A REVOLUÇÃO DE 1930
Até o ano de 1930, no Brasil, vigorava a República Velha, como é conhecida hoje, caracterizada por uma forte centralização do poder entre os partidos políticos e a conhecida aliança politica "café - com - leite" ( entre São Paulo e Minas gerais ). O problema teve inicio em 1929, quando chegou ao fim o governo do presidente paulistano Washington luís Pereira de Souza. O partido Republicano Mineiro indicou para Washington Luís o nome de Antônio Carlos, então governante de Minas Gerais. Luís todavia, defendeu a candidatura de Júlio Prestes, paulista. O partido mineiro então anunciou que iria apoiar o nome da oposição e, aliando-se a Rio Grande do Sul e Paraíba, lançou o nome de Getúlio Vargas, formando a Aliança Liberal.
Presidente Washington Luís
Júlio Prestes
João Pessoa
(politico brasileiro)
1878, Umbuzeiro (PB)
1930 Recife (PE)
Washington Luís Pereira de Souza nasceu em Macaé (RJ), em 1869, pertencente a uma família de grande prestígio político no período imperial. Advogado, bacharelou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1891. Iniciou sua carreira política em 1897 como vereador e, posteriormente, prefeito de Batatais (SP). Em 1900, disputou uma cadeira na Câmara Federal por São Paulo, apresentando-se com um perfil oposicionista em relação aos governos federal e estadual. Apesar de vitorioso, não pôde assumir seu mandato por ter tido sua eleição rejeitada pela Comissão de Verificação de Poderes da Câmara dos Deputados.
Nesse mesmo ano transferiu-se para a capital paulista. Nos anos seguintes iniciou uma bem sucedida carreira política no Partido Republicano Paulista (PRP). Exerceu os cargos de deputado estadual (1904-1906), secretário estadual de Justiça (1906-1912), prefeito da capital (1914-1919) e presidente do estado (1920-1924). À frente do governo estadual, ampliou os efetivos militares paulistas com o objetivo de aumentar o poder de pressão do estado na federação, construiu mais de 1.300 quilômetros de estradas de rodagem - seu lema era "Governar é abrir estradas" -, e dedicou um tratamento duro ao movimento operário, cujos problemas dizia "interessar mais à ordem pública do que à ordem social".
Após deixar o governo de São Paulo, ocupou uma cadeira no Senado. Em março de 1926, concorrendo como candidato único, elegeu-se presidente da República. Sua gestão à frente do governo federal foi marcada por uma política de câmbio elevado, que visava favorecer as exportações, resultando também na proteção da indústria nacional, ao mesmo tempo que afetava negativamente o comércio de importação pela alta nos preços dos artigos estrangeiros.
No início de 1929, indicou, para sucedê-lo, o presidente de São Paulo Júlio Prestes. Essa escolha desagradou os políticos de Minas Gerais, que esperavam que a alternância entre paulistas e mineiros na presidência - estabelecida pela "política do café com leite"- fosse mantida. Contrariados, os grupos dirigentes de Minas aliaram-se aos do Rio Grande do Sul e formaram a Aliança Liberal, que lançou os nomes do gaúcho Getúlio Vargas e do paraibano João Pessoa à presidência e vice-presidência da República, respectivamente. A Aliança Liberal receberia ainda o apoio dos grupos de oposição dos demais estados e dos militares oriundos do movimento tenentista. A campanha eleitoral foi bastante acirrada, com a oposição realizando grandes comícios nos principais centros urbanos do país. Realizado o pleito no mês de março de 1930, porém, saiu vitoriosa a chapa situacionista.
O resultado eleitoral foi logo contestado por setores da Aliança Liberal, que alegavam a ocorrência de fraudes no pleito e começaram a articular um movimento político-militar que depusesse Washington Luís. Deflagrado no dia 3 de outubro, o movimento logo se estendeu por todo o país. No dia 24 de outubro oficiais graduados das Forças Armadas no Distrito Federal depuseram o presidente, que foi levado preso para o forte de Copacabana. O governo ficou a cargo, durante alguns dias, de uma junta governativa composta pelos generais Mena Barreto e Tasso Fragoso e pelo contra-almirante Isaías de Noronha. Em 3 de novembro, o poder foi entregue, após certa relutância por parte dos membros da junta, a Getúlio Vargas, comandante das forças revolucionárias. Enquanto isso, Washington Luís rumava para o exílio.
Viveu, então, por 17 anos na Europa e nos Estados Unidos. Voltou ao Brasil em 1947 e fixou-se em São Paulo, sem retomar, contudo, a atividade política.
Morreu na capital paulista, em 1957.
Júlio Prestes
Luís Carlos Prestes (Porto Alegre, 3/1/1898 - Rio de Janeiro, 7/3/1990) foi um militar, líder político e revolucionário brasileiro. Filho de Antonio Pereira Prestes, capitão do exército, e de Leocádia Felizardo Prestes, professora primária. Com o pai morto durante sua infância, Prestes recebeu influência marcante da educação da mãe na composição de sua personalidade. Levou vida pobre, sendo educado em casa pela mãe, depois entrando para o Colégio Militar em 1909. Concluídos os estudo neste, segue na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, atual Academia Militar das Agulhas Negras, contribuindo com o sustento da família com o seu soldo. Aluno brilhante, chegaria à patente de segundo-tenente.
Ao tomar conhecimento das "cartas falsas" atribuídas a Artur Bernardes, começa a envolver-se em questões políticas, dedicando-se ao combate ao futuro presidente que estava sendo programado pelos militares. Já como capitão, lidera o foco da primeira revolta tenentista na região das Missões, em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Suas metas eram o combate à oligarquia, estabelecimento do voto secreto, e convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Ao unir-se a um contingente paulista de militares revoltosos em Foz do Iguaçu, rompendo as linhas de defesa do governo, Prestes passa a liderar tal grupo que como outros de militares revoltosos, entre eles Miguel Costa, resolvem fazer oposição armada ao governo. O grupo formado no Paraná logo seria batizado de Coluna Miguel Costa-Prestes (popularmente Coluna Prestes), que ao longo de dois anos e cinco meses percorreu, com 1500 homens cerca de 25000 km no interior do país, passando por (na época) 13 estados brasileiros. Desgastados, os remanescentes da Coluna Prestes iriam buscar asilo na vizinha Bolívia. Deslocando-se à Argentina, é neste país, ao dedicar-se a leituras das mais diversas, é que surgirá no militar Prestes a convicção da eficácia das ideias marxista-leninistas.
Em 1931 já é comunista convicto, viajando para a União Soviética, retornando ao Brasil em 1934 com a esposa, Olga Benário, judia alemã, membro do partido comunista alemão. Os dois, sob o comando da facção Aliança Nacional Libertadora, ligada ao Partido Comunista Brasileiro, comandaria o fracassado golpe de 1935 conhecido como "Intentona Comunista", que visava derrubar o governo de Getúlio Vargas. Prestes foi preso, sendo que sua mulher, grávida, foi deportada e entregue à Guestapo (a polícia política da Alemanha nazista), morrendo em 1942 em um campo de concentração.
Solto em meio ao processo de redemocratização, o "Cavaleiro da Esperança" elege-se senador pelo PCB em 1945, para logo ver a cassação do registro de seu partido sob a administração Dutra, em 1947. Além disso, decretou-se sua prisão preventiva, o que o forçou a entrar para a clandestinidade. Sua prisão seria revogada em 1958 pelo presidente Kubitschek, mas, com o Golpe Militar de 1964, novamente torna-se um clandestino. Deixa o Brasil novamente rumo à União Soviética em 1971, voltando com a anistia decretada em 1979, sendo que a partir daí, passa a se distanciar do PCB, deixando a secretaria-geral do partido em 1983, cargo que ocupou por décadas. Crendo que o PCB desviara-se do ideal marxista, seu novo partido será o PDT, legenda sob a qual pedirá votos a Brizola e a Lula nas eleições de 1989.
Bibliografia:
Ao tomar conhecimento das "cartas falsas" atribuídas a Artur Bernardes, começa a envolver-se em questões políticas, dedicando-se ao combate ao futuro presidente que estava sendo programado pelos militares. Já como capitão, lidera o foco da primeira revolta tenentista na região das Missões, em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Suas metas eram o combate à oligarquia, estabelecimento do voto secreto, e convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
Ao unir-se a um contingente paulista de militares revoltosos em Foz do Iguaçu, rompendo as linhas de defesa do governo, Prestes passa a liderar tal grupo que como outros de militares revoltosos, entre eles Miguel Costa, resolvem fazer oposição armada ao governo. O grupo formado no Paraná logo seria batizado de Coluna Miguel Costa-Prestes (popularmente Coluna Prestes), que ao longo de dois anos e cinco meses percorreu, com 1500 homens cerca de 25000 km no interior do país, passando por (na época) 13 estados brasileiros. Desgastados, os remanescentes da Coluna Prestes iriam buscar asilo na vizinha Bolívia. Deslocando-se à Argentina, é neste país, ao dedicar-se a leituras das mais diversas, é que surgirá no militar Prestes a convicção da eficácia das ideias marxista-leninistas.
Em 1931 já é comunista convicto, viajando para a União Soviética, retornando ao Brasil em 1934 com a esposa, Olga Benário, judia alemã, membro do partido comunista alemão. Os dois, sob o comando da facção Aliança Nacional Libertadora, ligada ao Partido Comunista Brasileiro, comandaria o fracassado golpe de 1935 conhecido como "Intentona Comunista", que visava derrubar o governo de Getúlio Vargas. Prestes foi preso, sendo que sua mulher, grávida, foi deportada e entregue à Guestapo (a polícia política da Alemanha nazista), morrendo em 1942 em um campo de concentração.
Solto em meio ao processo de redemocratização, o "Cavaleiro da Esperança" elege-se senador pelo PCB em 1945, para logo ver a cassação do registro de seu partido sob a administração Dutra, em 1947. Além disso, decretou-se sua prisão preventiva, o que o forçou a entrar para a clandestinidade. Sua prisão seria revogada em 1958 pelo presidente Kubitschek, mas, com o Golpe Militar de 1964, novamente torna-se um clandestino. Deixa o Brasil novamente rumo à União Soviética em 1971, voltando com a anistia decretada em 1979, sendo que a partir daí, passa a se distanciar do PCB, deixando a secretaria-geral do partido em 1983, cargo que ocupou por décadas. Crendo que o PCB desviara-se do ideal marxista, seu novo partido será o PDT, legenda sob a qual pedirá votos a Brizola e a Lula nas eleições de 1989.
Bibliografia:
CHAVES, Lázaro . Luis Carlos Prestes . Disponível em: http://www.culturabrasil.org/prestes.htm Acesso em: 12 jul. 2011.
Luís Carlos Prestes. Disponível em:
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_899.html Acesso em: 12 jul. 2011.
Luís Carlos Prestes. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/luis-carlos-prestes.jhtm Acesso em: 12 jul. 2011.
Luís Carlos Prestes. Disponível em:
http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_899.html Acesso em: 12 jul. 2011.
Luís Carlos Prestes. Disponível em: http://educacao.uol.com.br/biografias/luis-carlos-prestes.jhtm Acesso em: 12 jul. 2011.
João Pessoa
(politico brasileiro)
1878, Umbuzeiro (PB)
1930 Recife (PE)
João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque era sobrinho do ex-presidente da República Epitácio Pessoa e sobrinho-neto do Barão de Lucena, presidente da província de Pernambuco durante o Império e ministro da Fazenda do governo de Deodoro da Fonseca.
Em 1895, João ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, mas não concluiu seu curso. Em 1899, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, por onde se formou em 1904. Em 1909, transferiu-se para o Rio de Janeiro, trabalhando como advogado no Ministério da Fazenda e na Marinha. Em julho de 1919, três meses após a posse de Epitácio Pessoa na Presidência, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM).
Na década de 1920, atuou como juiz nos processos movidos contra os envolvidos nos levantes tenentistas então deflagrados, destacando-se sempre pelo rigor contra os acusados.
Em 1928, elegeu-se presidente do Estado da Paraíba. Nesse cargo, promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto de Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou grande descontentamento entre os fazendeiros do interior, como o coronel José Pereira Lima, chefe político do município de Princesa e com forte influência sobre a política estadual.
Em 1929, João Pessoa negou-se a apoiar a candidatura situacionista de Júlio Prestes à Presidência da República e aceitou convite para ser o candidato a vice-presidente na chapa oposicionista da Aliança Liberal, articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas.
Realizado o pleito, a chapa oposicionista foi derrotada e o coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes, iniciou uma revolta em Princesa contra o governo estadual, sendo apoiado pelo governo federal. Ao mesmo tempo, ganhava força no interior da Aliança Liberal a proposta de deposição de Washington Luís através de um movimento armado. João Pessoa rejeitou essa solução. Sua preocupação concentrava-se, nesse momento, no combate à Revolta de Princesa. Nesse sentido, ordenou que a política paraibana invadisse escritórios e residências de pessoas suspeitas de receptar armamentos destinados aos rebeldes.
Numa dessas invasões - na residência de João Dantas, aliado de José Pereira -, foram encontradas cartas íntimas trocadas entre Dantas e sua amante. As cartas foram publicadas pela imprensa alinhada ao governo estadual, provocando grande escândalo na sociedade paraibana. Dias depois, em viagem a Recife, João Pessoa foi assassinado com dois tiros desferidos por João Dantas em uma confeitaria da capital pernambucana. O assassinato provocou forte comoção no País.
Os líderes da Aliança Liberal trasladaram o corpo para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado em meio a grande manifestação popular. Nas cidades por onde passou, o cortejo fúnebre foi alvo de manifestações semelhantes. Tal clima contribuiu para que os preparativos revolucionários se acelerassem, resultando na deposição de Washington Luís, em outubro, e na ascensão de Vargas ao poder, no mês seguinte. Em setembro de 1930, a capital paraibana, até então denominada cidade da Paraíba, foi rebatizada com seu nome.
Em 1895, João ingressou na Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio de Janeiro, mas não concluiu seu curso. Em 1899, matriculou-se na Faculdade de Direito de Recife, por onde se formou em 1904. Em 1909, transferiu-se para o Rio de Janeiro, trabalhando como advogado no Ministério da Fazenda e na Marinha. Em julho de 1919, três meses após a posse de Epitácio Pessoa na Presidência, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM).
Na década de 1920, atuou como juiz nos processos movidos contra os envolvidos nos levantes tenentistas então deflagrados, destacando-se sempre pelo rigor contra os acusados.
Em 1928, elegeu-se presidente do Estado da Paraíba. Nesse cargo, promoveu uma reforma na estrutura político-administrativa do estado e, para enfrentar as dificuldades financeiras, instituiu a tributação sobre o comércio realizado entre o interior paraibano e o porto de Recife, até então livre de impostos. Essa medida contribuiu para o saneamento financeiro do estado, mas gerou grande descontentamento entre os fazendeiros do interior, como o coronel José Pereira Lima, chefe político do município de Princesa e com forte influência sobre a política estadual.
Em 1929, João Pessoa negou-se a apoiar a candidatura situacionista de Júlio Prestes à Presidência da República e aceitou convite para ser o candidato a vice-presidente na chapa oposicionista da Aliança Liberal, articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul e encabeçada pelo gaúcho Getúlio Vargas.
Realizado o pleito, a chapa oposicionista foi derrotada e o coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes, iniciou uma revolta em Princesa contra o governo estadual, sendo apoiado pelo governo federal. Ao mesmo tempo, ganhava força no interior da Aliança Liberal a proposta de deposição de Washington Luís através de um movimento armado. João Pessoa rejeitou essa solução. Sua preocupação concentrava-se, nesse momento, no combate à Revolta de Princesa. Nesse sentido, ordenou que a política paraibana invadisse escritórios e residências de pessoas suspeitas de receptar armamentos destinados aos rebeldes.
Numa dessas invasões - na residência de João Dantas, aliado de José Pereira -, foram encontradas cartas íntimas trocadas entre Dantas e sua amante. As cartas foram publicadas pela imprensa alinhada ao governo estadual, provocando grande escândalo na sociedade paraibana. Dias depois, em viagem a Recife, João Pessoa foi assassinado com dois tiros desferidos por João Dantas em uma confeitaria da capital pernambucana. O assassinato provocou forte comoção no País.
Os líderes da Aliança Liberal trasladaram o corpo para o Rio de Janeiro, onde foi enterrado em meio a grande manifestação popular. Nas cidades por onde passou, o cortejo fúnebre foi alvo de manifestações semelhantes. Tal clima contribuiu para que os preparativos revolucionários se acelerassem, resultando na deposição de Washington Luís, em outubro, e na ascensão de Vargas ao poder, no mês seguinte. Em setembro de 1930, a capital paraibana, até então denominada cidade da Paraíba, foi rebatizada com seu nome.
Membros da Aliança Liberal no Rio de Janeiro, agosto de 1929, FGV, CPDOC.
A Ação Integralista Brasileira - AIB - ainda é um episódio histórico pouco conhecido e explorado pelos historiadores brasileiros. Sabe-se que este partido politico, criado pelo escritor e explorado Modernista e jornalista Plínio Salgado, em 7 de outubro de 1932, através da divulgação de seu Manifesto de Outubro. Crê-se que ela foi fruto da SEP - Sociedade de Estudos Paulista. Este partido teve uma vida ativa durante apenas cinco anos, quando então foi extinto, junto com outro grupos políticos, pelo Estado novo, comandado por Getúlio Vargas
Talvez esta obscuridade a que o Integralismo brasileiro foi relegado se deva a seu envolvimento com o nazismo alemão e o fascismo italiano, realmente, sua doutrina foi largamente influenciada pelos ideais fascistas, e justamente por alimentar estas crenças, a AIB entrou logo em confronto com associações adversárias, como a Aliança Nacional Libertadora - ANL - dirigida pelo PCB, partido comunista Brasileiro, reproduzindo um contexto mundial de luta entre o fascismo e o socialismo.
Este movimento se restringia basicamente à classe média, como tantos outros grupos nacionalistas. Eles entraram para a história como os "camisas verdes" ou "galinhas verdes", uma referência aos uniformes que eles adotaram. Este movimento integralista surgiu em um cenário de falência politica da oligarquia, com a consequente desativação das ardentes polèmicas politicos - ideológicas que se alastravam pela zona rural, assim estas discussões em torno de grandes ideais foram transferida para o àmbito urbano.
Ao mesmo tempo, a Europa fervilhava com novas doutrinas e ideologias, produtos das dificuldades vividas no período entre as duas Guerras Mundiais - 1919-1938 - e da crise do Capitalismo, que atingiu seu ápice em 1929, com a queda abrupta da Bolsa de Nova Iorque. Neste cenário surgiram o fascismo na Itália e o Nazismo na Alemanha, nascidos desse clima de instabilidade. Em nosso país a Revolução de 1930 criou uma atmosfera propicia para o nascimento do Integralismo, única opção diante do governo de Getúlio Vargas e dos avanços do movimento comunista. Talvez por isso os integralistas tenham conquistado a adesão tanto de empresários quanto de operários insatisfeitos com a esquerda.
A Ação Integralista Brasileira contou com nomes de vulto, como os de Gustavo Barroso; Miguel Reale e Santiago Dantas, nomes conceituados e respeitáveis. Este partido também teve a participação ativa das mulheres. Elas não podiam integrar o Comando Nacional, mas tinham espaço nas decisões regionais.
O Integralismo aparecia como um caminho alternativo para a massa desorganizada, não conquistada ainda pelo Partido Comunista. Além do mais, ofereceu às mulheres e aos negros a oportunidade de participar da política brasileira; estabeleceu um código rigoroso de ética e moralidade, regulando o comportamento e os rituais cotidianos, como o batismo e o enterro. Chamava a atenção também por sua política assistencialista, incluindo a edificação de escolas e ambulatórios, sem falar na tradicional distribuição de cestas básicas.
Na iminência das eleições para Presidente, em 1937, Plínio Salgado, então considerado o candidato preferido da população, publicou o Manifesto Programa de 1937, um dos documentos mais importantes deste partido. Embora muitos nem imaginem, esta publicação influenciou várias práticas do Estado Novo, bem como vários estadistas importantes, como Juscelino Kubitschek, e até mesmo projetos como a ‘Casa Própria’ e a ‘Alfabetização de Adultos’.
Embora Getúlio Vargas apoiasse desde o princípio os integralistas, ao articular seu golpe – em grande parte com a cumplicidade desse movimento, inclusive com a negociação de Plínio Salgado para nesta nova gestão ocupar o Ministério da Educação -, ele flagrou a AIB com a proibição de qualquer grupo político a partir de novembro de 1937.
Sessão de encerramento do Congresso integralista - Plínio Salgado encontra-se ao centro (sentado) - em Blumenau, Santa Catarina, 1935.
Sede da Aliança Nacional Libertadora, ANL, no centro do Rio de Janeiro, 1935.
Trabalhadores homenageiam Vargas na Esplanada do Castelo, 1940, Rio de Janeiro
Exaltação de Getúlio em Cartaz produzido pela DIP convocando trabalhadores para comemorar o 1ª de Maio
Biografia
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19/4/1882, na cidade de São Borja (RS) e faleceu em 24/8/1954, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Foi o presidente que mais tempo governou o Brasil, durante dois mandatos. Foi presidente do Brasil entre os anos de 1930 a 1945 e de 1951 a 1954. Entre 1937 e 1945 instalou a fase de ditadura, o chamado Estado Novo.
Revolução de 1930 e entrada no poder
Getúlio Vargas assumiu o poder em 1930, após comandar a Revolução de 1930, que derrubou o governo de Washington Luís. Seus quinze anos de governo seguintes, caracterizaram-se pelo nacionalismo e populismo. Sob seu governo foi promulgada a Constituição de 1934. Fecha o Congresso Nacional em 1937, instala o Estado Novo e passa a governar com poderes ditatoriais. Sua forma de governo passa a ser centralizadora e controladora. Criou o DIP ( Departamento de Imprensa e Propaganda ) para controlar e censurar manifestações contrárias ao seu governo.
Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário , esposa do líder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.
Perseguiu opositores políticos, principalmente partidários do comunismo. Enviou Olga Benário , esposa do líder comunista Luis Carlos Prestes, para o governo nazista.
Realizações
Vargas criou a Justiça do Trabalho (1939), instituiu o salário mínimo, a Consolidação das Leis do Trabalho, também conhecida por CLT. Os direitos trabalhistas também são frutos de seu governo: carteira profissional, semana de trabalho de 48 horas e as férias remuneradas.
GV investiu muito na área de infraestrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.
GV investiu muito na área de infraestrutura, criando a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Vale do Rio Doce (1942), e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco (1945). Em 1938, criou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Saiu do governo em 1945, após um golpe militar.
O Segundo Mandato
Em 1950, Vargas voltou ao poder através de eleições democráticas. Neste governo continuou com uma política nacionalista. Criou a campanha do "Petróleo é Nosso" que resultaria na criação da Petrobrás.
O suicídio de Vargas
Em agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete com um tiro no peito. Deixou uma carta testamento com uma frase que entrou para a história : "Deixo a vida para entrar na História." Até hoje o suicídio de Vargas gera polêmicas. O que sabemos é que seus últimos dias de governo foram marcados por forte pressão política por parte da imprensa e dos militares. A situação econômica do país não era positiva o que gerava muito descontentamento entre a população.
Conclusão
Embora tenha sido um ditador e governado com medidas controladoras e populistas, Vargas foi um presidente marcado pelo investimento no Brasil. Além de criar obras de infra-estrutura e desenvolver o parque industrial brasileiro, tomou medidas favoráveis aos trabalhadores. Foi na área do trabalho que deixou sua marca registrada. Sua política econômica gerou empregos no Brasil e suas medidas na área do trabalho favoreceram os trabalhadores brasileiros.
Carreira Política de Getúlio Vargas:
- 1909 - eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul
- 1913 - reeleito deputado estadual (renunciou no mesmo ano)
- 1917 - retornou à Assembléia Legislativa
- 1919 e 1921 - reeleito deputado estadual
- 1924 a 1926 - deputado federal
- 1926 a 1927 - Ministro da Fazenda
- 1928 a 1930 - Governador do Rio Grande do Sul
- 1930 a 1945 - Presidente do Brasil
- 1951 a 1954 - Presidente do Brasil
- 1913 - reeleito deputado estadual (renunciou no mesmo ano)
- 1917 - retornou à Assembléia Legislativa
- 1919 e 1921 - reeleito deputado estadual
- 1924 a 1926 - deputado federal
- 1926 a 1927 - Ministro da Fazenda
- 1928 a 1930 - Governador do Rio Grande do Sul
- 1930 a 1945 - Presidente do Brasil
- 1951 a 1954 - Presidente do Brasil
Cartaz. O anúncio da CLT foi mostrado de forma propagandística, dando a conotação de uma lei fruto da iniciativa e generosidade de uma só pessoa 1943.
A carteira Profissional
Manifestação cívica no Dia do trabalho, em homenagem a Vargas no estádio do Vasco da Gama, 1941, Rio de Janeiro.
Desfile escolar comemorativo do dia da Pátria, na Qunta da Boa Vista, Rio de Janeiro, 1943.
Arquivo Nacional.
Queremismo no Rio de Janeiro, 1945.
Livros sobre Getúlio Vargas
Getúlio Vargas - O Poder e o Sorriso - Coleção Perfis Brasileiros Autor: Fausto, Boris
Editora: Companhia das Letras
Editora: Companhia das Letras
De Getúlio a Getúlio - O Brasil de Dutra a Vargas - Coleção História em Documentos Autor: Dantas F, José; Doratioto, Francisco Fernando
Editora: Atual
Editora: Atual
Getúlio Vargas - Mito e Realidade - Audiolivro Autor: Guzzo, Maria A. Dias
Editora: Universidade Falada
Editora: Universidade Falada
Brasil : De Getúlio Vargas a Castelo Branco Autor: Skidmore, Thomas E.
Editora: Paz e Terra
Editora: Paz e Terra
Getúlio Vargas e o Triunfo do Nacionalismo Brasileiro Autor: Ludwig Lauerhass Jr.
Editora: Itatiaia
Editora: Itatiaia
Vitória na Derrota - A Morte de Getúlio Vargas Autor: Aguiar, Ronaldo Conde
Editora: Casa da Palavra
Editora: Casa da Palavra
A Construção Discursiva do Povo Brasileiro - Os Discursos de 1º de Maio de Getúlio Vargas Autor: Lima, Maria Emília Amarante Torres
Editora: UNICAMP
Editora: UNICAMP
Getúlio Vargas - Depoimento de um Filho Autor: Canton, Olides
Editora: Leitura XXI
Editora: Leitura XXI
Getúlio Vargas e a Economia Contemporânea Autor: Szmrecsanyi, Tamas
Editora: UNICAMP
Editora: UNICAMP
Getulio Vargas e o seu Tempo - volumes I e II Autor: Jorge, Fernando
Editora: T. A. Queiroz
Editora: T. A. Queiroz
Getúlio Vargas e Outros Ensaios - Síntese Rio-Grandense Autor: Franco, Sergio da Costa
Editora: UFRGS
Editora: UFRGS
Getúlio Vargas e Sua Época - Coleção História Popular Autor: Faria, Antonio A. Da Costa
Editora: Global
Editora: Global