segunda-feira, 16 de julho de 2012

A morte misteriosa de Napoleão


A morte de napoleão um misterio que chama atenção de varios estudiosos
Câncer matou Napoleão e não veneno, diz estudo suíço 

A morte de Napoleão Bonaparte aconteceu no dia 05 de Maio de 1821 em Longowood na Ilha de Santa Helena quando ele tinha 51 anos. Ele está  sepultado no Hõtel de Invalides em Paris


Circunstâncias da Morte

Em 5 de Maio de 1821, com uma violentatempestade assolando a ilha Napoleão morreu segundo a opinião do médico que o assistiu não de um cãncer no estõmago, como seu pai, mas de uma úlcera provocada por uma má dieta e, sobretudo pela ansiedade.

 Existindo controvérsias  quando a Causa da morte, que teria sido ele assassinado por envenenamento.

LENDA SOBRE AMPUTAÇÃO

Há uma lenda que diz que Napoleão foi enterrado sem pênis, que teria sido amputado horas depois de sua morte de 170 anos a relíquia teria aparecido nos Estados Unidos, guardada por John Lattimer, professor de Urologia da Universidade de Colúmbia, em New York. 

A amputação teria sido feita pelo médico francês Francesco Antommarchi, despachado para Santa Helena para cuidar da úlcera de estõmago que acabou por matar Napoleão.

Antommarchi, um anatomista que pouco entendia de doenças, irritou o intempestivo corso, que recebia a cusparadas e insultos. " foi a vingança do médico", disse Lattime.

 Embora seja provável, não está provado que tenha sido o médico que fez a autópsia, Dr. Francesco Antommarchi, a subtrair o õrgão genital de Napoleão. 

Na sala estavam presentes dezessete testemunhas, sete médicos, duas criadas de Napoleão, um padre de nome Vignali e ainda um servo áraebe de nome Ali Haveria, portanto 29 suspeitos.

Embora os rumores persistam até os dias de hoje, a tal amputação nunca foi comprovada


Túmulo de Napoleão













domingo, 15 de julho de 2012

A Estátua da Liberdade é americana. FALSO!

Erguendo-se na entrada do porto de Nova York, este cartão-postal foi projetado e esculpido nos Estados Unidos para comemorar o centenário da independência do país, certo? Errado!

por Olivier Tosseri
 
Wikimedia Commons

A Estátua da Liberdade, monumento cujo nome oficial é “A Liberdade Iluminando o Mundo”, na verdade é uma obra francesa. A ideia de sua construção partiu de Édouard Lefèbvre de Laboulaye, historiador e político francês que era grande admirador dos Estados Unidos. Depois do fim da Guerra de Secessão, em 1865, ele propôs ao governo de seu país enviar aos americanos um presente para celebrar o centenário da independência da ex-colônia inglesa, comemorado em 1876. O projeto, confiado ao escultor alsaciano Frédéric Auguste Bartholdi, deveria simbolizar a amizade entre os dois países.

No entanto, em 1870 eclodiu a Guerra Franco-Prussiana, e a construção da estátua precisou ser interrompida. Mesmo com a volta da paz, novos obstáculos continuaram surgindo. A simpatia que os americanos demonstravam pelos alemães, por exemplo, decepcionava os franceses. Além disso, o futuro da recém-fundada III República francesa ainda era uma incógnita, e muitos deputados achavam inoportuno oferecer um presente daqueles aos Estados Unidos. Mesmo assim, Bartholdi cruzou o oceano Atlântico em 1871 para se encontrar com o presidente Ulysses Grant e checar a ilha de Bedloe, na baía de Nova York, onde a estátua deveria ser erguida.

Em 1875, com uma relativa estabilidade política na França, finalmente ficou decidido que o monumento seria construído, e os americanos deveriam se encarregar somente da base. Bartholdi precisou da ajuda de um engenheiro para elaborar a estrutura interna da obra e escolheu justamente Gustave Eiffel, autor da famosa torre de Paris. A estátua ficou pronta em 1884 e recebeu a visita do presidente francês Jules Grévy e do escritor Victor Hugo. No entanto, seu idealizador, Édouard Lefèbvre, morreu um ano antes de o projeto ser concluído.
 Em 1885, as 350 peças que compõem a estátua foram de trem até a cidade de Rouen, de onde desceram o rio Sena em um barco até o porto de Havre. O navio que carregava o monumento entrou no porto de Nova York em 17 de junho de 1885. Os americanos, porém, tiveram de esperar ainda mais um ano para ver o monumento de pé, já que os trabalhos de construção da base estavam atrasados por falta de financiamento.

Finalmente, em 28 de outubro 1886, foi inaugurada a escultura da mulher vestida com uma toga, empunhando as tábuas que fazem menção à Declaração de Independência de 1776. Somada à altura do pedestal, a estátua mede mais de 90 metros, e durante duas décadas sua tocha foi acesa para guiar as embarcações no porto de Nova York. Com o tempo, a oxidação fez a tonalidade castanho-avermelhada do cobre dar lugar à cor esverdeada que o monumento ostenta hoje.

Com dez anos de atraso, o presente de amizade tinha finalmente chegado ao destino para ali se transformar no mais francês dos símbolos americanos.

fonte: História viva

Não havia higiene na Idade Média?

Os homens cheiravam mal e não trocavam de roupa, e os camponeses viviam com animais. Não existiam banhos, mesmo porque lavar-se não era coisa bem vista. Certo? Errado!


 por Olivier Tosseri
Coleção Waldburg-Wolfegg, Castelo de Wolfegg
Banho público na Alemanha. Ilustração de manuscrito do século XV

Muita gente aprende nos bancos escolares ou em referências no cinema e em livros que os tempos medievais foram um zero à esquerda em matéria de asseio. Não é bem assim. Havia higiene na Idade Média, quando também se usava a água por prazer. Esse só não era um valor tão disseminado como hoje nas sociedades carentes, como em todos os períodos passados, de meios de educação abrangentes e democráticos.

Acervos preciosos de arte e objetos do período incluem itens usados na toalete de homens e mulheres, assim como iluminuras que representam pessoas se lavando. Os tratados de medicina e educação de Bartholomeus Anglicus, Vicente de Beauvais ou Aldobrandino de Siena, monges que viveram no século XIII, mostram uma preocupação real em valorizar a limpeza, principalmente a infantil.

A água era um elemento terapêutico e servia tanto para prevenir quanto para curar as doenças. Desenvolveram-se as estâncias termais e era recomendado e estimulado lavar-se regularmente. Como as casas não tinham água corrente, os grandes locais de higiene eram os banhos. Certamente herdados da Antiguidade, é provável que tenham voltado à moda graças aos cruzados retornados do Oriente, onde se havia conservado a tradição.

Nas cidades, a maioria dos bairros tinha banhos públicos, chamados de “estufas”, cuja abertura os pregoeiros anunciavam de manhã. Em 1292, Paris, por exemplo, contava com 27 estabelecimentos. Alguns deles pertenciam ao clero. O preço da entrada era elevado, e nem todos podiam visitá-los com assiduidade.

Na origem, os frequentadores se contentavam com a imersão em grandes banheiras de água quente. O procedimento se aperfeiçoou com o surgimento de banhos saturados de vapor de água. Utilizava-se o sabonete ou a saponária, planta que fazia a água espumar, para um melhor resultado. Para branquear os dentes, recorria-se a abrasivos à base de conchas e corais.

Tal era o sucesso desses locais que a corporação dos estufeiros foi regulamentada. Eles tinham direito a preços predeterminados e o dever de manter água própria e impedir a entrada de doentes e prostitutas. A verdade, porém, é que as estufas foram se transformando cada vez mais em lugar de encontros galantes: os banhos em comum e os quartos colocados à disposição dos clientes favoreciam a prostituição.

No século XIV, recorreu-se a éditos para separar os homens das mulheres, mas foi durante o século XV que se verificou uma mudança de mentalidade. A Igreja endureceu suas regras morais, pois passou a ver com maus olhos tudo quanto se relacionasse com o corpo. E os médicos já não consideravam a água benéfica, mas sim responsável e vetor de enfermidades e epidemias. Segundo eles, os poros dilatados facilitavam a entrada de miasmas e impurezas.

A grande peste de 1348 recrudesceu esse entendimento. Desde então, passou-se a desconfiar da água, que devia ser usada com moderação. Os banhos declinaram e, pouco a pouco, desapareceram. Foi preciso aguardar o século XIX e o movimento higienista para que se produzisse uma nova mudança de mentalidade.


fonte: História viva

sábado, 14 de julho de 2012

Superstições e crendices.

Agora um pouco mais amadurecidos podemos verificar que nem todos as historinhas que nos contavam quando éramos crianças eram realmente verdadeiras. Não se deve fazer isso por que "não presta". Não diga isso por que "será castigado" - era o prelúdio de uma crendice que ao longo do tempo se transformara em uma superstição.

Talvez em tempos passados o método de criar medo nos pequenos, seria uma forma de impor disciplina e inibir comportamentos fora do padrão comportamental da época. E para tanto, se inventavam essas crendices surgidas do nada, ou do imaginário das pessoas, que passaram de geração em geração até chegar aos nossos dias. E com certeza se perpetuarão ao longo da história humana.
Tão marcantes em nossa cultura, algumas que já pertencem ao Folclore brasileiro, as superstições oriundas de diversas crendices, note que eu disse crendices e não crenças que é uma coisa bem diferente, remotam à antiguidade. Mais precisamente à Idade Média. E mais longe, no início do cristianismo. É o caso do massacre aos Cavaleiros Templários dos tempos das Cruzadas. Em uma sexta 13, vítimas de um complo entre reis e papado, foram queimados na fogueira os principais líderes daquela ordem militar-religiosa. Diante de tal injustiça, pois mais tarde foi revelado pela própria igreja a inocência dos membros pertencentes àquela Ordem, o dia daquela atrocidade passou para a história como um dia de azar. Um pouco aquém, o desfecho da paixão e morte de Jesus Cristo, o suicídio do apóstolo traidor, Judas, ocorreram também em uma sexta feira 13. Lembrando que na Santa Ceia encontravam-se 13 pessoas.
Dois episódios marcantes que serviram para suscitar o imaginário das pessoas quanto ao legado de crendices e superstições que constatamos hoje em dia relacionado ao fatídigo dia . Vale lembrar que o tema "sexta 13" foi muito explorado pelo cinema em vários filmes de terror.

Mas, quais são as origens das superstições?
Para não se alongar muito, vamos ficar com as mais conhecidas.
Ainda sobre a sexta 13, muitas lendas sobre essa crendice ou superstição como queiram, vem da mitologia. Uma delas diz respeito à deusa do amor e da beleza chamada Friga , cujo nome deu origem a palavra "Friday". Reza a história que, quando os povos nórdicos se converteram ao cristianismo, a deusa foi transformada em uma bruxa e transportada ao alto de uma montanha. Para se vingar, Friga promoveu toda sexta feira, uma reunião com 11 feiticeiras mais o próprio Satanás, num total de 13 pessoas a fim de rogar pragas sobre a humanidade. Da Escandinávia, de onde originou a lenda, a superstição se espalhou por toda a Europa. Segundo o Testamento Judaico, mencionado pelo Prof. Paulo Cristiano (www.cacp.org.br), a sexta-feira é um dia problemático desde a criação do mundo. Neste dia, Eva ofereceu a maça para Adão. E o grande dilúvio bíblico teria começado neste dia da semana.
É claro que você já viu as pessoas baterem três vezes na madeira para espantar o azar ou mal agouro. Segundo o escritor citado acima, a versão original desta superstição teria como origem o fato de bater no tronco de uma árvore pelo fato de que os raios caiam sempre sobre elas. Os índios e os egípcios interpretaram este fenômeno como sendo as árvores, a morada dos deuses na Terra. Assim, quando sentiam-se culpados de alguma coisa, "batiam com os nós dos dedos no tronco para chamar a divindade e pedir perdão". Diz ainda que os Celtas também eram adeptos desse costume. Acreditando que as árvores consumiam os demônios, mandondo-os de volta a terra. Já na Roma antiga, o costume era bater na madeira da mesa. Mobília considerada por eles, sagrada. Invocando-se assim as divindades protetoras do Lar e da família.
E o gato prêto? Porque de tanta crendice com relação ao bichano? Também vem da Idade Média a aversão pelo felino. Devido aos seus hábitos noturnos, e ainda de cor prêta, era associado às trevas. Dizem que o papa Inocêncio VIII chegou a incluir o animal na lista dos perseguidos pela Santa Inquisição. Porém a Igreja teria invertido uma tradição milenar, pois os gatos eram reverenciados como divindades, principalmente pelos egípcios. Desde então já estava criada a aversão popular pelo gato preto. Hoje, preto ou não é animal de estimação de muita gente. Porém, muitos não gostam de vê-lo atravessando em seu caminho.
Antes de encerrar. Passar debaixo de escada? Nem pensar. Quebrar espelho? Deus me livre! Prefiro encontrar um trevo de quatro folhas, ou jogar moedas em uma fonte de água para realizar um desejo secreto. Seria esse um comportamento normal!?
Talvez no final do ano, a gente se pegue pulando ondas no mar, vestido de branco. Depois de comer lentilhas e brindar, para ter saúde e sorte. E com isso trazer pensamentos positivos para iniciar o novo período.
Mas além de tudo, penso que deveríamos acreditar e ter fé em nós mesmos. E, em Deus. Superar os medos e a insegurança. Isolar os sentimentos de impotência e incerteza. Minimizar a angústia de conviver com as crendices e superstições que ao longo da vida fomos absorvendo. Afinal, não existem provas de que a prática de alguma superstição tenha verdadeiramente influenciado no destino ou na felicidade das pessoas.

Um resumo especial sobre Iluminismo.

A liberdade de expressão, de pensamento, de opinião, e crença, nem sempre respeitadas hoje em dia teve início com um movimento global que ficou conhecido como Iluminismo. Foi consagrado ao final do século XVIII, e entrou para a história como o século das Luzes.

O Iluminismo preconizava uma nova era. Iluminada pela razão, ciência, e respeito pela humanidade, que até então vivia um período de séculos de obscurantismo e ignorância. Chamado de Idade da trevas, este período, era marcado pela opressão e o despotismo dos poderes monárquicos, e a pressão do Clero. E dominavam o poder político, economico e social. Dividiam suas benesses em detrimento da miséria e sofrimento do restante da humanidade.
Os iluministas desenvolveram ideias e atitudes que revolucionaram a vida em sociedade. Criticavam as arbitrariedades e o autoritarismo. E propunham uma nova organização social. Este conjunto de teorias e pensamentos tornou-se poderoso. Influenciou de forma decisiva os movimentos reformistas da Grã-Bretanha, as revoluções na França, cujos ideais eram de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, e se estenderam a outros povos ocidentais como os Estados Unidos da América.
Dentre os homens que trabalharam para que hoje pudessemos usufrir, não tão plenamente como seria o ideal, dos bens universais de liberdade, igualdade e fraternidade, e buscar a verdade através da razão, podemos citar:
"- John Loke (1632-l704), acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo.
- Voltaire (1694-1778), defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica à intolerância religiosa.
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defendia a idéia de um  estado democrático que garanta igualdade para todos.
- Montesquieu (1689-1755), defendeu a divisão do pode político em Legislativo, Executivo e Judiciário.
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond D' Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
- Bento de Espinosa (1632-1672), defendeu principalmente a ética e o pensamento lógico.
- David Hume (1711-1776), foi um importante historiador e filósofo iluminista escocês. Refutou o princípio da casualidade e defendeu o livre-arbítrio e o ceticismo radical.
- Adam Smith (1723-1790), economista e filósofo inglês. Grande defensor do liberalismo econômico.
- Immanuel Kant (1724-1804), importante filósofo alemão, desenvolveu seus pensamentos nas áreas da epistemologia, ética e Metafísica.
- Benjamin Constant (1767-1830), escritor, filósofo e político francês de origem suíça. Defendeu, principalmente, ideais de liberdade individual." (Fonte: sua pesquisa.com).
Para ampliar seu conhecimento sobre o assunto, clique na imagem ao lado para participar do quiz. São perguntas que vão te surpreender.  Verá a importância do tema, e terá uma visão melhor de como funcionou o Iluminismo.
Espero que esta postagem possa te acrescentar algum conhecimento. Como eu gosto do assunto julguei que  de repente você possa se interessar. 

A simbologia da Coruja.

De aparência muito estranha esta ave de rapina ao longo da história da humanidade tem simbolizado, conhecimento, sabedoria, pavor, e diversas crenças oriundas do mundo espiritual. Na mitologia grega encontramos Athena, a deusa da guerra e sabedoria que tinha como mascote, uma coruja. Os gregos, principalmente os de pensamento filosófico, consideravam a noite um momento de revelação. E sendo a coruja um pássaro noturno, acabou sendo representado por essa busca do saber. Já no Império romano, a ave era tida como animal agourento, seu canto anunciaria que a morte estava próxima.


Conta-se que em uma língua nórdica antiga, ela era chamada de "Ugla", palavra que imita o som do seu canto, e que daria origem ao termo "Ugly", feio em inglês. Interessante notar que ao identificar um animal para símbolo disso ou daquilo, a cultura universal escolhe àqueles de aparência esquisitas. Como o sapo, símbolo da fartura e boa sorte, e a águia símbolo da transformação do ser humano.
Conforme a história, diferentes civilizações adotaram estranhos animais para simbolizar a sabedoria. Como a tartaruga para os chineses e um peixe para os Celtas.

A tradição dos índios norte-americanos diz que a coruja mora no Leste, lugar de iluminação. Posto que a humanidade teme a escuridão, a Coruja enxerga no breu da noite. Onde os humanos se iludem ela percebe com clareza, acreditavam os índios.

No folclore brasileiro, consta que, para os seus filhotes não fossem vítimas de predadores, esta já ia lhes avisando - seria facil reconhecê-los, eles eram os "mais bonitos" da floresta. Daí o dito popular: "Toda a coruja gaba-se do seu toco", referindo-se ao ninho de seus horríveis filhotes. Assim como uma mãe elogia seus rebentos mesmo sabendo que todo recém-nascido não tem (ainda) nada de beleza.

Para os filósofos gregos o símbolo da sabedoria está intimamente ligado à influência da mitologia, de onde se origina a filha de Zeus, deus dos deuses, Athena, como fora dito deusa da guerra e da sabedoria. Athena traz pousada em sua mão direita a figura da ave noturna, que segundo a lenda sempre estava ao seu ombro, revelando-lhe as verdades invisíveis. É a crença difundida até os dias de hoje por filósofos contemporâneos.

No esoterismo que envolve parte da simbologia da Coruja, vamos encontrar uma sociedade secreta denominada Bohemian Club, fundada em 1872 em São Francisco,EUA, onde se reunem periodicamente. Uma vez por ano a sociedade convida para um grande encontro, homens poderosos da elite. O encontro é realizado em um grande bosque chamado Bohemian Grove. No centro, há uma grande pedra em forma de coruja.

Desde sua fundação foi adotado como símbolo uma coruja e uma estátua, que simboliza "estantes" de conhecimento. Seu lema é: "Weaving dealing spiders come not here". Adaptada em tradução livre: "Deixe seus negócios sujos na porta."

Curiosidade: a coruja vira a cabeça quase atingindo um ângulo de 360º. O que amplia seu angulo de visão, muito superior ao do ser humano.


Referências:
Mundo Estranho.
Ocultura.

Pequeno histórico sobre o Papel Higiênico.

Você sabia que o papel higiênico produto indispensável para a higiene pessoal tal qual a pasta de dente, ao longo da história era substituído por folhas de alface, trapos, couro, grama, folhas de árvores? Eu ouvi falar que nossos antepassados usavam sabugos de milho.
 Os primeiros a conceber a ideia do uso tal como é hoje, foram os chineses, no século II aC. Não em forma de rolos, mas em folhas únicas que mediam dois metros de largura por 90 cm de altura. Porém, de uso restrito aos imperadores e seus cortesões.

 Na Roma antiga eram utilizados pedaços de lã embebidos em água de rosas. E como gente fina é outra coisa, a realeza francesa usava pedaços de renda ou seda. No mundo nobre de Reis e Rainhas, era comum o uso pelos mais ricos e poderosos de folhas de Cânhamo. Segundo o "Aurélio" uma planta canabínea que fornece uma espécie de fibra têxtil, e um fruto de onde se retira um tipo de óleo.

 Por volta de 1857, um homem chamado Joseph C. Gayetty, lançou o primeiro papel higiênico no mercado. Extremamente caro, o produto consistia em camadas de papel umedecidos com aloe vera. Como slogam de marketing, Gayetty, usou a frase: "a maior necessidade da nossa era, o papel Gayetty, banho medicinal. Convenhamos, tão estranho como o comercial de uma famosa marca atual, que mostra personagens gritando o nome do "mordomo" Alfredo. Naquele tempo, como diria o "outro", já se produziam comerciais "Nadavê".

 O papel higiênico em rolos, tal como conhecemos hoje, começou a ser comercializado em 1880, pelos irmãos Edward e Clarence Scott. No princípio a ideia enfrentou vários obstáculos. Criaram-se tabus em torno do novo produto. Considerou-se imoral e pernicioso, expor os rolos em lojas diante do público em geral.

Até 1935, o papel higiênico que se usava era considerado de baixa qualidade, podiam conter impurezas e eram ásperos. Só a partir deste ano que apareceu o papel absorvente.

Em 1944, ao final da segunda guerra mundial uma grande industria ganhou o reconhecimento do governo dos Estados Unidos, ao fornecer às tropas do exército grande quantidade do produto. Foi uma contribuição enorme para consolidar a sua importância diante do público e fomentar a produção em larga escala.

 Durante a guerra do Golfo, o papel higiênico foi utilizado como estratégia ao enfrentamento das tempestades no deserto. Como os tanques americanos eram pintados de verde contrastavam com a areia branca oferecendo maior exposição ao inimigo. Foi então que os soldados envolveram os tanques com papel higiênico, resultando em uma técnica perfeita de camuflagem.

E quem diria que um produto que no passado tinha que ser vendido com a maior discrição possível, se tornaria estrela em desfiles de moda e astro em produtos de arte. Artistas de renome criaram até vestidos de papel higiênico. E o que dizer do talento de Anastassia Elias, que aproveitou até os tubinhos do rolo para demonstrar sua criatividade?

São quase 140 anos de história e recriação. Passando por 1942 quando se criou a versão dupla camada, até os dias atuais onde o encontramos, ilustrados, coloridos, perfumados, etc.

Segundo a empresa Kimberly-Clark, uma das maiores do ramo, espera-se uma inovação para o produto. Seria a incorporação de loção de Karité,  produzida através do fruto de mesmo nome, e muito conhecida na linha de cosméticos

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Escravo na zona rural no século XIX

A vida do escravo na fazenda era bem mais difícil do que a do escravo urbano, mesmo no período do processo de abolição. Segundo Emília Viotti da Costa, em sua obra Da Senzala à Colônia, o escravo rural era submetido à uma dominação ainda mais repressora que o escravo urbano. 



“O escravo urbano gozava inegavelmente de uma situação superior a do parceiro do campo. As possibilidades que tinha de conseguir a alforria eram maiores, melhores em geral suas condições de saúde, e mais suave o tratamento que recebia, pois os olhos da lei andavam mais perto” (1982: 289)

A vida do escravo na zona rural era bem diferente. No campo o senhor tinha plena autoridade, este que representava a Igreja, a justiça, a força política e militar.

Nas atividades da fazenda o escravo trabalhava uma média de 15 a 18 horas diária. A rotina dos escravos era esta: as 4 ou 5 horas, antes mesmo do sol nascer, se apresentavam ao feitor. Divididos em grupos iam para os cafezais. As 09 ou às 10 horas passavam para almoço, as cozinheiras preparavam a refeição no próprio local, em grandes caldeirões. Meia hora depois recomeçava o serviço.

À uma hora interrompiam o serviço para o café com rapadura. Às 4 horas jantavam e o trabalho prosseguia até o escurecer, quando novamente se apresentavam ao feitor. De volta do campo, dedicavam aos serviços no terreiro nas casas de engenho, no paiol e no preparo dos alimentos para o dia seguinte. As 10 ou 11 horas após uma ceia, recolhiam às senzalas.

Geralmente as senzalas eram construções de pau-a-pique, cobertas de sabe, sem janelas, apenas aberturas de 30 e 40 centímetros junto à cobertura com uma única porta, localizadas próximas à residência dos fazendeiros para poder se fiscalizar melhor os escravos. No corredor das senzalas tinham fogões primitivos onde os negros preparavam alguns pratos simples. Atrás da senzala, ficavam as privadas ou barricas com água que eram diariamente esvaziadas e limpas. Homens e mulheres dormiam em casas separadas, as crianças juntamente com as mães. Em algumas fazendas tinham pequenas cabanas ao lado das senzalas, destinadas aos casais.

Apenas nos domingos e feriados a rotina era alterada. Os escravos trabalhavam pela manhã cortando lenha, limpando córregos, concertando cercas, repassando estradas. À tarde tinham folga. Em certas fazendas alguns escravos recebiam um lote de terra para cultivar. Acreditava o senhor que isto seria uma forma de manter a segurança, pois assim mantinha o escravo ocupado, evitando concentrações. Para evitar tais concentrações, muitos fazendeiros substituíam a folga do domingo por um dia da semana.

Existiam senhores muito devotos que impediam qualquer trabalho aos domingos e dias santificados. Dia de repouso era dia de festa, recebiam roupas limpas, o vestuário era simples. Os homens usavam calça e camisa de algodão grosseiro. Na maioria das fazendas, as roupas eram renovadas apenas uma vez por ano. Geralmente eram trocadas aos domingos e lavadas uma vez por semana. Expostas ao sol e a chuva, as lavagens semanais estragavam as roupas. Negros esfarrapados, mesmo nas melhores fazendas, escandalizavam os viajantes. As escravas utilizadas nos serviços domésticos eram mais bem vestidas.

O pouco dinheiro que o escravo conseguia acumular em horas de trabalho domingueiro gastava em fumo, bebida, bugigangas e roupas. Nas vendas de beira de estrada, a pretexto de se vender cachaça às populações rurais, acobertavam o roubo e o contrabando. Os vendedores agiam muitas vezes como receptores. Galinhas, porcos, objetos de prata, café eram desviados das fazendas.

As posturas municipais tentavam em vão acabar com estes abusos. Uma das leis dizia que, todo aquele que comprasse de escravos café, objetos de prata, ouro brilhantes, ou qualquer objeto de casa, sem ordem por escrito do seu senhor, seria multado em 30$000 e encarcerado oito dias. Autorizava-se qualquer pessoa do povo a prender o escravo que encontrasse vendendo qualquer dos objetos mencionados, desde que testemunhado por duas pessoas.

As leis se repetiam, o que demonstrava sua ineficiência. A prática persistia. Um dos recursos utilizados pelos senhores para conter a população escrava era a religião, ela aparecia como mediadora entre senhor e escravo, o consolo do aflito, a esperança do desgraçado, obediência ao senhor, caracterizado como um pai a ser temido e respeitado. Alguns senhores exigiam que os escravos confessassem uma vez por ano. O pensamento da Igreja aconselhava moderação aos proprietários, e aos escravos aconselhava resignação e esperança na vida eterna, humildade e obediência, eis o catecismo do negro.

As fazendas dificilmente tinham um padre permanente. A maioria possuía oratórios e capelas, mas raramente recebiam a visita do capelão da paróquia. Em algumas fazendas, a prática limitava-se a uma reza vespertina. Em outras havia curtas preces de manhã e a noite. Em alguns casos reservava-se as orações para os domingos e dias santificados. Na obscura compreensão do cristianismo os escravos embrulhavam o latim como embrulhavam as práticas religiosas, e de tudo isso resultava um sincretismo muito complexo.

Haviam senhores que permitiam aos sábados e aos domingos e dias de festa, como casamentos e batizados, que escravos promovessem no terreiro os seus batuques. Muitas vezes, as autoridades viam nessas reuniões inofensivas uma séria ameaça à segurança pública e proibiram sua realização

A devoção aos santos, comum à população branca, encontrava-se também difundida entre os escravos.
Na senzala e na casa grande, religião materializava-se. Religião e superstição confundiam-se. A criança adoecia e diziam que era mal olhado, se a enxada quebrava diziam ser obra do saci, responsável também pela louça que quebrava ou pelas coisas que desapareciam.

O feiticeiro tinha muito prestígio entre os escravos, por ser capaz de controlar as forças hostis e prestar benefícios à coletividade. Mas ao mesmo tempo aparecia como uma pessoa perigosa, vivia freqüentemente afastado dos demais, seus medicamentos eram feitos à base de ervas, pedras, excrementos, etc.

Nas fazendas raramente havia assistência médica, nos primeiros tempos, o isolamento em que viviam, a dificuldade dos meios de transportes, o escasso número de médicos disponíveis obrigaram o fazendeiro a transformar-se em médico prático. Os manuais de medicina gozavam de grande prestígio. Eram escritos livros com este propósito, como: “Tratamento das doenças dos negros”, “Dicionário de medicina doméstica popular”, “Guia médico do fazendeiro”.

As más condições higiênicas das senzalas, as penosas condições de trabalho sob o sol e a chuva, a precariedade do vestuário e da alimentação, os estragos causados pela cachaça minavam o corpo do escravo, contribuindo para o alto índice de mortalidade entre eles. A duração média da força de trabalho era de 15 anos e, nas fazendas sempre haviam escravos momentaneamente incapacitados, numa cifra de 10% a 15%. A mortalidade infantil chegava a atingir 88%. A Falta de higiene alimentar também consumia grande número de crianças. As mães eram obrigadas a iniciar cedo a desmama.

Os índices de mortalidade referentes à população negra permaneceram muito altos mesmo depois de abolida a escravidão. A grande mortalidade era provocada principalmente pela febre amarela e a malária. Durante o período da escravidão os maiores índices caíram sobre a população infantil. Durante a campanha abolicionista deram força de argumento aos altos índices de mortalidade.

A população escrava em vez de crescer, diminuiu no decurso do século XIX, como prova de alta mortalidade. As epidemias eram facilitadas pelas más condições higiênicas e pela promiscuidade em que viviam. As mais graves eram a cólera, a febre amarela e a varíola.

A partir de 1885, houve numerosos casos da cólera-morbo. Nesse ano, assumiu tais proporções que, o governo preocupado, tomou medidas para sufocá-la, aconselhando aos fazendeiros o maior desvelo quanto à habitação, vestuário e tratamentos. As epidemias de varíola sucediam-se nas fazendas e nas cidades. No Rio de Janeiro foram numerosos os surtos de varíola e também na província de São Paulo. O “banzo” foi considerado o mal da escravidão, nascia das manifestações de nostalgia que suscitava o regime de escravidão, comparado à liberdade antiga se caracterizava entre os negros pela apatia e por mortal tristeza. Esses sintomas eram o da moléstia do sono.

Causa freqüente da mortalidade eram as picadas de animais venenosos, como aranhas e cobras. Descalços, na lida da lavoura, ficavam sujeitos a serem atacados por elas. Diversas verminoses diminuíam a capacidade de trabalho, produzindo cansaço e apatia. Mas também eram graves os numerosos casos de tétano. Trabalhando nas zonas rurais, os escravo, muitas vezes, contaminavam-se com micróbio do tétano e morriam entre convulsões e enrijecimentos.

Numerosos eram os casos de lepra e retite gangrenosa. A maioria dos senhores alforriava os leprosos, assim como outros cuja moléstia não tinha cura. As queixas contra lázaros que vagavam pelas estradas e acampavam juntos às cidades, pondo em pânico a população, multiplicavam-se. De vários lugares, solicitavam-se da administração medidas que obrigassem os senhores a interná-los, bem como a construção de hospitais com essa finalidade.

A condição do escravo na zona rural foi consideravelmente inferior à condição dos negros na zona urbana, mesmo que na cidade também existissem abusos fora da lei, lei que já era perversa. Na fazenda a lei podia ser ainda mais desrespeitada uma que estava extremamente distante, quando não inexistente.

Referência Bibliográfica
COSTA, Emília Viotti. Da senzala à colônia. (2ª ed.) São Paulo, Ciências Humanas, 1982.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Instituto Ricardo Brennand


O Instituto Ricardo Brennand é um complexo formado pelo Castelo, Pinacoteca e Biblioteca - edificações em estilo medieval gótico. Voltado à preservação da arte e da cultura, com ênfase no período "Brasil Holandês. O instituto, que nasceu em 2002 com o objetivo de levar oportunidades inéditas de contemplação da arte e aprendizado a grandes parcelas da população, já se destaca no cenário nacional como importante centro de cultura do nordeste brasileiro.

                                                                            


O julgamento de Fouquet                                                                                 
Exposição " O julgamento de Fouquet" na pinacoteca do Instituto Ricardo Brennand



  Ascensão e queda de Nicolas Fouquet          

A França estava sob o reinado do Rei Luís XIV, eternizado na história mundial como Rei Sol, por sua regência suntuosa e pela frase “O Estado sou Eu!”. Por indicação do Cardeal Mazarino, (primeiro-ministro da corte), Luís XIV nomeou Fouquet para ocupar o cargo mais cobiçado da época, o de Superintendente das Finanças do Reino, o qual ocupou de 1648 a 1661. Durante este período, Fouquet restabeleceu a credibilidade das finanças do Reino e, gozando de privilégios econômicos, multiplicou sua fortuna tornando-se um dos homens mais ricos da França.

A cobiça pelo seu cargo levou Jean-Baptiste Colbert a acusá-lo de peculato e tentativa de sedição junto ao Rei. No dia 17 de agosto de 1661, uma grande festa foi preparada para receber os 600 convidados da corte do Rei Sol. Todos ficaram instalados nas dependências do Castelo de Fouquet, o Vaux-le-Vicomte. Durante os dias da festividade, foram sorteadas armas para os cavalheiros e jóias para as damas. Diante da riqueza e suntuosidade da festa, Luís XIV acaba por se convencer que as acusações de Colbert são verdadeiras, decide decretar a prisão de Fouquet, que só não ocorre durante a festa por Ana da Áustria, mãe do Rei, intervém e dissuade o filho. Mas em 05 de setembro de 1661, Nicolas Fouquet foi submetido a uma corte especial. 

Seu julgamento se arrastou por 3 anos, ao fim dos quais Fouquet foi condenado ao banimento da França e ao confisco de todos seus bens pessoais. Insatisfeito com a sentença, Luís XIV transforma o banimento em prisão perpétua. Nicolas Fouquet foi aprisionado no Castelo de Pignerol, onde faleceu no dia 23 de março de 1680. 

                                                        


                      
Instituto Ricardo Brennand


                                              HISTÓRIA

                                            
Ricardo Brennand nasceu no dia 27 de maio de 1927, na Usina Santo Inácio, no município do Cabo, em Pernambuco, sendo originário de uma família inglesa. Aos quatro anos de idade, porém, veio morar no engenho São João, no bairro da Várzea, na cidade do Recife.

Durante cinco anos – de 1937 a 1942 – o jovem estudou no Colégio Marista, tendo sido aluno também do Colégio Oswaldo Cruz. Toda a sua educação, cabe salientar, foi sempre acompanhada por uma preceptora que, entre outras coisas, lhe ensinou a falar fluentemente as línguas inglesa e alemã.

Em 1949, Ricardo concluiria os cursos de engenharia civil e engenharia mecânica, ambos na Universidade Federal de Pernambuco. Naquele mesmo ano, ele casava com Graça Maria Monteiro. O casal teve oito filhos: Ricardo Filho, Antônio Luís (falecido há 5 anos), Catarina Maria, os gêmeos José Jaime e Maria de Lourdes, Renata, Patrícia e Paula.

Durante muitos anos, Ricardo Brennand se dedicou ao ramo de negócios que a sua família desenvolvera: as indústrias de vidro, aço, cimento, porcelana e açúcar. Mas, como hobby, ele colecionava uma grande quantidade de armas, adquirindo-as sempre em todos os lugares viajados (na Europa e na Ásia), através de leilões, museus, ou mesmo de coleções particulares.

Em 1990, o empresário venderia as fábricas de cimentoAtolParaíba PortlandCimepar Goiás e, com o consentimento dos seus familiares, utilizaria parte dos recursos para fundar o Instituto Ricardo Brennand (IRB), uma sociedade sem fins lucrativos, presidida pelo próprio empresário. O seu Conselho Deliberativo é formado por Nélida Piñon, Joaquim Falcão, Edson Nery da Fonseca, Affonso Emílio Massot e outros.

         Através de um projeto pessoal que associou muita coragem, competência e generosidade, o empresário pôde inaugurar, no segundo semestre de 2002, em terras que no passado pertenceram a João Fernandes Vieira, um empreendimento que representava o seu grande sonho. O Instituto é uma bela homenagem prestada pelo empresário ao seu saudoso tio homônimo. Com isto, Ricardo Brennand criava um pólo turístico cultural local, nacional e global de valor inestimável.

Situado na Alameda Antônio Brennand, s/n, no bairro da Várzea, e todo edificado em estilo medieval gótico, o complexo é formado por três construções distintas – o castelo, a pinacoteca e a biblioteca – nas mesmas terras onde o empresário vivera desde sempre. Contém, também, um auditório para 100 pessoas, com uma área de 1.200 m2.

          O Governo da Holanda reconhecendo que o IRB utilizava uma tecnologia de ponta, no tocante aos controles de umidade e temperatura, entre outros aspectos, colocou o Estado de Pernambuco na rota das grandes mostras internacionais, e permitiu que a exposição itinerante “Albert Eckhout volta ao Brasil (1644 -2002)” fosse transportada para o Recife, dando ensejo à inauguração da pinacoteca.

O IRB trouxe ao Recife, do dia 12 de setembro a 24 de novembro de 2002, a megaexposição do pintor holandês Albert Eckhout (1610 - 1680). Vale salientar que a liberação das 24 obras do acervo do artista só ocorreu após uma década de negociações com o Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague. Eckhout veio ao Novo Mundo acompanhando a comitiva do conde Maurício de Nassau, um holandês que governou Pernambuco durante sete anos (1637 - 1644), durante a época da invasão dos flamengos (1630 - 1654). Eckhout foi o primeiro olhar estrangeiro a registrar as riquezas botânica e humana do Brasil colônia.

Na pinacoteca do IRB (cuja área tem 1.200 m2), há uma exposição permanente de paisagens do artista holandês Frans Post (1612 – 1680), permitindo que o visitante faça um passeio histórico pelo Brasil holandês.

Frans Post representou um dos integrantes da comitiva holandesa em Pernambuco, assim como Georg Marcgraff (astrônomo e cartógrafo), Zacarias Wagner (desenhista), e Peter Post (arquiteto), entre tantas outras personalidades competentes. Atuando como a memória visual do conde Maurício de Nassau, Frans Post o acompanhava em todas as campanhas e viagens. 

Na pinacoteca, pode-se apreciar um livro virtual, editado em 1647, cujas páginas são folheadas mediante a colocação das mãos do usuário sobre os sensores existentes. IntituladoRerum octenium in Brasilia, o livro foi elaborado por Gaspar Barleus, englobando 340 páginas, 57 gravuras, 24 mapas e ilustrações de Frans Post. Além disso, estão expostas algumas obras do francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848).

Do acervo da pinacoteca constam, ainda, mapas, moedas, cachimbos, documentos originais do século XVII, e um quadro bastante raro da coleção de Post, intitulado Forte Frederik Hendrik, que retrata a Ilha de Antônio Vaz, em Pernambuco. Essa obra faz parte da chamada primeira fase do artista, época em que ele viveu no Brasil, e representa as primeiras visões de um europeu sobre o Novo Mundo. Sabe-se que, naquele período, ele pintou um total de 18 telas, mas, destas, só restaram 7, estando as demais desaparecidas. 

Somente a título de informação, ressalte-se que um quadro de Frans Post, daquela mesma fase, foi arrematado em 1997, em um leilão em Nova York, por US$ 4,1 milhões, o que representa o valor mais alto já pago por um quadro desse pintor, até o presente.

         Na exposição permanente da pinacoteca é possível se apreciar, inclusive, a maior coleção particular do Brasil de pinturas e paisagens daquele artista holandês. Encontram-se, por outro lado, as obras dos viajantes que vieram ao Brasil depois da abertura dos portos, além de outros expoentes da Academia Imperial. Através daqueles desenhos e gravuras, é possível se conhecer, hoje, como era o Recife no século XVII, incluindo-se as suas flora e fauna.

Em setembro de 2003, por sua vez, inaugurou-se o Museu Castelo São João, uma construção em estilo Tudor, cujo projeto arquitetônico foi inspirado nos castelos da região toscana, na Itália. Esse castelo possui um calabouço, vitrais antigos (originários de igrejas e castelos europeus), portas secretas e um altar em estilo gótico.

O local está repleto de armas brancas e armaduras medievais completas, representando o acervo adquirido por Ricardo Brennand durante meio século de vida. São pinturas, esculturas, vitrais, tapeçarias, desenhos, gravuras, canivetes, estiletes, clavas, adagas, espadas, lanças, armaduras medievais (inclusive para cavalos e cães) e uma série de outras armas para a caça e para a guerra, provenientes de vários séculos e de origens distintas, além de um mobiliário gótico.

No castelo, destaca-se um raríssimo conjunto do século XV, em estilo Maximiniano, de origem germânica, constando de cavalo-cavaleiro-com-armadura, bem como conjuntos de combate, clavas, esferas com pontas e outras peças.

Advindo do século XVI, há uma curiosa armadura para cachorro e vários objetos interessantes, a exemplo de uma adaga indiana do ano de 1700, uma caneca de prata com o brasão da Companhia das Índias Ocidentais, além de espadas-pistola e facas-pistola (lâminas acopladas com armas de fogo). 

Pode-se apreciar, também, valiosas tapeçarias e uma coleção de telas de artistas renomados, tais como Jean Baptiste Debret, Eliseu Visconti, Emil Bauch, Eugène Lassaily e Antonio Facchinetti.

Integrando o grande acervo, estão presentes algumas telas pintadas a óleo - O comércio de escravas brancas (de Domenico Russo), O modelo do artista (de Eliseu Visconti) eDançarina do Harém (de Gaston Guedy) - e a peça Anjo Querubim - uma obra em madeira policromada e dourada, que foi entalhada pelo Mestre Valentim da Fonseca e Silva (1750 - 1813). Esse trabalho fazia parte, originalmente, da nave central da Igreja dos Clérigos, no Rio de Janeiro. 

O IRB conta, inclusive, com inúmeros trabalhos em mármore, réplicas de estátuas elaboradas por famosos escultores europeus (As Três Graças, O Rapto das Sabinas,Fuga de Vesúvio), outras estátuas italianas e esculturas mineiras do século XIX.

Vale salientar que, um dos pilares mais importante do IRB é a realização de programas educacionais voltados para os alunos das redes municipal e estadual de ensino, e para crianças e adolescentes deficientes. Esses programas visam complementar o ensino regular de História, aproximando o conhecimento desta disciplina e das artes junto às escolas e à comunidade, e ensinando os jovens a melhor conhecer e valorizar a cultura.

Nesse processo, encontram-se envolvidos os seguintes parceiros: a Secretaria de Educação e Cultura de Pernambuco; as Secretarias Municipais de Recife, Jaboatão, Olinda, Paulista e Camaragibe; a Universidade Federal de Pernambuco; e a Empresa Municipal de Transportes Urbanos (EMTU).

Dentro do programa de visitas ao IRB, os estabelecimentos de ensino são agendadas em grupos de 50 alunos (acompanhados por alguns professores) que, além de desfrutarem da visita ao local, recebem kits de jogos educativos, baseados na vida e obra de Frans Post. Cabe registrar que os docentes recebem um kit distinto daqueles dos alunos, já que necessitam de instruções para poder orientá-los em seus jogos.

A biblioteca do IRB vem sendo organizada no primeiro andar da pinacoteca, com enfoque para o período do Brasil-holandês. Ela contém dezenas de milhares de títulos, muitos dos quais verdadeiras preciosidades, bem como uma seção de gravuras e cartografia. O acervo teve o privilégio de incorporar três outras coleções particulares relevantes: a de um historiador (José Antônio Gonsalves de Mello), a de um documentalista (Edson Nery da Fonseca) e a de um escritor musicólogo (Padre Jaime Cavalcanti Dinis).

Para compor a fauna existente em jardins de castelos europeus, o IRB teve o cuidado de importar várias espécies de aves exóticas, incluindo cisnes negros e brancos, patos, flamingos, gansos e outros. Todas as espécies perambulam livremente pelos espaços que lhes foram destinados nas imediações da localidade.

         Três grandes esculturas de rinocerontes, em cor negra, podem ser apreciadas nos jardins do IRB E estes estão rodeados por trechos da Mata Atlântica, preservada graças ao enorme carinho do empresário para com a flora nativa. Os bairros da Cidade Universitária e da Várzea contêm a sinalização para o acesso ao I.R.B., cuja entrada se dá através da imponente Alameda Antônio Brennand, que contém dezenas de palmeiras imperiais.

        A obra de Ricardo Brennand representa um gesto de crença e amor, e um sopro de vida e esperança para o Brasil. Por tanto querer bem à população brasileira, à sua família, aos seus amigos, à terra que pertenceu a João Fernandes Vieira, e por tanto desejar que os seus descendentes nasçam, cresçam e vivam na região, se orgulhando de serem nordestinos, o empresário disponibilizou e financiou, em vida, uma obra que protege um precioso patrimônio artístico e cultural. 




FONTES CONSULTADAS:


BURCKHARDT, Eduardo. Paisagens do tempo de Nassau. Revista Época, São Paulo, Edição especial 70 -71, p. 1- 2, 23 out. 2003.

DISCRIÇÃO ao estilo inglês: descendência da família remonta à Liverpool de 1820. Diário de Pernambuco, Recife, 3 abr. 2003, Caderno Viver, p. 2.

ESCOLAS podem agendar visitas para mostra Frans Post. Disponível em: <http://www.jornaldocommercio/online> Acesso em: 3 abr. 2003.

GALINA, Décio. Duas vezes Brennand: o castelo de Ricardo e a oficina de Francisco, ambos no bairro da Várzea,são ótimas justificativas para dar as costas à orla de Recife. Revista Gol, São Paulo, set. 2005.

INSTITUTO Ricardo Brennand: a obra e o tempoRecife: Instituto Ricardo Brennand, [200-].

INSTITUTO Ricardo Brennand ganha prêmio nacional de turismo. Disponível em: <http://www.jornaldocommercio/online>. Acesso em: 8 out. 2003.

LACERDA, Ângela. Um castelo, um mecenas e um oásis de arte e história. O Estado de São Paulo, São Paulo, 29 set. 2003. Caderno 2, p. 1-4.

MEDEIROS, Amaury. Instituto Ricardo Brennand. Jornal do Commercio, Recife, 2 jan. 2003. Caderno Opinião, p. 15.

UM PROGRAMA voltado para quem gosta de vários tipos de arte. Vejanoite, Recife, p.2 ,29 jan. 2003.

Conjuração Mineira e conjuração Baiana

A Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira foram marcadas por visíveis diferenças políticas.
As proximidades e diferenças entre duas revoltas que marcaram o final do século XVIII, no Brasil.  
    


Ao longo do século XVIII, observamos o desenvolvimento de diversas situações de conflito envolvendo os colonos brasileiros e a administração metropolitana. Nessa época, a ampliação dos impostos, o rigor da fiscalização decorrente da exploração aurífera e a decadência do açúcar foram alguns dos motivos que cercaram a ocorrência dessas revoltas. Para alguns, isso indica o desenvolvimento de um processo que contribuiu para o processo de independência brasileiro.

Mesmo parecendo plausível, devemos assinalar que o reconhecimento de um processo se torna um tanto quanto complicado ao analisarmos a natureza e as diferenças que marcaram cada uma dessas rebeliões coloniais. Entre outros casos, podemos notar que a contraposição entre a Inconfidência Mineira de 1789 e a Conjuração Baiana de 1798 oferece ricos dados na compreensão dessas diferenças que vão contra a ideia de um processo em desenvolvimento.

Assim como a grande parte de nossas revoltas coloniais, as revoltas, mineira e baiana, foram alimentadas por membros da elite insatisfeitos com a ação metropolitana em cada uma dessas regiões. No caso de Minas, os mineradores de Vila Rica e outros membros da elite mostravam-se insatisfeitos com a política fiscal e a cobrança da derrama. Por outro lado, a cidade de Salvador era palco de uma grave crise econômica que se arrastava desde a crise do açúcar e a transferência da capital para o Rio de Janeiro.

Além disso, devemos notar que os participantes dessas mesmas revoltas estiveram diretamente influenciados pela ideologia iluminista. Mais uma vez, notamos o caráter elitista de tais movimentos, os quais eram sustentados por uma elite letrada e, em alguns casos, instruída nas universidades europeias. Sendo assim, observamos que a origem social, análoga a esses movimentos, viria a empreender a busca por objetivos próximos em cada um deles.

No entanto, a despeito de um projeto de nação independente, vemos que a Conjuração Baiana e a Inconfidência Mineira não se separaram apenas por um hiato temporal. A falta de comunicação entre os centros de colonização e a ausência de um sentimento nacional anula qualquer possibilidade de se considerar que tais revoltosos se sentiam integrantes de uma nação que merecia a sua independência. Na maioria dos casos, a autonomia era projetada em esfera local.

Entre tantas proximidades, vemos que a questão da escravidão acabou sendo o ponto que veio a estabelecer uma diferença entre essas duas revoltas. No caso mineiro, a limitação do movimento às discussões de uma elite enriquecida acabou fazendo com que a escravidão não entrasse em sua pauta, já que o fim desta prejudicaria boa parte dos inconfidentes. No caso baiano, a divulgação de panfletos acabou disseminando a causa emancipacionista entre setores populares e favoráveis à abolição.

Assim que a Conjuração Baiana ganhava contornos mais radicais e populares, os líderes intelectuais da causa acabaram se afastando do movimento. Talvez, assim como os inconfidentes mineiros, eles temiam os efeitos de uma revolta emancipacionista conduzida pelas camadas menos favorecidas da população. Por fim, vemos que a revolta baiana se diferenciou da conspiração mineira assim que os agentes sociais de cada acontecimento se diferiram em suas origens e interesses.

Por Rainer Sousa
Mestre em História