A
Evolução das especies
1. A
Família Darwin
2.
Shrewsbury e Maer
3.
Escola e Universidade
4.
A Grande Oportunidade
5. A Viagem
6. Brasil
8. Terra do Fogo
9.
Argentina e Uruguai
10.
Terra do Fogo e Patagônia
11. Chile
12. Os Andes
13. O
Arquipélago de Galápagos
14. O Pacífico e a Australásia
16. O Problema das Espécies
17.
O Grande Debate
18. Casamento
19. Down House
20.
Darwin e os Evolucionistas
21. A Origem das Espécies
22. Últimos Anos
23. Reconhecimento
1. A
Família Darwin
Charles Darwin (1809 –
1882) nasceu em 12 de fevereiro de 1809, o quinto de seis irmãos, na família de
um bem sucedido médico de interior. Seu avô paterno, Erasmus, uma figura muito
respeitada embora algo controvertida, desfrutava da amizade de outra personalidade
de grande destaque no século XVIII, Josiah Wedgwood I, fundador da Cerâmica
Wedgwood. Esta amizade viu-se coroada com o casamento da filha mais velha de
Wedgwood, Susannah, com Robert, filho de Erasmus Darwin.
2.
Shrewsbury e Maer
Apesar do interesse de ambos
pelas plantas, as inclinações de Charles eram subestimadas pelo pai, que o
considerava um fracasso acadêmico. Foi no seu segundo lar, junto de seu tio
Josiah, em Maer, a vinte milhas de Shrewsbury, que Charles foi realmente feliz,
tendo-se tornado o companheiro preferido de seus primos Wedgwood.
3.
Escola e Universidade
Charles cursou a Escola de
Shrewsbury desde os nove anos, onde era freqüentemente rejeitado como o menino "que brinca com gases e outras
porcarias". Aos
dezesseis anos, esforçando-se para agradar ao pai, Charles iniciou os estudos
de medicina na Universidade de Edinburgh e posteriormente, dedicou-se à
Teologia, em Cambridge.
Não estava porém destinado o ser
médico ou pastor. Em ambas as universidades distinguiu-se sobretudo em ciências
naturais, área em que nunca se matriculara oficialmente.
4.
A Grande Oportunidade
Depois de uma expedição
geológica pelo Norte do País de Gales, Charles retornou ao lar, e encontrou à
sua espera uma carta de John S. Henslow, professor de botânica em Cambridge.
Nesta carta, Henslow informava-lhe que o havia recomendado como a pessoa mais
qualificada que conhecia para o cargo de naturalista na expedição do ‘Beagle’,
que se iniciaria proximamente. Esta chance única parecia estar perdida quando o
pai se opôs ao plano. Dr. Darwin cedeu, contudo, ante a insistência do tio
Josiah. E no dia 11 de setembro de 1831 Darwin foi pela primeira vez a Plymouth
visitar o ‘Beagle’ e seu capitão, Robert FitzRoy.
5. A Viagem
Apesar da natureza pacífica de
sua missão, o retorno do ‘Beagle’ à Inglaterra com segurança não estava
assegurado. O risco do encalhe nas águas costeiras pouco conhecidas da América
do Sul era profundo. Em terra, o viajante corria o risco do levar um tiro ou
ser esfaqueado pelos revolucionários ou pelos indígena;, rebeldes, duvido ao
descontentamento político que pairava no ar, mais do que nunca, como rescaldo
das guerras de independência. E o rigor da pesquisa exigia que o ‘Beagle’
velejasse por toda a extensão da costa sul-americana, retornando repetidamente
aos mesmos portos. O projeto ofereceu a Darwin oportunidades para
explorar, a pé ou a cavalo, sozinho ou na companhia de guias, algumas das
regiões mais selvagens do mundo. Ele enviou vários engradados repletos de
plantas, insetos, conchas, pedras e fósseis para a Inglaterra, e suas cartas
para Henslow provocaram tanto interesse nos meios científicos que alguns
extratos chegaram a ser publicados pela Sociedade Filosófica de Cambridge, em
1835. Darwin cita, em sua autobiografia, que sua coleção de fósseis também "despertou muita atenção entre
paleontologistas". E
quando recebeu notícia deste interesse, na Ilha de Ascenção, escalou as
montanhas "aos pulos, e
fiz as rochas vulcânicas ressoarem sob meu martelo geológico".
6. Brasil
A exploração empreendida por
Darwin no Brasil, de 28 de fevereiro a 5 de julho de 1832, foi uma das
experiências mais felizes de sua viagem. Após seu primeiro dia na Bahia, em 29
de fevereiro, registrou suas impressões da seguinte forma: "prazer em si só, porém, é um
termo fraco para expressar os sentimentos de um naturalista que, pela primeira
vez, vagueia sozinho numa floresta brasileira."
8. Terra do Fogo
No dia 28 de novembro de 1832, o
‘Beagle’ zarpou da Baía de San Blas para a Terra do Fogo, e em meados de
dezembro já se encontrava próximo ao Cabo de São Sebastião, uma parte da Terra
do Fogo desconhecida de todos que estavam a bordo. Após penetrar pelo famoso
Estreito do Lo Maire, ancorou na Baía do Bom Sucesso.
9.
Argentina e Uruguai
Deixando as Ilhas Falkland em
abril de 1833, o ‘Beagle’ rumou para o norte, em direção a Montevidéu e
Maldonndo. Darwin permaneceu em lona por várias semanas. semanas, explorando a
região do Maldonado e colecionando pássaros e animais. Dos registros em seu
diário consta que"por alguns réis contratei todos os rapazes da cidade
para meus serviços; e poucos são os dias que
não me trazem alguma criatura
curiosa". No dia 29 de
junho embarcou novamente, com toda sua coleção.
Deixando o Brasil, o
‘Beagle’ rumou para o sul, e pesquisou a costa oriental do continente por
muiltos meses, aportando reiteradamente em Montevidéu e em Buenos Aires
.-Darwin esperava impacientemente pela chegada
a Bahia Blanca pois estava ansioso para explorar o território, recentemente
conquistado, que servia de bastião fronteiriço contra os indígenas.
10.
Terra do Fogo e Patagônia
No dia 6 de dezembro de 1833, o
‘Beagle’ deixa o porto de Montevidéu, rumando novamente à Terra do Fogo via
Port Desire e Port Famine.
11. Chile
Em maio de 1834, o ‘Beagle’ toma
o rumo do Estreito de Magalhães e o Canal de Madalena, descoberto havia pouco
tempo. No dia 28 de junho ancorou ao largo do Cabo Turn, próximo ao Monte
Sarmiento, e dois dias depois adentrou o Oceano Pacífico. O comandante FitzRoy
tinha a intenção de velejar para Coquimbo, mas ventos contrários conduziram o
‘Beagle’ para a costa da ilha de Chiloé.
12. Os Andes
No dia 23 de julho de 1834, o
‘Beagle’ aporta em Valparaíso. Enquanto os marujos se recuperavam e o navio era
submetido a pequenos reparos, Darwin escalou sua primeira montanha no Chile, o
Sino de Quillota.
Este foi um prelúdio estimulante
para suas expedições através dos Andes no ano seguinte.
13. O
Arquipélago de Galápagos
No período de 16 de setembro a 20 de outubro de 1835, Darwin
explorou o arquipélago de Galápagos. Encontrou fauna e flora sem termo de
comparação com outras regiões, e que variavam de ilha para ilha. "Nunca pudera imaginar que
estas ilhas, distando entre si cinqüenta ou sessenta milhas, e a maioria
visível das demais, formadas exatamente das. mesmas rochas, submetidas a um
clima bem similar, com quase a
mesma altitude, pudessem ser tão
diferentemente povoadas
14. O Pacífico e a Australásia
No dia 20 de outubro de 1835 o ‘Beagle’ tomou a direção de Taiti,
iniciando o longo percurso de 3.200 milhas marítimas através do Pacífico.
15. Rumando para Casa
O ‘Beagle’ aportou na Austrália
pela última vez em King George’s Sound. Lá permaneceu até 14 de março de 1836,
retido pelo mau tempo. Seu curso levou-o então para o Oceano Índico, de retorno
à Europa.
16. O Problema das Espécies
O período mais ativo da vida de Darwin na Inglaterra começou
imediatamente após seu regresso da expedição do ‘Beagle’. Para ele, não havia
nada de mais remoto do que a aposentadoria "numa
pacata paróquia". Embora
tivesse então vinte e poucos anos, tomou seu lugar entre os principais
cientistas de sua época.
17.
O Grande Debate
O grande debate sobre a origem
da vida foi iniciado pelos geólogos britânicos em meados do século XIX.
Inevitavelmente, os conceitos de tempo foram alterados com os avanços nos
conhecimentos. Enquanto Darwin encontrava-se a bordo o ‘Beagle’, grassava a
controvérsia entre aqueles que tentavam reconciliar as descobertas geológicas
com a Bíblia e aqueles que, liderados por Lyell, refutavam a interpretação
literal das Sagradas Escrituras com base em evidências cientificas.
O interesse do público foi
despertado particularmente pelas dramáticas descobertas de fósseis de monstros
pré-históricos na Europa e na América. Os fatos que deviam ser esclarecidos
eram quando essas criaturas extraordinárias
habitaram a Terra eporquê se
extinguiram.
18. Casamento
Ao debater consigo mesmo se deveria ou não casar-se, Darwin
elaborou uma lista de prós e contras. Como solteiro, argüia, ele poderia
perseguir suas pesquisas científicas sem o peso de preocupações domésticas. Mas
os dons e encantos de sua prima Emma Wedgwood preponderaram sobre os contras, e
a 29 de janeiro de 1839 celebrou-se o casamento de ambos.
19. Down House
Em 1842, os Darwins mudaram-se para seu lar permanente, Down
House, no povoado de Downe, condado de Kent. A alegria de Darwin teria sido
completa não fosse a doença que o tornou semi-inválido para o resto de seus
dias. Contudo, o entusiasmo pelo trabalho científico operava como um
analgéstico, e Darwin desfrutava animadamente da companhia de seus familiares e
amigos. Encontravam-se todos lá, segundo Hooker,"para discutir questões
em qualquer ramo de conhecimento biológico ou físico".
20.
Darwin e os Evolucionistas
A especulação filosófica sobre a evolução data dos gregos
antigos,,
mas até o século XVIII era
desprovida de bases científicas. Os principais evolucionistas da época, o avô
de Darwin, Erasmus, além de Buffon e Lamarck, viam-se tolhidos pela
insuficiência de evidências e devido à poderosa oposição que suas opiniões
causavam.
A essência da teoria do neto foi
expressa por Erasmus Darwin em verso:
fist fom minute,unseen by apheeric
glass,move on the mud, or piece the
waterymass, these as successive
generations
bloom, new powers acquire, and larger
limbs
assume. ( primeiras formas
diminutas,
invisíveis ao vidro esférico,
movem-se na lama,
ou cortam a massa aquosa,
estás com o florescer de
sucessivas gerações,
adquirem poderes novos, e
membros de maiores proporções. )
21. A Origem das Espécies
Darwin não perdeu mais tempo com
hesitações acadêmicas. Em julho de 1858 iniciou um trabalho para a Sociedade
Linnean que veio a constituir A
Origem das Espécies, publicado
no ano seguinte por John Murray. Marcou história, expondo o mecanismo básico da
evolução: a seleção natural.
Darwin havia acumulado tantos
fatos para fundamentar sua teoria que seus argumentos eram difíceis de refutar.
Mas a implicação de que todos os seres vivos descendem de um ancestral comum
insere o Homem no esquema evolutivo, dando início a uma das maiores controvérsias
científicas, e cujos efeitos se fazer sentir até os nossos dias.
22. Últimos Anos
Após a publicação de ,4 Origem das Espécies, Darwin aparentemente abandonou os
estudos evolucionistas, dedicando-se à área menos controversa das plantas e
minhocas. Na realidade, porém, continuou a acumular evidências para sua teoria
na vida das plantas, acreditando que estas se prestavam mais adequadamente às
suas experiências do que os animais. Em 1876 Darwin redigiu uma curta
autobiografia, dedicada a seus filhos, em que registra suas atividades
científicas. Suas investigações e experiências levaram-no a fazer muitas
descobertas importantes, pelo que é hoje considerado como um dos pioneiros não
apenas da teoria da evolução como também no campo da taxionomia dos
percevejos, do comportamento animal, da genética, da fisiologia vegetal e da
polinização ecológica.
23. Reconhecimento
Darwin viveu o suficiente para
ver sua teoria da evolução ganhar aceitação geral. É de Huxley a queixa irônica
de que "será um mundo monótono. As idéias que os
homens desprezavam há 25 anos
logo serão ensinadas nos livros escolares". No dia 19 de abril de 1882 Darwin
faleceu em Down, e foi sepultado próximo à tumba de Isaac Newton, na Abadia de
Westminster. Huxley, Hooker e Wallace carregaram seu caixão. Sua maior
realização foi ter lançado as bases da biologia moderna.
Fonte: