sábado, 22 de setembro de 2012

TRABALHO CIENTÍFICO


O que é um TRABALHO CIENTÍFICO


 O principal objetivo de um trabalho científico é comunicar uma observação ou uma idéia a um grupo de indivíduos potencialmente interessados. Esses indivíduos podem então fazer uso da observação, ou fazer avançar a idéia mediante as suas próprias observações.

O trabalho científico consiste de informação científica organizada segundo padrões específicos, com o objetivo de facilitar a sua compreensão. Podemos comparar um trabalho científico à um filme ou uma história, em que devem coexistir 3 partes harmônicas, princípio, meio e fim. Deve existir também, uma nítida ligação entre essas três partes, como o "enredo" do filme.

As revistas científicas, na sua totalidade, tem um conjunto de normas de redação, destinadas a orientar os autores no preparo dos trabalhos para publicação. Embora cada revista tenha as suas próprias normas, em geral, elas seguem determinados padrões universalmente aceitos. Segundo os critérios mais habituais, o trabalho científico deve ser constituído das seguintes partes:

Título - O título do trabalho deve ser o mais claro possível e deve permitir identificar o conteúdo do trabalho ou o tipo de informação que o(s) autor(es) pretende(m) discutir. Exemplos:

Identificação do(s) Autor(es) - O título é seguido do nome completo dos autores, sua qualificação profissional, a vinculação institucional ou a menção da instituição em que o trabalho foi realizado. O endereço do autor principal completa a identificação dos autores do trabalho.

Resumo - A parte que antecede o "corpo" do trabalho, consiste de um resumo do mesmo. O resumo deve conter os principais dados e as conclusões do trabalho. A maioria das publicações limita o resumo a um máximo de 250 palavras. Sua finalidade é permitir aos leitores conhecer o teor do trabalho sem precisar recorrer à sua leitura integral. O resumo serve também para classificar o trabalho e disponibilizar o seu conteúdo pelas diversas publicações e mecanismos indexadores. Para favorecer a mais ampla divulgação do conteúdo do trabalho, muitas publicações solicitam que o resumo (Abstract)também seja apresentado em Inglês.

Introdução - A primeira parte do trabalho propriamente dito é a introdução. Esta deve ser clara e suscinta e deve descrever os objetivos do trabalho. Pode indicar os motivos que levaram o autor a escrever o trabalho e pode descrever algumas das informações já existentes sobre o mesmo assunto.

Material e Métodos - Nesta parte do trabalho, que segue a introdução, os autores descrevem o tipo e a quantidade das observações feitas, bem como os métodos empregados para a sua coleta, registro e avaliação.

Mediante a descrição minuciosa dos métodos usados, o autor informa os leitores sobre os detalhes da obtenção dos dados em que se baseia o trabalho. Os detalhes devem restringir-se ao que é relevante ao trabalho.

Resultados - Os resultados encontrados são relatados de uma forma organizada e sistematizada. Quando se estuda um grupo de casos ou de observações, os percentuais da ocorrência de cada observação também são relatados. A importância e o significado de certos resultados podem ser melhor avaliados pela análise estatística.

Discussão - Neste segmento do trabalho as observações de outros autores referentes ao tema do trabalho podem ser descritas, para comparação. Os resultados encontrados são detalhadamente discutidos e o seu significado é apontado. A discussão pode ser mais ou menos ampla, conforme o tema estudado.

Conclusões - A análise dos resultados encontrados e o seu significado no contexto em que foram estudados levam às conclusões do trabalho. Esta seção deve ser bastante clara e concisa. Quando os resultados não forem inteiramente conclusivos, isto deve ser apontado.

Referências Bibliográficas - A última parte do trabalho é a coleção de referências bibliográficas efetivamente consultadas para o preparo e a elaboração do trabalho. Esta pode ser apresentada pela ordem de citação no texto ou pela ordem alfabética dos nomes do primeiro autor de cada referência.  Deve-ser adotar o padrão ABNT para citações e referências.

SUGESTÕES
  • Escreva um texto claro e conciso. Não alongue excessivamente o texto;
  • Evite o emprego de gírias e jargões; use linguagem corrente;
  • Siga o formato habitual do trabalho científico;
  • Use a primeira pessoa quando for o único autor do trabalho;
  • Mantenha o mesmo tempo verbal em cada seção do trabalho;
  • Evite opiniões pessoais, não avalizadas pelos resultados do trabalho;
  • Defina as abreviaturas na primeira entrada do texto;
  • Use sub-títulos para separar os componentes do trabalho.
O trabalho preparado para a apresentação oral, não difere substancialmente do trabalho preparado para apresentação escrita (publicação), exceto talvez pela existência do resumo e das referências bibliográficas, dispensados na apresentação oral (mas não no contexto do trabalho). Um Tema Livre pode ter a sequência semelhante de seções:

  • Introdução,
  • Material e Métodos,
  • Resultados,
  • Discussão e,
  • Conclusões
A criteriosa preparação de um trabalho para apresentação oral é o fator mais importante para uma apresentação "politicamente correta". Mesmo quando o autor (apresentador) tem muita experiência com o tema do trabalho.

Fonte:
http://brasil.fumep.edu.br/~coordcomp/ic.htm


sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Durante muito tempo, os livros didáticos só trataram da princesa Isabel e de seu feito de abolir

GRÉCIA - ANTIGA

Introdução

Ao estudamos a história da Grécia antiga (Helaíde) temos que ter a clareza que a Grécia antiga não é a Grécia atual, ainda que parte do território da Grécia atual tenha pertencido a Grécia Antiga. Na atualidade a Grécia é um país (estado-nação) que tem sua organização politica na forma de República parlamentarista. Na Grécia Antiga cada cidade tinha seu próprio rei e autonomia politica, a POLIS, como eram chamadas as cidades da antigas Grécia, foram classificadas no estudo da história com cidades - estados. Porém mesmo vivendo de forma separada os grecos antigos (helenos) se reconheciam com o único povo, pois falavam o mesmo idioma e compartilhavam da mesma cultura.

Outro aspecto importante, no estudo da Grécia Antiga, é seu legado (herança) "deixado" para nós povos ocidentais: A democracia, a filosofia, mitologia entre outras contribuições que influenciaram a construção da sociedade ocidental contemporânea (atual)

1. uma visão geral do estudo

Ter uma boa noção da geografia da Grécia (território) é fundamental para o estudo da história da Grécia Antiga, pois há uma relação entre a geografia e a história Grega. O estudo foi sistematizado (organizado) em períodos) pois a história grega é muito longa. Ter a clareza das características que marcaram cada período é muito importante para nos localizamos no contexto histórico. Não se trata de decorar datas, todavia temos que ter clareza dos acontecimentos históricos na sequencia correta.

2. Geografia da Grécia Antiga (território)

O mapa da Grécia Antiga era dividido em três partes:

a) A parte continental ("terra firme") situada ao sul das regiões atuais dos Bálcãs e fazia fronteira com antiga Macedônia;

b) A parte península formado principalmente pelos penínsulas: do Peloponeso e Ática:

c) A parte insular formada pelo conjunto de ilhas com destaque para a Ilha de CRETA a maior das ilhas.

3. Os períodos da História Grega Antiga

ATENÇÃO: O nome do grande poeta grego Homero aparece na divisão das história grega. Boa parte que se conhece da história grega antiga só foi possível estudar, graças aos poemas de Homero que ficaram conhecidos através dos seus livros: a Ilíada e a Odisseia. o 1º narra a guerra de Troia e o 2º as aventuras de Ulisses


                                            



Pré - Homérico  - entre 2000 e 1.100 a.C

época de ocupação do território da Grécia. Desenvolvimento das civilizações Micênicas ou Cretenses. Invasão dos Dórios e de outros povos, que contribuíram para formação do povo helênico, no final deste período, provocando a dispersão dos povos da região e ruralização.

Homérico - entre 1.100 e 700 a.C

Conclusão do processo de ruralização das comunidades gentílicas. Nos GENOS havia a coletivização da produção e dos bens. No final deste período, com o crescimento populacional, ocorrei a desintegração dos geno.

Arcaico - entre 700 e 500 a.C

Surgimento das PÓLIS ( cidades - estados) com a formação de uma elite social, econômica e militar que passa a governar as cidades. Neste período ocorreu a divisão do trabalho e o processo de urbanização. Surge o alfabeto fonético grego e significativo desenvolvimento literário e artístico.

Clássico - entre 500 e 338 a,C

Época de grande desenvolvimento econômico, cultural, social e politico da Grécia Antiga. Época de grande fortalecimento das cidades - estados gregas como, por exemplo, Esparta, Atenas, Tebas, Corinto e Siracusa. Foi também uma época marcada por conflitos externos coo, por exemplo, as Guerras Médicas ( entre gregos e persas no século V). Ocorreu também, neste período, a Guerra do Peloponeso ( entre Atenas e Esparta).

Helenístico -  entre 338 e 146 a.C

Fase marcada pelo enfraquecimento militar grego e a conquista macedônica na região. A cultura grega espalha-se pela região, fundindo-se com outras (helenismo).

Jogos Grego - pólis - conheça um pouco da história da Grécia Antiga de forma divertida.

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O PERÍODO PRÉ-HOMÉRICO (2000 a. C. - 1200 a. C.)

A região da Hélade (Grécia Antiga) já era habitada desde dos tempos do neolítico (pré-história), por volta 6000 a. C., pela civilização egéia ou pré-helênica, portanto antes mesmo da penetração de grupos arianos ou indo-europeus - como os aqueus - nos Bálcãs. Os povos chamados de pelágios ou pelasgos foram os primeiros habitantes da região. Poliam e utilizava pedras como à obsidiana com bastante habilidade. Tendo se estabelecido em todo o mundo egeu, isto é, nos Bálcãs, na Ásia Menor e em Creta e outras ilhas, ou pelágios viviam da caça, da pesca, da coleta e de uma agricultura rudimentar. Organizavam-se socialmente em clãs. Os pesquisadores encontraram casas e até túmulos coletivos na ilha de Creta. Os pelágios foram conquistados por povos indo-europeus, conhecidos como micênicos ou aqueus. Todavia devemos focar nosso estudo, no período Pré-Homérico, nos povos da ilha de Creta (a civilização minóica) e nos povo invasores: Aqueus, Jônios, Eólios, e os Dórios, mas especial os Aqueus.

A CIVILIZAÇÃO CRETENSE OU MINÓICA



A origem do povo cretense é incerta. Sabemos que a ilha foi ocupada a partir de 6000 a. C. por povos neolíticos, como evidenciados por figuras antropomórficas de argila. As primeiras peças de cerâmica surgiram por volta de 5700 a. C.. A arquitetura é semelhante às presentes no Egito e no Oriente Médio deste período e de períodos posteriores, com tijolos queimados sobre fundação de pedra, cobertos por barros, que pode ligá-los aos povos daquelas regiões, e não aos povos europeus como se costuma pensar. O povo cultivava trigo, lentilhas, criava bois e cabras. O terreno montanhoso e acidentado dava lugar a profundos vales férteis, onde era praticada a agricultura. A pesca também era um importante elemento na obtenção de recursos. Por volta de 2600 a. C., foi um período de grande atividade em  Creta, e também marca o início de Creta como um importante centro de civilização. O apogeu da civilização minóica se deu entre 1700 a. C. a 1400 a. C.. Creta tornou-se o centro comercial do Mar Mediterrâneo, dominavam as rotas marítimas do Mar Egeu e comercializavam com Vários povos.

No aspecto social, os cretenses se diferenciavam pela singular valorização da figura feminina. O principal reflexo desse valor se encontrou manifestado na religião, onde a Grande Mãe era a mais importante divindade cretense. Esta deusa era reconhecida como representante da fertilidade e protetora das terras. Em Creta, não havia nenhum tipo de construção ou templo dedicado às atividades religiosas. A maioria das manifestações era realizada ao ar livre com a organização de danças e torneios.

Organização Política dos cretenses

Creta foi uma talassocracia (elite formado por comerciantes) formada por cidades que eram parecidas com as cidades-estado gregas, governadas pelas elites locais, mas, diferente da Grécia, as cidades estavam ligadas e eram dependentes de uma capital - neste caso, a capital era a cidade de Cnossos. Também diferente da Grécia, as cidades cretenses não lutavam entre si, o que dá uma noção de que havia uma unidade, uma ideia de povo comum entre os habitantes da ilha.



Deusa Mãe



arte - pintura - cretense "as damas de azuis"

O MITO DO MINOTAURO

O Minotauro (touro de Minos) é uma figura mitológica criada na Grécia Antiga. Com cabeça e cauda de touro num corpo de homem, este personagem povoou o imaginário dos gregos, levando medo e terror. De acordo com o mito, a criatura habitava um labirinto na Ilha de Creta que era governada pelo rei Minos. Conta o mito que ele nasceu em função de um desrespeito de seu pai ao deus dos mares, Poseidon. O rei Minos, antes de tornar-se rei de Creta, havia feito um pedido ao deus para que ele se tornasse o rei. Poseidon aceita o pedido, porém pede em troca que Minos sacrificasse, em sua homenagem, um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o animal, o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar um outro touro em seu lugar, esperando que o deus não percebesse. Muito bravo com a atitude do rei, Poseidon resolve castigar o mortal. Faz com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro. Isso não só aconteceu como também ela acabou ficando grávida do animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito medo, Minos solicitou a Dédalos que este construísse um labirinto gigante para prender a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, em Creta. Após vencer e dominar, numa guerra, os atenienses, que haviam matado Androceu (filho de Minos), o rei de Creta ordenou que fossem enviados todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem devorados pelo Minotauro. Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-se voluntariamente para ir à Creta matar o Minotauro. Ao chegar na ilha, Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse  marcar o caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto. Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e atacou o monstro de surpresa. Usou uma espada mágica, que havia ganhado de presente de Ariadne, colocando fim aquela terrível criatura. O herói ajudou a salvar outros atenienses que ainda estavam vivos dentro do labirinto. Saíram do local seguindo o caminho deixado pelo novelo de lã.

O mito do Minotauro foi um dos mais contados na época da Grécia Antiga. Passou de geração em geração, principalmente de forma oral. Pais contavam para os filhos, filhos para os netos e assim por diante. Era uma maneira dos gregos ensinarem o que poderia aconteceu àqueles que desrespeitassem ou tentassem enganar os deuses.



Teseu (1º Herói de Atenas) e o Minotauro

O FIM DA CIVILIZAÇÃO MINÓICA (CRETENSE) E SURGIMENTO DE UMA NOVA CVILIZAÇÃO



Palácio de Cnossos

Por volta de 2000 a. C. os Aqueus, povo indo-europeu, que já habitavam a península do Peloponeso, onde fundaram cidades como: Micenas, Argos e Tirinto a parti das quais formaram uma grande civilização denominada de aquéia ou micenica. Os Aqueus desenvolveram um grande comércio no Mar Egeu e passaram a rivalizar com os comerciantes da Ilha de Creta. Por volta de 1400 um grande terremoto seguindo de tsunamis destruíram os principais portos de Creta e palácio de Cnossos. Os Aqueus aproveitaram a "oportunidade" e invadiram Creta. Os Aqueus, com tempo, assimilaram muito da cultura minóica e da fusão das culturas cretense e micenica surgiu a cultura CRETO-MICÊNICA.

A "CHEGADA" DOS DÓRIOS E O RETROCESSO

Em decorrência da invasão dos Dórios (povo Indo-europeu), por volta do ano 1200 a. C. a população do local teve de encontrar alternativas para a sobrevivência. O primeiro movimento adotado pelos habitantes da ilha de Creta foi a migração, o povo se dispersou em fuga desesperada. Inicialmente ocorreu a fixação dos migrantes no canto da ilha, em seguida migraram para o interior do continente. Mas a pressão dos invasores dórios permaneceu e o segundo movimento de sobrevivência foi a migração dos povos que ocupavam a Hélade para outras regiões além mar. Essa fuga dos gregos para outros territórios fora da Hélade que é chamada de Primeira Diáspora Grega.

Os povos em fuga passaram a ocupar regiões litorâneas da Ásia Menor e pequenas ilhas espalhadas pelo Mar Egeu. Na Hélade o impacto dos dórios foi fortemente negativo, acabando com o importante comércio existente e o enfraquecimento das comunidades agrícolas, toda a civilização passou por uma mudança estrutural. Da mesma forma, a cultura foi impactada em todas as instâncias. Por outro lado, os povos que compuseram a Primeira Diáspora Grega ajudaram a espalhar por outras regiões a cultura grega, expandindo as fronteiras de influência da Antiguidade Clássica e estabelecendo novos pólos comerciais.

Período Homérico (século XII ao VII a. C.)



Este período é estudado principalmente com base em duas fontes escritas, a Ilíada e a Odisséia poemas atribuídos a Homero que contam a Guerra de Tróia e o regresso do herói Odisseu (Ulisses) à Grécia. Estas obras descrevem relatos verídicos e imaginários, que geram uma constante pesquisa para separar a ficção do fato, sem comprometer o valor simbólico das obras.
No período homérico, a sociedade grega estava dividida em genos. Os genos eram uma espécie de clã familiar, cujos membros descendiam de um antepassado em comum, e que cultivavam um deus protetor.
Cada geno era chefiado por um patriarca (o pater; membro mais velho do grupo), que concentrava o poder militar, político, religioso e jurídico.
A economia no genos era agrícola e pastoril auto-suficiente, ou seja, toda a família morava em uma grande propriedade e a terra era explorada coletivamente.
MUITO IMPORTANTE!!
No final do Período Homérico, o crescimento populacional, a falta de terras produtivas e consequentemente de alimentos gerou conflitos violentos no interior dos genos. Decidiram dividir as terras conforme o grau de parentesco, ou seja, quanto mais próximo do patriarca, maior e melhor era a herança territorial. Os mais afastados ficaram sem terras, trabalhando como escravos, no artesanato ou na terra para os grandes proprietários. Surge então, a propriedade privada e a sociedade de classe na Grécia.

Período Arcaico (século VIII ao VI a. C.) - PARTE I


ACROPÓLIS



PATERNON

Acrópole no presente


O surgimento da pólis:

Com a desagregação dos genos, começaram a se formar as cidades-estados (as pólis). Os genos uniram-se, formando as frátrias, que se agruparam dando origem às tribos. Em geral, as cidades-estados eram construídas nos lugares mais altos da região, tendo em seu centro a Acrópole, refúgio e santuário rodeado de muralhas.
Sua economia era auto-suficiente e cada cidade-estado era governada por um rei, o basileus, auxiliado por um conselho formado por representantes da aristocracia e uma assembléia popular composta pelos cidadãos, aqueles que tinham direitos políticos.
As principais cidades-estados foram Atenas, Esparta, Tebas, Corinto, Argos, Olímpia, Megara e Mileto.



A ÁGORA

Apesar da autonomia das pólis, as cidades gregas mantinham certa unidade, baseada na língua, na religião e nas festas esportivas. Dentre as festas esportivas, destacam-se as Olimpíadas, realizadas a cada quatro anos, sendo proibidas as guerras entre as pólis durante sua realização, como homenagem ao deus Zeus.

Colonização Grega

A concentração do poder territorial nas mãos de poucos e a desigualdade social fez com que milhares de gregos, durante os séculos VII e VI a. C., fundassem colônias nas costas dos mares Mediterrâneo, Egeu e Negro.
Embora, as colônias gregas fossem independentes de suas cidades-estados de origem, mantinham com elas ligações comerciais e religiosas.
As principais colônias eram Bizâncio, Tarento, Sibaris, Crotona, Nápoles, Cuma, Siracusa, Agrigento, Nice, Marselha e Málaga.

MAPA DA COLONIZAÇÃO GREGA EXPANÇÃO



Atenas Introdução 

Localização de Atenas na Península Ática e Esparta na península do Peloponeso na região da Lacônia.



Visão de Atenas





quinta-feira, 20 de setembro de 2012

1870: Paris é cercada pelos alemães

Em 19 de setembro de 1870, o cerco das tropas alemãs a Paris marcou o início do fim da guerra de Bismarck contra Napoleão 3º.  O fato que conduziu diretamente ao irrompimento da Guerra Teuto - Francesa de 1870 foi a candidatura do Príncipe Leopoldo Von Hohenzollern - Sigmaringen, um parente distante do rei Prussiano Guilherme 1º, ao trono espanhol, que havia ficado vago após a revolução de 1868.

                                                       
                              Após a guerra teuto - francesa, Bismarck governou a Prússia de 1871 a 1890

Embora sem o consentimento de Guilherme 1º, o então chefe de governo da Prússia, Otto Von Bismarck, convenceu Leopoldo de que o trono espanhol deveria ser ocupado por alguém da dinastia Hohenzollenr. Já a França, governada por Napoleão 3º, sobrinho de Napoleão Bonaparte, foi contra, por temer um desequilíbrio de poder na Europa em favor dos alemães.

Num gesto extremo, Paris ameaçou a Prússia com guerra, caso não retirasse o apoio ao candidato ao trono espanhol. A pressão de Guilherme 1º cresceu, a ponto de Leopoldo desistir oficialmente. Mas Napoleão 3º, que pretendia ver a Prússia humilhada exigiu do soberano alemão um pedido oficial de desculpas e, acima de tudo, a garantia de que também no futuro a dinastia Hohenzollenrn  não ambicionaria o trono espanhol.

Esta exigência foi manipulada por Bismarck para ser entendida como um ultimato da França. Ele não só acreditava que seu país estivesse preparado para um conflito armado: apostava, também no efeito psicológico que uma declaração de guerra contra a Prússia teria nos países vizinhos. Contando com a solidariedade dos países de idioma alemão, estaria praticamente atingida a meta unificação.


Vizinhos do Sul aliaram-se - à Prússia


A guerra foi declarada pela França a 19 de julho de 1870 e. imediatamente, a Alemanha e seus vizinhos sulinos uniram-se numa frente contra Napoleão 3ª e suas tropas. O império Austro Húngaro, a Rússia, a Itália e a Inglaterra preferiram manter a neutralidade. Enquanto as tropas alemãs, do comandante - chefe conde Helmuth Von Moltke, dispunham de 400 mil soldados, os franceses conseguiram mobilizar apenas 200 mil.

A primeira batalha, a 2 de agosto, em Saarbrúcken, foi vencida pela França. Quantro dias depois, entretanto, o país sofria a primeira derrota. As seguintes seriam em Vionville (15 de agosto), Gravelotte (18) e Beaumont (30/08).


A batalha decisiva foi iniciada na manhã de 1º de setembro em Sedan. Napoleão chegou ao campo de batalha na tarde do mesmo dia e assumiu o comando militar. Ao conscientizar-se da situação desoladora, ordenou que fosse içada a bandeira branca. Na mesma noite foi negociada a capitulação e a prisão de Napoleão e 83 mil soldados franceses.


Quando esta notícia chegou a Paris, houve uma rápida rebelião, a Assembleia Constituinte foi dissolvida e, a 4 de setembro, proclamada a República Francesa. No dia 19 de setembro de 1870, as tropas alemãs cercaram Paris. Nos conflitos que se seguiram, comandados pelo governo da resistência, em Tours, os franceses foram derrotados pelos prussianos. Os sérios problemas de abastecimento e a forma rudimentar com que a população civil tentava evitar a tomada da capital apressaram a capitulação, a 19 de janeiro de 1871.

Um dia antes, Guilherme I havia sido coroado imperador alemão no Palácio de Versalhes, selando o objetivo de Bismarck, de uma grande potência alemã. A capitulação formal de Paris e o armistício aconteceram a 28 de janeiro de 1871. Seguiram-se a composição da Assembleia Nacional francesa e a constituição da Terceira República. O acordo de paz foi selado em Frankfurt, a 10 de maio de 1871. Como reparação de guerra, a França abdicou da Alsácia e foi forçada a pagar uma alta soma em dinheiro.


Política indigenista no Brasil

Estima-se que na época da descoberta do Brasil pelos portugueses, existiam cerca de cinco milhões de índios no território nacional, divididos  em mil povos diferentes. Hoje em dia, são apenas 227 povos e sua população está em torno de 400 mil. As razões do extermínio dos povos nativos são muitas e estão ligadas às doenças trazidas pelos colonizadores, ao uso de armas a fim de conquistar seus territórios, â dominação cultural entre tantas outras formas de dominação.

No século XIX, com os avanços da biologia, em especial da epidemiologia, foi comum o homem branco utilizar-se de doenças como ferramenta de conquista de território. Um caso clássico se deu no Maranhão, na vila de Caxias. De acordo com o antropólogo Mércio Pereira Gomes, em 1816 fazendeiros da região, com o objetivo de apossarem-se de mais terras, resolveram “presentear” os índios locais com roupas de pessoas infectadas com a varíola (geralmente essas peças eram queimadas para se evitar a transmissão da doença). Os indígenas levaram essas roupas para suas aldeias e muitos acabaram morrendo, deixando muitas áreas livres para que os fazendeiros pudessem criar gado. Casos semelhantes ocorreram na região Amazônica e em toda América do Sul.

A fim de se redimir do extermínio causado aos povos nativos, o Brasil nomeou o Dia do Índio, comemorado em 19 de abril. A data foi instituída pelo presidente Getúlio Vargas por meio do Decreto-Lei 5540 de 1943 e celebra a mesma data em que, em 1940, várias lideranças indígenas do continente organizaram o Primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México. Muitos representantes das nações indígenas não participaram do Congresso temendo não serem ouvidas pelos homens brancos. Durante esse encontro foi criado o Instituto Indigenista Interamericano. O organismo, também com sede no México, tem como objetivo principal defender os interesses dos povos nativos da América em todo o continente.

O Brasil só aderiu à nova instituição devido à intervenção do Marechal Rondon. O militar foi um ardoroso defensor dos povos indígenas. Ele nasceu na cidade de Mimoso, no interior do estado do Mato Grosso. Seu pai era descendente de portugueses e sua mãe, de índios Bororós. Inicialmente foi professor e, em 1881, matriculou-se na Escola Militar do Rio de Janeiro. Foi indicado componente da Comissão Construtora das Linhas Telegráficas, explorando os sertões do Mato Grosso, no ano de 1892. Sua tese era: “matar nunca, morrer se necessário”. Foi ele o criador da primeira instituição de cuidados com os índios: o Serviço de Proteção ao Índio. Em 1967, foi então criada a FUNAI - Fundação Nacional do Índio. Esse organismo, vinculado ao Ministério da Justiça, tem como objetivo principal promover políticas de desenvolvimento sustentável das populações indígenas, aliar a sustentabilidade econômica à sócio-ambiental e implementar medidas de vigilância, fiscalização e de prevenção de conflitos em terras indígenas.

Nesse 19 de abril devemos refletir, e muito, sobre o futuro dos povos indígenas no Brasil e no mundo. Afinal, temos muito a aprender com eles e devemos respeitá-los em sua cultura e suas características.

domingo, 16 de setembro de 2012

Grécia - (Artes)

GRÉCIA - " O homem é a medida de todas as coisa" Protágoras.

Também chamada de Idade de Ouro, ou época de Péricles, pois defendeu a democracia e o livre pensar. A Grécia valorizava a dignidade e o valor do homem.


                       



Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o relacionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é "a medida de todas as coisas"; e a democracia.


ARTE GREGA

A figura humana foi o principal motivo na arte grega, afinal eles valorizavam o homem, então a arte estava de acordo com o pensamento da época, como sempre. Enquanto a filosofia destacava o harmonia, ordem e clareza de pensamento, a arte e a arquitetura buscavam o equilíbrio e moderação. Filosofia humanista. Contribuições: DEMOCRACIA, INDIVIDUALISMO e RAZÃO.

Estilos:


  • Arte geométrica - vasos com faixas geométricas e frisos de animais e humanos simplificados.





  • Arte arcaica - kouros em pedra e pintura de vasos. kouros - estátuas em posição frontal, pé esquerdo avançado, punhos fechados e "sorriso arcaico".


  • Arte clássica - auge da arte e arquitetura. Figuras idealizadas com harmonia.


Vitória de Samotrácia


  • Helênica / Helenística - derivado do grego, difundiu-se em outras regiões, como a Ásia Menor. Um estilo mais melodramático.



PINTURAS - bons conhecedores da pintura, porém não veio até nós; não temos conhecimento de nenhum até hoje.  Eram tão vividas que afirmou-se certa vez que um passarinho veio bicar uma cesta de frutas pintada numa parede, de tão realista que era a pintura.

PITURA EM CERÂMICA - contava a história dos deuses e heróis da mitologia grega ou narrava eventos como festas e guerras.

Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos.

Evolução dos estilos:

  • Geométrico - figuras e ornamentos tinham formas basicamente geométricas.


Detalhe de um vaso grego de estilo geométrico, mostrando as frisas características da arte grega.

  • Figura negra (Período Arcaico) - estilo com fundo avermelhado. Os artistas riscavam os detalhes do desenho com agulha. Depois, inverteu-se o esquema de cores.



  • Figura vermelha - o vermelho natural da argila delineava os desenhos. Detalhes pintados em preto. As figuras pela primeira vez são mais realistas.



Escultura - Introduziram o nu na arte. Na escultura, o antropomorfismo - esculturas de formas humanas - foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento. As proporções ideais das estátuas representavam a perfeição do corpo ( desempenho atlético) e mente ( debate intelectual).


Buscavam uma síntese dos 2 pólos do comportamento humano paixão e razão. O mármore branco era embelezado com pintura encáustica - pintura de pigmento em pó e cera quente.

No período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de  mulher eram esculpidas sempre vestidas, por pudor.
É o sexo masculino era considerado perfeito...


                                                                  Vênus de Milo
Contraposto - princípio do apoio do peso. Foi uma inovação, pois o peso do corpo se apóia em uma das pernas e o corpo segue esse alinhamento, dando uma pequena ilusão de movimento e equilíbrio - eixo central do corpo.

Influenciou na Renascença, quando muitas obras clássicas foram redescobertas. A escultura Davi, de Michelangelo, expressa bem a influência clássica, tanto no uso do contraposto, quanto da expressão e equilíbrio. Isso que era a cerca de 1500 d.C...




E aqui abaixo, um artista que inspirou em Davi, de Michelangelo - Rodin:



Idade do Bronze, de Rodin, pelo título que ele deu à estátua podemos ver a ligação direta que ele quis fazer com a Grécia ( vulgar idade do ouro ). A posição da estátua, admirando seus músculos, talvez fosse uma sátira à idealização do masculino e do ideal do belo grego de beleza.

Arquitetura - Tratavam como grandes esculturas - com as normas de simetria e proporções ideais. No ritos públicos em frente aos templos, esculturas de deidades contavam as histórias. Cariátides - munheres esculpidas que serviam como colunas Atlantes: homens.






Tipos de colunas: dórica, jônica e coríntia.

- Ordem Dórica  - era simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do ovo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas  a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma ideia de solidez e imponência. Vemos a influência até hoje, como essa coluna em Washington:




_ Ordem Jônica- representava a graça e o feminino. A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava a diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado poe duas esperais unidas por duas curvas, A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem Jônica traduz a forma da mulher.

                                                                       

- Ordem coríntia - o capitel era formado com folhas de acanto e quadro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem, sugere luxo e ostentação;                                       
                                                              
                                                              
                             Em Washington, novamente:

      

Os principais monumentos da arquitetura grega:

a - Templos, dos quais o mais importante é o Pártenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária.



b - Teatros, que eram construídos em lugares abertos ( encosta ) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os espectadores, um exemplo típico é o teatro de Epidauro, construídos, no séc IV a. C., ao livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.

                                                                  
Teatro de Epidauro


c- Ginásios, edifícios destinados à culturas física.
d - Praça - Ágora onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos entre eles. filosofia.
As olimpíadas: Realizavam-se em olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus, os primeiros jogos começaram em 776 a. C. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo.
Teatro: Foi criada a comédia e a tragédia.


sábado, 15 de setembro de 2012

DEUSA DO AMOR DA BELEZA!



     Deusa - Afrodite

Afrodite é uma das figuras mais importantes da mitologia Grega, conhecida como a deusa do amor e da beleza. Muitos mitos rodam a história de Afrodite, vários cultos costumavam ser realizados na Antiguidade em homenagem a essa divindade.

Também conhecida pelo nome de Vênus, Afrodite tinha forte, ligação com os prazeres sexuais dos seres humanos e foi eleita a protetora das Prostitutas, Acredita-se que a deusa teve casos amorosos com mortais, paralelo ao seu casamento com Hefest, deus do fogo, são filhos de Afrodite. Eros, Hermafrodito, Priapo e Himeneu.

Muitos pedidos são feitos a Afrodite, principalmente aqueles relacionados ao amor, ao desejo sexual e fertilidade. A divindade também exerce forte influência na arte, sendo a musa inspiradora de pintores como Botticelli, o que marcou o período do Renascimento. As festas em culto a deusa eram conhecidas como Afrodisíacas, onde a prática do sexo era forma de expressar a devoção.

Na rebelião dos deuses pelo poder, Cronos (Saturno), destronou o pai Urano (Céu), amputando-lhe os testículos. Lançados ao mar, os órgãos de Urano fecundaram mais uma vez formando uma grande espuma. Dessa espuma, surgiu amparada uma grande concha de madrepérola. Afrodite, a mais bela de todas as deusas.

Afrodite, a deusa do amor, é uma das mais poderosas divindades do olimpo. Deuses e mortais estão a ela submetidos, pois todos são suscetíveis à paixão, e às armadilhas do desejo. Afrodite.    ( Vênus em latim), é a deusa da paixão, que pode amenizar o coração dos homens ou fazê-los enlouquecer. É a sexualidade latente, deusa do sêmen que reproduz a vida, do prazer que envolve o ato, do torpor que une os corpos.

Sendo a deusa mais bela do Olimpo, atraiu para si o desejo e a paixão de todos os deuses, mas foi obrigada por Zeus ( Júpiter), a desposar Hefestos (Vulcano), o deus feio e coxo da forja e do ferro. Inconformada com o casamento, a deusa não deixou de viver a voluptuosidade impetuosa do seu ser. Traiu Hefesto com os mais belos deuses, sendo a sua paixão com Ares (Marte), o deus da guerra, a mais famosa das suas lendas.


Afrodite é voluntariosa, amiga dos amantes, mas inimiga da sensatez. Representa a doçura dos apaixonados, a languidez dos desejos, o idílio da entrega dos corpos. Foi ela quem prometeu o amor da bela Helena ao príncipe Paris, sem se importar com uma sangrenta guerra que devastou Troia para que os amantes vivessem a paixão prometida. O amor passional e a loucura estão muitas vezes unidos no mesmo cântico de louvor à deusa.Podem juntos, destruir ou construir o mundo.

Sendo a mais bela de todas as deusas, Afrodite foi representada em diversas obras de arte grega. Ela era considerada o ideal da beleza feminina na Grécia Antiga. Apoio representava o ideal da beleza masculino . Os artistas esculpiam a deusa com traços humanos perfeitos, distanciando-na cada vez mais de uma representação divina. Em Roma foi assimilada Vênus, mantendo as suas principais características: deusa do amor, do sexo e da paixão, sendo a mais bela de todas as divindades. Afrodite ou Vênus, a deusa teve o mito a inspirar artistas de todas as épocas, que na poesia, na pintura ou na escultura. Ainda hoje. Afrodite desperta o fascínio das pessoas, suas lendas são as mais difundidas da mitologia Greco- Romana, seu mito um dos mais explorados na artes.

Afrodite fecha os arquétipos e representa uma deusa alquímica. Por estar sujeita, a transmutações, tanto  é a inspiradora dos amores carnais (Afrodite Urânia) como Também o é do amor etéreo, superior.
( Afrodite Celeste).
                                                                                    
Eros  


EROS -  PEÇA EXPOSTA NO MUSEU DO LOUVRE

                                                                   Hermafrodito
                                                                         
                                                                           
Priapo
                                                                                 
   
Himeneu.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A boneca na Antiguidade


As crianças de hoje herdaram de Atenas a prática de brincar com bonecas
As Crianças de Hoje herdaram de Atenas a prática de brincar com bonecas


A grande maioria das civilizações da antiguidade mantinha um costume em comum:  o fascínio e hábito por bonecas. Atualmente, as crianças, em sua grande maioria as meninas, têm o costume de ter e brincar, Mas podemos dizer que esse gosto por bonecas das crianças atuais é uma herança da antiguidade ? 

A história das bonecas teve início no Egito Antigo por volta de 2000 a.C . Muitos arqueólogos encontraram bonecas em escavações egípcios: algumas eram feitas de madeira, outras de barro.

Os arqueólogos que encontraram e pesquisaram os vestígios deixados pelos povos do Egito antigo afirmavam que as bonecas feitas com barro eram utilizadas para acompanhar os faraós até o mundo dos mortos, ou seja, eram colocadas nos túmulos juntamente com o corpo do faraó. Essa prática foi adotada para substituir pessoas próximas, parentes e escravos que antes eram enterrados com o faraó. Portanto, tal prática evitou o sacrifício de pessoas.

A boneca na Grécia Antiga, mais especificamente em Atenas, tinha quase o mesmo uso atual. As crianças atenienses utilizavam as bonecas como brinquedos. Outra função que as bonecas tinham em Atenas, que diverge dos usos atuais pelas crianças, era a prática simbólica que a boneca exercia durante o casamento. As mulheres atenienses costumavam consagrar suas bonecas à Deusa Afrodite, que representava o amor e a beleza ( tal pratica representava uma espécie de pedido de sorte no amor).




Retornando ao início do texto, podemos dizer que o gosto pelas bonecas por parte das crianças na atualidade pode ser considerado herança da Antiguidade, ou seja, herança Grega Ateniense - Um saber que não se perdeu durante o processo histórico e que chegou até os dias de hoje com sua devida força.

Wolfgang Amadeus MOZART




MOZART ... nasceu faz hoje 250 anos !

Wolfgang Amadeus Mozart 
 (
27 de Janeiro de 1756  -  5 de Dezembrode 1791) é um compositor austríaco de música clássica que goza de grande prestígio e é um dos mais populares entre as audiências modernas. 


Nascimento, baptismo e nome


Mozart nasceu em 27 de Janeiro de 1756, em Salzburgo, e foi baptizado um dia depois de nascer, na catedral de São Rupert, em Salzburgo como Johannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart. Se o baptismo costuma ser definitivo para a maior parte dos casos, Mozart passou a vida a mudar a forma como se chamava e a forma como era chamado pelos outros.

Os dois primeiros nomes de baptismo recordam que o seu dia de nascimento,27 de Janeiro, era o dia de São João Crisóstomo. "Wolfgangus" era o nome do seu avô materno. "Theophilus" era o nome do seu padrinho, o mercador Joannes Theophilus Pergmayr. Mais tarde, o seu pai reduziu "Wolfgangus" para "Wolfgang" e retirou o "Johannes Chrysostomus."

Mozart continuou, mais tarde, a fazer modificações no seu nome, em especial o nome do meio, "Theophilus" que significa, em grego, "Amigo de Deus". Só em raras ocasiões usou a versão latina deste nome, "Amadeus", que hoje tornou-se a mais vulgar. Preferia a versão francesa Amadé ou Amadè. Usou também as formas italiana "Amadeo" e alemã "Gottlieb".

O uso de versões múltiplas do nome era, talvez, frequente na época. Joseph Haydn utilizou, além de Joseph (inglês e francês), "Josef" (alemão) e "Giuseppe" (italiano); Ludwig van Beethoven usou, por seu lado, "Luigi" (em italiano) e "Louis" (em francês).

No registo de casamento, na catedral de Santo Estêvão, em Viena, Mozart usou, ainda, o nome "Adam" ou "Adão". Era também frequente que soletrasse o seu nome de trás para a frente.


Biografia


Nasceu em Salzburgo, actualmente pertencente à Áustria. Foi uma criança prodígio de uma família musical, que começou a compor minuetos para cravocom a idade de cinco anos. O seu pai foi Leopold Mozart, também compositor. Algumas das primeiras obras que Mozart escreveu enquanto criança foram duetos e pequenas composições para dois pianos, destinadas a serem interpretadas conjuntamente com a sua irmã.

Em 1763 o seu pai levou-o, junto com a sua irmã Nannerl, então com 12 anos, por uma tournée pela França e Inglaterra. Em Londres, Mozart conheceuJohann Christian Bach, último filho de Johann Sebastian Bach, que exerceria grande influência nas suas primeiras obras.

Entre 1770 e 1773 visitou a Itália por três vezes. Lá, compôs a ópera Mitridateque obteve um êxito apreciável. A eleição, em 1772, do conde Hieronymus Colloredo como arcebispo de Salzburgo mudaria esta situação. Colloredo não via com bons olhos que um de seus músicos, considerado por ele um mero serviçal, passasse tanto tempo em viagens fora da corte. A maior parte do restante dessa década foi passada em Salzburgo, onde cumpriu com os seus deveres de Konzertmeister  (mestre de concerto), compondo missas, sonatas de igreja, serenatas e outras obras. Mas o ambiente de Salzburgo, cada vez mais sem perspectivas, levava a uma constante insatisfação de Mozart com a sua situação.

Em 1781, Colloredo ordena a Mozart que se junte a ele e à sua comitiva emViena. Insatisfeito por ser colocado entre os criados, pediu a demissão. A partir daí passa a viver da renda de concertos, da publicação de suas obras e de aulas particulares. Inicialmente tem sucesso, e o período entre 1781 e 1786 é um dos mais prolíficos da sua carreira, com óperas (Idomeneo - 1781O Rapto do Serralho - 1782), sonatas para piano, música de câmara (especialmente os seis quartetos de cordas dedicados a Haydn) e principalmente com uma deslumbrante sequência de concertos para piano. Em 1782 casa, contra a vontade do pai, com Constanze Weber.

Em 1786, compõe a primeira ópera em que contou com a colaboração deLorenzo da PonteAs Bodas de Fígaro. A ópera fracassa em Viena, mas faz um sucesso tão grande em Praga que Mozart recebe a encomenda de uma nova ópera. Esta seria Don Giovanni, considerada por muitos a sua obra-prima. Mais uma vez, a obra não foi bem recebida em Viena. Mozart ainda escreveria Così fan tutte, com libreto de Da Ponte, em 1789.

A partir de 1786 a sua popularidade começou a diminuir junto do público vienense, o que agravaria a sua condição financeira. Isso não o impediu de continuar compondo obras-primas como quintetos de cordas (K.515 em Dó maior, K.516 em Sol menor em 1787), sinfonias (K.543 em Mi bemol maior, K.550 em Sol menor, K.551 em Dó maior em 1788) e um divertimento para trio de cordas (K.563 em 1788), mas nos seus últimos anos a sua produção declinou devido a problemas financeiros e à precariedade da sua saúde e da sua esposa Constanze.

Em 1791 compõe suas duas últimas óperas: A clemência de Tito e A flauta mágica, seu último concerto para piano (K.595 em si bemol maior) e o belo Concerto para clarinete em lá maior (K.622). Na primavera desse ano, recebe a encomenda de um Requiem (K.626). Contudo, trabalhando em outros projectos e com a saúde cada vez mais enfraquecida, morre a 5 de Dezembro, deixando a obra inacabada (há uma lenda que diz que o requiem estaria sendo composto para tocar na sua própria missa de sétimo dia). Será completada por Franz Süssmayr, seu discípulo. É enterrado numa vala comum de Viena.


Obras


O catálogo geral das obras de Mozart foi realizado pelo botânico, miralogista e biógrafo musical alemão Ludwig Köchel (1800 - 1877); daí a letra K que aparece frequentemente junto ao título das suas obras (ou KV, que significa Köchel Verzeichnis, catálogo Köchel). Köchel catalogou as obras de Mozart em ordem cronológica, da mais antiga para a mais recente, sendo K1 um minueto para cravo, a primeira obra catalogada, e K626 o Requiem, obra inacabada.


Sinfonias


Image:Ltspkr.png - Sinfonia no. 40, 1o. movimento, K550

Köchel numerou as sinfonias de Mozart de 1 a 41. Mais tarde, outras sinfonias foram descobertas, elevando o número total de sinfonias de Mozart para 50. Quando pensamos, porém, nas sinfonias de BeethovenSchubertSchumann,Brahms, e Mahler, as primeiras 30 dessas peças não merecem verdadeiramente ser chamadas de sinfonias. São peças curtas, cuja duração às vezes não ultrapassa cinco minutos, e escritas para uma orquestra pequena, que em geral inclui apenas as cordas, dois oboés ou duas trompas. Segundo o conceito actual de Sinfonia, Mozart compôs apenas as 10 que estão numeradas de 31 a 41. Note-se que a Sinfonia No. 37 de Mozart (assim numerada por Köchel), foi composta, de facto, por Michael Haydn (irmão deFranz Joseph Haydn), como se veio a demonstrar mais tarde, ainda que Mozart tenha composto um dos movimentos da obra. As Sinfonias numeradas de 25 a 30 também costumam despertar algum interesse, mas não são, geralmente, consideradas de qualidade comparável à das dez últimas.

A primeira grande sinfonia de Mozart é a Sinfonia No. 31 em Ré Maior, K297, chamada Sinfonia Paris, composta em 1778 durante uma viagem de Mozart a Paris. É também a mais ricamente orquestrada de todas as sinfonias de Mozart: a sua orquestração inclui duas flautas, dois oboés, duas clarinetas(é a primeira vez que Mozart as emprega numa sinfonia), 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, 2 tímpanos (ré, lá) e cordas. Mozart nunca usou trombone em nenhuma das suas sinfonias. Aliás, o uso de trombones era raro na época, mesmo em orquestra de ópera, em geral mais rica do que a usada nas sinfonias. Apenas se regista o seu uso nas óperas IdomeneoDon GiovanniA Flauta Mágica, e no Requiem. Em Idomeneo, por exemplo, três trombones aparecem numa única cena, em que a voz de Neptuno anuncia aos habitantes de Creta as condições para que o tsunami pare de assolar a ilha. Em Don Giovanni, três trombones aparecem na cena do cemitério, em que a estátua do comendador fala com Don Giovanni, e novamente na cena final, em que o fantasma do comendador comparece ao banquete convidado por Don Giovanni. Em A Flauta Mágica, Mozart chegou a usar 5 trombones! No Requiem, um solo de trombone anuncia o Tuba Mirum, de modo que se pode dizer que, em Mozart, o trombone anuncia sempre algum tipo de comunicação com o sobrenatural.

Mozart queria impressionar os parisienses, e a Sinfonia "Paris" começa de maneira bombástica, com quatro acordes em forte na orquestra inteira seguidos de semi-colcheias rapidamente ascendentes nas cordas, flautas e fagotes, dando uma sensação de fogo-de-artifício. O primeiro movimento da sinfonia transcorre num clima festivo, com os "fogos de artifício" explodindo aqui e ali. O segundo movimento, Andante 6/8, é uma dança francesa, delicada e elegante, lembrando um quadro de Fragonard. O terceiro e último movimento, Allegro, começa com uma tremedeira cheia de expectativa só nos violinos, que explode num tutti  (acorde de ré), como o estourar de uma rolha de champanhe, e a festa começa.

Outra obra marcante é a Sinfonia No. 36 em Dó Maior, K425 ("Linz"). Mozart e sua mulher deixaram Salzburgo às 9:30 da manhã a 27 de Outubro de1783 com destino a Linz, na Áustria. Assim que lá chegaram, Mozart escreveu uma carta a seu pai, datada de 31 de Outubro, na qual dizia: Preciso dar um concerto aqui e, como não trouxe comigo nenhuma sinfonia, estou compondo uma nova o mais rápido que posso. O concerto estava marcado para 4 de Novembro, o que significa que Mozart teria 4 dias para compor! E, de facto, a 4 de Novembro, a nova sinfonia de Mozart foi apresentada ao público. Nem mesmo um génio como Mozart poderia compor uma sinfonia como a Linz em apenas quatro dias. Essa carta de Mozart parece só fazer sentido se ele já tinha concebido mentalmente a totalidade da sinfonia quando entrou na carruagem em Salzburgo, já que se calcula que levaria uns três ou quatro dias só para passar a sinfonia para o papel (trabalhando muito rapidamente) mais, talvez, uns dois dias para mandar copiar as partes de cada instrumento e distribuí-las aos músicos (desde que ele tivesse um excelente grupo de copistas à sua disposição), ensaiar e reger a Linz. O facto é que, mesmo tendo sido composta às pressas, a Sinfonia Linz é um exemplo de arte clássica, bela e bem proporcionada em todas as suas partes, expressando os mais inefáveis e ardentes desejos, num monumento sinfónico digno de figurar ao lado das sinfonias de Mahler e de Beethoven. Podemos ouvir as rodas da carruagem no primeiro movimento da Linz.

O próprio Mozart esclareceu numa carta o seu processo de composição:

Quer saber como eu componho? Posso dizer-lhe apenas isto: quando me sinto bem disposto, seja na carruagem quando viajo, seja de noite quando durmo, ocorrem-me ideias aos jorros, soberbamente. Como e donde, não sei. As que me agradam, guardo-as como se tivessem sido trazidas por outras pessoas, retenho-as bem na memória e, uma após a outra, delas tomo a parte necessária, para fazer um pastel segundo as regras do contraponto, da harmonia, dos instrumentos, etc. Então, em profundo sossego, sinto aquilo crescer, crescer para a claridade de tal forma que a obra mesmo extensa se completa na minha cabeça e posso abrangê-la de um só relance, como um belo retrato ou uma bela mulher... Quando chego neste ponto, nada mais esqueço, porque boa memória é o maior dom que Deus me deu.

Sinfonia No. 38 em Ré Maior, K504 ("Praga") foi composta em Vienaem 1786. Em Janeiro de 1787, Mozart fez uma viagem a Praga, onde ele estreou a sua sinfonia no dia 19 daquele mês. Assim como a Linz, esta sinfonia também tem uma introdução lenta. Haydn quase sempre punha uma introdução lenta nas suas sinfonias; Mozart raras vezes o fazia. Este é um monumento sinfónico comparável à Linz, com um segundo tema extremamente comovente no primeiro movimento.

Sinfonia No. 40 em Sol Menor, K550 é a única dessas dez em tonalidade menor. O seu tom de angústia é, ao mesmo tempo, tão comovente que levou Schubert a exclamar: Na sinfonia em sol menor de Mozart, pode-se ouvir o canto dos anjos.

As sinfonias nos. 39 e 40 foram inicialmente escritas sem clarinetas. Clarinetas eram raras no tempo de Mozart; o instrumento havia sido recentemente inventado, e Mozart foi um dos primeiros a compor para ele. Mozart não esperava contar com uma orquestra que possuísse clarinetas para poder executar as suas sinfonias. Mais tarde, porém, ele mudou de ideia e resolveu refazer a orquestração das sinfonias no. 39 e 40 para incluir duas clarinetas (para isto, ele só precisou realmente alterar as partes de oboé). A versão que nós ouvimos dessas duas sinfonias hoje em dia é quase sempre a versão com as clarinetas.

Por fim temos a Sinfonia No. 41 em Dó Maior, K551 ("Sinfonia Júpiter"). Quem lhe deu este título foi o editor musical inglês que publicou a partitura após a morte de Mozart, pela "alta elevação de ideias e nobreza de tratamento." É o deus grego passeando por entre as nuvens, exibindo sua beleza e majestade. Está orquestrada para flauta, dois oboés, 2 fagotes, 2 trompas, 2 trompetes, tímpanos (do, sol) e cordas. É interessante notar que, sempre que aparecem tímpanos em Mozart, aparecem também trompetes. Só existe um exemplo de tímpanos sem trompetes na música de Mozart: naSerenata Notturna, K239. Os tímpanos, quando aparecem, são sempre dois: um na tónica, outro na dominante.


Concertos
para piano


Mozart era um exímio pianista, podendo ser considerado o primeiro virtuose da história deste instrumento. Ele adorava apresentar-se em público exibindo os seus dotes de pianista e, nos seus últimos anos em Viena, esta era uma das suas principais fontes de renda. Ao contrário, por exemplo, dos seus concertos para instrumentos de sopro, escritos para um amigo clarinetista (Anton Stadler), ou para um amigo trompetista (Ignaz Leutgeb), ou um ou outro instrumentista que se aproximava de Mozart pedindo a ele que compusesse música para seu instrumento, os concertos para piano e orquestra de Mozart foram escritos - com algumas excepções - para serem tocados em público pelo próprio Mozart. Não é de surpreender, portanto, que haja tantas obras primas entre os concertos para piano de Mozart. Alguns pensam que a melhor música de Mozart está nos concertos para piano. Outros pensam que está nas óperas. Esta disputa não termina nunca, mas uma coisa é certa: nenhum outro compositor compôs tantos concertos para piano quanto Mozart, e ninguém o superou neste género. Os concertos para piano de Beethoven (mormente o No. 5, "Imperador") são mais poderosos que os de Mozart, mas não têm a mesma graça nem a subtileza, nem superam em profundidade os de Mozart. O que Beethoven faz no Concerto "Imperador" é nos esmagar com seu poder, com sua artilharia pesada, enquanto Mozart nos conquista com sua graça.

Embora tenha composto obras primas em todos os géneros musicais existentes, Mozart parecia manifestar o melhor do seu génio naquelas situações em que um solista tem que se defrontar com uma orquestra, como nas árias de ópera e nos concertos. Seria isto uma metáfora da contraposição indivíduo/sociedade, ou do génio que se destaca dos seus contemporâneos? Pode ser, mas nos concertos para piano nós temos a vantagem adicional de que ele próprio era virtuose do instrumento para o qual estava escrevendo, e isto explica por que encontramos mais obras primas de Mozart entre os concertos para piano que entre as sinfonias, por exemplo, ou os quartetos de cordas.

Köchel numerou os concertos para piano de Mozart de 1 a 27. Só que Köchel não sabia que os que ele numerou de 1 a 4 não são obras originais de Mozart, são só arranjos que Mozart fez para piano e orquestra de sonatas para cravo de outros compositores. Esses arranjos são pièces d'occasion, meros pastiches que Mozart fez aos 11 anos de idade, que ele provavelmente nem sequer pensava em guardar para a posteridade. Além disso, Köchel incluiu entre os "concertos para piano" um que é na realidade para três pianos (no. 7, K242) e outro para dois pianos (no. 10, K365). Subtraindo então estes 6 dos 27 que Köchel numerou, ficamos com 21 concertos para piano e orquestra de Mozart.

O primeiro concerto para piano de Mozart que é universalmente aclamado como uma obra prima por todos aqueles que conhecem e amam a música de Mozart é o Concerto No. 9 em Mi Bemol Maior, K271, também chamadoConcerto Jeunehomme devido à pessoa a quem ele foi dedicado, a pianista francesa Mademoiselle Jeunehomme, que visitou Salzburgo no Inverno de 1776-1777 e que, segundo alguns, teria despertado uma paixão em Mozart. Não se sabe quase nada a respeito dessa mulher, e depois dessa visita a Salzburgo ela desaparece da história sem deixar rasto. Em todo caso, ela parece mesmo ter sido uma exímia pianista, se é verdade que Mozart pretendia que este concerto fosse tocado por ela.

Outra peça interessante deste período inicial em Salzburgo é o Concerto No. 12 em Lá Maior, K414, uma peça leve, graciosa e despreocupada, capaz de dar grande prazer ao ouvinte. Do número 16 em diante, os concertos para piano de Mozart são todos obras primas.

De todos os concertos para piano de Mozart, apenas dois são em tonalidade menor: o No. 20 em Ré Menor, K466 e o No. 24 em Dó Menor, K491. As tonalidades menores são, como nós sabemos, mais sombrias e mais tristes que as tonalidades maiores, mais claras, mais luminosas, mais alegres. O estado mental transmitido por esses dois concertos se assemelha a umapsicose no No. 20, e a uma neurose no No. 24. Sentimos fantasmas na introdução orquestral do Concerto em Ré Menor (podemos chamá-lo assim sem perigo de confusão, porque Mozart só compôs um nessa tonalidade), lembrando a cena no último acto de Don Giovanni, em que o fantasma do comendador entra na casa de Don Giovanni. Esta cena, bem como a ária da Rainha da Noite no segundo acto de A Flauta Mágica estão entre as poucas ocasiões em que Mozart utilizou essa tonalidade tétrica, fantasmagórica, ameaçadora de ré menor. Já o Concerto em Dó Menor é muito triste, dando a impressão de que Mozart estava deprimido quando o compôs. Dó menor é a tonalidade trágica por excelência (a mesma tonalidade da Quinta Sinfonia de Beethoven). Um outro ponto a ser marcado neste concerto é a subtileza e o refinamento da escritura para instrumentos de sopro, mormente no segundo movimento, onde há uma secção praticamente só para eles, que se põem a dialogar com o piano. Sviatoslav Richter deixou excelentes gravações tanto do Concerto em Ré Menor como do Concerto em Dó Menor.

Concerto No. 21 em Dó Maior, K467 é outro favorito, tanto dos pianistas quanto do público. Ele é tão sublime, que qualquer palavra usada em relação a ele seria um despropósito, já que a música começa onde termina o poder das palavras. Tema de um filme famoso (Elvira Madigan1967).

Concerto No. 22 em Mi Bemol Maior, K482, tem um primeiro movimento eufórico e festivo, cheio de fanfarras de tímpanos e trompetes. O segundo movimento, escrito na relativa (dó menor) é triste e sombrio, mas no último a luz e a alegria surgem de novo, com passagens celestiais nos instrumentos de sopro. Este era o concerto predilecto da grande pianista brasileira Guiomar Novaes.

Concerto No. 23 em Lá Maior, K488 tem um carácter angélico e sobrenatural, elevando a mente do ouvinte acima das coisas deste mundo. Mozart excluiu da sua orquestração todos os instrumentos de sonoridade rude ou agressiva; não há tímpanos nem trompetes; apenas uma flauta, duas clarinetas, dois fagotes e duas trompas, além das cordas. Não há contrastes dinâmicos violentos nem explosões orquestrais. O segundo movimento é em fá sustenido menor (a relativa de lá maior), acentuando ainda mais o carácter contemplativo desta música sublime. Maurizio Pollini é um dos melhores e mais refinados intérpretes deste concerto.

Encyclopaedia Britannica  chama o Concerto No. 26 em Ré Maior, K537(chamado Concerto da Coroação) de "brilhante mas superficial". Isto pode ser verdade, mas esta é uma obra adequada para a finalidade para a qual foi criada: as festividades da coroação de Leopoldo II, imperador da Áustria, em1790, ocasião na qual não cabem grandes dramas nem muita profundidade. Ao mesmo tempo majestoso e festivo, esta é uma obra capaz de dar grande prazer ao ouvinte.

Géza Anda gravou todos os concertos para piano de Mozart para a Deutsche Grammophon. Altamente recomendável.


para instrumentos de sopro


Os 4 concertos para trompa de Mozart, K412, K417, K447 e K495, bem como o Rondò K371, foram todos escritos para a mesma pessoa, o trompetista Ignaz Leutgeb, um dos amigos mais íntimos de Mozart. A primeira dessas peças é em ré maior, as outras todas em mi bemol maior.

Image:Ltspkr.png - Concerto em Lá Maior para Clarineta, K622, 3o. movimento Rondo (Allegro)

O Concerto em Lá Maior para Clarineta, K622, é a última obra instrumental do mestre de Salzburgo, escrita em Outubro de 1791 - dois meses, portanto, antes da morte de Mozart - para o seu amigo, o clarinetista Anton Stadler. Osobbligati  para clarineta na ópera La Clemenza di Tito também foram escritos para ele.

Os dois concertos para flauta, em sol maior, K313, e em ré maior, K314 foram escritos por encomenda. No último movimento do K314 Mozart utiliza a mesma melodia da ária Welche Wonne, welche Lust  da ópera O Rapto do Serralho. Há também o Andante em Dó Maior para Flauta e Orquestra, K315, e o sublime Concerto para Harpa, Flauta e Orquestra, K299 (a única coisa que Mozart escreveu para harpa).


Música de câmara
Trios



  • 6 trios para piano, violino e violoncelo, K254, K496, K502, K542, K548, K564

O trio K254 é cheio daquela graça mozartiana tão deliciosa, mas o violoncelolimita-se ao papel de reforço nos baixos, quase sempre dobrando a mão esquerda do pianista, o que torna esta obra um pouco superficial. Já no K548 e no K564 o violoncelo finalmente tem a oportunidade de cantar, ainda que por uns breves instantes, o que torna essas obras mais interessantes que as anteriores.


  • Trio para clarineta, viola e piano em mi bemol maior, K498

Obra interessantíssima, para uma combinação de instrumentos inusitada. Dedicada ao clarinetista Anton Stadler.



Quartetos



  • Quartetos de cordas dedicados a Haydn, K387, K421, K428, K458 "A Caça", K464, K465 "As Dissonâncias"

O Quarteto K458, A Caça, recebe este nome devido ao tema que abre o primeiro movimento, que lembra o chamado de uma trompa de caça. O Quarteto em Ré Menor, K421 (o único em tonalidade menor da colecção) é uma das peças mais tristes que saíram da pena de Mozart. Mas o Quarteto K465, As Dissonâncias, merece menção especial.

Ninguém é mais apegado ao sistema tonal do que Mozart. Por isso, o abandono da tonalidade nos 22 compassos da introdução lenta deste quarteto causa estupefacção. A sensação causada por essa música, é como se penetrássemos numa caverna escura, cheia de mistérios e de perigos. Nunca mais a música ocidental conheceria uma tal excursão para fora do sistema tonal até que Wagner compôs Tristão e Isolda. Em três horas e meia de música, Wagner provou de uma vez por todas que era possível compor música expressiva, e até mesmo de grande impacto emocional, fora do sistema tonal. Teriam Wagner e os compositores atonalistas como Debussy,Schoenberg e outros se inspirado neste quarteto de Mozart? No entanto, após a introdução lenta, voltamos ao território familiaríssimo do dó maior. Tudo soa como uma pilhéria que Mozart estava fazendo com seu amigo Haydn.


  • Quarteto de cordas em Ré Maior, K499 "Hoffmeister" 
  • 3 Quartetos de cordas dedicados ao Rei da Prússia, K575, K589, K590 
  • Adagio e Fuga em Dó Menor para quarteto de cordas, K546 
  • 2 Quartetos para piano, violino, viola e violoncelo, K478 e K493 
  • 4 quartetos para flauta, violino, viola e violoncelo, K285, K285a, K285b, K298



Quintetos



  • Quinteto em Mi Bemol Maior, para oboéclarinetatrompafagote epiano, K452

Obra de experimentação sonora, para uma combinação de instrumentos fora do comum. Mozart não só faz soar cada instrumento clara e distintamente, mas também combina os instrumentos de diversas maneiras possíveis, criando efeitos sonoros estupendos. Uma delícia para os ouvidos. Parece que só existe uma outra obra, em toda a história da música, para esta mesma combinação instrumental: o Quinteto opus 16 de Beethoven, na mesma tonalidade que o de Mozart.



Missas


Mozart compôs muitas missas. Entre as que mais se destacam, podemos citar:


  • Missa Brevis em Ré Maior, K194 
  • Missa em Dó Maior, K220, "dos Pardais" 
  • Missa Brevis em Si Bemol Maior, K275 
  • Missa em Dó Maior, K317, "da Coroação" 
  • Missa em Dó Menor, K427 (inacabada)

Missa dos Pardais  recebe este nome devido a uma deliciosa figura nos violinos, que sugere o gorjeio de pardais, e que reaparece constantemente no decorrer da missa. A Missa da Coroação  não foi composta, como se pensava, para a coroação do imperador José II em 1780, mas sim para a cerimónia religiosa da coroação de uma imagem da Virgem numa igreja de Salzburgo. É uma missa de curta duração, rápida pulsação e radiante alegria, extremamente comovente.

Basta ouvirmos uma só dessas peças para nos convencermos de que o sentimento religioso de Mozart era sincero e profundo. Mozart era católicoconvicto, apesar do seu envolvimento com a maçonaria, algo não exactamente aprovado pela Igreja Católica. Por fim temos a


  • Missa de Requiem em Ré Menor, K626

Já doente no seu leito de morte, Mozart trabalhava no Requiem. A etérea melodia do Lacrimosa  foi a última coisa que saiu daquela pena divina. Ao terminar de escrever esta melodia, as lágrimas vieram-lhe aos olhos, e as suas mãos deixaram cair a partitura. Pouco mais tarde, à uma hora da manhã do dia 5 de Dezembro de 1791, o mestre estava morto. Alguém escreveu: Um profundo sentimento religioso se evola daquelas notas, que parecem saídas de uma alma em directa comunicação com a Divindade. Houve muita disputa depois da morte de Mozart para saber quem terminaria o Requiem, mas no final a tarefa acabou recaindo sobre o seu aluno Franz Xaver Süssmayer. Ele completou a orquestração que Mozart havia deixado incompleta, e escreveu o resto da música, baseando-se em parte em anotações deixadas pelo próprio Mozart.


Motetos e outras peças



  • Exsultate, Jubilate K165 
  • Ave Verum Corpus, K618

Ao ouvir esta última peça, Tchaikovsky exclamou:
sua beleza sobrenatural é indefinível por palavras.



Óperas
Image:Ltspkr.png - Abertura da ópera Don Giovanni



  • La Finta Semplice, K.51 (1769) 
  • Bastien und Bastienne, K.50 (1768) 
  • Mitridate, Rè di Ponto, K.87 (1770) 
  • Lucio Silla, K.135 (1772) 
  • La Finta Giardiniera, K.196 (1775) 
  • Idomeneo, K.366 (1781) 
  • O Rapto do Serralho (Die Entführung aus dem Serail), K.384 (1782) 
  • O Empresário Teatral (Der Schauspieldirektor) K.486 (1786) 
  • As Bodas de Fígaro (Le Nozze di Figaro), K.492 (1786) 
  • Don Giovanni, K.527 (1787) 
  • Così Fan Tutte, K.588 (1790) 
  • La Clemenza di Tito, K.621 (1791) 
  • A Flauta Mágica (Die Zauberflöte), K.620 (1791)


Canções


Oiseaux, si tous les ans K307, Dans un bois solitaire K308, Warnung K433, Der Zauberer K472, Das Veilchen K476, Als Luise die Briefe ihres untreuen Liebhabers verbrannte K520, Abendempfindung K523, Sehnsucht nach dem Frühlinge K596, Im Frühlingsanfang K597, Das Kinderspiel K598.

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