quinta-feira, 7 de junho de 2012

Série "Construtores do Brasil": Deodoro da Fonseca - TV Câmara


                                           


                                               Bandeira da Presidência, Deodoro da Fonseca e suas homenagens                           
                                                                       
Proclamador da República

Nasceu na cidade de Alagoas (atual cidade de Marechal Deodoro), em Alagoas, no dia 5 de agosto de 1827, e morreu em 23 de agosto de 1892, no Rio de Janeiro (RJ).

Chefe militar de grande prestígio na tropa, desferiu um golpe na escravidão quando decidiu que o Exército não mais perseguiria negros fugitivos. Proclamador e primeiro presidente da República, preferiu renunciar a lançar o país numa guerra civil.



O dia 05 de agosto é a data de nascimento de Deodoro da Fonseca, o militar responsável pela proclamação da república do Brasil. Alagoano, nasceu no ano de 1827.

Sua carreira estudantil passou pela escola militar, terminando os estudos como artilheiro. Aos 21 anos de idade já integrava as tropas militares do país.


 Participou de várias lutas no período do império, como a de Pernambuco, tentando combater a Revolução Praieira, a brigada expedicionária ao rio da Prata, o cerco a Montevidéu, dentre outros.

Influenciado por militares durante a Guerra do Paraguai, o marechal Deodoro da Fonseca teve grande atuação na história do Brasil, comandando um movimento para a derrubada do imperador D. Pedro II do poder.

As insatisfações com o monarca eram muitas, vindas de vários lados da sociedade, como fazendeiros, cafeicultores, além da igreja católica.

Durante o movimento Deodoro da Fonseca foi traído, sendo perseguido pelas tropas do imperador, que tentaram prendê-lo. Mas apoiado pela população, por civis e jornalistas e pelo exército, invadiu a Praça da Aclamação no Rio de Janeiro, proclamando a república do país e assumindo o poder, se tornando o primeiro presidente do Brasil, sendo escolhido pelo Congresso através de eleições indiretas, em 25 de fevereiro de 1891.

No governo provisório de Deodoro da Fonseca os ministros eram republicanos renomeados historicamente, além de liberais da monarquia. Compunham seus ministérios: Campos Sales – Justiça; Eduardo Wandenkolk – Marinha; Benjamim Constant – Guerra e Instrução Pública, Correios e Telégrafos; Quintino Bocaiúva – Negociações Estrangeiras; Rui Barbosa – Fazenda; Aristides Lobo – Interior; Demétrio Nunes Ribeiro – Agricultura, Comércio e Obras Públicas.

Porém, seu governo não se manteve por muito tempo, devido a problemas políticos e econômicos, como o “encilhamento” e a dissolução do Congresso Nacional, encerrando o período de administração do país em 23 de novembro de 1891.

Por ter sido uma figura de grande importância para o cenário político do Brasil, recebeu algumas homenagens como o Monumento Marechal Deodoro, no Rio de Janeiro, tendo também sua face estampada em uma nota de 20 mil réis, em 1925.

Deodoro da Fonseca faleceu em 23 de agosto de 1892, por dispneia (dificuldade em respirar).





Série "Construtores do Brasil": Dom Pedro I - TV Câmara



 


Proclamador da Independência 

Nasceu em 12 de outubro de 1798, na cidade de Queluz (Portugal), e morreu em 24 de setembro de 1834, na mesma cidade.

Era o mais brasileiro dos integrantes da Família Real que se mudou para o Brasil em 1808. Conduzido por José Bonifácio de Andrada e Silva, o jovem e impetuoso príncipe português fundou o Império do Brasil com a célebre frase "Independência ou Morte"
Biografia de Dom Pedro I:

Dom Pedro I (1798-1834) foi Rei de Portugal e primeiro Imperador do Brasil.

Nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1798, e faleceu no dia 24 de setembro de 1834. Herdeiro da coroa portuguesa em 1801, era filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Possuidor de notável inteligência e acentuados pendores artísticos.

Em 1807 Portugal foi invadido pelos franceses e a família real veio para o Rio de Janeiro. Pedro era uma menino, com apenas 9 anos, rebelde, fugia do castelo para brincar com os garotos pobres do porto.

 Aos 17 anos, parecia tudo menos um príncipe. Independente, chegava em casa ao amanhecer, gostava da boemia e vivia se metendo em brigas.

Pedro foi educado por religiosos (seus primeiros mestres foram o Dr. José Monteiro da Rocha, ex-jesuíta, e frei Antônio de Nossa Senhora da Salete), dedicava-se mais à equitação e atividades físicas do que aos estudos. Depois da mudança da família real para o Brasil (1807), frei Antônio de Arrábida tornou-se seu principal preceptor, porém o príncipe, continuou avesso aos estudos e preferia a vida solta no paço de São Cristóvão e na fazenda de Santa Cruz.

Em março de 1816, com a aclamação de seu pai a rei de Portugal, recebeu o título de Príncipe Real e herdeiro do trono em virtude da morte do irmão mais velho, Antônio.
 No mesmo ano casou-se com Carolina Josefa Leopoldina, arquiduquesa da Áustria.

Com fama de aventureiro e boêmio, teve 13 filhos reconhecidos e mais cinco naturais: sete com a primeira esposa, a arquiduquesa Leopoldina, da qual enviuvou (1826); uma filha com a segunda esposa, a duquesa alemã Amélia Augusta; cinco com a amante brasileira Domitila de Castro, a marquesa de Santos; e mais cinco com diferentes mulheres, inclusive com uma irmã de Domitila, Maria Benedita Bonfim, baronesa de Sorocaba (1), com uma uruguaia María del Carmen García (1), com duas francesas Noémi Thierry (1) e Clémence Saisset (1) e com uma monja portuguesa Ana Augusta (1).

A família real retornou à Europa em 26 de abril de 1821, ficando D. Pedro como Príncipe Regente do Brasil. 

A corte de Lisboa despachou então um decreto exigindo que o Príncipe retornasse a Portugal. Essa decisão provocou um grande desagrado popular e D. Pedro resolveu permanecer no Brasil. Desagradou a Corte Portuguesa, que suspendeu o pagamento de seus rendimentos, mas resistiu, criando o famoso Dia do Fico (09/01/1822).

Com a popularidade cada vez mais em alta, quando ia de Santos para a capital paulista, recebeu uma correspondência de Portugal, comunicando que fora rebaixado da condição de regente a mero delegado das cortes de Lisboa. Revoltado, ali mesmo,em 7 de setembro de 1822, junto ao riacho do Ipiranga, o herdeiro de D. João VI, resolveu romper definitivamente contra a autoridade paterna e declarou a independência do Império do Brasil, proferindo o grito de independência ou morte, rompendo os últimos vínculos entre Brasil e Portugal.

De volta ao Rio de Janeiro, D. Pedro foi proclamado, sagrado e coroado Imperador e defensor perpétuo do Brasil. Impulsivo e contraditório, logo abandonou as próprias idéias liberais, dissolveu da Assembléia Constituinte, demitiu José Bonifácio e criou o Conselho de Estado que elaborou a constituição (1824).

Em meio a dificuldades financeiras e várias e desgastantes rebeliões localizadas, instalou a Câmara e o Senado vitalício (1826), porém um fato provocou desconforto geral e o seu declínio político no Brasil. 

Com a morte de D. João VI, decidiu contrariar as restrições da constituição brasileira, que ele próprio aprovara, e assumir, como herdeiro do trono português, o poder em Lisboa como Pedro IV, 27º rei de Portugal.

Foi a Portugal e, constitucionalmente não podendo ficar com as duas coroas, instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória, como Maria II, de sete anos, e nomeou regente seu irmão, Dom Miguel. Porém sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para minar a popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na guerra cisplatina (1825-1827).

Os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo, a quem fez Viscondessa e depois Marquesa de Santos, o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade.

Voltando a Portugal, com o título de Duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado pelo irmão, Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos.

 Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão usurpador e restaurou o absolutismo. Porém voltara tuberculoso da campanha e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera, com apenas 36 anos de idade, e foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei.

            Monumento do Ipiranga                                                

 No sesquicentenário da independência do Brasil (1972), seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo.    


                                                       Hino da Independência do Brasil                   

Sabe-se, ainda, que o Imperador teve formação musical bastante esmerada, tendo sido aluno de mestres como o Padre José Maurício Nunes Garcia, Marcos Portugal e Sigismund Neukomm. Tocava clarineta, fagote e violoncelo. Dele se conhece uma Abertura, executada no Teatro Italiano de Paris (1832), um Credo, um Te Deum, o Hino da Carta, adotado posteriormente como Hino Nacional Português (até 1910), e o Hino da Independência do Brasil. Seu nome de batismo é Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.



Série "Construtores do Brasil": Pedro Álvares Cabral - TV Câmara


                                                     Brasil: Viagem de Pedro Álvares Cabral
 

                                                                             
Cabral Descobridor do Brasil

Nasceu na cidade de Belmonte (Portugal), em 1467 (ou 68), e morreu em Santarém (Portugal), em 1520 (ou 26). 

Ao zarpar do Rio Tejo, em 8 de março de 1500, com a maior armada até então organizada em Lisboa, o almirante tinha a missão oficial e pública de ir à Índia. Mas seu grande feito foi tomar posse da que seria a maior obra do Ciclo dos Descobrimentos portugueses.





A nobre e heróica estirpe de nosso Descobridor
Pertencente a uma linhagem de nobres e valorosos guerreiros, Pedro Álvares Cabral, além de intrépido navegador, caracterizou-se por uma devoção mariana, precioso legado transmitido aos descendentes.

Portugal, nome de um pequeno país - pequeno em dimensões, mas enorme quanto a tradições históricas e valor humano – era uma nação de pouco mais de 1 milhão de habitantes quando se lançou na proeza de expandir a Fé e o Império por um mundo até então desconhecido.

Nesse novo mundo, misterioso e fascinante para os Europeus da época, inseria-se o nosso Brasil. Hoje, passados cinco séculos do descobrimento, permanecem desconhecidos da grande maioria dos brasileiros fatos relativos à figura do protagonista desse marcante evento histórico – Pedro Álvares Cabral. Assim, é por nós pouco conhecido aquele que fez o Brasil conhecido.

Quem, afinal, foi o homem que a história menciona como aquele que descobriu a Ilha de Vera Cruz, posteriormente chamada de Terra de Santa Cruz e, finalmente, Brasil? Sua história ainda não foi por completo estudada (e talvez nunca venha a ser), embora muitos pormenores já são conhecidos dos historiadores.

No ano de 1468[i], no Castelo de Belmonte, propriedade da família Cabral, nascia um menino de nome Pedro, filho de Fernão Cabral e de Dona Isabel de Gouveia. Fernão Cabral lutou ao lado de D. João I e os três Infantes, na famosa conquista de Ceuta, em 1415, junto com seu pai, Luís Álvares Cabral.

A genealogia e a origem do nome “Cabral” perdem-se nas brumas da história portuguesa. O Visconde de Sanchez de Baêna assim escreve: “A família Cabral demarca a sua existência desde tempos imemoráveis... Nenhuma outra a sobrepuja em sólida antigüidade de nobreza, e feitos de edificante e variada lição.

O seu aparecimento, embora a princípio não se possa coordenar numa série genealógica, que nos leve, indivíduo por indivíduo, a estabelecer a sua continuidade desde os primeiros tempos da monarquia, remonta-se todavia bem longe, vendo nós brilhar de espaço a espaço nas lutas de Portugal nascente, alguns indivíduos do apelido Cabral”.[ii]
A elevada linhagem da família (impossível de reproduzir em um curto artigo) e o seu prestígio, permitiram a Pedro Álvares Cabral contrair matrimônio com Dona Isabel de Castro, dama pertencente à mais alta nobreza do Reino, como terceira neta dos Reis Dom Fernando de Portugal e Dom Henrique de Castela, sobrinha do célebre herói da Índia, Afonso de Albuquerque.

Qualidades pessoais: critério para a escolha de Cabral

Nessa época Portugal, cheio dos “cristãos atrevimentos” de que nos fala Camões, estava preparando armada a ser enviada às índias. Para organizar a expedição, o Rei Dom Emanuel o Venturoso, convocou seu Conselho: “E não somente se assentou no conselho o número de naus e gente que havia de ir nesta armada, mais ainda o capitão-mor dela, que por ‘calidades’ de sua pessoa, foi escolhido Pedro Alvares Cabral, filho de Fernam Cabral”[iii].
Pedro Álvares Cabral fora escolhido, por suas “qualidades pessoais”, para chefiar a esquadra que, no dia 9 de março de 1500, após a Santa Missa celebrada pelo Bispo D. Diogo Ortiz, Bispo de Cepta, rumaria para as Índias, passando pelo Brasil.

Dessa expedição, que trataremos em artigo posterior, participaram 13 navios, tendo apenas quatro deles conseguido retornar à Portugal. Os demais perderam-se todos, tragados pelo mar, juntamente com sua tripulação. No dia 23 de junho de 1501 – ou seja, um ano, três meses e 14 dias depois de sua partida, totalizando 470 dias de viagem – chega Pedro Álvares Cabral ao Tejo.

Pôde, desse modo, Dom Emanuel, o Venturoso, acrescentar ao seu título de “Rei de Portugal e dos Algarves Daquém e de Além Mar em África, e Senhor da Guiné” o de “Senhor da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia.”

Não percebera ele ainda, a essa altura, que Cabral enriquecera sua coroa com um florão incomparavelmente mais suntuoso e, sobretudo mais do que isso, levantara o Estandarte da Cruz na terra que estava destinada a ser o país de maior população católica do mundo[iv].
Incompreensões e afastamento da Corte
Pedro Álvares Cabral retorna à Portugal e, como freqüentemente acontece na vida dos homens escolhidos pela Providência Divina para realizarem grandes obras, sofreu incompreensões e dissabores, tendo se retirado do Corte e nunca mais recebido qualquer encargo público.

Não sabemos o motivo que levou o descobridor do Brasil a se afastar da vida pública[v]. Sabemos que ele se manteve retirado e, depois dos sucessos referidos, recolheu-se em suas terras de Santarém, tendo falecido em 1520 ou 1528, segundo a divergência de alguns autores.

Sua sepultura esteve perdida durante o século XVII e XVIII, tendo sido encontrada em 1839 pelo historiador brasileiro Francisco Adolpho de Varnhagen, Visconde de Porto Seguro, na sacristia da Igreja de Nossa Senhora da Graça, em Santarém.

Em 1903, o Bel. Alberto de Carvalho trouxe para o Brasil parte dos restos mortais de Pedro Álvares Cabral, que foram depositados em uma urna na capela-mor da Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro.

Pouco conhecida é a história de um grande descobridor. Mais do que descobrir terras, ele comandou uma expedição que iniciou a evangelização dos índios, trazendo incontáveis almas para a Igreja de Cristo.

Intrépido batalhador, ele desejava dilatar a Fé e expandir o império. Sabia ser gentil e amável, como o foi com os índios brasileiros, mas também sabia guerrear contra os inimigos de Cristo, como o fez com mouros que o traíram na Índia.
Devoção mariana: virtude do Descobridor e de sua família
Em sua nau capitânia, ele levava consigo uma pequena imagem da Senhora da Esperança, até hoje venerada em Belmonte, certo de ser Ela o melhor refúgio nas inconstâncias do mar tenebroso. Foi diante dessa imagem que ele, no momento em que seus companheiros celebravam o descobrimento do Brasil, se ajoelhou e agradeceu a Deus o sucesso do empreendimento [vi].

Quando retornou de sua viagem, o nosso descobridor mandou construir uma capela para a Senhora da Esperança. Capela essa ampliada pelos seus descendentes que a iluminaram quotidianamente com um círio.[vii]

Pedro Álvares Cabral foi, antes de tudo, um homem de Fé, que se lançou ao mar sob a proteção da Cruz de Cristo, nome com o qual foi primeiramente ‘batizado’ o nosso Brasil segundo seu desejo, como capitão da esquadra. Uma esquadra que levava a bandeira da Ordem de Cristo, em cujas velas se estampava a Cruz característica dessa Ordem de Cavalaria, e que chegou ao solo de um país iluminado pelas estrelas do Cruzeiro do Sul.

Que a Senhora da Esperança, que tão bem protegeu o descobridor do Brasil, continue a derramar suas bênçãos sobre a Terra de Santa Cruz.
Referências Bibliográficas
[i] Segundo se acredita, pois não se tem certeza do ano.
[ii]
 Sanches de Baêna, O Descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral, Lisboa, 1987, pp. 10-22.
[iii]
 João de Barros, Décadas da Índia, Década I, Livro V, Cap. 1.
[iv]
 Apud O ‘Muy Bom fidalgo’ que descobriu o Brasil., Catolicismo, nº 219, março de 1969.
[v]
 Alguns historiadores, como Gaspar Corrêa em seu livro Lendas da Índia, levantam a hipótese de um desentendimento com Vasco da Gama, que teria exigido ser o comandante, em lugar de Pedro Álvares Cabral, da esquadra que partiria para as Índias em 1502.
[vi]
 Bueno, Eduardo, A Viagem do Descobrimento, Vol. 1, Coleção Terra Brasilis, Ed. Objetiva, Rio de Janeiro, 1998.
[vii]
 Cortesão, Jaime, A Expedição de Pedro Álvares Cabral e o Descobrimento do Brasil”, Portugália editora, Lisboa, 1967
Fonte: www.lepanto.com.br

Série "Construtores do Brasil": Duque de Caxias - TV Câmara


           
                                                              Hino a Duque de Caxias   
                                                                                 
                                                                                   

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quarta-feira, 6 de junho de 2012

grandes civilizações Império Romano



                                                                              

Grandes civilizações Grécia



                                                                                       

grandes civilizações império Bizantino



                                                                                      

grandes civilizações Império Carolíngios



                                                                                 

Grandes Civilizações Mesopotâmia



                                                                                 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Grandes civilizações Os Hebreus



grandes civilizações os Vikings e os Celtas

                                                                       
                                                                                   

Grandes civilizações o Japão Antigo

                                                                               

                                                                                    

Grandes civilizações India

                                                                                     
                                                                                    

segunda-feira, 4 de junho de 2012

vídeos aulas Renascimento ENEM




                                                                             

                                  
                                                                             
                                                                                 

domingo, 3 de junho de 2012

Grandes civilizações China antiga

                                                                                   
  Episódio da série "Grandes Civilizações", que conta de maneira didática a história de povos importantes para a evolução da humanidade.
                                                                                     

sábado, 2 de junho de 2012

VÍDEO 100 ANOS DA REVOLTA DA CHIBATA


Em 1910, dois mil marinheiros se rebelaram e tomaram quatro navios de guerra na Baía de Guanabara.

O principal motivo da revolta eram os castigos físicos na Marinha.

Vamos voltar 100 anos no calendário da nossa história para contar um dos momentos mais dramáticos da recém-nascida República do Brasil:

 a Revolta da Chibata. Uma ferida ainda não cicatrizada que atravessou o século e até hoje provoca polêmica.

Em 22 de novembro de 1910, uma semana após a posse do presidente Hermes da Fonseca, dois mil marinheiros se rebelaram e tomaram quatro navios de guerra na Baía de Guanabara.

 Durante seis dias, apontaram 80 canhões e ameaçaram bombardear a cidade, que, na época, contava com 870 mil habitantes.

Tiros chegaram a ser disparados, matando duas crianças.
 Quatro oficiais morreram no encouraçado Minas Gerais.


O motim tinha como um dos comandantes e principal porta-voz um marinheiro negro semialfabetizado, João Cândido Felisberto, de 30 anos.

 O principal motivo da revolta eram os castigos físicos na Marinha, como chibatadas muito comuns, apesar de já se terem passado 12 anos da abolição da escravatura no Brasil.

Saiba quem era João Cândido e por que a Marinha não o reconhece como um mito, no que ele acabou se transformando.

 Ficou conhecido como o 'almirante negro', com estátua na Praça XV, nome de um petroleiro, tema livros e inspiração de um samba muito popular de João Bosco e Aldir Blanc: "O Mestre-Sala dos Mares

                                                parte 1/3

                                                
                                              parte 2/3
                                                   
                                                  
                                  
                                                  parte 3/3


                                               
                                                       





HERÓI INJUSTIÇADO: JOÃO CÂNDIDO – “O ALMIRANTE NEGRO”

HERÓI INJUSTIÇADO
A família de João Cândido, líder da Revolta da Chibata, quer os mesmos direitos que os perseguidos pela ditadura militar
Francisco Alves Filho

Nos livros de história do Brasil, o marinheiro João Cândido aparece como o herói da Revolta da Chibata.

 Corajoso, ele liderou em 1910 o motim no qual dois mil marinheiros negros obrigaram a Marinha a extinguir punições desumanas contra os soldados, como ofensas, comida estragada e chicotadas.

 Os revoltosos conseguiram seu objetivo, mas foram expulsos dos quadros militares ou presos e mortos.

Só recentemente João Cândido saiu da condição de personagem esquecido da historiografia oficial para o papel de protagonista.

Em 2008, uma lei finalmente concedeu anistia póstuma a ele e a outros marinheiros.
 A reparação, porém, foi incompleta. No ano do centenário da Revolta da Chibata, João Cândido e os outros revoltosos continuam sem as devidas promoções e seus familiares sem receber indenização – como aconteceu com os que resistiram à ditadura militar, por exemplo.

 Os prejuízos com a expulsão da Marinha não foram compensados. “Sinto como se meu pai ainda fosse um renegado e não um herói”, diz Adalberto Cândido, o Candinho, 71 anos, filho de João Cândido.
 As comemorações pelos 100 anos da Revolta da Chibata não o animam. “Homenagens são bonitas, mas não enchem barriga”, desabafa Candinho.
Para negar indenização aos anistiados, há dois anos, o governo alegou que, se todos os descendentes recebessem, haveria um rombo no orçamento.

O tempo derrubou o álibi: apenas dois grupos de parentes pediram anistia.

 A verdade é que, por trás do argumento, estava também a resistência da Marinha. Agora, a família de João Cândido torna a reivindicar seus direitos.

 Por causa da exclusão da Marinha, ele não pôde mais conseguir emprego formal. Mudou-se para São João de Meriti, o mais pobre dos municípios da Baixada Fluminense, onde parte de sua família vive até hoje.

 Por décadas, sustentou a mulher e os sete filhos com o que ganhava como pescador.
Uma imagem nada condizente com o personagem épico que o jornal “O Paiz” descreveu como “o árbitro de uma Nação de 20 milhões de almas”.

O filho recorda-se das dificuldades: “Usávamos tamancos em vez de sapatos, vestíamos roupas velhas, não tínhamos eletricidade”, relata. João Cândido morreu na miséria em 1969, em Meriti.

A Lei nº 11.756/2008, de autoria da senadora Marina Silva (PV), previa a anistia com indenização, que acabou vetada no texto assinado pelo presidente Lula.

 Na época, os familiares de João Cândido aceitaram a argumentação de que o custo para os cofres públicos seria muito alto.

Até agora, no entanto, apenas duas solicitações foram feitas. “Muitos já morreram e outros nem sabem que seus ascendentes participaram da revolta”, explica o historiador Marco Morel.

 Ele é neto de Edmar Morel, autor do livro “Revolta da Chibata”, primeira obra sobre o tema, relançada recentemente.

“Mesmo com esse risco, o governo poderia estabelecer um teto”, diz o historiador. 

“Se aqueles que lutaram contra a ditadura de 64 e seus parentes, muitos de classe média alta, receberam reparações em dinheiro, por que não os familiares dos marujos da Revolta da Chibata, quase todos pobres?” questiona Morel.

Procurado por ISTOÉ, o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos, disse que sua pasta apoiou a anistia. “A reivindicação por parte da família é um direito democrático”, admite o ministro.

 “O compromisso do governo é estabelecer formas de reparação que façam justiça à luta de João Cândido.” Santos não diz, no entanto, se tomará alguma providência prática em favor da indenização.

Um dos principais responsáveis pela popularização de João Cândido foi o compositor Aldir Blanc, autor da letra do samba “O Mestre-Sala dos Mares”, em parceria com João Bosco.

Lançada na década de 70, em plena ditadura, a música contava a história da Revolta da Chibata e por isso Aldir foi convocado ao Departamento de Censura.

“Tive que mudar o título, que originalmente era ‘O Almirante Negro’, para burlar o censor”, recorda-se.

Tratamento desumano

A Revolta da Chibata se desenrolou entre 22 e 27 de novembro de 1910, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, então capital federal.

 Revoltados com as agressões sofridas por parte dos oficiais e com a comida estragada servida nos navios, marinheiros do Encouraçado Minas Gerais se amotinaram.

 Tomaram o controle da embarcação e ameaçaram acionar os canhões contra a cidade se os maus-tratos não fossem cancelados – objetivo que foi alcançado.

 O presidente da época, Marechal Hermes da Fonseca, aceitou anistiar os revoltosos, mas voltou atrás. Muitos foram expulsos da Marinha, alguns presos e outros acabaram mortos.

A Marinha tornou público seu ressentimento contra João Cândido em 2008, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inaugurou uma estátua em homenagem a ele, na Praça XV. Na ocasião, oficiais reclamaram e só se acalmaram quando conseguiram a garantia de que o monumento não ficaria de frente para a Escola Naval, situada ali perto.

 A estátua está voltada para o mar. Diante de tal rejeição, o filho do Almirante Negro se mostra cansado de brigar.

 “Se agora, no centenário da Revolta, não liberarem a indenização e a promoção dele, eu desisto de brigar”, diz Candinho. ( ISTO É INDEPENDENTE )

Grandes Brasileiros ( opinião e notícia )
João Cândido
4/05/2006
Nossa tentativa de resgatar os heróis brasileiros em uma série de textos publicada semanalmente revelou um fato interessante: heroísmo é um conceito extremamente pessoal.

Foram diversas cartas de leitores elogiando e criticando cada um destes personagens.
 Sendo assim decidimos mudar o nome da série de reportagens de Heróis brasileiros para Grandes brasileiros.

 Desta forma, continuaremos a mostrar feitos de pessoas que contribuíram para nossa história.

João Cândido: grande brasileiro cantado por Elis Regina

Os grandes brasileiros podem ser figuras pouco comentadas nas salas de aula, esquecidas dos livros e da memória das pessoas.

Mas alguns deles aparecem na música popular, mesmo que de forma sutil.

 É o caso de João Cândido Felisberto, militar brasileiro que liderou a Revolta da Chibata no ano de 1910.

E a música, de autoria de Aldir Blanc e João Bosco, se chama O mestre-sala dos mares – o nome originalmente seria Almirante Negro, porém precisou ser alterado porque a censura julgou que ofenderia as Forças Armadas. Interpretada por Elis Regina, a letra diz:

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu.
Conhecido como o navegante negro tinha a dignidade de um mestre-sala.

 A Revolta em que João Cândido teve destaque é um episódio bastante famoso, o que mostra que os eventos em si são lembrados com freqüência.

 Falta mesmo é dar ênfase a quem fez esses episódios e fazer esses nomes entrarem para a história, até, no caso de João Cândido, para fazer jus à letra da composição.

 O herói em questão nasceu na Província do Rio Grande do Sul em 1880, filho de escravos de uma fazenda, e ingressou na Escola de Aprendizes-Marinheiros do Rio Grande, da Marinha, aos 13 anos.

Em novembro de 1910, quando liderou a chamada Revolta da Chibata, seu objetivo era pleitear a abolição dos castigos corporais na Marinha de Guerra do Brasil.

 Em outros países essa forma de repreensão já havia sido abolida: a Espanha extinguiu os castigos físicos em 1823, a França em 1860, os EUA em 1862, a Alemanha em 1872 e a Inglaterra em 1881.

A Revolta da Chibata teve vitória ao conseguir que o governo federal selasse o compromisso de acabar com o emprego da chibata – o mesmo que chicote, instrumento utilizado nos castigos – e se comprometesse também a conceder anistia aos revoltosos.

 Apesar disso João Cândido – designado Almirante Negro pela imprensa nessa época – e os outros envolvidos na manifestação foram presos.

 Pouco tempo depois, um novo levante entre os marinheiros, ocorrido no quartel da Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, foi reprimido pelas autoridades.

 João Cândido se declarou contra a manifestação, mas assim mesmo foi expulso da Marinha, sob a acusação de ter favorecido os rebeldes. Seria absolvido apenas em 1912. João Cândido morreu aos 89 anos, no Rio de Janeiro.
                                                                                                                                                     
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