domingo, 27 de maio de 2012

Charles Darwin, resumo, biografia, seleção natural e evolucionismo

                                            A Evolução das especies 


                                                                

1. A Família Darwin



                                                   
 Charles Darwin (1809 – 1882) nasceu em 12 de fevereiro de 1809, o quinto de seis irmãos, na família de um bem sucedido médico de interior. Seu avô paterno, Erasmus, uma figura muito respeitada embora algo controvertida, desfrutava da amizade de outra personalidade de grande destaque no século XVIII, Josiah Wedgwood I, fundador da Cerâmica Wedgwood. Esta amizade viu-se coroada com o casamento da filha mais velha de Wedgwood, Susannah, com Robert, filho de Erasmus Darwin.

2. Shrewsbury e Maer

Apesar do interesse de ambos pelas plantas, as inclinações de Charles eram subestimadas pelo pai, que o considerava um fracasso acadêmico. Foi no seu segundo lar, junto de seu tio Josiah, em Maer, a vinte milhas de Shrewsbury, que Charles foi realmente feliz, tendo-se tornado o companheiro preferido de seus primos Wedgwood.
                                                                                     
                                                                                 

3. Escola e Universidade

Charles cursou a Escola de Shrewsbury desde os nove anos, onde era freqüentemente rejeitado como o menino "que brinca com gases e outras porcarias". Aos dezesseis anos, esforçando-se para agradar ao pai, Charles iniciou os estudos de medicina na Universidade de Edinburgh e posteriormente, dedicou-se à Teologia, em Cambridge.
Não estava porém destinado o ser médico ou pastor. Em ambas as universidades distinguiu-se sobretudo em ciências naturais, área em que nunca se matriculara oficialmente.

4.  A Grande Oportunidade

Depois de uma expedição geológica pelo Norte do País de Gales, Charles retornou ao lar, e encontrou à sua espera uma carta de John S. Henslow, professor de botânica em Cambridge. Nesta carta, Henslow informava-lhe que o havia recomendado como a pessoa mais qualificada que conhecia para o cargo de naturalista na expedição do ‘Beagle’, que se iniciaria proximamente. Esta chance única parecia estar perdida quando o pai se opôs ao plano. Dr. Darwin cedeu, contudo, ante a insistência do tio Josiah. E no dia 11 de setembro de 1831 Darwin foi pela primeira vez a Plymouth visitar o ‘Beagle’ e seu capitão, Robert FitzRoy.

5. A Viagem

Apesar da natureza pacífica de sua missão, o retorno do ‘Beagle’ à Inglaterra com segurança não estava assegurado. O risco do encalhe nas águas costeiras pouco conhecidas da América do Sul era profundo. Em terra, o viajante corria o risco do levar um tiro ou ser esfaqueado pelos revolucionários ou pelos indígena;, rebeldes, duvido ao descontentamento político que pairava no ar, mais do que nunca, como rescaldo das guerras de independência. E o rigor da pesquisa exigia que o ‘Beagle’ velejasse por toda a extensão da costa sul-americana, retornando repetidamente aos mesmos portos. O projeto ofereceu a Darwin oportunidades para explorar, a pé ou a cavalo, sozinho ou na companhia de guias, algumas das regiões mais selvagens do mundo. Ele enviou vários engradados repletos de plantas, insetos, conchas, pedras e fósseis para a Inglaterra, e suas cartas para Henslow provocaram tanto interesse nos meios científicos que alguns extratos chegaram a ser publicados pela Sociedade Filosófica de Cambridge, em 1835. Darwin cita, em sua autobiografia, que sua coleção de fósseis também "despertou muita atenção entre paleontologistas". E quando recebeu notícia deste interesse, na Ilha de Ascenção, escalou as montanhas "aos pulos, e fiz as rochas vulcânicas ressoarem sob meu martelo geológico".

6. Brasil

A exploração empreendida por Darwin no Brasil, de 28 de fevereiro a 5 de julho de 1832, foi uma das experiências mais felizes de sua viagem. Após seu primeiro dia na Bahia, em 29 de fevereiro, registrou suas impressões da seguinte forma: "prazer em si só, porém, é um termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira vez, vagueia sozinho numa floresta brasileira."

8. Terra do Fogo


No dia 28 de novembro de 1832, o ‘Beagle’ zarpou da Baía de San Blas para a Terra do Fogo, e em meados de dezembro já se encontrava próximo ao Cabo de São Sebastião, uma parte da Terra do Fogo desconhecida de todos que estavam a bordo. Após penetrar pelo famoso Estreito do Lo Maire, ancorou na Baía do Bom Sucesso.

9. Argentina e Uruguai

Deixando as Ilhas Falkland em abril de 1833, o ‘Beagle’ rumou para o norte, em direção a Montevidéu e Maldonndo. Darwin permaneceu em lona por várias semanas. semanas, explorando a região do Maldonado e colecionando pássaros e animais. Dos registros em seu diário consta que"por alguns réis contratei todos os rapazes da cidade para meus serviços; e poucos são os dias que não me trazem alguma criatura curiosa". No dia 29 de junho embarcou novamente, com toda sua coleção.

                                                                          

 Deixando o Brasil, o ‘Beagle’ rumou para o sul, e pesquisou a costa oriental do continente por muiltos meses, aportando reiteradamente em Montevidéu e em Buenos Aires
.-Darwin esperava impacientemente pela chegada a Bahia Blanca pois estava ansioso para explorar o território, recentemente conquistado, que servia de bastião fronteiriço contra os indígenas.

10. Terra do Fogo e Patagônia

No dia 6 de dezembro de 1833, o ‘Beagle’ deixa o porto de Montevidéu, rumando novamente à Terra do Fogo via Port Desire e Port Famine.

11. Chile

Em maio de 1834, o ‘Beagle’ toma o rumo do Estreito de Magalhães e o Canal de Madalena, descoberto havia pouco tempo. No dia 28 de junho ancorou ao largo do Cabo Turn, próximo ao Monte Sarmiento, e dois dias depois adentrou o Oceano Pacífico. O comandante FitzRoy tinha a intenção de velejar para Coquimbo, mas ventos contrários conduziram o ‘Beagle’ para a costa da ilha de Chiloé.

12. Os Andes

No dia 23 de julho de 1834, o ‘Beagle’ aporta em Valparaíso. Enquanto os marujos se recuperavam e o navio era submetido a pequenos reparos, Darwin escalou sua primeira montanha no Chile, o Sino de Quillota.
Este foi um prelúdio estimulante para suas expedições através dos Andes no ano seguinte.

13. O Arquipélago de Galápagos


No período de 16 de setembro a 20 de outubro de 1835, Darwin explorou o arquipélago de Galápagos. Encontrou fauna e flora sem termo de comparação com outras regiões, e que variavam de ilha para ilha. "Nunca pudera imaginar que estas ilhas, distando entre si cinqüenta ou sessenta milhas, e a maioria visível das demais,  formadas exatamente das. mesmas rochas, submetidas a um clima bem similar, com quase a mesma altitude, pudessem ser tão diferentemente povoadas

 14. O Pacífico e a Australásia


No dia 20 de outubro de 1835 o ‘Beagle’ tomou a direção de Taiti, iniciando o longo percurso de 3.200 milhas marítimas através do Pacífico.
15. Rumando para Casa
O ‘Beagle’ aportou na Austrália pela última vez em King George’s Sound. Lá permaneceu até 14 de março de 1836, retido pelo mau tempo. Seu curso levou-o então para o Oceano Índico, de retorno à Europa.

16.  O Problema das Espécies


O período mais ativo da vida de Darwin na Inglaterra começou imediatamente após seu regresso da expedição do ‘Beagle’. Para ele, não havia nada de mais remoto do que a aposentadoria "numa pacata paróquia". Embora tivesse então vinte e poucos anos, tomou seu lugar entre os principais cientistas de sua época.

17.  O Grande Debate

O grande debate sobre a origem da vida foi iniciado pelos geólogos britânicos em meados do século XIX. Inevitavelmente, os conceitos de tempo foram alterados com os avanços nos conhecimentos. Enquanto Darwin encontrava-se a bordo o ‘Beagle’, grassava a controvérsia entre aqueles que tentavam reconciliar as descobertas geológicas com a Bíblia e aqueles que, liderados por Lyell, refutavam a interpretação literal das Sagradas Escrituras com base em evidências cientificas.
O interesse do público foi despertado particularmente pelas dramáticas descobertas de fósseis de monstros pré-históricos na Europa e na América. Os fatos que deviam ser esclarecidos eram quando essas criaturas extraordinárias habitaram a Terra eporquê se extinguiram.

18. Casamento


Ao debater consigo mesmo se deveria ou não casar-se, Darwin elaborou uma lista de prós e contras. Como solteiro, argüia, ele poderia perseguir suas pesquisas científicas sem o peso de preocupações domésticas. Mas os dons e encantos de sua prima Emma Wedgwood preponderaram sobre os contras, e a 29 de janeiro de 1839 celebrou-se o casamento de ambos.

19. Down House


Em 1842, os Darwins mudaram-se para seu lar permanente, Down House, no povoado de Downe, condado de Kent. A alegria de Darwin teria sido completa não fosse a doença que o tornou semi-inválido para o resto de seus dias. Contudo, o entusiasmo pelo trabalho científico operava como um analgéstico, e Darwin desfrutava animadamente da companhia de seus familiares e amigos. Encontravam-se todos lá, segundo Hooker,"para discutir questões em qualquer ramo de conhecimento biológico ou físico".

20. Darwin e os Evolucionistas


A especulação filosófica sobre a evolução data dos gregos antigos,,
mas até o século XVIII era desprovida de bases científicas. Os principais evolucionistas da época, o avô de Darwin, Erasmus, além de Buffon e Lamarck, viam-se tolhidos pela insuficiência de evidências e devido à poderosa oposição que suas opiniões causavam.
A essência da teoria do neto foi expressa por Erasmus Darwin em verso:
 fist fom minute,unseen by apheeric
glass,move on the mud, or piece the
waterymass, these as successive generations
bloom, new powers acquire, and larger limbs
 assume. ( primeiras formas diminutas,
invisíveis ao vidro esférico,
 movem-se na lama,
 ou cortam a massa aquosa,
 estás com o florescer de sucessivas gerações,
 adquirem poderes novos, e membros de maiores proporções. )

21. A Origem das Espécies

Darwin não perdeu mais tempo com hesitações acadêmicas. Em julho de 1858 iniciou um trabalho para a Sociedade Linnean que veio a constituir A Origem das Espécies, publicado no ano seguinte por John Murray. Marcou história, expondo o mecanismo básico da evolução: a seleção natural.
Darwin havia acumulado tantos fatos para fundamentar sua teoria que seus argumentos eram difíceis de refutar. Mas a implicação de que todos os seres vivos descendem de um ancestral comum insere o Homem no esquema evolutivo, dando início a uma das maiores controvérsias científicas, e cujos efeitos se fazer sentir até os nossos dias.

22. Últimos Anos


Após a publicação de ,4 Origem das Espécies, Darwin aparentemente abandonou os estudos evolucionistas, dedicando-se à área menos controversa das plantas e minhocas. Na realidade, porém, continuou a acumular evidências para sua teoria na vida das plantas, acreditando que estas se prestavam mais adequadamente às suas experiências do que os animais. Em 1876 Darwin redigiu uma curta autobiografia, dedicada a seus filhos, em que registra suas atividades científicas. Suas investigações e experiências levaram-no a fazer muitas descobertas importantes, pelo que é hoje considerado como um dos pioneiros não apenas da teoria da evolução como também no campo da taxionomia dos percevejos, do comportamento animal, da genética, da fisiologia vegetal e da polinização ecológica.

23. Reconhecimento


Darwin viveu o suficiente para ver sua teoria da evolução ganhar aceitação geral. É de Huxley a queixa irônica de que "será um mundo monótono. As idéias que os homens desprezavam há 25 anos logo serão ensinadas nos livros escolares". No dia 19 de abril de 1882 Darwin faleceu em Down, e foi sepultado próximo à tumba de Isaac Newton, na Abadia de Westminster. Huxley, Hooker e Wallace carregaram seu caixão. Sua maior realização foi ter lançado as bases da biologia moderna.

Fonte:

sábado, 26 de maio de 2012

A América pré-colombiana

                                                                                 

História da América Pré-Colombiana - Período Clássico


Vídeo sobre o Período Clássico das civilizações ameríndias antes do contato com os europeus. Destaque para as culturas Maia e Moche. Realizado para a disciplina de História da América Pré-Colombiana da UFRGS.

Os habitantes da América pré-colombiana não são naturais do continente, são alóctones.
 O provável caminho percorrido por esses homens, originários da Ásia, em direção à América foi o que passa pelo estreito de Bering.

 Mas há outras possibilidades, como a travessia do Pacífico usando-se as ilhas existentes entre a Ásia e a América do Sul.



Na época da descoberta da América, existiam sociedades complexas divididas em classes sociais com um Estado estruturado e dominador, que impunha tributos. 
Na América Central, destacaram-se as civilizações Maia e Asteca e na região andina, os Incas.

A Civilização Inca

A civilização Inca surgiu no século XII, quando houve uma reunião de povos sob o comando do grupo quíchua ou inca, na região peruana de Cuzco. 

Estabeleceu-se um poder político em que o imperador investiu-se de autoridade religiosa, sendo visto como um semideus pelos seus súditos.

 A sociedade era hierárquica, tendo no topo da escala o soberano inca, depois seus parentes, os funcionários e os sacerdotes, formando a elite.
 Abaixo estavam os camponeses.

                                                              

Império Inca (Tawantinsuyu em quíchua; na realidade inca era apenas o imperador) foi um estado-nação que existiu na América do Sul de cerca de 1200 até à invasão dos conquistadores espanhóis e a execução do imperador Atahualpa em 1533.

O império incluía regiões como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile.

 A capital do império era a atual cidade de Cuzco (em quíchua, “Umbigo do Mundo”).

 O império abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o quíchua.

A população vivia em pequenas comunidades agropastoris, localizadas em aldeias, formadas por famílias, os Ayllus, sob a chefia de um Kuraka (cacique).

                                                          
Machu Pichu, no Peru, pertenceu ao Império Inca.

A sociedade inca era uma sociedade de servidão coletiva, que se dava principalmente mediante a mita, o trabalho forçado dos aldeões na realização das obras públicas e outros serviços.

Texto e Contexto
A Mita

“Inspecionamos em Chinchao [no atual Peru] 33 índios que estavam encarregados das folhas de coca; eles chegam aqui vindos de todas as colônias...” (Ortiz de Zuñiga. Visita de La Província de Huánaco, Peru, 1562.)

Os mitaios eram também os responsáveis pelo trabalho nas terras cultiváveis, na expansão imperial, construindo terraços agrícolas e canais de irrigação. 

Também construíam os caminhos públicos, pontes, edifícios, templos, etc. As mulheres trabalhavam na tecelagem e os homens no exército, como militares.

A Religião Inca

A religião era dualista, constituída de forças do bem e do mal. 

O bem era representado por tudo aquilo que era importante para o homem como a chuva e a luz do Sol, e o mal, por forças negativas, como a seca e a guerra.
                                                              

Cena de Sacrificio da sociedade Inca. Códice de Magliabechiano. Séc. XVI.

Os incas ofereciam sacrifícios tanto humanos como de animais nas ocasiões mais importantes, maioria das vezes em rituais ao nascer do sol.

 Grandes ocasiões, como nas sucessões imperiais, exigiam grandes sacrifícios que poderiam incluir até duzentas crianças. 

Não raro as mulheres a serviço dos templos eram sacrificadas, mas a maioria das vezes os sacrifícios humanos eram impostos a grupos recentemente conquistados ou derrotados em guerra, como tributo à dominação.

Os incas acreditavam na reencarnação. Aqueles que obedeciam à regra, ama sua, ama llulla, ama chella (não roube, não minta e não seja preguiçoso), quando morressem iriam viver ao calor do sol enquanto os desobedientes passariam os dias eternamente na terra fria.

Os incas também praticavam o processo de mumificação, especialmente das pessoas falecidas mais proeminentes.

 Junto às múmias era enterrado uma grande quantidade de objetos do morto. De suas sepulturas, acreditavam, as múmias mallqui poderiam conversar com ancestrais ou outros espíritos.

A Civilização Maia
                                                                
                                                                
A civilização maia, ocupando uma vasta região da América Central, atingiu seu apogeu entre os séculos III e XI, organizando-se em cidades-estados.

                                                                  
                                                                 
Pirâmides de Comalcalco, sul do México.

A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, com uma história de 3000 anos.

Contrariando a crença popular, o povo maia nunca “desapareceu”, pois milhões ainda vivem na mesma região e falam alguns dialetos da língua original.

O predomínio social cabia a uma elite militar e sacerdotal, de caráter hereditário, comandada pelo Halach Uinic, responsável pela administração e cobrança de impostos.

 Nos arredores das cidades ficavam as aldeias de camponeses submetidos à servidão coletiva.

Os Maias construiram enormes piramides nas grandes plataformas onde se realizavam cerimônias públicas e ritos religiosos. 

Sendo grandes construtores, os Maias construíram também os palácios, geralmente muito decorados, próximos do centro das cidades e hospedavam a elite da população.

Os Maias desenvolveram um sistema de escrita (chamada hieroglífica por sua semelhança com a escrita do antigo Egito, com o qual não se relaciona) que era uma combinação de símbolos fonéticos e ideogramas.

 É o único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito.

A Civilização Asteca
                                                                   
                                                                  

A civilização asteca (1325 até 1521) foi uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que reuniu um império que se estendia desde o México até o sul da Guatemala, com uma população de 12 milhões de pessoas.

 A capital eraMexihco-Tenochtitlán (hoje Cidade do México).

Os astecas eram um povo indígena da América do Norte, pertencente ao grupo nahua.

Os astecas também chamados de mexicas(daí México) migraram para o vale do México (ou Anahuác) no século XIII.

estrutura política era centralizada, sendo o imperador a maior autoridade asteca. O imperador dirigia a casta sacerdotal e as atividades religiosas, políticas e militares, o que se denomina de império teocrático de regadio.

                                                            
                                                              
Piramide de la Luna, Cidade asteca de Teotihuacan.

A sociedade era dividida em camadas rígidas, sem mobilidade social, tendo no topo os nobres e sacerdotes, seguidos peloscomerciantes (os pochtecas), e na base os grupos populares e escravos (prisioneiros de guerra).

Texto e Contexto

“Dois principales [caciques] em cada calpulli convocam o povo a providenciar o pagamento do tributo ou a obedecer ao que o governante tenha ordenado...” (Alonso de Zorita. Breve y Sumaria Relación, 1536.)

A posse da terra era comunal, cabendo às aldeias coletivas, chamadas de calpulli (“Grande casa”), o direito de uso da terra para o cultivo.

 Parte da produção servia para a sobrevivência das aldeias e o restante para pagar tributos ao Estado, sustentando os governantes.

 Era o predomínio da servidão coletiva.
A soma dos membros do calpulli (urbano e rural) formava o grupo social dos macehualtin. Em sua maioria, a forma de vida envolvia uma economia de auto-subsistência dentro de cada calpulli e obediência total a suas autoridades.

Além disso, os aldeões tinham que pagar os tributos, servir ao exército e executar outros serviços ao Estado.

Na agricultura, as sociedades mesoamericanas praticavam o cultivo sazonal (por estações do ano), empregavam fertilizantes em suas plantações e tinham sistemas de irrigação (rega artificial).

Os astecas também criaram os chinampas, um tipo de canteiro flutuante, que eram estruturas artificiais de junco, cobertas com terra fértil, fundeadas no leito dos lagos por meio de estacas de madeira. Nos chinampas, os mexicas cultivavam flores e legumes frescos.

Outros elementos de grande importância na economia asteca do México antigo eram as praças de mercado e o comércio praticado pelos pochtecas, ou comerciantes. 

Os pochtecas, que faziam parte do calpulli, eram organizados em associações de comerciantes que possuíam, cada uma, seu diretor, chamado de pochtecatloque (“chefe dos pochtecas”).

Os mesoamericanos produziam objetos de pedra, como martelos, machados, facas. A madeira era utilizada para fazer furadores, flechas, dardos, clavas e a coa, ou vara de cavar usada na agricultura.

O ouro, a prata, o cobre e o chumbo, além de pedras semipreciosas, eram os metais conhecidos pelos mesoamericanos.

religião era politeísta, havendo uma variedade de deuses, com práticas que envolviam toda a população, sendo comum o sacrifício humano.

 A religião demandava sacrifícios humanos em larga escala, particularmente ao deus da guerra, Huitzilopochtli.

Apesar de sacrifícios humanos serem uma prática constante e muito antiga na Mesoamérica, os astecas se destacaram por fazer deles um pilar de sua sociedade e religião. 

Segundo mitos astecas, sangue humano era necessário ao sol, como alimento, para que o astro pudesse nascer a cada dia. Sacrifícios humanos eram realizados em grande escala; algumas centenas em um dia só não era incomum.

 Os corações eram arrancados de vítimas vivas, e levantados ao céu em honra aos deuses. Os sacrifícios eram conduzidos do alto de pirâmides para estar perto dos deuses e o sangue escorria pelos degraus.

Os sacrifícios humanos eram realizados principalmente com escravos capturados em guerra. Para os astecas, a guerra era sagrada, pois por meio dela se obtinham os cativos para o sacrifício humano, elemnto de ligação entre a comunidade e o Estado.

 De fato, o sacrificio humano cerimonial e a guerra para prear cativos para os ritos sacrificiais eram as atividades centrais da sociedade mexica, o próprio ponto central de sua vida social, religiosa, política e militar.

Texto Complementar

O sol e o sacrifício

Huitzilopochtli (divindade asteca) é ao mesmo tempo o deus da guerra e uma manifestação do Sol, senhor do mundo. (...) O Sol tem fome e sede. 

Só a carne dos inimigos o nutre, só o sangue dos inimigos mitiga sua sede; para saciá-lo é preciso oferecer-lhe regularmente vítimas sacrificiais escolhidas entre os prisioneiros.

 Assim se explica por que a história dos Astecas é uma longa enumeração de guerras: era-lhes necessário renovar incessantemente seu estoque de cativos.

LEHMANN, Henri. As Civilizações pré-colombianas. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1965.

O Inca

O Inca, soberano supremo, é ao mesmo tempo uma divindade e transmite poder a seus filhos.

 Na presença dele humilham-se até os mais altos e nobres dignitários. Os direitos de vida e morte sobre seus súditos são absolutos, qualquer que seja o nível social deles. Religião, mitos, lendas e história foram deliberadamente fabricados por especialistas, visando a divinizar o Inca, fazendo com que sua vontade e seus excessos aparecessem como vontades de um deus.

Fonte:



sexta-feira, 25 de maio de 2012

Feudalismo na Idade Média

FEUDALISMO 1/2
                                                                         
                                                                     FEUDALISMO 2/2        


                                                      
Introdução                                      



O feudalismo tem inicio com as invasões germânicas (bárbaras), no século V, sobre o Império Romano do Ocidente (Europa).

 As características gerais do feudalismo são:


 poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais), economia baseada na agricultura e utilização do trabalho dos servos. 

Estrutura Política do Feudalismo 

Prevaleceram na Idade Média as relações de vassalagem e suserania.

 O suserano era quem dava um lote de terra ao vassalo, sendo que este último deveria prestar fidelidade e ajuda ao seu suserano.

O vassalo oferece ao senhor, ou suserano, fidelidade e trabalho, em troca de proteção e um lugar no sistema de produção.


 As redes de vassalagem se estendiam por várias regiões, sendo o rei o suserano mais poderoso.

Todos os poderes, jurídico, econômico e político concentravam-se nas mãos dos senhores feudais, donos de lotes de terras (feudos).


Sociedade feudal 


A sociedade feudal era estática (com pouca mobilidade social) e hierarquizada.


 A nobreza feudal (senhores feudais, cavaleiros, condes, duques, viscondes) era detentora de terras e arrecadava impostos dos camponeses.


 O clero (membros da Igreja Católica) tinha um grande poder, pois era responsável pela proteção espiritual da sociedade.

 Era isento de impostos e arrecadava o dízimo.


 A terceira camada da sociedade era formada pelos servos (camponeses) e pequenos artesãos.

 Os servos deviam pagar várias taxas e tributos aos senhores feudais, tais como: corvéia (trabalho de 3 a 4 dias nas terras do senhor feudal), talha (metade da produção), banalidade (taxas pagas pela utilização do moinho e forno do senhor feudal).



Economia feudal


A economia feudal baseava-se principalmente na agricultura. Existiam moedas na Idade Média, porém eram pouco utilizadas.

 As trocas de produtos e mercadorias eram comuns na economia feudal.

 O feudo era a base econômica deste período, pois quem tinha a terra possuía mais poder.


 Oartesanato também era praticado na Idade Média.

A produção era baixa, pois as técnicas de trabalho agrícola eram extremamente rudimentares.


 O arado puxado por bois era muito utilizado na agricultura.

Religião 

Na Idade Média, a Igreja Católica dominava o cenário religioso. Detentora do poder espiritual, a Igreja influenciava o modo de pensar, a psicologia e as formas de comportamento na Idade Média.

A igreja também tinha grande poder econômico, pois possuía terras em grande quantidade e até mesmo servos trabalhando.

 Os monges viviam em mosteiros e eram responsáveis pela proteção espiritual da sociedade.

 Passavam grande parte do tempo rezando e copiando livros e a Bíblia.

As Guerras 

A guerra no tempo do feudalismo era uma das principais formas de obter poder.

Os senhores feudais envolviam-se em guerras para aumentar suas terras e poder.

 Os cavaleiros formavam a base dos exércitos medievais. Corajosos, leais e equipados com escudos, elmos e espadas, representavam o que havia de mais nobre no período medieval.

O residência dos nobres eram castelos fortificados, projetados para serem residências e, ao mesmo tempo, sistema de proteção.

educação era para poucos, pois só os filhos dos nobres estudavam. 


Marcada pela influência da Igreja, ensinava-se o latim, doutrinas religiosas e táticas de guerras.


 Grande parte da população medieval era analfabeta e não tinha acesso aos livros.

arte medieval também era fortemente marcada pela religiosidade da época. As pinturas retratavam passagens da Bíblia e ensinamentos religiosos.

 As pinturas medievais e os vitrais das igrejas eram formas de ensinar à população um pouco mais sobre a religião.

Podemos dizer que, em geral, a cultura e a arte medieval foram fortemente influenciadas pela religião.

 Na arquitetura destacou-se a construção de castelos, igrejas e catedrais.

O fim do feudalismo

O feudalismo não terminou de uma hora para outra, ou seja, de forma repentina.

 Ele foi aos poucos se enfraquecendo e sendo substituído pelo sistema capitalista.


 Podemos dizer o feudalismo começou a entrar em crise, em algumas regiões da Europa, já no século XII, com várias mudanças sociais, políticas e econômicas.

 O renascimento comercial, por exemplo, teve um grande papel na transição do feudalismo para o capitalismo.