Fernão de Magalhães (1480-1521) foi um navegador português que, ao serviço do rei de Espanha, foi o primeiro a passar o Estreito de Magalhães (a) e o primeiro europeu a navegar no Oceano Pacífico. Fernão de Magalhães morreu nas Filipinas. A sua expedição, posteriormente chefiada por Juan Sebastián Elcano, completou em 1522 a primeira viagem de circum-navegação.
Com 25 anos alistou-se na armada que foi à Índia comandada por Francisco de Almeida, mas o seu nome não figura nas crónicas; sabe-se no entanto que ali permaneceu oito anos, que esteve em Goa, Cochim, Quíloa, que acompanhou Diogo Lopes de Sequeira a Malaca, viagem que acabou em naufrágio.
Neste período de tempo que viveu no Oriente, Magalhães estabeleceu estreitas relações de amizade com Francisco Serrão, que veio a ser feitor nas Molucas; dele teria tido informações quanto à situação dos lugares produtores de especiarias.
Tendo-se distinguido na defesa de Azamor, pediu a D. Manuel uma recompensa para os seus feitos; mas os boatos que corriam sobre a maneira pouco escrupulosa como dividira as presas de uma incursão mais rica tinham chegado aos ouvidos do Rei, levou-o a justificar perante o Rei que apesar de o considerar sem culpa não lhe concedeu as mercês pedidas. Em 1517, amadurecido com o projecto, vai a Sevilha com Rui Faleiro, tendo encontrado no feitor da Casa de la Contratación daquela cidade um adepto do seu projecto; ela podia oferecer ao Rei de Espanha a possibilidade de atingir as Molucas por mares não reservados aos portugueses no Tratado de Tordesilhas e, além disso, segundo Faleiro, provar-se-ia que aquelas ilhas das especiarias se situavam no hemisfério castelhano. Com a influência do bispo de Burgos conseguiram a aprovação do projecto por parte de Carlos V, e começaram os morosos preparativos para a viagem, cheios de incidentes; depois da ruptura com Rui Faleiro, Magalhães continuou a aparelhagem dos cinco navios que, com 256 homens de tripulação, partiram em Setembro de 1519.
A expedição
A armada fez escala nas Canárias e alcançou a costa da América do Sul, continuando para sul atingiram o porto de S. Julião à entrada do Estreito de Magalhães, onde o capitão decidiu hibernar; rebentou então uma revolta contra a sua autoridade que ele conseguiu dominar com habilidosa astúcia. Após cinco meses de paragem, Magalhães encontrou a saída do estreito, iniciando a travessia do Oceano Pacífico, que demorou cerca de quatro meses, começando a fome e a doença a dizimar a tripulação. Ancorados nas Filipinas em 1521, imediatamente começaram com os indígenas as trocas comerciais; as grandes dificuldades da viagem tinham sido vencidas, mas foi em Cebu que, atraído a uma emboscada, Fernão de Magalhães é morto. Sob o comando de Juan Sebastián Elcano, decidiram queimar a nau Concepción e contornar o Índico pelo sul, a fim de não encontrarem navios portugueses. A nau Victoria dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1522, fez escala em Cabo Verde, alcançando finalmente o porto de S. Lucar de Barrameda, apenas com dezoito homens na tripulação.
O regresso
A 6 de Setembro de 1522, Juan Sebastián Elcano e a restante tripulação da expedição de Magalhães e o último navio da frota, Victoria, regressaram a Espanha, praticamente decorridos três anos após a partida. A expedição de facto trouxe poucos benefícios financeiros. A tripulação não recebeu o seu ordenado completo.
(a) O Estreito de Magalhães é uma passagem navegável de aproximadamente 600 km imediatamente ao sul da América do Sul. Situa-se entre o continente e a Terra do Fogo e o cabo Horn ao sul. O estreito é a maior e mais importante passagem natural entre os oceanos Atlântico e Pacífico.
Fernão de Magalhães foi o primeiro europeu a navegar pelo estreito em 1520, durante sua viagem de circum-navegação. Como Magalhães entrou no estreito dia 1 de Novembro, ele foi chamado inicialmente de Estreito de Todos os Santos.
O Chile tomou posse do estreito em 23 de Março de 1843 e mantém a soberania sobre ele até hoje.
Antes da criação do Canal do Panamá, o estreito de Magalhães era a segunda passagem mais utilizada para atravessar do Atlântico ao Pacífico, depois do cabo Horn.
O estreito é conhecido pela dificuldade de navegação, devida ao clima inospitaleiro e à sua pequena largura.
Fonte: wikipedia