Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu no dia 13 de dezembro de 1912,
na Fazenda Caiçara, povoado do Araripe à 12km de Exu, filho de Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus
(Mãe Santana).
Foi batizado na matriz de Exu no dia 05 de
janeiro de 1913, cuja celebração batismal, foi realizada pelo Pe. José
Fernandes de Medeiros.
Desde sua infância o pequeno Gonzaga namorava o fole de
oito baixos, instrumento este, executado por “Pai Januário” no qual começou
seus primeiros acordes.
“Luiz de Januário” como era conhecido na infância, aos 8 anos
de idade substitui um sanfoneiro que falhou no trato em festa tradicional no
terreiro de Miguelzinho na Fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos
do pai.
Naquela noite o pequeno Lula deleitava-se tocando e cantando a noite
inteira, e pensava na possibilidade de Dona Santana deixar ele tocar mais
vezes. Luiz Gonzaga tocava feliz porque era a primeira noite que tocava com a
permissão de “Mãe Santana”. Naquela noite ele recebeu pela primeira vez o cachê
de 20$000 rés.
Luiz Gonzaga recorda as palavras de Dona Santana que pareciam ter uma esperança de tocar com sua permissão: “Luiz! Isso é gente pra tocar em dança? (…) E se o sono der nele pru lá?” Luiz Gonzaga ia crescendo, com sua simpatia e esperteza conseguiu agradar Sinhô Aires, passando a ser o garoto de confiança do Cel.
Sua primeira sanfona era de marca “veado” comprada na loja de Seu Adolfo em Ouricori, Pernambuco, com a fiança do Cel. Manuel Aires de Alencar, o Sinhô Aires, custando 120$000 rés.
Luiz Gonzaga recorda as palavras de Dona Santana que pareciam ter uma esperança de tocar com sua permissão: “Luiz! Isso é gente pra tocar em dança? (…) E se o sono der nele pru lá?” Luiz Gonzaga ia crescendo, com sua simpatia e esperteza conseguiu agradar Sinhô Aires, passando a ser o garoto de confiança do Cel.
Sua primeira sanfona era de marca “veado” comprada na loja de Seu Adolfo em Ouricori, Pernambuco, com a fiança do Cel. Manuel Aires de Alencar, o Sinhô Aires, custando 120$000 rés.
(Em 1915 nasce no Iguatu, Ceará, Humberto Cavalcanti Teixeira
que mais tarde se tornaria parceiro de Luiz Gonzaga.
Em fevereiro de 1921 nasce em Carnaúba, distrito de Pajeú das
Flores, José de Sousa Dantas Filho que posteriormente se torna parceiro de Luiz
Gonzaga.
Em 1926 nasce em Gravatá, Pernambuco, Helena das Neves
Cavalcanti, futura esposa de Luiz Gonzaga.)
O futuro de Gonzaga estava realmente na sanfona, profissão
posteriormente executada em todo Brasil, graças as observações aos dedos ágeis
de “Pai Januário”. Antes de Gonzaga completar 16 anos já era conhecido no
Araripe e em toda redondeza.
Aos 17 anos o filho de Januário apaixona-se por Nazarena, filha de um Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo sabendo da inclinação do jovem sanfoneiro pela menina-moça, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga muito magoado com a situação resolve então encará-lo num sábado na feira do Exu, e disse ‘as do fim!’.
Aos 17 anos o filho de Januário apaixona-se por Nazarena, filha de um Alencar. O padrasto da jovem, o senhor Raimundo Deolindo sabendo da inclinação do jovem sanfoneiro pela menina-moça, resolve impedir o namoro. Luiz Gonzaga muito magoado com a situação resolve então encará-lo num sábado na feira do Exu, e disse ‘as do fim!’.
Foi por causa de “Nazinha”, como a chamava, que Gonzaga levou uma surra de Dona
Santana, por ocasião de seu atrevimento com o senhor Raimundo Deolindo, fugindo
de casa em 1930.
Lula resolve então arranjar uma maneira de fugir de casa, foi
quando com a ajuda de Zé de Elvira, com quem armou sua fuga, caminhando a pé
cerca de 65Km de Exu ao Crato. Chegando no Crato Luiz Gonzaga vende ao
lavrador, o senhor Raimundo Lula, sua sanfona por 80:000 rés. Essa decisão na
vida de Luiz Gonzaga foi em julho de 1930, quando chega em Fortaleza e
alista-se no 23º Batalhão de Caçadores do
Exército, servindo no Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba,
Pará, Ceará, Piauí, Belo Horizonte, Campo Grande e no Rio de Janeiro.
O então
soldado de n.º 122, ganha fama no Exército
e um apelido: “Bico de Aço”, por ser um
excelente corneteiro. Deu baixa no Exército em Minas Gerais, no dia 27 de março
de 1939 e viajou para o Rio de Janeiro, para esperar o navio que o levaria a
Recife, em seguida a Exu.
Resolveu então a convite de um amigo, foi ganhar a vida tocando no Mangue, com uma sanfona de 80 baixos, uma Horner branquinha, sua primeira sanfona branca comprada em São Paulo. Vale ressaltar que a partir de então, Luiz Gonzaga só usa sanfona branca até o final de sua vida.
Resolveu então a convite de um amigo, foi ganhar a vida tocando no Mangue, com uma sanfona de 80 baixos, uma Horner branquinha, sua primeira sanfona branca comprada em São Paulo. Vale ressaltar que a partir de então, Luiz Gonzaga só usa sanfona branca até o final de sua vida.
Em 1940 Gonzaga conhece o guitarrista português, Xavier
Pinheiros, e forma dupla tocando no Mangue e nas casas noturnas(cabarés), do
Rio de Janeiro. Ele começou tocando músicas de Manezinho Araújo, Augusto
Calheiros e Antenógenes Silva, começou a apresentar-se nas rádios em programas
de Calouros. Em 1941 conhece Januário França, no qual transmite a Gonzaga um
convite de Genésio Arruda, para acompanhá-lo numa gravação na RCA Victor.
Logo
em seguida é convidado para gravar um disco solo; grava dois, e nos cinco anos
seguintes, Luiz Gonzaga grava cerca de 30 discos. A partir de 1941, Luiz Gonzaga
já tinha o título de MAIOR SANFONEIRO NORDESTINO.
Luiz Gonzaga sofreu muito no Rio de Janeiro, para se firmar
artisticamente. Com muita luta e vencendo as ironias de Ari Barroso, em 1942
Luiz Gonzaga começa a fazer sucesso nas emissoras de rádio.
Em 1944 ele foi
despedido da Rádio Tamoio e, logo em seguida foi contratado por Cr$ 1.600.00
pela Rádio Nacional. Recebe neste ano o apelido de “Lua”, por Paulo Gracindo. Em
1945 Luiz Gonzaga conhece o futuro grande parceiro, o advogado Humberto Cavalcanti Teixeira,
nascido em Iguatu, Ceará. No dia 11 de abril de 1945, Luiz Gonzaga gravou seu
primeiro disco em voz.
No dia 22 de setembro de 1945 nasceu Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior, o
Gonzaguinha, fruto do amor de Luiz Gonzaga com Odaléia Guedes dos Santos, cantora
e bailarina profissional do coro de Ataulfo Alves. Gonzaga conviveu com
Odaléia, cerca de 5 anos.
Odaléia faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7 anos (vale ressaltar que Gonzaguinha nesta época já morava com os padrinhos Xavier e Dina no Morro de São Carlos)
Odaléia faleceu de tuberculose em 1952, quando Gonzaguinha tinha 7 anos (vale ressaltar que Gonzaguinha nesta época já morava com os padrinhos Xavier e Dina no Morro de São Carlos)
Em 1946 com Humberto Teixeira, Luiz Gonzaga compõe e grava a
primeira de uma série de 18 parceria: NO MEU PÉ DE SERRA.
O sucesso de
Gonzaga com esta música começa a ser enorme e ao mesmo tempo seu nome começa a
correr pelo mundo: Europa, EUA, Japão, etc. Neste mesmo ano Luiz Gonzaga
resolve então rever a família, e chega em casa pela madrugada. Fica frente a
frente com Seu Januário e é interrogado: “Quem
é o Sinhô? Luiz Gonzaga seu filho! Isso é hora de você chegar em casa corno sem
vergonha!?” Deste encontro, Luiz Gonzaga com Humberto
Teixeira, compõem a música RESPEITA JANUÁRIO, em homenagem àquele homem que foi
o responsável pela inclinação do “negrinho fiota”
para a música. Em 1947 no mês de março, Gonzaga gravou a música ASA BRANCA, que
foi inicialmente refutada pelo diretor.
A música ASA BRANCA começou a
receber diferentes interpretações e gravações em vários países, como Israel e
Itália. Em julho de 1947, na Rádio Nacional, Luiz Gonzaga conheceu Helena das
Neves Cavalcanti, sua futura esposa.
No dia 16 de junho de 1948 Luiz Gonzaga casa-se com a
contadora pernambucana Helena das Neves Cavalcanti,
natural de Gravatá – PE, (segundo a cronologia de Assis Ângelo, Luiz Gonzaga já era estéril, mas
sobre sua esterilidade fica muito oculto por ocasião de Gonzaga não dá ênfase a
esta questão).
Luiz Gonzaga resolve então fazer um passeio para apresentar a esposa a “Pai Januário”, que não pôde ir ao Rio de Janeiro para o casamento do filho. Neste dia 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga soube a caminho, que no dia anterior tinha começado em Exu um conflito político entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva.
Luiz Gonzaga resolve então fazer um passeio para apresentar a esposa a “Pai Januário”, que não pôde ir ao Rio de Janeiro para o casamento do filho. Neste dia 05 de abril de 1949, Luiz Gonzaga soube a caminho, que no dia anterior tinha começado em Exu um conflito político entre as famílias Alencar, Sampaio e Saraiva.
Em 1949 Gonzaga conhece em Recife o médico José Dantas de Sousa Filho. Com
o novo parceiro, Gonzaga grava no dia 27 de outubro, o baião VEM MORENA e o
FORRÓ DE MANÉ VITO. E o Brasil se deliciava com a boa música do “negrinho fiota”, que saiu lá
das bandas do Exu para conquistar o coração dos brasileiros.
No dia 01 de novembro de 1949, Seu Januário, Dona Santana, Geni, Muniz, Chiquinha, Socorro e Aloísio seguiram para o Rio de Janeiro, no caminhão comprado por Luiz Gonzaga.
No dia 01 de novembro de 1949, Seu Januário, Dona Santana, Geni, Muniz, Chiquinha, Socorro e Aloísio seguiram para o Rio de Janeiro, no caminhão comprado por Luiz Gonzaga.
Em 1950 o Lua recebe dos paulistas o título de “REI DO BAIÃO” que o
consagra até nossos dias. Neste mesmo ano “Lua” grava também a toada ASSUM
PRETO e os baiões QUI NEM JILÓ e PARAÍBA, Gonzaga neste período está no auge de
sua carreira.
A música PARAÍBA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta, e também pela Emilinha Borba. Em 1951 Luiz Gonzaga coroou a cantora Carmélia Alves como a “RAINHA DO BAIÃO” na Rádio Nacional, no programa “NO MUNDO DO BAIÃO” de Humberto Teixeira e Zé Dantas. No ano de 1952 Luiz Gonzaga tentou projetar para todo o Brasil, nos festejos juninos o talento musical da família através das rádios Tupi e Tamoio tendo como atração, OS SETE GONZAGAS: Seu Januário, Luiz Gonzaga, Severino Januário, José Januário (Zé Gonzaga), Chiquinha Gonzaga, Socorro e Aloísio. Em 1953 grava ABC DO SERTÃO, VOZES DA SECA e a A VIDA DO VIAJANTE.
A música PARAÍBA foi gravada por uma cantora japonesa Keiko Ikuta, e também pela Emilinha Borba. Em 1951 Luiz Gonzaga coroou a cantora Carmélia Alves como a “RAINHA DO BAIÃO” na Rádio Nacional, no programa “NO MUNDO DO BAIÃO” de Humberto Teixeira e Zé Dantas. No ano de 1952 Luiz Gonzaga tentou projetar para todo o Brasil, nos festejos juninos o talento musical da família através das rádios Tupi e Tamoio tendo como atração, OS SETE GONZAGAS: Seu Januário, Luiz Gonzaga, Severino Januário, José Januário (Zé Gonzaga), Chiquinha Gonzaga, Socorro e Aloísio. Em 1953 grava ABC DO SERTÃO, VOZES DA SECA e a A VIDA DO VIAJANTE.
Neste mesmo ano Luiz Gonzaga assume plenamente sua identidade nordestina,
começando a usar o gibão de couro. No dia 09 de julho de 1954 mataram em
Serrita Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga. Em 1959 Dona Marieta, mãe de Dona
Helena, veio a falecer no Rio de Janeiro. O Rei do Baião não parava, andava por
todo o País cantando e decantando o Nordeste. No amanhecer do dia 11 de
junho de 1960, Dona Santana, mãe de Luiz Gonzaga, falecia no Rio de Janeiro,
com a doença de chagas.
A partir de 1960 Luiz Gonzaga começa a ser esquecido
dos meios de comunicação, e faz então um desabafo a Dominguinhos: “EU VOU PARAR DE CANTAR BAIÃO, POIS NINGUÉM
MAIS DÁ A MÍNIMA ATENÇÃO PRA MINHA MÚSICA. VOU COMPRAR UM TRANSISCORDE PARA
VOCÊ, PRA GENTE FAZER BAILES. EU TOCO CONTRABAIXO, ENQUANTO VOCÊ TOCA ESSE
INSTRUMENTO ELETRÔNICO QUE SAIU AGORA”, ( isso foi só um
desabafo, pois Gonzaga continuou compondo baião até o final de sua vida). Neste
ínterim Luiz Gonzaga estava muito dividido, pois Seu Januário morava sozinho no
Araripe, após a morte de Dona Santana. Neste ano o Rei do Baião vinha constantemente
ao Araripe para está junto de “Pai Januário”. No dia 05 de novembro de 1960 Seu
Januário casa-se com Dona Maria Raimunda de Jesus,
cuja celebração foi realizada por Padre Mariano. Aos 72 anos o “Vovô do Baião”
demonstrava sua fé e o respeito a Igreja, testemunhando seu segundo matrimônio.
Em 1961 Gonzaguinha já estava com 16 anos, passou então a morar com o pai. Em
1961, Luiz Gonzaga entra para a maçonaria. Ele compõe com Lourival Passos a
música ALVORADA DA PAZ, em homenagem a Jânio Quadros que renunciou, sete meses
após assumir a Presidência da República. No dia 12 de março de 1962, nasce
um bebê que é adotado por Seu Januário e Dona Maria Raimunda com 03 dias de
nascido. Seu Januário fez questão de registrar o menino como filho legítimo,
com o nome de João Batista Januário.
João Batista continua morando em Exu, honrando o nome da Família Januário.
Em 1962 a parceria da dupla (Gonzaga e Zé Dantas), se desfaz
por ocasião do falecimento de Zé Dantas. Em 1963, o REI DO BAIÃO gravou A MORTE
DO VAQUEIRO, uma homenagem a seu primo Raimundo Jacó “morto covardemente”.
Neste mesmo ano Luiz Gonzaga foi surpreendido com o roubo que fizeram de sua
sanfona e conhece o poeta cearense PATATIVA DO ASSARÉ, de quem grava em 1964 a
música A TRISTE PARTIDA. Em 1964 Luiz Gonzaga faz uma homenagem a Sanfona
Branca roubada, com a música SANFONA DO POVO. Em 1966 Sinval Sá, lança o livro
O SANFONEIRO DO RIACHO DA BRÍGIDA, VIDA E ANDANÇAS DE LUIZ GONZAGA – REI DO
BAIÃO, pela edições A FORTALEZA. No ano de 1968, o compositor e
versionista Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que THE BEATLES acabara
de gravar a música ASA BRANCA, mas foi só brincadeira, THE BEATLES não gravaram
e o sucesso de Gonzaga começou a voltar na década de 70.
Em 1970 Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira entram na Coleção História da MPB, editada pela Abril
Cultural. Em 1971 Luiz Gonzaga recebeu o título de “IMORTAL DA MÚSICA
BRASILEIRA”, pela TV TUPÍ do Rio de Janeiro. Em 1972 Luiz Gonzaga recebe o
título de Cidadão de Caruaru. Foram os papas do tropicalismo Gilberto Gil e
Caetano Veloso, que proclamaram solenemente que a moderna canção popular
brasileira deitava raízes também na arte antemporal de Luiz Gonzaga. No dia 24
de março de 1972 no Teatro Carioca Tereza Raquel – Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga
faz uma apresentação com o título: “LUIZ GONZAGA VOLTA PRA CURTIR”,
realizando-se assim, sua volta triunfal.
Naquela noite Luiz Gonzaga faz uma
síntese falando de toda a sua carreira musical. Naquela oportunidade relatou
sua estima pelo o estado do Ceará, dizendo: “É
por isso que eu costumo dizer que uma banda minha é pernambucana e a outra
banda é cearense!”
No ano de 1973, o Rei do Baião resolve deixar a RCA Victor e
passa a gravar na Emi-Odeon. Ainda em 1973 Luiz Gonzaga recebe o título de
Cidadão Paulista das mãos do governador de São Paulo. Em 1975, o Rei do Baião
conheceu Maria Edelzuíta Rabelo, e
correspondia com ela, com o pseudônimo de Marcelo Luiz. Em 1976 Luiz Gonzaga recebe em Fortaleza o
título de Cidadão Cearense. Nos dias 13 e 20 de agosto de 1976,
a TV GLOBO fez um exibição com o título de “ESPECIAL LUIZ GONZAGA”, tendo a
participação de Seu Januário.
Em 1977 Luiz Gonzaga entrou na Versão Brasileira
da Enciclopédia Universal Britânica. Seu Januário faleceu num dos duplex do PARQUE ASA BRANCA em Exu no dia
11 de junho de 1978. Para sua alegria, no ano de 1980 Luiz Gonzaga canta em
Fortaleza para o Papa João Paulo II,
que lhe agradeceu ao pegar em sua mão dizendo: “OBRIGADO,
CANTADOR!”. Luiz Gonzaga fica envaidecido. Em 1981 o velho Lua
recebe os dois únicos discos de ouro de toda sua carreira ( vale ressaltar que
é segundo Assis Ângelo e Gildson Oliveira, segundo Dominique Dreyfus Luiz
Gonzaga ganhou mais discos de ouro).
Neste mesmo ano, Gonzaga fica feliz quando
consegue pacificar Exu. Foi ao encontro do Presidente da República em exercício
para lhe pedir intervenção e disse: “Dr. Aureliano, faça um
esforço para levar a paz à minha terra!”. Tempos depois feliz
com a paz conseguida para sua terra, em entrevista Luiz Gonzaga diz ao
jornalista Assis Ângelo: “NINGUÉM DAVA JEITO EM EXU.
EU PEGUEI AURELIANO CHAVES NUMA BOA E 15 DIAS DEPOIS ELE MANDOU INTERVIR (NA
CIDADE). A INTERVENÇÃO SE ENCAIXOU QUE NEM UMA LUVA, E NUNCA MAIS HOUVE CRIME
POLÍTICO LÁ”.
Em 1982 Luiz Gonzaga vai tocar em Paris a convite de Nazaré
Pereira. Permaneceu em Paris dez dias, conhecendo vários pontos importantes. Em
1984 Luiz Gonzaga recebeu o PRÉMIO SHELL. Em 1985 Luiz Gonzaga é agraciado com
o troféu NIPPER DE OURO, uma homenagem internacional da RCA a um artista dela.
Em 1986 Gonzagão vai pela segunda vez à França, participando no dia 06 de julho
de um espetáculo que reúne cerca de 15 mil pessoas no Halle de la
Villete. Luiz Gonzaga foi ladeado por Alceu Valença, Fafá de Belém, Morais
Moreira e Armandinho, entre outros artistas brasileiros que integraram o
“Couleurs Brésil”.
Foi neste passeio que a jornalista francesa, DOMINIQUE
DREYFUS, fala com Gonzagão na possibilidade de com ele, fazer um livro
autobiográfico. Ainda em 1986 José de Jesus Ferreira lança o livro LUIZ GONZAGA
O REI DO BAIÃO: SUA VIDA, SEUS AMIGOS, E SUAS CANÇÕES.
Em junho de 1987, a escritora e jornalista DOMINIQUE DREYFUS
chega ao Brasil, passando 02 meses no PARQUE ASA BRANCA em Exu. O Rei do Baião
desde pequeno trazia em seus lábios um sorriso sincero e, sempre quando podia,
gostava de brincar com os outros, oportunidade que aproveitava para saber como
estava o sertão. Luiz Gonzaga conheceu e tocou em todos os municípios
brasileiros com mais 400 habitantes, inclusive, tocou em Sobral – CE quatro
vezes.
Tocou pela última vez nesta cidade, terra de Dom José Tupinambá da
Frota, no dia 28 de novembro de 1987. Quando Gonzagão chegava nessas cidades do
interior para fazer seus shows, era anunciado por seu motorista com o seguinte
anúncio: “Atenção, atenção! Vem visitar vocês Sua
Majestade o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a maior expressão popular brasileira.
Hoje aqui em praça pública!” A carroceria de seu caminhão
servia de palco em seus shows, por este Brasil afora.
Em 1988 Mundicarmo Maria Rocha Ferreti lança o livro BAIÃO DE
DOIS: ZÉ DANTAS E LUIZ GONZAGA, fruto de uma tese de mestrado. Em 1988 Luiz
Gonzaga rompe novamente o contrato com a RCA. Em junho do corrente ano, Luiz
Gonzaga entra com o pedido de desquite na justiça pernambucana, por já não se
entender com Dona Helena. Ainda em 1988 Luiz Gonzaga passa a morar com Maria
Edelzuíta Rabelo.
A senhora Edelzuíta Rabelo
nos fala através do livro Luiz Gonzaga: O Matuto que conquistou o mundo, o
seguinte: “Amei Lula sem nada pedir ou esperar, mas
sabendo que me bastava estar diante do homem mais extraordinário que já
conheci, que me fez renascer e me ensinou grandes lições.”
A última entrevista de Luiz Gonzaga concedida a imprensa, foi
para o jornalista Gildson Oliveira através de Ivan Ferraz no dia 02 de junho de
1989. Recife foi o local escolhido por Luiz Gonzaga para passar seus últimos
momentos de vida. O último show realizado por Luiz Gonzaga foi no dia 06 de
junho de 1989 no Teatro Guararapes do Centro de Convenções de Recife, onde
recebeu homenagens de vários artistas do país. Antes de finalizar o show, o Rei
do Baião proferiu estas palavras:
“ Boa Noite minha gente! (…)
Minha gente, não preciso dizer que estou enfermo. Venho receber essa Homenagem.
Estou feliz, graças a Deus, por ter conseguido chegar aqui. E estou até melhor
um pouquinho. Quem sabe, né?
“Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou
e cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres,
os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor.
Este
sanfoneiro viveu feliz por ver o seu nome reconhecido por outros poetas, como
Gonzaguinha, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Alceu Valença. Quero ser lembrado
como o sanfoneiro que cantou muito o seu povo, que foi honesto, que criou
filhos, que amou a vida, deixando um exemplo de trabalho, de paz e amor.
Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e
cantou muito seu povo, o sertão; que cantou as aves, os animais, os padres, os
cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor.
Gostaria que lembrassem que sou filho de
Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mm; que esse
sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os animais, os
padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes, os covardes e
também o amor. (…) Muito obrigado.”
Na quarta feira, 21 de junho de 1989, às 10:00h, o velho Lua
foi levado às pressas ao Hospital Santa Joana, permanecendo 42 dias internado,
onde veio a falecer. Palavras de Luiz Gonzaga na UTI do hospital: “VOCÊS NÃO ME LEVEM A MAL. SINTO MUITAS DORES E
GOSTO DE ABOIAR QUANDO DEVERIA GEMER.” Luiz Gonzaga travava naquele hospital uma
luta imensa contra a morte, e o Brasil todo ficava cada vez mais preocupado com
o estado de saúde de seu maior defensor. Luiz Gonzaga não resistiu, o Brasil e
o mundo ficou enlutado com o seu último suspiro. O Asa Branca da Paz voava para a
eternidade deixando um grande exemplo de vida a ser seguido.
O Rei do Baião
faleceu no dia 02 de agosto de 1989, às 5:15min da manhã no Hospital Santa
Joana, em Recife. Foi
na Veneza Brasileira que Luiz Gonzaga dava seu último suspiro. Seu corpo
foi velado na Assembléia Legislativa de Recife nos dias 02 e 03 até às 9:45min
da manhã, foi velado também em Juazeiro do Norte. CE, na Igreja Nossa Senhora
do Perpétuo Socorro às 17h, local onde repousa os restos mortais de Pe. Cícero
Romão Batista, apesar de o corpo do Rei ter chegado no aeroporto de
Juazeiro Norte às 15:20min do dia 03 de agosto. Palavras de Gonzaguinha
ainda no aeroporto de Juazeiro: “TUDO BEM, VAMOS ENTRAR NA
CIDADE. SE O POVO QUER, QUE PODEMOS FAZER?”
O corpo do Rei do Baião chegou a sua terra natal, sua querida
Exu no dia 03 a noite. Foi velado na Igreja Matriz de Exu, durante a
noite do dia 03 e todo o dia 04, saindo para o sepultamento no Cemitério São
Raimundo às 15:45min. Das centenas de coroas de flores que estavam espalhadas
na igreja Bom Jesus dos Aflitos em Exu, oferecidas por fãs de Luiz Gonzaga,
estava esta que o repórter Gildson Oliveira transcreveu a seguinte mensagem:
“Amado
Lula: o silêncio acende a alma… O País canta sua voz… Os pássaros se
entristecem com a partida da Asa Branca, mas fica em nossos corações a sua
história. E a nossa festa é esta. Quem crê em Cristo, mesmo que esteja morto
viverá.”
O corpo de Luiz Gonzaga foi levado no carro corpo de
bombeiros, passando por diversas ruas da cidade rumo ao Cemitério São Raimundo,
local onde aconteceram as últimas manifestações de carinho, àquele que só foi
alegria. O caixão desceu a sepultura depois que Gonzaguinha, Dominguinhos,
Alcimar Monteiro e mais de 20 mil pessoas cantarem a música ASA BRANCA às
16:50min. Luiz Gonzaga foi embalado no seio da terra na sexta feira, no mesmo
dia da semana, que ele nasceu. Uma outra coincidência é que ele morreu no
amanhecer do dia, assim como ele nasceu no amanhecer do dia 13 de dezembro de
1912.
Em 1990 foi lançado pela Editora Martin Claret o livro LUIZ
GONZAGA, VOZES DO BRASIL. O filho Gonzaguinha
depois de ter passado 15 dias em Exu falando aos amigos sobre a preservação do
Parque Asa Branca, veio a falecer subitamente por ocasião de um acidente
automobilístico na manhã do dia 29 de abril de 1991, morrendo no mesmo dia. Em
1991 o jornalista Gildson Oliveira lançou o livro LUIZ GONZAGA, O MATUTO QUE
CONQUISTOU O MUNDO. Sua esposa, Dona Helena Gonzaga,
conhecida por “MADAME BAIÃO”, faleceu na manhã do dia 04 de fevereiro de 1993
na Casa Grande do Parque Asa Branca.
Em 1994 o cordelista Pedro Bandeira lança uma 2ª edição
ampliada do livro LUIZ GONZAGA, NA LITERATURA DE CORDEL. Em 1997 a Francesa
Dominique Dreyfus lança o livro VIDA DO VIAJANTE: A SAGA DE LUIZ GONZAGA. Ainda
em 1997 o professor Uéliton Mendes da Silva lança o livro LUIZ GONZAGA,
DISCOGRAFIA DO REI DO BAIÃO. No ano 2000 a professora Sulamita
Vieira, lança o livro SERTÃO EM MOVIMENTO – a dinâmica da produção cultural,
fruto de sua tese de doutorado. Ainda no corrente ano a professora Elba Braga
Ramalho lançou o livro LUIZ GONZAGA: A Síntese Poética e Musical do Sertão.
Fruto de sua tese de doutorado na University of Liverpool, na Inglaterra.
Em dezembro 2001 eu, este pequeno devoto do Rei do Baião, escrevi um opúsculo
em homenagem ao Rei do Baião, intitulado: “Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz”.
Graças a Deus consegui a apresentar a Chiquinha Gonzaga, irmão do Rei do
Baião, e recebi dela a aprovação do trabalho.
ESCRITO POR: Pe
Fábio Mota
(Colecionador
e pesquisador de Luiz Gonzaga)
Publicada no
livro: MOTA, José Fábio da.”Luiz Gonzaga, o Asa Branca da Paz”.Sobral – CE,
2001.
Fonte:
http://fabiomota1977.wordpress.com/2005/12/15/biografia-de-luiz-gonzaga1912-1989/