segunda-feira, 7 de maio de 2012


Pedro Álvares Cabral 
 Biografia

Navegador português Pedro Álvares Cabral
  

Biografia e realizações

Pedro Álvares Cabral fazia parte da tradicional e abastada família portuguesa. Sabe-se que possivelmente nasceu em 1467, no Castelo de Belmonte, em Beira Baixa. Naquele período o comércio terrestre de Portugal passava por um período bastante ruim, fato que o impedia de expandir-se pela Espanha (país inimigo de Portugal). Diante disso, o rei acreditou a que única solução seria o mar.
Devido à crise econômica do séc. XIV, a Europa precisava romper com as barreiras do feudalismo, para que, assim, pudesse aumentar seus horizontes através de novas conquistas. Para isso, teria que primeiro vencer o medo que dominava a cabeça dos navegantes, que acreditavam que terríveis monstros habitavam os oceanos. A partir daí, seria possível chegar às índias, e comercializar diretamente os produtos que eram muito valorizados na época (especiarias e tecidos finos). Por fim, em 1498, Vasco da Gama conseguiu o feito de chegar nas Índias.
No mês março, do ano de 1500, o rei de Portugal (D.Manuel I) deu Cabral a missão de liderar a segunda expedição comercial a caminho das Índias. Desta, fez parte uma grandiosa esquadra, composta por 13 navios, com mais de mil homens.

Em seu caminho às índias, Cabral, desviou-se do rumo e, neste novo percurso, avistou, em 22 de abril, a terra que foi primeiramente chamada de Monte Pascoal, situada nas costas da Bahia.

Após os portugueses terem o conhecimento desta nova terra, eles a tomaram como propriedade. A princípio, eles não deram muita importância a esta nova descoberta, pois, o que mais lhes interessava naquele momento era o comércio com o oriente. 
Mais tarde, Cabral teve problemas com D. Manuel, e, por esta razão, abandou a corte e também as expedições marinhas. Morreu em 1520, sem ter tido a chance de reconhecer a grandeza de seu feito.

domingo, 11 de março de 2012

A civilização Maia parte 1 de 2



A civilização Maia habitou a região das florestas tropicais das atuais Guatemala, Honduras e Península de Yucatán (sul do atual México). Este povo nestas regiões entre os séculos IV a.C e IX a.C. Entre os séculos IX e X , os toltecas invadiram essas regiões e dominaram a civilização maia.


Organização e sociedade 


Nunca chegaram a formar um império unificado, fato que favoreceu a invasão e domínio de outros povos vizinhos. As cidades formavam o núcleo de decisões e práticas políticas e religiosas da civilização e eram governadas por um estado teocrático.O império maia era considerado um representante dos deuses no Planeta Terra. A zona urbana era habitada apenas pelos nobres (família real), sacerdotes (responsáveis pelos cultos e conhecimentos), chefes militares e administradores do império (cobradores de impostos). Os camponeses, que formavam a base da sociedade, artesão e trabalhadores urbanos faziam parte das camadas menos privilegiadas e tinham que pagar altos impostos. 

Economia e agricultura 



A economia era baseada na agricultura, principalmente de milho, feijão e tubérculos. Suas técnicas de irrigação do solo eram muito avançadas para a época. Praticavam o comércio de mercadorias com povos vizinhos e no interior do império.
Ergueram pirâmides, templos e palácios, demonstrando um grande avanço arquitetônico. O artesanato também se destacou: fiação de tecidos, uso de tintas em tecidos e roupas.

Religião



A religião deste povo era politeísta, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. Elaboraram um eficiente e complexo calendário que estabelecia com exatidão os 365 dias do ano.

Escrita 



Assim como os egípcios, usaram uma escrita baseada em símbolos e desenhos (hieróglifos). Registravam acontecimentos, datas, contagem de impostos e colheitas, guerras e outros dados importantes.

Matemática maia



Desenvolveram muito a matemática, com destaque para a invenção das casas decimais e o valor zero.


Os Maias - Parte 2/2 Episódio da série "Grandes Civilizações", que conta de maneira didática a história de povos importantes para a evolução da humanidade.

Os Maias parte 2

Episódio da série "Grandes Civilizações", que conta de maneira didática a história de povos importantes para a evolução da humanidade.

GRÉCIA ANTIGA - PARTE 2


sábado, 10 de março de 2012

"Grandes Civilizações": A Grécia Antiga (Parte 1)


Faça um vôo noturno sobre a Terra e veja detalhes que nunca imaginou Como seria voar sobre a Terra? A NASA nos proporcionou um gostinho dessa sensação através de um belíssimo vídeo produzido por uma câmera que capturou imagens a partir de uma Estação Espacial Internacional (ISS), localizada a cerca de 340 km da Terra. O vídeo, com pouco mais de dois minutos, nos permite visualizar uma série de detalhes encantadores como relâmpagos, raios, as luzes das cidades, o azul infinito dos mares e até mesmo a fusão de cores da Aurora Boreal. Desligue as luzes, encha sua tela com essas imagens, aumente o som, relaxe e faça uma boa viagem!



Heródoto o pai da História



      
Herótodo -484/-425

Heródoto (gr. Ἡρόδοτος) de Halicarnasso é o mais importante dos historiadores gregos mais antigos. Foi o primeiro prosador a reunir diversas narrativas históricas ou quase-históricas em um relato coerente e vivo. Foi apelidado por Cícero, merecidamente, de pai da História (Leg. 1.1.5).
Biografia
Nasceu por volta de -484 em Halicarnasso, Ásia Menor, nos limites do Império Persa. Era de família ilustre e, segundo a tradição, viveu exilado em Samos durante a juventude, em consequência de sua participação em um levante contra o tirano Lígdamis. Conseguiu voltar à sua cidade somente por volta de -454, pouco depois da queda de Lígdamis.

Viajou durante muito tempo, possivelmente depois de ter retornado a Halicarnasso. Esteve no Egito, na Fenícia, na Mesopotâmia, na região dos citas, perto do Mar Negro, em Cirene, no norte da África, e na Grécia Continental. Acredita-se que viveu algum tempo em Atenas, onde teria lido em público trechos de seus escritos.

Em -443, aproximadamente, juntou-se aos atenienses que fundaram Túrios no sul da Itália. Ainda vivia no início da Guerra do Peloponeso (-431/-427) e é provável que tenha morrido pouco depois, por volta de -425.
Obras sobreviventes
Aparentemente, Heródoto escreveu somente dois livros: uma história da Assíria, hoje perdida, e a grande obra de sua vida — Histórias — que chegou até nós praticamente completa.

Em Histórias (-450/-430), o primeiro texto longo em prosa que chegou aos nossos dias, escrito em dialeto iônico, Heródoto relata os conflitos entre gregos e persas desde -550 até as guerras greco-pérsicas, também chamadas de guerras médicas, assim como os seus antecedentes e circunstâncias.

Consta que Heródoto apresentou uma leitura pública de trechos da obra em Atenas, por volta de -445. Alusões à guerra do Peloponeso permitem imaginar que o livro foi terminado pouco antes de sua morte.
Características da obra
Independentemente do valor histórico, Histórias é uma das obras mais interessantes escritas até hoje. Heródoto não se limitou a compilar, a exemplo de seus antecessores, simples relatos tradicionais e listas genealógicas; ele investigou pessoalmente e até onde lhe foi possível os acontecimentos que o interessavam. Observe-se o uso que faz da palavra "investigações" (gr. ἱστορίαι) no prólogo do livro, na epígrafe supra.

Embora tenha recorrido também a fontes escritas, como por exemplo o livro de Hecateu de Mileto (-550/-475) e os arquivos oficiais de algumas cidades gregas, Heródoto utilizou principalmente tradições orais e relatos de pessoas que testemunharam ou conheceram as testemunhas dos acontecimentos.

Os fatos são apresentados com racionalidade, ainda que de forma um tanto parcial. Dotado de curiosidade, capacidade de observação e espírito crítico, Heródoto escolhia sempre a menos fantasiosa das versões; os relatos fabulosos são contados, mas com ceticismo, e com frequência ele enfatizava que não lhes dava crédito. Além disso, em várias ocasiões, diz sinceramente que não é capaz de explicar este ou aquele fato, ou então que nada pôde descobrir a respeito.

Em outros aspectos, Heródoto acompanhava as crenças de sua época, como por exemplo quando atribuía importância aos oráculos, prodígios e outras evidências da intervenção direta dos deuses na vida humana.
Referências

o mundo Vikings desenho infantil

o Canal de Suez

sábado, 21 de janeiro de 2012

Pré-História brasileira

Sambaquis, vestígios dos povos pré-históricos do litoral brasileiro.

Dentro dos estudos arqueológicos desenvolvidos na América, o Brasil concede uma significativa contribuição proveniente de seus diversos sítios arqueológicos. Entre os estados que apresentam antigos vestígios da presença humana podemos destacar primeiramente os estados do PiauíMinas Gerais e as regiões litorâneas do Centro-sul do país. 


Em São Raimundo Nonato (PI), um grupo de arqueólogos liderados por Niède Guidon notificou a presença de facas, machados e fogueiras com cerca de 48 mil anos de existência. Entre as principais conclusões desses estudos, destaca-se a presença de comunidades coletivas que caçavam e utilizavam o fogo para protegerem-se e alimentarem-se. 



Na região de Lagoa Santa (MG) é o local onde está registrado uma das mais notórias descobertas da arqueologia nacional. Foi ali que se achou o mais antigo fóssil das Américas. Trata-se do crânio feminino que existiu há cerca de 11.500 anos. Pesquisas desenvolvidas a partir desse fóssil (apelidado de Luzia) abriram portas para novas teorias sobre o processo de ocupação do continente. Os traços negróides de Luzia levantam a suspeita de uma onda migratória da Oceania, responsável pela ocupação do nosso continente. 



Próxima das regiões de rio e no litoral do Brasil existe outro conjunto de vestígios pré-históricos. Nestes lugares, montes de conchas e esqueletos de peixe conferem a existência de comunidades inteiras que sobreviviam da pesca. Também conhecidos como povos sambaquis, essas populações foram usualmente detectadas no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. No ano de 2001, o mais antigo sambaqui brasileiro foi encontrado em Vale do Ribeira (SP). 



Nas regiões do interior do Brasil também são encontrados riquíssimos sítios arqueológicos. Os chamados “cemitérios dos índios” são, na verdade, vestígios de antigas civilizações do território brasileiro. Ali encontramos grandes aldeias que realizavam sofisticados rituais funerários. Datados com cerca de mil anos, esses povos possuíam uma cultura bastante diferente da dos sambaquis. 



Ainda na região amazônica, temos relato sobre um outro conjunto de povos pré-históricos. Designados como integrantes da civilização marajoara, esses povos deixaram interessantes vestígios materiais. Dotados de uma arte ceramista ricamente detalhada, os marajoaras faz parte dos mais complexos grupos humanos que viveram em terras brasileiras. 



Com o passar dos anos, as civilizações ameríndias foram desenvolvendo-se em território nacional. Espalhados em diferentes tribos, os índios brasileiros integraram uma parte mais recente da História das populações nativas do Brasil. A partir do século XV, a chegada dos europeus transformou radicalmente a situação dos índios. A intolerância religiosa e cultural, a violência e as epidemias foram responsáveis pela dizimação dos povos indígenas no país.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Mulheres da História


O poder das amantes


Elas foram escolhidas por reis, mas não viraram rainhas. Mesmo sem coroa, algumas se tornaram tão poderosas que mudaram o mundo.


Desde pequena, Jeanne-Antoinette Poisson foi criada para ser a favorita de Luís XV. Bem-educada e perspicaz, conseguiu o que queria. Tornou-se a madame de Pompadour, uma das mulheres mais influentes da França. Como os casamentos reais eram fruto de acordos políticos e econômicos, o rei buscar amor e prazer nos braços de outras era natural. "Pais empurravam as filhas mais atraentes para os braços do rei, torcendo para que elas terminassem em sua cama", diz Robin Briggs, historiador da Universidade de Oxford (Inglaterra). "A amante tinha acesso direto ao rei e era vista como a mais interessada em seu bem-estar, além de ser uma fonte segura de informações sobre a corte", diz Kathleen Wellman, da Southern Methodist University, em Dallas (EUA). Daí vinha seu poder.
Panela velha

Nome: Diane de Poitiers (1499-1566)
Principal amante: rei Henrique II, da França
Esquisitice: ensinou posições sexuais para a rainha
Influência política: muito grande

Diane de Poitiers nasceu no último dia de 1499. Filha de nobres, casou muito jovem com Luís de Brézé, conde de Maulévrier, de 56 anos. Aos 18, com duas filhas, segurou no colo Henrique, futuro rei da França. Quando ficou viúva, afastou-se da corte por um longo período. Ao retornar, aos 30 anos, estava deslumbrante. O garoto Henrique encantou-se. Não se sabe, segundo a princesa Michael de Kent, o exato momento em que os dois viraram amantes. Henrique venerava aquela mulher quase 19 anos mais velha, mas se casou com a prima dela, Catarina de Médici. Quando ele tinha 17 anos, seu irmão mais velho e sucessor ao trono morreu. Diane, então, preparou o jovem amante para se tornar rei. Quando enfim virou monarca da França, em 1547, pôde assumi-la publicamente. Diane dava conselhos para assuntos de Estado e redigia as cartas oficiais, assinadas como "Henrique Diane". Ela o encorajou a nomear ministros e tornou-se membro do Conselho Privado. Era tão devotada a Henrique que chegou a ensinar algumas posições sexuais à rainha, desesperada por não conseguir engravidar. Deve ter funcionado - Catarina teve 10 filhos. Henrique deu a Diane o castelo Chenonceau, joias, o título de duquesa de Valentinois e uma homenagem sem precedentes: uma moeda cunhada com a imagem da amada. Em 1559, durante os casamentos de sua irmã e de sua filha, Henrique organizou um duelo. A brincadeira acabou em tragédia: a lança do adversário entrou no olho do rei. Ele tinha 41 anos.  Diana perdeu o amante e o poder político e foi banida da corte pela rainha. Morreu aos 67 anos.


Morriam por ela

Nome: Agustina Carolina Otero, La Belle Otero (1868-1965)
Principal amante: todos os reis e príncipes com quem se envolveu
Esquisitice: ganhou o apelido de "sereia dos suicidas"
Influência política: quase nenhuma

É difícil saber o quanto de sua biografia é verdadeira, já que a espanhola Carolina fantasiava histórias para se promover. Certo é que foi umas das dançarinas e cortesãs mais festejadas da Europa na Belle époque. Dizia ser filha de uma cigana andaluz e de um soldado grego. Perdeu o pai ainda criança e passou a infância num internato. Aos 12 anos, aparentando muito mais, fazia shows de dança em salões. Foi para Lisboa e, nos teatros, passou a ser conhecida como La Belle Otero. Virou amante de um rico banqueiro e teve vários outros até se casar com um ator italiano - que abandonou ao pegá-lo na cama com outra. Passou por Alemanha, Mônaco, Áustria, Rússia e Estados Unidos. Mas foi em Paris que alcançou seu auge com as apresentações na casa de espetáculos Folies-Bergére. Por todos os lugares, colecionou amantes reais. Entre eles, o Czar Nicolau II, o príncipe Albert I de Mônaco, o rei Leopoldo da Bélgica, o príncipe Edward VII do Reino Unido, Guilherme II da Alemanha, Alfonso da Espanha e o príncipe Pirievski, da Rússia - um dos 6 homens que teriam se matado por ela, o que rendeu à dançarina o apelido de "sereia dos suicidas". La Belle morreu aos 97 anos, de ataque cardíaco, pobre e sozinha.


De nobres a cocheiros

Nome: Barbara Villiers, condessa de Castlemaine (1641-1709)
Principal amante: rei Charles II, da Inglaterra
Esquisitice: era promíscua e tinha boca suja
Influência política: grande


Aos 18 anos, Barbara Villiers casou-se com o inglês Roger Palmer. Mas tornou-se amante de Charles II quando ele assumiu o trono, em 1660. Nove meses depois, dava à luz sua primeira filha. Palmer ganhou o título de conde de Castlemaine. No dia em que o rei se casou com a princesa portuguesa Catarina de Bragança, lady Castlemaine, numa afronta à nova rainha, pendurou "as mais finas camisolas e anáguas de linho por galhos e arbustos do jardim real", conta Leigh Eduardo no livro Amantes. Dava palpites em negociações comerciais e favorecia algumas pessoas para depois cobrar o favor. Num debate com o rei, o premiê Clarendon disse que lady Castlemaine dava palpite demais. Charles o destituiu. Ela se deitava com qualquer um. Falava palavrões e gastava fortunas no jogo. Para pagar uma dívida de 30 mil  libras, Charles usou o dinheiro de impostos. O ódio do povo desencadeou uma rebelião que resultou em bordéis queimados e homens condenados à morte. Após 8 anos, Charles a "aposentou". Deu a ela o palácio de Nonsuch (que ela mandou demolir depois de depená-lo). Barbara morreu pobre aos 68 anos.


A barraqueira da Baviera

Nome: Lola Montez (1818-1861)
Principal amante: rei Ludwig I, da Baviera
Esquisitice: chicoteava quem atrapalhasse seu caminho
Influência política: grande - quase causou uma guerra civil


Maria Dolores Eliza Rosanna Gilbert, filha de um militar inglês, fugiu de um casamento arranjado e foi estudar dança na Espanha. Ao voltar para Londres, mudou de identidade: virou Lola Montez. Com direito a sotaque espanhol e cigarrilhas, fez sucesso nos teatros e correu o mundo. Em Berlim, em 1844, teve um romance com o pianista Franz Liszt. Em Paris, ficou amiga de Alexandre Dumas, Chopin, Delacroix e Victor Hugo. Em Munique, não conseguiu se apresentar no teatro local e, irritada, marcou uma audiência com o rei. Cansada de esperar por Ludwig I, teve sua blusa rasgada por um guarda ao tentar invadir seus aposentos. Ele a viu com o seio quase de fora - foi o início do relacionamento que chocou a Europa. O governo de Ludwig, até então pautado pela Igreja, balançou com as ideias anticlericais da amante. Ela derrubou o primeiro-ministro, torrava o dinheiro do rei, cuspia e dava chicotadas em quem tivesse ideias contrárias às suas. Ludwig, temendo uma rebelião, pediu que ela deixasse o país. Em 1857, quando a rainha da Baviera morreu, Lola aceitou o pedido de casamento de Ludwig, que abdicara do trono. Mas abandonou o marido ao descobrir que ele tinha sífilis.


Encantos de Bruxa

Nome: Françoise Athénais, madame de Montespan (1641-1707)
Principal amante: rei Luís XIV
Esquisitice: acusada de praticar magia negra
Influência política: pouca


Françoise-Athénaïs era bonita, tinha um belo corpo e postura impecável. Conheceu Luís XIV em 1661, no esplendor de seus 20 anos. O rei estava casado com Maria Teresa de Espanha, mas tinha um apetite sexual famoso no reino. Françoise, casada com o marquês de Montespan, estava insatisfeita com as jogatinas e com a arrogância do marido. O "encaixe" entre a bela e o monarca, entretanto, não foi imediato. Em 1664, Françoise foi escolhida como uma das damas de honra da rainha Maria Teresa. Em 1667, aí sim, virou amante de Luís XIV. Inconformado, o marquês de Montespan pôs-se em luto, colocou enormes chifres em sua carruagem e adornou sua própria cabeça. Motivo de chacota, o rei o baniu de Paris. Em 1678, uma vidente embriagada falou de poções de envenenamento. Teve início uma investigação, chamada de "Câmara Ardente", que revelou uma rede de bruxas e feiticeiras envolvendo nobres e padres. Françoise foi acusada de ter feito magia (com sacrifício de crianças e outras barbaridades) contra o rei e suas novas amantes. Em 1691, ela foi convidada a se retirar de Versalhes. Deixou o castelo insultando o rei, dizendo que fora obrigada a aguentar o cheiro dele por 12 anos - Luís tinha fama de não ser chegado a banhos e de exalar um odor infernal.


terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O casamento de padres sempre foi proibido. FALSO!

Seguindo o exemplo de Jesus Cristo e de seus discípulos, os primeiros cristãos permaneceram celibatários. A Igreja impôs a regra a seus sacerdotes desde o princípio, certo? Errado!
por Olivier Tosseri

Museu do Convento de Santa Catarina, Utrecht
Até o século X, nada impedia os padres de ter relações amorosas
Jesus Cristo jamais proferiu algo contrário ao casamento de religiosos, e alguns de seus apóstolos tiveram esposas e filhos. O judaísmo, crença da qual se originou o cristianismo, não impunha o celibato aos rabinos. Logo, a Igreja Católica também passou um longo tempo considerando aceitável a ordenação de homens casados.

Uma das primeiras tentativas de imposição do celibato aos padres fracassou no Concílio de Niceia, no ano 325. A reunião só conseguiu proibir o casamento depois da ordenação. Ao que tudo indica, porém, nem mesmo essa cláusula foi respeitada rigorosamente, já que vários clérigos do período viviam com suas companheiras e resistiram à nova regra. No século IV, por exemplo, bispos como Gregório de Nazianzo e Gregório de Nissa eram casados, e 39 dos papas tiveram esposas e filhos, que chegaram, em alguns casos, a suceder os pais.

Essa situação começou a mudar com a ascensão de vários monges a cargos de importância na hierarquia eclesiástica. A multiplicação das decisões papais, concílios e sínodos de bispos em defesa da obrigatoriedade do celibato mostra que a força política desse grupo, praticante da renúncia aos prazeres mundanos, alterou bastante a estrutura de poder da Igreja.  A disputa entre opositores e defensores do celibato se acirrou no século X, quando o Império Carolíngio sucumbiu e a Igreja passou a enfrentar dificuldades para impor suas normas aos clérigos. O afastamento das questões espirituais, a prática da simonia (venda de bens sagrados e de benefícios eclesiásticos) e os casos de nicolaísmo (incontinência dos padres que se casam ou vivem em concubinato) se tornaram mais frequentes. Uma reforma era necessária.

Embora iniciada por Leão IX, foi o papa Gregório VII que emprestou seu nome à chamada “reforma gregoriana”. Esse movimento intensificou a crítica à incontinência dos religiosos e passou a valorizar um clero inteiramente voltado à sua tarefa, sem relações familiares que pudessem afastá-lo dos interesses espirituais ou levá-lo a usurpar bens da Igreja para benefício de seus parentes.

Em vários países, como Alemanha, França, Inglaterra e Espanha, essas decisões foram mal recebidas pelos clérigos locais, e o concubinato dos padres persistiu. No entanto, a população aderia cada vez mais às decisões papais e, ansiosa pela renovação de um clero corrupto e permissivo, rejeitava os religiosos que continuavam a ter uma amante ou a praticar atos condenáveis.

Assim, o desejo de um enquadramento melhor dos padres e de uma definição mais restrita de sua disciplina continuou a ganhar força. Os cânones dos concílios de Latrão II (1139), Latrão III (1179) e, finalmente, Latrão IV (1215) reiteraram a proibição ao concubinato dos padres e à ordenação de homens casados. Essas determinações têm sido rigorosamente aplicadas pela Igreja Católica até os dias atuais, a despeito do que fizeram os cristãos ortodoxos: para eles, a ordenação de homens casados continua sendo, a exemplo do que ocorria nos primeiros anos do cristianismo, uma prática perfeitamente aceitável. 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Mundo Antigo



Alguns dos povos apresentados nas histórias
Asterix

Túlio Vilela
Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

ROMANOS

Em Asterix, apesar de todas as piadas e absurdos, é possível perceber que alguma pesquisa foi realizada no que se refere ao modo como Roma foi retratada, especialmente nos cenários desenhados por Uderzo. É curioso notar que em Asterix os romanos raramente são retratados como maus ou sinistros, apesar de todos  os planos e tentativas de conquistar a aldeia dos gauleses. Isso porque em Asterix, os gauleses não odeiam os romanos, querem apenas preservar sua cultura e estilo de vida. Um exemplo disso é que apesar de possuírem a poção mágica que concede uma força descomunal a quem bebe, e cuja fórmula é conhecida apenas pelo druida Panoramix, os gauleses da aldeia a usam somente para fins de defesa e jamais para conquista. Trata-se de uma crítica a toda forma de expansionismo militar. Outra razão para os romanos, apesar de adversários dos gauleses, serem na sua maioria personagens simpáticos é que Goscinny e Uderzo jamais poderiam negar ou desprezar a herança cultural deixada por Roma. Na vida real, a Gália tornou-se uma das mais romanizadas províncias do Império Romano. Os gauleses acabaram assimilando os hábitos e a cultura romana. Exemplo disso está no próprio idioma, pois a atual língua francesa surgiu do latim, a língua falada pelos antigos romanos, e quem também deu origem ao italiano, ao português, ao espanhol e ao romano (falado na Romênia). Daí as semelhanças entre essas línguas e o fato de serem consideradas línguas latinas.

GAULESES

Os gauleses viviam na Gália, território que corresponde mais ou menos aos territórios das atuais França e Bélgica. Assim como nos quadrinhos, os gauleses da vida real tinham carne de javali no cardápio. Também tinham druidas, mas esses eram bem diferentes do simpático Panoramix: realizavam sacrifícios humanos em alguns de seus rituais e, é claro, não tinham a fórmula de nenhuma poção mágica.

BRETÕES

Gauleses e bretões eram povos aparentados. Ambos tinham origem celta. Os celtas eram povos que habitavam o norte e o centro da Europa. Em Asterix entre os bretões, há várias piadas que fazem referência à Inglaterra dos dias de hoje: o fato de as carroças dos bretões andarem na outra mão ( da mesma forma como os automóveis trafegam na Inglaterra de hoje ), a carroça de dois andares ( uma alusão ao famoso ônibus de dois andares que andam nas ruas de londrés), o hábito dos bretões de tomarem a "quente água" ( uma brincadeira com hábito inglês do chá das cinco), o fato de os bretões falarem os adjetivos antes dossubstantivos ( EXEMPLO:"AS romanas patrulhas") e um certo jogo que lembra dois esportes de origem inglesa, o futebol e o rúgbi ( mão confundir com o futebol americano). Até o nome do chefe bretão. Godseivzeekingos, é uma brincadeira com God Save The King (" DEUS SALVE O REI"), o hino nacional britânico, que também é conhecido como God Sane The Queen("DEUS SALVE A RAINHA). Por fim. como a história foi publicada na década de 1960, os quatro bardos que aparecem cantando para delírio das fãs são os próprios Beatles caricaturados.

BELGAS

Os belgas também eram gauleses. César em seu relato sobre a conquista a Gália, chegou a afirmar que os belgas estavam entre os mais valentes guerreiros de toda a Gália. 
Na França, os belgas são alvos de piadas semelhantes às piadas de português contadas no Brasil. A aventura Asterix entre os belgas também brinca com isso. Nessa mesma aventura aparecem dois guerreiros belgas com a cara dos detetives Dupond e Dupont, personagens da nais conhecida série de histórias em quadrinhos da Bélgica: As aventuras de Tintim. Vale lembrar que a Bélgica atual é um país com dois idiomas oficiais, o francês e o flamengo (idioma que também é falado na Holanda.

GODOS

O único povo mostrado de maneira realmente sinistra em Asterix são os godos, povo de origem germânica. Nem mesmo os romanos foram retratados de forma tão negativa.Isso porque os godos representavam os alemães e a memória da ocupação da França pela Alemanha nazista ainda era muito recente quando as aventuras de asterix foram criadas. Em Asterix e os godos, os guerreiros godos usam capacetes semelhante aos usados pelo alemães na primeira guerra mundial. Nessa mesma história, Asterix e Obelix enfrentam tudo e todos, trata-se de uma referência a Adolf Hitler, ditador nazista que governou a Alemanha durante a segunda Guerra Mundial.

Helvéticos

A região da Helvética corresponde ao que hoje é a Suíça, daí, na aventura Asrerix entre os helvéticos, aparecem os banqueiros helvéticos, uma brincadeira em cima dos famosos bancos suíços ( os mesmos onde certos políticos brasileiros depositam dinheiro obtido ilegalmente.).

NORMANDOS

Os normandos, nome que significa " homem do Norte", ou  nórdicos eram os antigos habitantes da Escandinávia ( regão gelada da Europa da qual fazem parte a Noruega, a Dinamarca, a Suécia e a Islândia). trata-se do mesmo povo que na idade Média ficou conhecido como Vikings. Há uma região da Franca atual que recebeu o nome de Normandia porque no passado foi colonizada pelos normandos. Os normandos aparecem com destaque em duas aventuras de Asterix: "Asterix e os Normandos" e A Grande Travessia". Na primeira, os corajosos normandos organizam uma expedição para tentar descobrir o que é o medo, algo que jamais sentiram e tinham grande curiosidade em saber como era ( o final é surpreendente ), na segunda, normandos e gauleses chegam na América séculos antes de Colombo. Detalhes: em " A Grande Travessia". o cão dos normandos é da raça dinamarquês e late com sotaque (!).

HISPÂNICOS

Na aventura ! ASTERIX NA HISPÂNIA", Asterix e Obelix visitam a Hispânia, nome que era dado a Península Ibérica ( onde hoje ficam Portugal e Espanha). Nessa história, os hispânicos lembram os espanhóis de hoje, fala, "Olé" e gostam de touradas. Sá mesmo nos quadrinhos, porque certamente os hispânicos deviam ser bem diferentes dos espanhóis  atuais. Uma das razões é porque boa parte da cultura espanhola de hoje é produto de influência que vieram depois do domínio romano, como por exemplo. a influência árabe.

ÍNDIOS NORTES - AMERICANOS

Uderzo e Goscinny não fizeram piadas em cima dos países da Europa, sobrou também para os Estados Unidos em ' A Grande Travessia". Asterix e Obelix chegam à América do Norte e encontram uma tribo de índios, Num momento, um dos índios apanha de Obelix e fica enxergando estrelas da bandeira dos Estados Unidos. Outro Índio apanha de Asterix, mas as estrelas que esse  enxerga são da insígnia da força aérea norte-americana. Imaginem só se tivessem chegado na América do Sul, mais especificamente onde hoje é o Brasil... 


Quadrinhos e Antigüidade O mundo antigo segundo Asterix e Obelix

Túlio VilelaEspecial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação




Divulgação


A aldeia de Asterix, sempre apresentada na abertura das histórias do personagem

"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor". Essa é a introdução que aparece antes de cada aventura de Asterix, o gaulês, famoso herói das histórias em quadrinhos francesas. Nas aventuras de Asterix, os legionários romanos quase sempre aparecem apanhando dos gauleses, especialmente de Obelix, o melhor amigo de Asterix.

Mas será que os antigos romanos eram parecidos com os mostrados nessas histórias? E os outros povos da Antigüidade que também aparecem nessas histórias (gauleses, bretões, gregos, egípcios...)? Será que alguma tribo de gauleses conseguiu mesmo resistir aos romanos? Para responder essas e outras  perguntas, precisamos separar o que é real do que é imaginário. Isso porque, como veremos com mais detalhes, nas histórias de Asterix, enquanto alguns elementos têm base em fatos históricos, outros são pura fantasia.

Metáfora da ocupação nazista na França

As histórias de Asterix foram criadas com o propósito de divertir e não com a pretensão de "ensinar História". Por isso, elas se valem do mesmo recurso usado para fazer humor nos desenhos animados dos Flintstones, a famosa família da Idade da Pedra: retratar o passado com as características do modo de vida dos dias de hoje. Na verdade, as histórias de Asterix refletem muito mais a época em que foram criadas do que propriamente a época em que elas se passam.
Asterix foi criado pela dupla de franceses René Goscinny (escritor, já falecido) e Albert Uderzo (desenhista, que continuou a criar as histórias após a morte de Goscinny em 1977). O personagem apareceu pela primeira vez na revista francesa Pilote em 1959. Segundo vários críticos, o fato dessas histórias tratarem de um povo (os gauleses) resistindo à dominação de outro (os romanos) pode ter sido inspirado na resistência francesa à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ou uma crítica à hegemonia dos Estados Unidos após a Segunda Guerra.

Seja como for, ao ler Asterix podemos aprender mais a respeito do mundo contemporâneo do que a respeito do mundo antigo. Neste artigo, responderemos algumas perguntas e falaremos um pouco de como diferentes povos foram mostrados nessa famosa série de quadrinhos.

Em qual período da história de Roma se passam as histórias de Asterix?

As aventuras de Asterix se passam no período da República (509 a 27 a. C.). Trata-se do período em que Roma foi governada pelo Senado. Os outros períodos da história de Roma são o da Monarquia (753 a 509 a. C.), quando a cidade foi governada por reis, e o do Império (27 a. C. a 476 d. C.), em que o Senado perdeu parte da força que tinha antes e o poder passou a se concentrar nas mãos dos imperadores. Portanto, Júlio César, o general romano que liderou a conquista da Gália, e que é figura recorrente nas aventuras de Asterix, jamais foi imperador como muita gente costuma imaginar.

O título de "Imperador" (que significa "supremo") só surgiu depois de morte desse general e foi utilizado pela primeira vez por Otávio, sobrinho e filho adotivo de César, que passou a se chamar Augusto (nome que significa "divino"). Apesar de jamais ter recebido o título de imperador, Júlio César foi o principal responsável por várias conquistas militares que tornaram possível o Império Romano. Por isso, em sua homenagem, todos os imperadores romanos eram também chamados de Césares.

O verdadeiro Júlio César era mesmo parecido com o Júlio César mostrado nos quadrinhos?

O Júlio César mostrado nos quadrinhos de Asterix guarda semelhanças físicas com as estátuas e bustos feitos em homenagem ao verdadeiro César. No entanto, vale destacar uma curiosidade: essas estátuas e bustos geralmente mostram Júlio César com todos os cabelos, mas  quando foram feitas, o modelo já era calvo. Trata-se de um fato comum na História: os poderosos são retratados da forma como eles gostariam de ser lembrados e não como realmente eram. No que se refere à personalidade, o César dos quadrinhos também lembra o que existiu em alguns aspectos, tais como espírito de liderança e habilidade política.

reprodução

Júlio César, no traço de Uderzo

E Cleópatra, a rainha do Egito? Há semelhanças entre a verdadeira e a mostrada em Asterix?

A Cleópatra mostrada nos quadrinhos (e também no filme Asterix e Cleópatra) é inspirada na imagem popular difundida nos filmes de Hollywood, a de uma rainha sedutora e de beleza exótica que encantava inúmeros homens. Ao que tudo indica, a verdadeira Cleópatra era bem diferente: descendente dos reis ptolomaicos, dinastia fundada por um dos generais de Alexandre, o Grande, ela tinha muito mais em comum com os gregos do que com os egípcios (Alexandre, que veio da Macedônia, difundiu a cultura grega no Ocidente).

Segundo Plutarco, filósofo e historiador grego que viveu na Antigüidade, Cleópatra não tinha uma beleza extraordinária, mas era muito atraente, com uma voz capaz de encantar os homens em qualquer língua. Tal como mostrado no álbum O filho de Asterix, ela teve realmente um filho com Júlio César.  No entanto, na vida real, César recusou-se a tornar esse filho seu herdeiro, honra que coube a Otávio. O filho de César e Cleópatra, que se tornou o faraó Ptolomeu 15, também conhecido como Cesarion ("Pequeno César"), teve um final trágico: morreu assassinado aos dezessete anos por ordem de Otávio.

Além de Júlio César e Cleópatra, outras figuras históricas já apareceram nos quadrinhos de Asterix?

Sim. Durante os quais podemos destacar, Vercingetórix, chefe gaulês que tentou resistir à conquista romana, e Brutus, enteado de Júlio César, que se tornaria um dos responsáveis pelo assassinato de César (daí a famosa frase que César teria proferido pouco antes de morrer: "Até tu, Brutus?!"). 

Alguma tribo gaulesa conseguiu mesmo resistir à ocupação romana?

Inicialmente, os gauleses conseguiram oferecer resistência, mas acabaram sendo conquistados pelo exército de César. Em 52 a. C. o chefe gaulês Vercingetórix conseguiu unir as tribos do centro e do leste da Gália contra os romanos. Tudo o que sabemos desse chefe é aquilo que o próprio Júlio César escreveu em sua obra "Das guerras na Gália". No início, esse chefe conquistou algumas vitórias usando a prática da "terra queimada", que consistia em abandonar as terras mas deixando-as de maneira que o inimigo não conseguisse se reabastecer (sem comida). No entanto, após uma derrota numa batalha, Vercingetórix se rendeu para poupar seu povo. Foi levado como prisioneiro para Roma e jogado em uma cela. Há indícios de que tenha morrido estrangulado na prisão em 46 a. C. Como  se vê, apenas nas aventuras de Asterix é que os gauleses vencem os romanos no final.

reprodução

Vercingetórix depõe as armas aos pés de César

Todos os  povos mencionados nas histórias de Asterix existiram mesmo?

Sim. No entanto, como já afirmou certa vez numa entrevista, o próprio desenhista Albert Uderzo, esses povos devem ter sido bem diferentes na vida real, principalmente no que se refere aos costumes. Nos quadrinhos de Asterix, os povos antigos são mostrados com as características atribuídas aos povos que vivem hoje nas regiões onde se passam as histórias. Daí, os gauleses parecerem com a imagem que os franceses fazem de si mesmos (que é bastante diferente da que o resto do mundo faz dos franceses) ou os bretões parecerem com os ingleses dos dias de hoje.

Quase 300 obras de Picasso descobertas na França

Em janeiro desse ano, um eletricista aposentado entrou em contato com Claude Picasso, filho do pintor espanhol e responsável por administar sua obra, para pedir o certificado de autenticidade de alguns trabalhos que possuía, supostamente saídos da mão do mestre.O que não se esperava é que o eletricista aparecesse com 270 obras de picasso, que supostamente o teria presenteado por serviços prestados nas diversas casas que o artista ocupou durante sua estadia na França.
As autoridades do país investigam a procedência dos trabalhos ( a autenticidade já foi comprovada) e há suspeitas até de roubo por parte do aposentado. Veja uma matéria do estadão sobre o caso nesse link 


http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,obras-ineditas-de-picasso-sao-encontradas-na-franca,646934,0.htm


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Profissão: Historiador

                                                    
 



Historiador é o Proficional que estuda/pesquisa o passado humano em seus vários aspectos: economia,sociedade, cultura, ideias e cotidiano. O historiador investifa e intepreta criticamente os acontecimentos, buscando resgatar a memória da humanidade e ampliar a compreensão da condição humana.

seu trabalho se baseia, principalmente, na pesquisa de documentos, como manuscrito, impressos, gravações, filmes, objetos e fotos. Depois de selecionar, classificar e relacionar os dados levantados em bibliotecas, arquivos, entrevistas ou estudos arqueológicos, ele data o fato ou o objeto, confere autenticidade e analisa sua importância e seu significado para a compreensão do encadeamento dos acontecimentos.


MERCADO DE TRABALHO


O mercado mais tradicional para esse profissional são as escolas de ensino médico e faculdades, mas novos campos de trabalho vêm se abrindo. Nos últimos anos, cresceu a procura por historiadores em empresas privadas, órgãos públicos e entidades de apoio à cultura. para atuar principalmente nas áreas de preservação do patrimônio e resgate históricos.

O historiador também tem sido contratado por empresas interessadas na consultoria histórica de produtos - a pesquisa da trajetória de artigos antigos que podem ser relançados ou similares com boa ou má aceitação no mercado para que seus lançamentos estejam mais próximos das expectativas dos consumidores. As operadoras e as agências de turismo, por sua vez, buscam o profissional para auxiliar na criação de roteiros focados em destinos históricos e culturais.

Museus e centros culturais são outras alternativas de colocação profissional do historiador, que pode trabalhar na curadoria de exposições e na organização e promoção de cursos livres.

Nas editoras, ele é contratado para atuar na elaboração de livros didáticos e paradidáticos. O historiador encontra ainda trabalho na produção de teatro, cinema e televisão, onde faz pesquisa de época para filmes e novelas, ajuda e elaborar roteiros e dá apoio ao material audiovisual em geral.

O salário médio inicial do historiador varia conforme a região de atuação e o porte da empresa ou escola contratante.



O CURSO


  1. O currículo é composto de disciplinas que abordam tanto períodos, seja história antiga, seja medieval, quanto regiões, como Brasil ou Ásia. Há também temas específicos dessa área de conhecimento, como metodologia da história, teoria da história ou história da ciência. Sociologia, geografia, literatura brasileira, antropologia e arqueologia complementam a formação. Muita leitura e boa dose de palestras e seminários fazem parte do cotidiano do aluno. Atenção: a maior parte dos cursos de História no país é de licenciatura, que forma professores. Na licenciatura, o curso pode receber o nome de Estudos Sociais (história). Se você quiser se dedicar à pesquisa ou trabalhar em empresas, pode valer a pena fazer um bacharelado. O estágio é obrigatório, assim como o trabalho de conclusão de curso.
  2. Duração média do curso: quatro anos.
perfil do proficional
Interesse por questões sociais e por leitura, capacidade de reflexão, de argumentação e transmissão de idéias, senso crítico, capacidade de pesquisa, meticulosidade.


O QUE VOCÊ PODE FAZER


Ensino

Lecionar história geral ou do Brasil para o ensino fundamental, médio e superior ou cursos pré-vestibulares.



Memória empresarial
Pesquisar a história de empresas e instituições e apresentá-la em livros, artigos ou reportagens.

Pesquisa
Investigar temas específicos em arquivos, institutos de pesquisa e universidades para produzir teses, livros e artigos.

Dica:

Boa memória e capacidade de organização são muito importantes para exercer a profissão de historiador. É legal também ter gosto pela pesquisa e por ler e escrever.


postagem 02

Grandes navegações

Link vídeo copie e cole no navegador para assistir
https://www.youtube.com/watch?v=lS_UYBPSTds
https://www.youtube.com/watch?v=bF7BTMEogMo





Navegações portuguesas, pioneirismo português, Vasco da Gama e a chegada às índias, instrumentos de navegação, bussola, astrolábio, descobrimentos marítimo, viagem de Cristóvão Colombo, viagem de Pedro Álvares Cabral, Escola de Sagres e as Caravelas.

Caravela Portuguesa da Época das Grandes Navegações

Introdução

Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.

Os objetivos

No século XV, os países europeus que quisessem comprar especiarias (pimenta, açafrão, gengibre, canela e outros temperos), tinham que recorrer aos comerciantes de Veneza ou Gênova, que possuíam o monopólio destes produtos. Com acesso aos mercados orientais - Índia era o principal - os burgueses italianos cobravam preços exorbitantes pelas especiarias do oriente. O canal de comunicação e transporte de mercadorias vindas do oriente era o Mar Mediterrâneo, dominado pelos italianos. Encontrar um novo caminho para as Índias era uma tarefa difícil, porém muito desejada. Portugal e Espanha desejavam muito ter acesso direto às fontes orientais, para poderem também lucrar com este interessante comércio.

Um outro fator importante, que estimulou as navegações nesta época, era a necessidade dos europeus de conquistarem novas terras. Eles queriam isso para poder obter matérias-primas, metais preciosos e produtos não encontrados na Europa. Até mesmo a Igreja Católica estava interessada neste empreendimento, pois, significaria novos fiéis.

Os reis também estavam interessados, tanto que financiaram grande parte dos empreendimentos marítimos, pois com o aumento do comércio, poderiam também aumentar a arrecadação de impostos para os seus reinos. Mais dinheiro significaria mais poder para os reis absolutistas da época (saiba mais em absolutismo e mercantilismo).

Pioneirismo português

Portugal foi o pioneiro nas navegações dos séculos XV e XVI devido a uma série de condições encontradas neste país ibérico. A grande experiência em navegações, principalmente da pesca de bacalhau, ajudou muito Portugal. As caravelas, principal meio de transporte marítimo e comercial do período, eram desenvolvidas com qualidade superior à de outras nações. Portugal contou com uma quantidade significativa de investimentos de capital vindos da burguesia e também da nobreza, interessadas nos lucros que este negócio poderia gerar. Neste país também houve a preocupação com os estudos náuticos, pois os portugueses chegaram a criar até mesmo uma centro de estudos : A Escola de Sagres.

Planejamento das Navegações

Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros tinham uma visão da terra como algo plano e , portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.

Dentro deste contexto, planejar a viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.

Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. Numa navegação participavam marinheiros, soldados, padres, ajudantes, médicos e até mesmo um escrivão para anotar tudo o que acontecia durantes as viagens.

Navegações portuguesas e os descobrimentos

No ano de 1498, Portugal realiza uma das mais importantes navegações: é a chegada das caravelas, comandadas por Vasco da Gama às Índias. Navegando ao redor do continente africano, Vasco da Gama chegou à Calicute e pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos.

Outro importante feito foi a chegada das caravelas de Cabral ao litoral brasileiro, em abril de 1500. Após fazer um reconhecimento da terra "descoberta", Cabral continuou o percurso em direção às Índias.

Em função destes acontecimentos, Portugal tornou-se a principal potência econômica da época.

Navegações Espanholas

A Espanha também se destacou nas conquistas marítimas deste período, tornando-se, ao lado de Portugal, uma grande potência. Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês Cristóvão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, navegando na direção oeste. Em 1492, as caravelas espanholas partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano. Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus. Em contato com os índios da América ( maias, incas e astecas ), os espanhóis começaram um processo de exploração destes povos, interessados na grande quantidade de ouro. Além de retirar as riquezas dos indígenas americanos, os espanhóis destruíram suas culturas.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Introdução aos Estudos Históricos texto e vídeo


postagem 01

1. conceito de História:

- História é a ciência que estuda a mudança.
- História é vida, é movimento, é transformação.
- a História estuda a vida humana através do tempo: estuda o que os homens fizeram, pensaram ou sentiram    
   enquanto seres sociais.
- processo de transformação onde todos os homens são agentes das constantes mudanças que ocorrem: processo histórica.

2. O TERMO HISTÓRIA:

- os gregos foram os primeiros a utizá-lo: histor, originalmente, significava aquele que apreende pelo olhar,      
   aquele que sabe, o testemunho, aquele que testemunhou com seus próprios olhos os acontecimentos.

- "História". ("his + "oren")  significava apreender pelo olhar aquilo que se sucede dinamicamente, ou seja,   testemunhar os acontecimentos a realidade. 

- Por influência de Heródoto, que deu o Título de Histórias ao resultado de suas pesquisas  acerca das      guerras Médicas, o termo assumiu o sentido particular de busca do conhecimento das coisas  humanas, do saber históricos.

- História passou a significar a busca, a pesquisa e também os resultados compilados na obra histórica.

3. SENTIDO DA PALAVRA HISTÓRIA:

- Realidade histórica: conjunto dos fenômenos pelos quais se manifestou se manifesta ou se manifestará a vida da humanidade.Ó a realidade objetiva do movimento do mundo e das coisas.

- Conhecimento histórico a observação subjetiva da realidade pelo historiador.
- Obra histórica: o registro da observação da realidade feita pelo historiador num relato escrito.

4. O AGENTE DA HISTÓRIA:

- O homem é o agente fazedor da história

5. CULTURA:

- Cultura é a maneira de manisfestar vida de um grupo humano - é o conjunto das diversas fôrmas naturais e espirituais com que os indivíduos de um grupo convivem, nas quais atuam e se comunicam e cuja experiência coletiva pode ser transmitida através de vias simbólicas para a geração seguinte - o homem produz cultura produz objetivos e ideias de acordo com suas necessidades de sobrevivência.

6. FONTES HISTÓRICAS: 
+ vestígios (documento) que permite a reconstituição do passado.
- Arqueológicos: restos de animais, utensílios, fósseis, ruínas de templos, palácios e túmulos, esculturas, pinturas, cerâmica, moedas, medalhas, armas, etc.  
- escritos: códigos, decretos, tratados, constituições, leis, editais, relatórios, registro civis, memórias, crônicas, etc.
- orais tradições, lendas, mitos, fábulas, narrações poéticas, canções populares, etc.


7. FATO HISTÓRICO:

- o fato histórico é o objeto de estudo da História.
- é singular, irreversível e de repercussão social.

8. CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA:

- Economia: estuda os meios de produção, distribuição, consumo e circulação da riqueza. 
- Sociologia: estuda o homem em sociedade. 
- Geografia: estuda a superfície da terra no seu aspecto físico e humano. 
- Antropologia: estuda o homem no aspecto biológico e cultural. 
- Arqueologia: estuda as culturas extintas. 
- Paleontologia: estuda os fósseis. 
- Cronologia: localização dos fatos no tempo. 
- Paleografia: escritos antigos em materiais leves. 
- Epigrafia: escritos antigos em materiais pesados. 
- Heráldica: brasões, escudos e insígnias. 
- Numismática: moedas.

9. PARA QUE SERVE A HISTÓRIA?

- para dar consciências aos homens do seu poder de transformar a realidade.

10. PERIODIZAÇÃO HISTÓRICA:

· Periodização Tradicional: Pré-História e História.

+ Pré-História: 

I. Paleolítico. 
II. Neolítico. 

+ História: 

I. Idade Antiga: da invenção da escrita (4.000 a.C.) até a queda do império romano (476). 
II. Idade Média: da queda do império romano até a tomada de Constantinopla (1453). 
III. Idade Moderna: da tomada de Constantinopla até a Revolução Francesa (1789). 
IV. dade Contemporânea: da Revolução Francesa até os dias atuais.


- nem todos os historiadores concordam com a periodização tradicional da História baseada na história política.

- existem outras propostas de divisões inspiradas, por exemplo, no enfoque econômico (modo de produção), tecnológico-científico, etc.

- a divisão da História em períodos não é precisa nem natural.

- a divisão tradicional da História é hoje bastante discutível porque uniformiza os vários períodos quanto a sua importância, conduz à ideia de hierarquia nos vários acontecimentos, leva em consideração apenas a civilização ocidental e demonstra a fragilidade desta compartimentação, relegando fatos históricos também considerados importantes.

- o tempo é universal, mas não é absoluto.

- nem todos os povos adotam o calendário cristão (calendário gregoriano, instituído pela Igreja Católica no séc. XVI, para adequar o anterior (Juliano) às suas festividades religiosas). Muçulmanos e judeus, por exemplo, têm sistemas próprios de demarcação de tempo.

11. TEORIA DA HISTÓRIA:

- a historiografia é a arte ou o modo de escrever a História ou o estudo crítico da História.
- os conceitos de espaço e de tempo, essenciais no conhecimento histórico, evidenciam a inter-relação da História com a Geografia.

- a História, como as outras formas de conhecimento da realidade, está sempre se constituindo: o conhecimento que ela produz nunca é perfeito ou acabado.

- a História dos homens na transformação da natureza e na organização das sociedades é objeto de controvérsia permanente para historiadores e cientistas sociais.

- o passado histórico não deve ser apresentado de maneira única, como uma verdade absoluta, desvinculado das discussões que envolvam o presente.

- o historiador não é homem neutro, imparcial e isolado de sua época. O mundo de hoje contagia de alguma maneira o trabalho do historiador, refletindo-se na reconstrução que ele elabora do passado.
- a compreensão do presente e o estudo do passado não se relacionam entre si de forma mecânica, estreita e determinista.

PATRIMÔNIO CULTURAL E HISTÓRIA

“Quando vivemos num lugar somos reco­nhecidos por alguma coisa que fazemos, pelo que fazem nossos pais ou as pessoas com quem vivemos, ou por coisas que nos vão acontecen­do. Fazendo amigos, indo à escola, trabalhan­do, ajudando aos outros, brincando, marcamos a nossa vida e as vidas das pessoas que nos cer­cam.

Tudo o que fazemos, o que criamos ou inventamos, é a partir do que vemos, do que sentimos e do que aprendemos. E tanta coisa! Há jeitos diferentes de viver, de tratar o meio ambiente e os animais, de cuidar dos doentes,fazer festas e comidas, mas tudo isto fala ~mos. Também as brincadeiras, as músicas que ­cantamos, as danças, os jogos, as histórias.

 Chamamos a este conjunto de coisas de Patrimônio Cultural. Ele é constituído pelo que já encontramos desde que nascemos, mas também pelo que vamos construindo e acrescentando com a nossa vida e a nossa ação.

 É como uma “herança” que todos recebemos ao nascer e que faz o con­junto dos bens que pertencem a um povo ou a um país: o meio ambiente, tudo o que se es­creve nos livros, o que se produz nas artes, tudo o que se aprende e se faz para sobreviver (como o saber subir em árvores, saber pescar, plantar e colher, saber cuidar dos animais, saber na­dar...); e tudo o mais que é necessário para vi ver bem (como cozinhar, costurar, construir fabricar, instalar; assim como os objetos que se fabrica, as construções, as cidades). Esta “herança” é o patrimônio cultural.

Somente conhecendo o patrimônio cultu­ral de uma comunidade podemos entender um pouco o que ela é: o que fazem as pessoas que ali vivem, e até o que desejam e sonham, pode­mos enfim conhecer a sua história. Por isto os historiadores, para escrever os livros de Histó­ria, vão procurar informações estudando os bens do patrimônio cultural. Eles pesquisam dados do meio ambiente, buscam documentos nos ar­quivos, museus e bibliotecas, lêem livros, entrevistam pessoas, estudam outros tipos de bens culturais.

Podemos aprender História nos livros, mas precisamos também entender como trabalham os historiadores e, como eles. conhecer o que di­zem os documentos, os monumentos, as fotogra­fias, as manifestações ar­tísticas, os documen­tários da TV ou do cine­ma, os jornais, ou o que nos dizem as lembranças dos mais velhos. Assim veremos como é fasci­nante a nossa história, quanto há o que aprender com ela! Certamente va­mos entender e valorizar este patrimônio, que fala da nossa história e que, portanto, fala sobre nós mesmos”.

Texto extraído:
SANTOS, Lenalda Andrade e. Para Conhecer a História de Sergipe. SEED. 1998.

PATRIMÔNIO CULTURAL

I. Patrimônio Cultural:

· Ultimamente, os jornais, as revistas e a própria televisão estão a dar ênfase a uma assunto até há pouco sem interesse maior ao povo, que é esse tema ligado às construções antigas e seus pertences, representativos de gerações passadas e que, englobadamente, recebem o nome genérico de “Patrimônio Histórico”, ao qual, às vezes, também é aposta a palavra “artístico”. Na verdade, essa expressão usual abrange somente um segmento de um acervo maior, que é o chamado Patrimônio Cultural.

· Patrimônio Cultural pode ser definido como um conjunto de bens culturais, antigos e novos, representativo das manifestações culturais de uma nação ou de um povo. 

· É incomensurável o número total de bens que compõem o Patrimônio Cultural de um povo, de uma nação ou de um pequeno município. 

· O Patrimônio Cultural de uma sociedade ou de uma região ou de uma nação é bastante diversificado, sofrendo permanentemente alterações. 

· Nem só de cidades e monumentos é formado o Patrimônio Cultural: quadros, livros ou mesmo fotografias que documentem a memória e os costumes de uma época também fazem parte do acervo cultural. 

· Muitas pessoas, ainda hoje, confundem Patrimônio Cultural com amontoado de velharias, não sabendo que agora também estão, enquanto vivem, a enriquecer, ou a empobrecer, nosso elenco de bens representativos. 

· A problemática do Patrimônio Cultural deve ser encarada de modo bastante abrangente, isto é, abordando todo o elenco de bens culturais de um povo, sem atentar, necessariamente, ao aspecto histórico. 

· Patrimônio Oficial é aquele que legalmente reúne poucos e escolhidos bens culturais eleitos como preserváveis à posteridade. 

· Nenhum país pode se vangloriar de possuir preservado o seu integral Patrimônio Cultural, representado de modo condigno por acervos museológicos, arquivos, mostruários, construções e urbanizações partícipes de ecomuseus que realmente sejam representações corretas de todo o seu desenvolvimento cultural. 

· Podemos dividir o Patrimônio Cultural em três grandes categorias de elementos: os elementos pertencentes à natureza, ao meio ambiente; os elementos referentes ao conhecimento, às técnicas, ao saber e ao saber fazer; e os elementos chamados bens culturais que englobam objetos, artefatos e construções. 

· Os bens culturais podem ser de interesse (valor) nacional, regional ou local. 

· O Patrimônio Cultural deve ser encarado de modo bastante abrangente, não se limitando ao aspecto arquitetônico, ou seja, às construções antigas e seus pertences. 

· O Patrimônio Cultural de um povo abrange todas as suas manifestações culturais, não só seus artefatos, mas, também sua música, dança, cantos, representações e histórias do povo, seus usos, costumes, assim como o seu “saber”, o seus “saber fazer” e, inclusive, o meio ambiente. 

· De todos os elementos que compõem o Patrimônio Cultural, os mais importantes são os artefatos, ou seja, objetos e construções. 

· A palavra artefato, quando contextualizada no tema Patrimônio Cultural, tanto pode designar um machado de pedra polida como um foguete interplanetário ou uma igreja ou a própria cidade em volta dessa igreja. 

· Nosso pais é jovem e nos seus quinhentos anos de vida conseguiu aqui e acolá seu acervo de bens, absolutamente típicos de uma cultura nascida de três raças em paisagem paradisíaca. 

· No próprio nome da entidade oficial destinada à defesa do “Patrimônio” Nacional Brasileiro, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), se distinguem apenas os bens “artísticos” dos “históricos”, desconsiderando a abrangência da problemática do Patrimônio Histórico.


II. Preservação do Patrimônio Cultural

· Preservar é conservar, manter, defender, registrar e resguardar, de qualquer maneira, o que for significativo dentro de nosso vasto repertório de elementos componentes do Patrimônio Cultural.

· Um bem cultural é inseparável do meio onde se encontra situado e, bem assim, da história da qual é testemunho, logo, na sua preservação, é imprescindível relacioná-lo com o seu meio ambiente, com sua área envoltória, com seu contexto sócio-econômico, recusando-se a encará-lo como trabalho isolado no espaço. 

· O tombamento é um atributo que se dá ao bem cultural escolhido e separado dos demais para que, nele, fique assegurada a garantia da perpetuação da memória. 

· Bem cultural de interesse nacional é aquele ligado ao quadro de elementos determinadores da identidade pátria, imprescindíveis à exata compreensão da nossa formação. 

· O Patrimônio Cultural deve ser preservado e não importa a forma: se através de coleções particulares, do mercado de arte ou da proteção de entidades governamentais. O necessário é preservar, já que o que não é patrimônio histórico desaparece com o tempo.


III. Memória Social

· A memória social depende da preservação sistemática de segmentos do Patrimônio Cultural.

· Para garantir a compreensão de nossa memória social, se faz necessário preservar o que for significativo dentro de nosso vasto repertorio de elementos componentes do Patrimônio Cultural. 

· No Brasil, poucos, muito poucos, têm uma visão global do problema e da necessidade da defesa da memória e de seus bens representativos. 

· Em nosso país, é comum o descaso impune que assiste à destruição desnecessária de elementos do Patrimônio Cultural. 

· No Brasil, é clara a falta de esclarecimento popular sobre a importância da preservação de nosso Patrimônio Cultural. Esta deseducação coletiva promove o descaso popular por tudo que represente o passado morto, sendo o futuro sempre uma espécie de sonho dourado - inconscientemente buscam todos melhoria de vida destruindo lembranças de antigamente. 

· A preservação de bens culturais, na maioria das vezes, limitou-se a preservar objetos e construções da classe dominante, negligenciando os artefatos do povo.


IV. Patrimônio Cultural de Sergipe

· A restauração do centro histórico de Aracaju, ou seja, dos mercados Antônio Franco e Thales Ferraz, representa um avanço na questão do Patrimônio Cultural em Sergipe.

· Contudo, a maior parte do acervo de bens que compõem o nosso Patrimônio Cultural, inclusive os tombados, é vítima do descaso do governo e da população. 

· Mesmo tombado pelo governo, o patrimônio arquitetônico de Sergipe está abandonado e muitos monumentos já se tornam ruínas: Igreja Matriz Nosso Senhor dos Passos (Maruim), Igreja de Nossa Senhora do Rosário (Neópolis), Capela da Fazenda Santa Aninha (Laranjeiras), Igreja de Nossa Senhora de Nazaré (São Cristóvão), Prédio do Cultart (Aracaju),  Carrossel do Tobias, Casarões e Igrejas em São Cristóvão e Laranjeiras. 

· O Museu Histórico de Sergipe foi criado em 1960, tendo como finalidade dar proteção aos bens culturais de Sergipe e expor sua coleção à visitação pública. 

· A primeira ideia de preservar o Patrimônio Artístico-Sacro de Sergipe foi de Dom Fernando Gomes, que se preocupava com o desaparecimento continuo de peças do Acervo Sacro de Sergipe. 
· O Acervo Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico da cidade de São Cristóvão é considerado Monumento Nacional (Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). 

· O Museu de Arte Sacra de São Cristóvão possui em seu acervo objetos que se distinguem pela alta qualidade artística, outros pelo sentido histórico ou, ainda, pela riqueza do material empregado em sua confecção como o ouro, a prata e pedras preciosas. 

· O Museu de Arte Sacra de Laranjeiras foi criado com a finalidade de preservar o Patrimônio Artístico de Laranjeiras.


CULTURA POPULAR NO BRASIL COLONIAL

I. Cultura Popular

· A realidade cultural de cada povo, seus hábitos e costumes, suas condições materiais, resultam de sua própria história; a cultura é algo global, que está presente em todos os aspectos da vida. 
·Não existe cultura única em um país e, em termos de classes sociais, cada qual produz  a sua cultura, de acordo com as condições de cada uma. 

·Da desigualdade entre as classes sociais e, portanto, da desigualdade entre as respectivas culturas, 

deriva a classificação da cultura, em Cultura de Elite e Cultura Popular.
· A Cultura Popular é a que é vivida pelas camadas populares. 

· A Cultura Popular é geralmente anônima, produzida em qualquer lugar, podendo ser nas ruas, no trabalho, em casa. 

· As manifestações culturais consideradas populares têm influência dos três elementos básicos étnicos fundamentais que formam o povo brasileiro. 

· O folclore é uma manifestação artística popular que se situa entre a oralidade e a escrita. 

· Não há uma manifestação em que exista apenas um elemento exclusivo, seja branco, negro ou indígena. 

· Foi só a partir do século atual que os pesquisadores eruditos começaram a sistematizar o estudo das manifestações culturais da população iletrada. 

· É enorme e rica a contribuição dada pelos povos índios e pelos negros escravizados, desde a nossa formação histórica, à cultura brasileira. 

· O folclore mostra como as camadas populares, que não têm acesso aos meios letrados, preservam e transmitem (ou renovam) as tradições. 

· Os caboclos e mulatos brasileiros, herdeiros das culturas dos índios e dos negros, com as influencias da tradição lusitana, mesclaram tudo isso nas festas de São João, nos reisados, nos maracatus, nas capoeiras, nos sambas, na macumba, na poesia popular de cordel. 

· Os africanos nos trouxeram o ritmo e a força que sobrevivem nas danças e nas religiões populares. 
· Os índios forjaram a tradição de lendas, costumes, superstições populares, danças, cantos e maneiras de fazer comidas.


II. Festas

· Desde a Antiguidade, as festas são conhecidas por seu caráter de inversão da ordem. Ou seja, enquanto duram, regras e obrigações cotidianas são abandonadas; é como colocar o mundo de ponta-cabeça. No Brasil Colonial, as festas também exerciam esse papel. 

· As festas mais comuns do Brasil Colonial eram as relacionadas ao calendário religioso católico, frequentemente iniciadas por procissões a fim de homenagear ou relembrar eventos cristãos. 

· Não só as datas religiosas eram motivo para realização de festas públicas, também serviam de pretexto as aclamações de um soberano, os casamentos reais ou aristocráticos e outros acontecimentos de caráter político. 

· Eram comuns nessas festas misturarem-se rituais das culturas negra e indígena. 
· Nos dias de festa, ricos e pobres, brancos e negros, pareciam diminuir suas diferenças. Era a ocasião em que se ofereciam alimentos ao povo da rua. Ao contrario do que ocorria no cotidiano, a comida era farta e consumida por todos. Assim, a festa extrapolava o motivo oficial para transformar-se em um momento de negação das regras do dia a dia. 

· As congadas ou festas do Rei Congo trata-se de um ritual que inclui a coroação de um rei e uma rainha negra; rememoravam-se tradições africanas e utilizavam-se vestimentas e danças tipicamente africanas. 

· No entrudo, festa introduzida no Brasil pelos portugueses, fabricavam-se limões-de-cheiro - bolas de cera cheias de água perfumada - com os quais se organizavam batalhas entre os passantes das ruas das cidades. Os negros substituíam o limão-de-cheiro (mais caro) por polvilho e água. Era comum, nesse dia, os negros vestirem-se com roupas típicas europeias, fato proibido em circunstâncias normais. 

· O batuque retrata a dança de roda praticada pelos negros escravos. Ao som de instrumentos de percussão, durante a dança ocorriam as “umbigadas”, quando a pessoa que está no centro da roda vai ser trocada por outra, o substituto leva uma umbigada do solista. 

· Outra forma popular de divertimento era dançar o lundu aos pares e acompanhado de violão. Os negros dançavam sem para noites inteiras, escolhendo por isso, de preferência, os sábados e as vésperas dos dias santos. Era também uma dança praticada pelos portugueses e assemelhava-se ao bolero dos espanhóis. 

· As manifestações da cultura popular verificadas no Brasil Colonial não devem ser consideradas inferiores as da cultura erudita e, por isso, não devem ser relegadas ao esquecimento, ao descrédito e ao obscurantismo.


Cultura Popular em Sergipe


· Silvio Romero, autor sergipano, em um dos seus estudos sobre a cultura popular, apresenta várias festas realizadas no interior de Sergipe, destacando-se a congada e a folia de reis. 


· Sincretismo Santológico 

- Os africanos vindos ao Brasil na condição de escravos, não tiveram liberdade de culto. Assim é que, driblavam os brancos quando fingiam distraírem-se com atividades tidas como brincadeiras, também chamadas Oba, mas que na realidade era o ritual de louvação aos seus deuses. 

- As Oba eram brincadeiras de largo nos quais os escravos fingindo distrair-se, profanamente cultuavam seus orixás. Estas brincadeiras tinham aspecto carnavalesco. 
- Para escaparem da repressão senhorial, os negros passaram a identificaram seus deuses (orixás) com os da Igreja Católica, muito embora o culto fosse realizado na intenção dos orixás. 

- Os escravos negros adotam os nomes dos santos da Igreja Católica, mas mantêm seus próprios cultos, demonstrando, assim, um grau de resistência muito grande. 

- O Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, na cidade de Laranjeiras, reúne peças que registram o sincretismo religioso em Sergipe.



· Estudiosos de nosso folclore: 

- Sílvio Romero, Clodomir Silva e Jakcson da Silva Lima. 

- O folclore é uma manifestação espontânea da alma do povo, por isso é algo vivo e dinâmico.


· Manifestações da Cultura Popular em Sergipe

DenominaçãoComposição do GrupoCaráterLocais
Bacamarteiroshomens e mulheresprofanoCarmópolis (Aguada) e General Maynard
Batalhãohomens e mulheresprofanoJaparatuba e Riachuelo
Batucadahomens e mulheresprofanoEstância
CacumbihomensreligiosoJaparatuba, Laranjeiras e Itaporanga d’Ajuda
CavalhadahomensreligiosoCanindé do São Francisco e Porto da Folha
ChegançahomenssocialLaranjeiras e Neópolis
Guerreirohomens e mulheresprofanoAracaju, Ilha das Flores, Japaratuba e Propriá
ParafusoshomensprofanoLagarto
Reisadohomens e mulheresreligioso e profanoAracaju, Cristinápolis, Itaporanga d’Ajuda, Japaratuba, Laranjeiras e São Cristóvão
Samba de Cocohomens e mulheresprofanoCarmópolis
São Gonçalohomens e mulheresreligioso e profanoLaranjeiras (Mussuca), Riachão do Dantas e São Cristóvão
Sarandagemhomens e mulheresprofanoCapela, Japaratuba, Riachuelo e Ilha das Flores
Taieirahomens e mulheresreligiosoLaranjeiras e Japaratuba
ZabumbahomensreligiosoAracaju, Riachão do Dantas, Simão Dias, Aquidabã
Lambe Sujohomens e mulheresprofanoLaranjeiras


Fonte: DINIZ, Diana M. F. L. (coord.). Textos para a História de Sergipe.UFS.1991.