueldade, poucos acreditavam na possibilidade de sua derrota. Posso orgulhar-me de que minha família - meus pais, minha avó Leocadia, minhas tias, conhecedora da fibra do povo soviético  jamais tenha duvidado de sua vitória no grande conflito que sacudiu o mundo. Essa confiança, aliada à compreensão do caráter profundamente retrógrado do fascismo, que o condenava, portanto, ao desaparecimento, permitiram aos meus pais resistir, com firmeza e sem perder as esperanças. às terríveis provações a que foram submetidos durante aqueles anos tormentosos.

Segundo os testemunhos de companheiras do campo de concentração, Olga jamais se entregou ao desespero nem ao conformismo, lutou até o último momento de sua curta vida, infundindo coragem e confiança no futuro em todos aqueles que a rodeavam. Meu pai saiu da prisão para luta; seu objetivo jamais foi a vingança, mas a conquista de um futuro melhor para o nosso povo e para a humanidade, foi a esta causa generosa que ele dedicou o restante de sua vida.

Anita Leocadia Prestes
Fonte: http://www.ufsm.br/roth/textoanita1.htm



Entrevista de Anita Leocadia Prestes à TV Câmara



terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Guerra dos 100 Anos

A Expressão Guerra dos Cem Anos identifica uma série de conflitos armados, registado de forma intermitente durante o século XIV e XV (1337-1453), envolvendo a França e a Inglaterra.






A longa duração desse conflito explica-se pelo grande poderio dos ingleses de um lado e a obstinada resistência francesa do outro. Ela foi a primeira grande guerra europeia que provocou profundas transformações na vida Econômica social e politica da Europa Ocidental. A França foi apoiada pela Escócia, Boêmia, Castela e o Papado de Avignon. A Inglaterra teve por aliados os Flamengos, alemães e  portugueses. A questão dinástica que desencadeou a chamada Guerra dos Cem Anos ultrapassou o carácter feudal das rivalidades politico-militares da Idade Média e marcou o teor dos futuros confrontos entre as grandes monarquias europeias.



Historio graficamente é registrada entre 1334 a 1452. As suas causas remotas prendem-se à época em que o Duque da Normandia Guilherme, o conquistador, se apoderou da Inglaterra em 1066. Desde Guilherme, os monarca ingleses controlavam extenso domínio senhoriais em territórios francês, ameaçando o processo de centralização monárquica da França que se esboçava desde o século XII. Durante os séculos XII e XIII, os soberanos franceses tentaram, com crescente sucesso, restabelecer sua autoridade sobre esses feudos.

No século XIII, o rei Henrique II da Inglaterra se casou com Leonor da Aquitânia e, segundo as tradições feudais, tornou-se vassalo do rei da França nos ducados da Aquitânia ( Antiga Guiana, Guyenna ou Guyenne) e Gasconha. Desde então as relações entre os rei da Inglaterra e França foram marcadas poe conflitos políticos e  militares. Isso culminou na questão da soberania sobre a Gasconha pelo tratado de Paris (1259), Henrique III da Inglaterra abandona suas preterições sobre a Normandia Maine. Anjou, Touraine e Poitou, conservando apenas a Gasconha. Os contantes conflitos vinham pelo fato do rei Inglês, que era duque de Gasconha, ressentir0se de ter de pagar pela região aos reis franceses e de os vassalos gascões frequentemente apelarem ao soberano da França contra as decisões tomadas pelas autoridades inglesas na região.

As influências francesa e inglesa em Flandes ( actual Bélgica e Países Baixos) eram também opostas, pois os condes deste território eram vassalos da França e, por outro lado, a burguesia estava ligada economicamente à Inglaterra. Além do intenso comércio estabelecido na região, Flandres era importante centro produtor de tecidos, que consumia grande parte produzida pela Inglaterra. Essa camada urbana vinculada à produção de tecidos e ao comércio posicionava-se a favor dos interseres ingleses e portanto, contra a ingerência politica francesa na região. Resolveram, flamengos e ingleses, estabelecer uma aliança que irritou profundamente o rei da França também interessado na região.
 

 

O início dos conflitos deu-se com o problema sucessório resultante da morte do terceiro e ultimo filho de Filipe IV, o Belo, Carlos IV, em 1328. Entre os possíveis sucessores estavam: o rei inglês Eduardo III, da dinastia Plantageneta, neto do falecido monarca pelo lado materno, detentor dos títulos de duque de Guyenne (parte da Aquitânia, no sudoeste da França) e conde de Ponthieu (na região do canal da Mancha): e o nobre francês Filipe, conde de Valois, sobrinho de Filipe IV , o belo, pertencente a um ramo secundário da família real. As pretenções dos dois foram examinadas por uma assembléia francesa que, apoando-se na Lei Sálica, segundo a qual o trono não poderia ser ocupado por um sucessor vindo de linhagem materna inclinou-se para o candidato nacional aclamando o sobrinho, Filipe de Valois, com o titulo de Filipe VI. O rei inglês não discutiu a decisão, reconhecendo Filipe VI em Amiens em 1329.

O conde de Nevers, regente de Flandres desde 1322, prestou juramento de obediência ao seu suserano Filipe VI, decisão que poderia paralisar a economia flamenga.

Eduardo III, após a intervenção de Filipe VI em Flandres apoiando o conde contra os amotinados flamengos, suspende as exportações de lâs. A burguesia flamenga forma um partido a favor do rei da Inglaterra incitando-o a proclamar-se rei da França. Assim Eduardo III, instigado por Jacques Artervelde - rico mercador que já havia liderado uma rebelião na cidade flamenga de Gante- e temendo perder o ducado francês de Guyenne - mantido como feudo de Filipe VI - repudiou o juramento de Amiens e alegou a superioridade de seus títulos à sucessão.

OS franceses acusavam os ingleses de desenvolverem uma politica expansionista, percebida pelos interesses na Guyenne e em Flandres. Já os ingleses insistiam em seus legítimos direitos políticos e territoriais na França. Embora tenham ocorrido crises anteriores, em geral, a data de 24 de maio de 1337 é considerada como o inicio da guerra nesse dia, após uma série de discussões, Filipe VI, cônscio da grave ameaça que representava para seus domínios e existência de um ducado leal à coroa inglesa, apoderou-se de Guyenne. Eduardo respondeu imediatamente não reconheceu mais "filipe, que dizia ser rei da França", e ordenou o desembarque de um exército frandes. Iniciativa-se a Guerra dos Cem Anos. A situação se deteriorou diante do auxilio francês à independência da Escócia nas guerras que Eduardo III e seu pai haviam iniciado contra os reis escoceses para ocupar o trono desse país.

A guerra desenrolou-se por quatro períodos: o primeiro entre 1337 á 1364, o segundo entre 1364 á 1380, o terceiro entre 1380 á 1422, e o quarto entre 1422 á 1453.





1.1 - Primeiro Período (1337 - 1364)

Filipe VI exerceu intenso assédio ao litoral inglês durante meses, até ser derrotado em 1340, as hostilidades começaram seriamente com a batalha naval de Sluys, além do rio Escalda, em 1340, onde a frota inglesa foi vitoriosa. 
                                                                                                             .

Eduardo III tentou conquistar a França, vencendo grande parte dos combates em Crécyen-Ponthieu (1346), Calais (1347). As duas vitórias inglesas garantiram a Eduardo III importante posições no norte da França, mantendo o canal da Mancha sob seu controle  para tanto o rei da Inglaterra contou com o apoio financeiro de grandes mercadores de Flandres e do duque de Bretanha, que voltou-se contra o monarca francês. O avanço e a conquista inglesa só não foram maiores porque após a batalha de Crécy,  ocorreu a chamada "peste Negra" que dizimou praticamente 1/3 da população europeia. A peste foi responsável por interromper a guerra.



Vários anos depois, quando se retomaram os combates, Eduardo III havia conquistado o apoio do rei de Navarra, carlos II e a intimável ajuda militar de seu filho Eduardo, o príncipe de Gales, conhecido com o príncipe negro ( por conta da cor de sua armadura). esse período foi caracterizado por sucessivas vitórias inglesas, contando como apoio de muitos nobres locais, mais preocupados em preservar seus domínios do que com a lealdade devida ao rei da frança, possibilitando o domínio de cerca de um terço do território francês nas regiões norte e oeste.


O príncipe Negro conseguiu tomar como prisioneiro o sucessor de Filipe, João II o Bom na Batalha de Poitiers (1356), eposteriormente, exigiu resgate por sua libertação. Uma.insurreição popular ( Jacquerie) complicou as coisas: revoltados com a miséria, os camponeses se lançaram contra os senhores feudais, enquanto a burguesia de Paris, indignada pelas calamidades da guerra e lideradas por Etienne Marcel, clamava por mudanças politicas. O filho de João, o Bom o futuro Carlos V, atendeu as questões internas e negociou a paz com Eduardo III. Em 1360, o tratado de Brétigny, ratificados em Calais, deu a Eduardo um considerável número de territórios na França ( Calais e todo o sudoeste francês) em troca do abandono de suas reivindicações ao trono francês.


1.2 -  Segundo Período ( 1364 - 1380)

A morte de João II (1364), que permanecera em mãos dos ingleses, marcou o recrudescimento das hostilidades, pois seu filho Carlos (1364 - 1380), que o sucedeu no trono francês com o nome de Carlos V, negou-se a respeitar os tratados firmados em 1360. Dessa vez os franceses atacaram com êxito o inimigo pois a frança desfrutava de uma melhor posição.


Sob Carlos V, os Franceses, graças a unificação de seus exércitos, recuperaram boa parte do território meridional do Reino da frança. Neste período destacou-se o contestávelfrancês Bertrand Du Guesclin, cavaleiro valente e notável militar que organizou as famosas "campanhas brancas" (sistema de guerrilhas). A luta entendeu-se a Castelar com França apoiando o candidato à coroa,Dom Henrique, contra Dom Pedro aliado da Inglaterra. As vitórias do monarca francês, fruto da reorganização militar, fortaleceram a ideia de centralização politica,possibilitou submeter a maior parte da nobreza, aumentar a arrecadação tributária e organizar o estado com elementos oriundos da burguesia em cargo de confiança.


       .

Em 1377, com escassos meses de distância entre um e outro, faleciam o príncipe de Gales e Eduardo III. O sucessor do trono inglês era neto do monarca falecido, Ricardo II, de apenas dez anos de idade. A morte do monarca da França Carlos V, em 1380, esfriou o ânimo dos franceses.

1.3 - Terceiro Período (1380 - 1422)

Nas últimas décadas do século XIV e as décadas iniciais do século seguinte foram marcadas pelas disputas internas nos dois países, arrefecendo momentaneamente a guerra externa. No caso da Inglaterra ocorreram rebeliões camponesas lideradas por Wat Tyler, contra a servidão e posteriormente as disputas envolveram parte da nobreza, que lutou contra o rei e culminou coma ascensão de Henrique de Lancaster ao trono em 1399, com o título de Henrique IV.



Na frança as lutas internas foram mais complexas e envolveram os interesses da região da Borgonha antigo feudo poderoso que lutou constantemente por seus interesses particulares. Em 1380, quando os ingleses nada mais ocupavam senão Calais e a Guyenne morreu Carlos V na França abrindo caminho para a ascensão do herdeiro Carlos VI, o insensato, de doze anos. Houve uma série de disputas pelo poder, que culminou com a cisão da nobreza francesa em dois partidos os armagnacs, partidários da família de Orleans e os Borguinhões, partidários dos duques de Borgonha.

Em considerando Carlos VI como incapaz, os Borquinhões pretenderam tomar o poder e, após várias derrotas aliaram-se aos ingleses. Ao lado da família real ficaram o irmão do rei, Luiz de Orléans e Bernardo de Armagnac. Nesta guerra civil, destacaram-se joão sem medo, da Borgonha e o Delfim Carlos.

No reinado do Inglês Ricardo II, investido do poder assim que alcançou a maioridade (1389), asa hostilidades praticamente cessaram Ricardo II, enfrentou graves distúrbios sociais e a oposição de parte da nobreza encabeçada por Henrique de Lancaster, que em 1399 subiu ao trono como Henrique IV.

A retenção inglesa de Calais e Bordeux, no entanto, impediu a paz permanente. Na frança, a evidente incapacidade mental do rei, Carlos VI, desencadeou acirrada disputa pelo trono entre seus irmãos. A eclosão da guerra civil na França (luta entre Armagnacs, partidário dos Orléans, e os Borguinhões, partidários do duque de Borgonha), além da loucura do rei Carlos VI, animou o novo rei inglês, Henrique V, a insistir em suas reivindicações no tocante ao trono Francês (invocando a lei salica). Henrique V, primo de Ricardo II, assumira a coroa em 1413.


A guerra civil e a loucura do rei Carlos VI permitiram novas conquistas dos ingleses. Em 1415, Henrique V desembarcou na Normandia, invadindo e tomando Harfleur. Neste mesmo ano, travou-se a batalha de Agincourt (ou Azincourt), num terreno em que a chuva transformara num atoleiro. A orgulhosa cavalaria francesa foi massacrada e milhares de nobre franceses pereceram. Seguiu-se a ocupação de Paris (1415), da Normandia(1419) e de outras regiões no norte da França, obrigando a assinatura da paz, com a cumplicidade de Isabel da Baviera O tratado de Troyes (1420), que garantia a Inglaterra todo o norte do país (inclusive Paris) e, o mais grave, forçou Carlos VI a deserdar o trono seu filho, o Delfim Carlos VII Henrique V casou-se com a princesa Catarina, filha de Carlos VI, ficando com o direito de herdar o trono.

Depois do assassinato de João sem Medo, duque de Borgonha e um dos contendores na guerra civil da frança Henrique V aliara-se ao filho do duque, Filipe, o Bom. A união teve sucesso e até 1422 o rei inglês e o novo duque de Borgonha controlaram todo o território françês ao norte do loire incluindo Paris e a Aquitânia.


                                                             


Naquele ano, morreram tanto Carlos VI quando Henrique V, o que faz com que as duas coroas ( a da França e da Inglaterra) fossem herdados por Henrique VI, que ainda era uma criança recém nascida. Dois barõesingleses encargaram-se da regência: o Duque de Badford se ocupou da França e o Duque de Gloucester passou a administrar a Inglaterra. Carlos VII, o Delfim, assumiu a realeza em Bourges. Assim, a França encontrava-se dividida em dois reinos nos territórios do norte, governava o rei inglês apoiado pelos borguinhões, nos poucos  territórios do sul, reinava o francês Carlos VII com o apoio dos armagnacs.


1.4 - quarto Período ( 1422 - 1453)

O Delfim, porém, instalara-se no Vale do Loire e dali passou a liderar a resistência francesa aos invasores. É nesse momento que aparece em cena uma camponesa mistica e visionária de Domrêmy. Joana D, Arc. que conseguiu desarmar uma conspiração para matar o soberano. OS regentes do ineficaz Henrique VI foram  perdendo o controle dos territórios conquistados para as forças francesas, sob a liderança de Joana D`Arc.



joana Nasceu na festa da Epifania de 1412, na aldeia de Domrémy (Lorena Francesa) 

Com a França em perigo Joana d`Arc organizara um exército completamente diferente dos exércitos completamente diferente dos exércitos feudais. Guerra era assunto para nobres e homens. Seu exército era liderado por uma mulher camponesa.Os exércitos feudais lutavam por seu senhor e seu feudo. O de Joana d`Arc era um exército nacional, que lutava pela França e por seu rei. Os franceses agora, sentiam-se integrantes de um país. A ideia de nação estava lançada.


Santa Joana d'Arc, entrada em Orleans, Herois Medievais

Joana d`Arc conseguiu do Delfim um exército de aproximadamente cinco mil homens e libertou a praça forte de Orláns (1429). Essa vitória fez Filipe, o Bom abandonar seus aliados ingleses e aceitar a autoridade de Carlos VII. Depois conquistou Reims, no norte do pais, onde Carlos VII foi coroado segundo as antigas tradições. Carlos VII, aproveitando as discórdias da Guerra das Duas Rosas na Inglaterra, empreendeu eficaz reestruturação militar que culminará coma conquista da aquitânia em 1453.

Em 1430, aprisionada pelos Borguinhões, Joana D`Arc foi entregue aos ingleses em Compiêgne. foi julgada herética por  um tribunal eclesiástico e queimada na fogueira , em 1431, em Rouen ( ou ruão).



O impulso, entretanto, estava dado. Os franceses, incentivados pelo martírio de Joana d`Arc, bateram os ingleses em Formigny (1450), tendo conquistado a Normandia e grande parte da Gasconha. O fim da guerra é marcado pela batalha de Castillon, em 1453, quando foi capturada a cidade de Bordeux, o último reduto inglês. Isto significou, efetivamente, o fim da guerra, e desde então os ingleses mantiveram apenas Calais, que conservaram até 1558. Eles foram forçados a voltar sua atenção aos assuntos internos, principalmente as guerras das Rosas e desistiram de todas as reivindicações sobre a França. Nenhum tratado foi assinado de forma a assinalar o fim das hostilidades. A rivalidade anglo - Francesa no entanto ainda perduraria por muito tempo.

1.5 - conclusão

Os conflitos deixaram um saldo de milhares de mortos em ambos os lados, e uma devastação sem precedentes no território e na produção agrícola francesa. No plano politico e social a guerra dos cem anos contribuiu para a Dinastia de Valoís, apoiada pela burguesia, fortalecer o poder real francês, abrindo caminho para o chamado absolutismo, por vários motivo:

- Liquidou com as pretensões inglesas sobre territórios na França;
- Os feudos do rei inglês, na França,passaram para o domínio da coroa francesa.
- O longo período de guerras enfraqueceu bastante a nobreza francesa, porque, à medida que os nobres                 morriam, seus feudos iam passando para o domínio do rei, debilitando o sistema feudal.
- Construção de uma identidade nacional entre os franceses;
- Tomou possível a criação de algumas instituições de governo centralizadas;
- O Reino inglês ficou financeiramente, socialmente e governalmente, devido a impostos, taxas e recrutamento para as varias e infindáveis campanhas militares no continente, o que culminou com a Guerra.
das Rosas ( Guerra civil inglesa); poderá, enfim, dizer-se que a Guerra dos Cem Anos marca o final da idade Média e anuncia a Época da idade moderna.