Barão de Mauá
Em 1840 Irineu Evangelista visitou a Inglaterra e ao retornar casou-se com Maria Joaquina de Souza Machado ( sua sobrinha que tinha apenas 16 anos, vista na imagem de cima), O casal teve 18 filhos, dos quais 11 nasceram com vida.
Até a primeira metade do século XIX, o Brasil tinha grandes dificuldades para assentar o franco desenvolvimento de seu parque industrial. A carência de fontes de energia abundantes, a dispersão dos mercados consumidores, a inexistência de uma indústria de base e a falta de vontade política compunham uma gama de obstáculos que transformava os produtos brasileiros caros e de baixa qualidade. Contudo, a partir de 1840, essa realidade vigente ganhou outros contornos.
No ano de 1844, a criação da Tarifa Alves Branco elevou os impostos alfandegários sobre os produtos provenientes do mercado externo. Apesar de não ter esse objetivo, o imposto se transformou em uma eficiente barreira protecionista que abriu portas para o primeiro surto industrial experimentado na história do Brasil. Paralelamente a esta ação, devemos salientar que a proibição do tráfico negreiro e os lucros obtidos pelo café tiveram grande importância neste processo.
Nessa mesma década, um jovem chamado Irineu Evangelista de Sousa viajava a trabalho para a Inglaterra, berço da Revolução Industrial. Ao observar o acentuado desenvolvimento das indústrias daquele país e a pujança das teorias liberais, Irineu voltou ao Brasil determinado a buscar oportunidades de negócio que orbitavam fora da ordem agroexportadora. Para a época, as suas pretensões estavam bem distantes do pensamento de uma parcela considerável de nossas elites.
De origem humilde, este arrojado empreendedor saiu cedo da cidade de Arroio Grande para, com apenas doze anos de idade, trabalhar em uma loja de tecidos na capital federal. Apresentando grande tino para os negócios, ele logo arranjou outra colocação em uma empresa de importação. Foi nesse momento que Irineu entrou em contato com os valores e a lógica do capitalismo industrial que fervilhava nos centros urbanos ingleses.
Quando chegou ao Brasil, ele decidiu juntar seus recursos financeiros para adquirir uma pequena fundição localizada na região de Ponta da Areia, no Rio de Janeiro. Com o apoio financeiro de seu antigo patrão, Irineu Evangelista conseguiu meios para organizar o maior estaleiro de construção naval de todo o Império Brasileiro. Aproveitando dos bons ventos trazidos pelo surto industrial, seus empreendimentos deram boa resposta e abriram caminho para outras iniciativas.
Em pouco tempo, o próspero empresário criou a Companhia de Rebocadores da Barra do Rio Grande e obteve uma concessão sob o tráfico no rio Amazonas. Paralelamente, sua empresa de siderurgia fabricava lampiões e tubos para a canalização de rios e pontes. No ano de 1851, conseguiu autorização para instalar um serviço de iluminação a gás que se estenderia pelas principais ruas da cidade do Rio de Janeiro. No ano seguinte, iniciou as obras de construção de uma ferrovia que ligava a capital ao Vale do Paraíba.
Em 1854 veio a já citada inauguração do primeiro trecho da ferrovia Rio-Petrópolis e o título pelo qual ficou conhecido, Barão. A locomotiva (foto acima),chamada de "baronesa" em homenagem à sua esposa, percorreu 15 quilômetros de trilhos em 23 minutos. Era a terceira ferrovia da América do Sul.
conseguido em 1882, quando a ferrovia já não pertencia mais a Mauá.
Por meio da construção dessas e outras obras ferroviárias, o visionário Irineu conquistou o título de Barão de Mauá. Trabalhador incessante, ele também investiu em uma empresa de bondes puxados por tração animal e na construção de um telégrafo submarino que ligava o Brasil à Europa. Além disso, ele também atuou como financiador com a criação do Banco Mauá & Cia., que chegou a abrir dezenas de filiais no exterior.
Toda euforia experimentada nestas décadas chegaria até certo limite, quando a vigência da ordem agroexportadora entrou em conflito com seus interesses. Em 1857, a sua empresa Ponta da Areia foi alvo de um terrível incêndio. Pouco tempo depois, a vantajosas taxas alfandegárias da Tarifa Alves Branco foram abandonadas. Com o passar do tempo, Barão de Mauá não resistiu à concorrência imposta pelas mercadorias estrangeiras.
Em 1872, Mauá ainda realizou outro importante empreendimento, o cabo telegráfico submarino ligando o Brasil com a Europa e o imperador enviou mensagens ao papa e à rainha da Inglaterra, com esse feito, veio o título de Visconde de Mauá.
Em 1872, Mauá ainda realizou outro importante empreendimento, o cabo telegráfico submarino ligando o Brasil com a Europa e o imperador enviou mensagens ao papa e à rainha da Inglaterra, com esse feito, veio o título de Visconde de Mauá.
A partir de 1875, Mauá abandonou a condição de investidor ao decretar falência e vender as suas propriedades para quitar seu grande volume de dívidas. Em 1877, a Ponta da Areia fechou as suas portas e, no ano seguinte, o governo imperial se negou a prestar auxílio financeiro ao seu banco. Na década de 1880, Mauá abandonou seus empreendimentos e passou o resto de seus dias sobrevivendo como corretor de sacas de café.
Mauá foi o primeiro maior empreendedor industrial do país, produzindo navios e caldeiras, entretanto sua prosperidade foi breve por causa da proibição da entrada de navios fora do país, com isso a empresa faliu.
Além de ser o dono do Banco do Brasil, onde também faliu devido aos concorrentes que viam o grande desenvolvimento de Mauá, e queriam de alguma forma impedi-lo, Barão de Mauá sempre demontrou ousadia e foi dono das oito maiores empresas do Brasil, sendo um homem de idéias inovadoras, brilhante, que trouxe a Revolução industrial para o Brasil e ajudou nosso país a chegar onde estamos hoje.
Quando expandiu seus negócios em escala planetária, com dezessete empresas em seis países, ai sim vieram os grandes adversários. Banqueiros internacionais, ditadores latinos políticos de alto coturno e figuras da sociedade passaram a fazer parte da luta diária do visconde, numa história que se confunde com a do próprio nascimento de um país chamado Brasil.
formato 16,00 x 23,00 cm
SOBRE O AUTOR:
Jorge Caldeira
Nasceu em 1955, é de São Paulo.Jornalista, é doutor em ciência politica e mestre em sociologia.
publicou a biografia de Noel Rosa, de costa para o mar, pela editora Brasiliense.
Resumo do filme Barão de Mauá
Barão de Mauá foi o Primeiro empresário brasileiro, começou do zero, literalmente, se dedicou, arriscou e conquistou. Um verdadeiro exemplo para todos nós, com dedicação e força de vontade podemos ir muito além de onde imaginamos ser impossível chegar.
Barão de Mauá nasceu no Rio Grande do Sul, estudou em um internato até seus nove anos de idade, e logo depois teve seu primeiro emprego como caixeiro, onde se deu início ao seucrescimento rumo ao sucesso.
Uma das suas grandes virtudes era sua persistência, no mesmo dia em que seu primeiro filho foi enterrado, chegando em sua casa, já estava tendo outro filho com sua mulher, o que nos mostra sua vontade de nunca perder.Mauá foi o primeiro maior empreendedor industrial do país, produzindo navios e caldeiras, entretanto sua prosperidade foi breve por causa da proibição da entrada de navios fora do país, com isso a empresa faliu.
Além de ser o dono do Banco do Brasil, onde também faliu devido aos concorrentes que viam o grande desenvolvimento de Mauá, e queriam de alguma forma impedi-lo, Barão de Mauá sempre demontrou ousadia e foi dono das oito maiores empresas do Brasil, sendo um homem de idéias inovadoras, brilhante, que trouxe a Revolução industrial para o Brasil e ajudou nosso país a chegar onde estamos hoje.
É de homens assim que o Brasil precisa, persistentes, inteligentes, espertos e ambiciosos. Infelizmente hoje em dia a maior parte da população brasileira quer ganhar a vida do jeito fácil e errado, são poucos os que se dedicam para garantir um futuro melhor e contribuir para o crescimento do país, assim como o Barão de Mauá contribuiu.
O filme nos inspira a ser mais ousado e arriscar mais. Se temos alguma idéia, algo que pode dar certo, temos que ir adiante e colocar nossas idéias em prática. Ficar apenas na teoria não dá. É por isso que poucos tem muito e muitos tem poucos. Esses poucos são persistentes e ousados, alguns errados e fora da lei, mas todos determinados naquilo que fazem. O que resulta num resultado satisfatório
Descrição do livro:
Pioneirismo, guerras, intrigas, reis e escroques: a carreira do visconde de Mauá (1813-1889) teve de tudo.Para montar a primeira industria - um grande estaleiro e uma fundição em Niterói -, a primeira estrada de ferro e o primeiro banco a operar em grande escala no Brasil, ele teve de brigar contra uma sociedade provinciana que considerava o feitor de escravos como o melhor gerente de recursos humanos Quando expandiu seus negócios em escala planetária, com dezessete empresas em seis países, ai sim vieram os grandes adversários. Banqueiros internacionais, ditadores latinos políticos de alto coturno e figuras da sociedade passaram a fazer parte da luta diária do visconde, numa história que se confunde com a do próprio nascimento de um país chamado Brasil.
formato 16,00 x 23,00 cm
SOBRE O AUTOR:
Jorge Caldeira
Nasceu em 1955, é de São Paulo.Jornalista, é doutor em ciência politica e mestre em sociologia.
publicou a biografia de Noel Rosa, de costa para o mar, pela editora Brasiliense.
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